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Amigos Que Crescem Até O Infinito

Dr. Michael LaitmanNós estamos em ocultação da nossa relação com o Criador. Não sentimos o que exatamente vem Dele e não vemos que tudo isso é para nosso benefício. Nós podemos avaliar o bem e o mal de acordo com o quanto e com o que o nosso nível “animal” sente.

Este é o principal atributo da ocultação. Se nós sentíssemos que tudo vem do Criador, o Bom que faz o Bem, nós veríamos o mundo de forma diferente. Como podemos alcançar isso?

O Criador nos envia Sua atitude, do Bom quem faz o Bem, não relacionada aos desejos egoístas, mas com relação à meta, querendo elevar-nos acima do “animal” para o grau humano. Assim, Sua influência sempre parece ruim para nós, prejudicial para o nível “animal”.

Da mesma forma, a criança se sente sob pressão constante de seus pais: “Você tem que comer bem, não se suje, limpe tudo depois, mantenha suas coisas em ordem, estude isto, leia aquilo, e assim por diante”. Nós exigimos constantemente algo dela, querendo nutrir o grau humano nela, e isso parece ruim aos olhos do nível “animal”, que quer crescer livremente.

No entanto, as crianças no nosso mundo esforçam-se para se parecer como os adultos, aprender com seus exemplos. Para nós, o exemplo é o ambiente em que cresceremos como crianças que se desenvolvem facilmente.

Nós vemos que o desenvolvimento ocorre devido a muitos esforços. Nesse sentido, quanto melhor forem os exemplos que tenho aos meus olhos, menos esforço vou precisar investir. Minha natureza vai querer ser como os outros.

Isto significa que se o ambiente é importante e valioso aos meus olhos, se me atrai, se os amigos jogam diante de mim mostrando que são grandes e têm conexão com o Criador, se vez após vez eles mostram cada vez mais exemplos qualitativos, então é fácil para eu me desenvolver e eu subo sem muito esforço.

Por outro lado, se o ambiente não me dá bons exemplos ou se eu o ignoro, se nós não elevamos o Criador aos nossos olhos juntos, então é difícil seguir em frente. É um problema; eu não tenho bons professores.

Assim, a fim de não ser um “animal” no curso do seu desenvolvimento, a pessoa mesma tem que participar desse processo. Juntamente com os amigos ela constrói o grupo, o ambiente, para que este sempre lhe pareça superior, crescendo mais e mais. Como resultado, seus amigos são do mundo do Infinito, e a grandeza e a qualidade do grupo são comparadas com o Criador — e não menos. Se o grupo aos seus olhos for menor do que o Criador, então ela não o aprecia o suficiente, a fim de se desenvolver o mais eficiente e rápido possível com a sua ajuda. Isto é o que devemos nos lembrar.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 06/08/13, Shamati #8 “Qual é a Diferença Entre a Sombra de Kedusha e uma Sombra de Sitra Achra

Egoístas Requintados

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Paz no Mundo”: A verdade é que a raiz de toda essa desordem dentro de nós não é mais do que o atributo acima mencionado da singularidade, que existe dentro de cada um de nós, seja mais ou menos.

E apesar de termos esclarecido que se trata de uma sublime razão, que este atributo se estende a nós diretamente do Criador, que é único no mundo e a Raiz de todas as criações, ainda assim, como resultado da sensação de singularidade, quando ela se assenta dentro do nosso egoísmo estreito, ela influi ruína e destruição até se tornar a fonte de todas as ruínas que houve e haverá no mundo.

Ninguém vai fazer qualquer progresso até que nós percebamos o grau de nossa singularidade que nos foi dado pela natureza. Todos devem ver plenamente seu egoísmo em sua forma autêntica. Isto é, neste plano material, neste mundo (a maneira como o percebemos) antes de tudo, nós devemos compreender os fundamentos e perceber a magnitude do nosso desejo de agir exclusivamente por nossa própria causa.

No final, nós vamos descobrir que nós somos os únicos a quem levamos em conta e que nunca hesitamos quando se trata de “negligenciar” os outros; nós sempre fazemos o que queremos com os outros, se isso nos traz inclusive uma pequena gota de prazer. Quando analisamos os nossos cálculos, nós vemos que não nos importamos com nada além de nós mesmos, e que, aos nossos olhos, uma partícula mínima do nosso prazer é igual às aflições de todo o mundo. Deixe este reino desaparecer, queimar ou continuar sofrendo para sempre!

A menos que nós descubramos esta condição internamente, nós não nos “familiarizamos” conosco mesmos. Na verdade, é a realização do atributo de singularidade, ou seja, a realização da inclinação ao mal.

É extremamente difícil revelar isto dentro de nós mesmos. Mesmo se admitirmos a nossa maldade, ainda assim não concordamos com ela internamente. A inclinação ao mal não nos permite atravessar o processo de autoanálise, nem nos deixa visualizar ou sentir a nossa natureza, nosso egoísmo requintado, nosso “eu-ismo”, que nos obscurece a imagem inteira do mundo, nem deixa qualquer espaço para outra coisa. É como se os outros simplesmente não existissem; nós somos simplesmente incapazes de levá-los em consideração. Eles estão fora do nosso alcance de percepção. Este tipo de consciência é um passo essencial no caminho para a correção.

Pergunta: Por que o nosso egoísmo oculta a verdade de nós?

Resposta: É uma defesa natural. Nosso egoísmo não quer que soframos. Se nós víssemos todo grau de maldade que temos, nos esforçaríamos em nos livrar dela. É por isso que o nosso egoísmo esconde a verdade de nós: ele mostra um pouco a borda da tampa e depois volta a cobri-la. Isso é organizado desta forma para nos fazer afundar cada vez mais fundo, até que atinjamos o fundo, a realização máxima. Nesse momento, nós estamos prontos para a ajuda da Luz.

Até então, nós não estamos “equipados” para isso; nós só iríamos resistir ao nosso desejo de autocorreção, fugiríamos no último momento. Se nosso egoísmo não nos protegesse das sensações negativas que experimentamos por causa da nossa consciência de nossa essência egoísta, não seríamos capazes de continuar o nosso trabalho.

Isto explica por que um processo cognitivo acontece em “solavancos”. Há pouco nós fomos surpreendidos por nossas iniquidades, mas a cortina se fecha, e mais uma vez nos pegamos tendo pensamentos vis sobre os outros: “quem me dera que ele estivesse morto! Por que eu preciso dele afinal? Ele está no meu caminho…” E mais uma vez ficamos chocados com nossa malevolência, mas nos esquecemos disso novamente. Geralmente, cada atributo é emparelhado com o seu oposto. Caso contrário, não seríamos capazes de penetrar na profundidade.

De qualquer forma, se não aspirarmos ao bem, nunca vamos reconhecer nossa malevolência. É uma regra universal que funciona em todos os estados que atravessamos. Nós buscamos benevolência e doação; nós queremos ficar com nossos amigos; nós levamos a cabo nosso grande objetivo sem hesitação, sem olhar ao redor, sem “rodeios”. No entanto, em vez de benevolência, nós descobrimos solidão, destruição e caos.

Diz-se: “Faça o que puder”. Isso significa que o indivíduo deve ser um “bom menino” e aspirar ao objetivo teimosamente e firmemente. Neste caminho, a pessoa aprende muitas coisas e se torna mais inteligente, mas o principal é continuar avançando e agindo.

Pergunta: Nós podemos nos preparar com antecedência para a revelação do mal, , para que possamos corrigi-la imediatamente?

Resposta: Não, nós nunca devemos nos preparar para o mal. Uma pessoa que trabalhou num circo me disse uma vez que os acrobatas têm uma regra muito importante: antes da apresentação, eles verificam onde poderiam cair. Eles sabem de antemão onde aterrissarão se caírem, e que posição vão manter enquanto caem.

Na espiritualidade, há um análogo para este treinamento. No entanto, nós trabalhamos para não cair. Nós sempre devemos aspirar a avançar. Sim, nós temos que preparar a “retaguarda”, mas nossos olhos devem ver o objetivo à frente. Nós ão temos a intenção de recuar.

Um Pequeno Sacrifício Por Uma Grande Meta

Dr. Michael LaitmanNum grupo de Cabalistas, o amor ao próximo é alcançado quando paramos de prestar atenção não só na externalidade dos amigos, não só na sua aparência física, mas também no seu potencial interior, porque tudo isso se mistura e cada um trabalha dentro do outro.

Nós já falamos disso mais de uma vez, de que eu não tenho esses desejos em mim que posso satisfazer através da Luz Superior, através do Criador, ao alcançar o mundo superior. Todos eles são encontrados em você; apesar de que em mim, eles não existem. Há apenas um ponto em mim e nada mais do que isso.

Na medida em que adquiro seus desejos como meus (“e amarás o teu amigo como a ti mesmo”), eu adquiro esse Kli espiritual, esses desejos, que posso satisfazer. Através de sua realização, eu me satisfaço.

Junto com isto nós nos transformamos em grandes egoístas, só que isso não é mais chamado de “egoísmo”, porque você vê eu superar o meu pequeno ego físico a fim de adquirir um desejo gigantesco que é preenchida pela Luz através da presença do Criador. E tudo isto é meu!

Portanto, não se separem de nada, não fujam de nada, não sacrifiquem nada e não finjam que são heróis. Pelo contrário, vocês estão se aproximando da grande recepção de Ein Sof. Assim, esta sabedoria é chamada de “ciência da recepção”.

Como diz o Baal HaSulam, a única coisa que existe aqui é um pequeno truque psicológico, onde nós temos que superar uma barreira psicológica: “como se” eu satisfizesse os outros em relação ao meu eu atual.

Porém, tão logo eu começo aos poucos a sentir pelo grupo o que uma mãe sente por seu filho, que isso é meu, então isso imediatamente se torna compreendido por mim que realmente é meu. Esta é a minha aquisição, meus Kelim. E é isso! Este é o seu mundo do Infinito. Por favor, sejam como o Criador, assumam o controle disso, vocês irá obtê-lo e apreciá-lo!

Pois qual é o objetivo da criação? Desfrutar! Portanto, não tentem fazer de si mesmos santos mártires. Vamos sacrificar o menor e quase insignificante ego a fim de deixá-lo e adquirir um Kli verdadeiramente ilimitado preenchido com prazer infinito.

Da Convenção em São Petersburgo “Dia Dois” 13/07/13, Lição 4

O Amor É O Caminho Da Felicidade

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (de Arguments and Facts ): “O amor não morre. Parceiros que se amam muito, mesmo décadas após o casamento sentem aquela sensação de euforia (causada pela secreção do hormônio do prazer: a dopamina), como fazem os casais recém-apaixonados. A diferença está nisso; com aqueles que não se apaixonam por muito tempo tem sido observado que há atividade aumentada de regiões do cérebro responsáveis ​​pela paixão e excitação. E com os parceiros que estão apaixonados por um longo tempo, as atividades nas áreas de calma e supressão da dor tornaram-se proeminentes”.

Um piscar de olhos. O amor é despertado em um quinto de segundo após o contato com os olhos, e se expressa numa forte estimulação em 12 áreas do cérebro. O número de hormônios que são segregados no sangue é diferente, o que perturba a atividade normal do sistema nervoso. A partir daí vem a expressão: ‘Perder a cabeça por amor’.

“Uma droga que não é prejudicial. O amor influencia as pessoas dessa forma; elas esquecem as coisas óbvias e perdem a capacidade de se concentrar, ou seja, o amor influencia o corpo humano da mesma forma que drogas. A memória e a concentração ficam menos ativas quando a pessoa vê a imagem do objeto de seu amor”.

Meu Comentário: Amor espiritual (não o que é egoísta, ou natural, como o amor de uma mãe por seu filho ou o amor por alguém do sexo oposto que satisfaz o ego), o amor que é criado em nós “artificialmente” com o ajuda da Luz superior (Luz Circundante – Ohr Makif) de acordo com determinado método (o método da educação integral), que apesar do nosso ego, um ama o outro – apaixonada assim, a sensação de um poder superior é descoberto porque a pessoa começa a ver o mundo através de outras pessoas, em seus desejos e características. Desta forma, a pessoa “deixa” o seu corpo (sentidos) até a criação ser compreendida como um campo eterno de poder e emoção.

O Ser Humano É Intenção

Dr. Michael LaitmanTodos os seres criados estão sob o controle do Criador, a força superior. O Criador criou apenas uma coisa — o desejo de receber, que é dividido em quatro níveis: inanimado, vegetal, animal e humano. Estes estágios descendem da conexão com o Criador, desde o “mundo do Infinito” até o estado “deste mundo”, em que eles estão completamente desconectados do Criador. Eles descem porque somente através da participação na criação da conexão com o Criador os seres criados sentirão, entenderão, alcançarão e farão com que a vida deles tenha o mesmo estado que o Dele.

Para fazer isso, todo o desejo de receber deve assumir a forma do desejo de doar, inerente ao Criador. No caminho, os seres criados atingem a alta gerência e obtêm a capacidade de agir como o Criador. Isso significa ser como Ele.

Para trazer todos os seres criados ao estado de pertencer a todos os quatro níveis, o desejo mais desenvolvido da quarta fase (o ser humano, Adão) deve primeiro estabelecer conexão com o Criador. Apenas o quarto nível é capaz de manter essa conexão de forma consciente e deliberada ao começar a sentir a sua própria realidade contrária ao Criador, vendo-se em oposição a Ele, concordando ou discordando Dele, agindo em seu próprio beneficio ou em benefício do Criador, etc.

Assim, em essência, o quarto estágio é o centro da Criação. Por outro lado, os três estágios anteriores estão conectados a ele sem ter o livre arbítrio. É o quarto estágio que determina como esses componentes irão participar no processo. É a intenção, a direção, enquanto os outros só agem nesta direção sem qualquer liberdade de escolha.

Assim, nós estamos falando de pessoas neste mundo que, acima de tudo, devem sentir que estão em ocultação e, assim, podem trabalhar a fim de estabelecer contato com o Criador desde o estágio de separação completa Dele, desde o ponto mais distante do infinito.

Esquematicamente, parece assim: o Criador está no mundo do Infinito e nós estamos neste mundo, e a distância entre nós é dividida em 125 graus. Nós temos que estabelecer conexão com Ele a partir daqui, deste mundo.

Isso começa quando o Criador nos desperta — brilha mais e mais. Devido à Sua Luz, os desejos do quarto nível começam a se elevar no nosso mundo; por sua vez, eles também são subdivididos em vários tipos de acordo com os mesmos quatro estágios. Os desejos “mais puros” despertam primeiro; eles são seguidos por desejos mais “grosseiros”. Assim, o processo de correção continua do fácil ao difícil. Em outras palavras, essas partes “fáceis” que corrigimos no início nos ajudam a corrigir as mais “grosseiras”, as partes “mais pesadas” depois.

A correção é realizada devido ao fato de que o Criador desperta Sua iluminação, Sua atitude para conosco, e ela começa a ser revelada, não tão boa para o “material” do desejo, como nos níveis inanimado, vegetal e animal, mas deliberadamente boa. Em outras palavras, devido à iluminação do Criador, nós temos que chegar mais perto Dele.

Para fazer isso, nós precisamos mudar a nossa intenção. Ou seja, em vez do nível inanimado, vegetal e animal, temos que formar o estágio humano em nós mesmos. E o estágio humano é a intenção acima da matéria.

Nós sabemos isso dos quatro estágios da distribuição da Luz direta: no final, a quarta fase decide fazer a restrição (Tzimtzum) e responder ao mestre com a mesma atitude que Ele demonstra em relação a ela. Esta é a intenção.

A quarta fase não tem nada que devolver à parte posterior do Criador — ela só pode continuar a receber Dele o bem com a intenção de transformar tudo que é recebido em doação a Ele. Então, todos os pensamentos da pessoa e todo o seu coração estão no Criador. Não importa o que ela recebe; a pessoa é como um hóspede que olha para o Anfitrião e só quer agradá-Lo.

Isso é o que significa a mudança de intenção, uma mudança de atitude; eu mudo de “para o meu próprio bem” em “para o bem do Anfitrião”, que se torna o fator determinante. O Anfitrião é o primeiro para mim, Seu estado é a minha primeira e principal preocupação. De acordo com isto, eu faço comigo tudo o que é necessário.

Assim, já não importa que estágios a pessoa passa, apenas se eles são para o benefício do Anfitrião, e neste caso ela os aceita, está feliz, e sua intenção está completamente alinhada com eles.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 06/08/13, Shamati #8

Atrás Da Capa Do Destino Cego

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Exílio e Redenção”: Com estas palavras, eu só quero mostrar que a Torá e a lei natural do desenvolvimento andam de mãos dadas na unidade maravilhosa mesmo com o destino cego.

Embora pareça que a minha vida é gerida por um destino cego, ela é, na verdade, gerida pela lei natural da evolução. Parece que meu destino depende de muitos incidentes ocasionais, mas, na verdade, todos os eventos e acontecimentos na minha vida são pré-determinados pela criação.

Só uma coisa depende de mim e é assim que eu aceito esses eventos. Se eu me preparo corretamente, eu posso aceitar e senti-los de uma maneira oposta do que sinto hoje. Hoje eu tenho um “receptor” especial, um mecanismo com um sensor, que pode mudar totalmente a recepção, o sentimento, de menos cem por cento para mais cem por cento.

Mas toda a cadeia de eventos não muda e eu vou passar por todos eles. O Criador inicia esse processo e gerencia a criação, mas no caminho Ele lhe dá a oportunidade de aceitar Suas ações se você quiser. Se você não quiser, Ele vai fazer você querer.

É porque não há outro além Dele. Tudo já está predeterminado e, mesmo que Ele mude as “cartas” desta “história”, ou seja, se uma carta não corresponde e Ele a substituiu por outra carta, isso é apenas com relação ao meu sentimento, de modo que eu vou trabalhar melhor nele.

Na verdade, eu estou num processo eterno e só posso me perguntar sobre a minha percepção: “Há realmente alguma mudança? Se houver mudanças, elas estão dentro ou fora de mim?”.

Mas se é sobre minhas impressões, então eu certamente posso alterá-las. Se eu não mudar, elas vão se tornar tão desagradáveis que, por fim, eu vou tentar mudá-las e corrigir o meu “receptor”.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 04/08/13, Escritos do Baal HaSulam

Como Podemos Corrigir O Coração De Pedra?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que não podemos corrigir o coração de pedra?

Resposta: É impossível corrigir o coração de pedra, uma vez que ele é a lacuna, o hiato entre “a existência a partir da existência” e a “existência a partir da ausência”. Eu só posso me assemelhar ao Criador. Assemelhar-se significa formar acima de mim todas as formas do Criador que eu vejo. Então, o desejo de receber assume diferentes formas de doação. Isto significa que eu posso me assemelhar a Ele como um ator, mas não posso me assemelhar a Ele em toda a minha interioridade.

Só por meio de todas as minhas correções, quando todas as Luzes que eu atraio se reúnem, é que elas vão operar o sistema e este vai me influenciar pela Luz que corrige o coração de pedra. Eu crio este processo de forma indireta.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 04/08/13, O Livro do Zohar – Introdução

Quando Ameaças Anulam Tudo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Paz no Mundo”: …o bem-estar da sociedade, que é o bem-estar do Estado, e o bem-estar do mundo, são totalmente interdependentes. Enquanto as leis da sociedade não são satisfatórias para cada indivíduo no Estado e deixam uma minoria que está insatisfeita com o governo do estado, esta minoria conspira sob o governo do Estado e visa derrubá-lo.

Nosso mundo é redondo não só porque a terra é redonda, mas porque todas as conexões rodeiam diante dos nossos olhos. Todos os sinais se movem para frente e para trás entre nós e nós estamos todos conectados mesmo se for contra a nossa vontade.

Quando descobrimos a conexão interna entre nós, nós também a satisfazemos desde fora através da construção de diferentes instrumentos para ajudar a nos comunicar. Uma pessoa que viveu três séculos atrás precisava de um telefone celular? Na verdade não, e para quê? Será que ela precisava para verificar os preços da farinha ou do sal em outro estado? Que diferença faria? Afinal, era longe demais.

Mas o contato físico direto aos poucos se tornou um contato emocional, e as pessoas inventaram transporte, carros, trens, aviões e conexões de rádio, etc. Em geral, há cinquenta anos não havia necessidade de cabos de comunicação global que conectam o mundo inteiro, mas agora não podemos sequer nos imaginar sem eles. Durante os últimos quinze anos a Internet tem rodeado todo o mundo e tornou-se parte da vida de cada pessoa. Por quê? Porque o homem sentiu uma necessidade interna para isso e desenvolveu a tecnologia certa. A propósito, hoje também temos deficiências maiores, mas o ego de pessoas individuais freia o avanço delas e não nos fornece as ferramentas certas…

Tudo decorre da frustração, de uma atração interna por alguma coisa. Isto é o que deve nos obrigar a construir ferramentas com as quais possamos corrigir o mundo.

Ao mesmo tempo, a conexão global é acompanhada de um fenômeno negativo e muito perigoso. Por causa do ego, nós estamos conectados por desejos maus, e cada um quer dominar os outros, desfrutar a sua custa e usá-los. Se nós pudéssemos apenas definir certas limitações, mas é muito difícil. Assim, a conexão entre nós pode ser muito perigosa.

Estamos em um estado de transição, um estado intermediário, e apesar das ameaças, temos uma necessidade de conexão absoluta. Queremos ver e ouvir a todos, independentemente das diferenças de idioma, diferenças culturais e outras, e queremos entender e sentir o máximo possível. Estamos prontos para transformar a Internet em algo que é totalmente diferente, visto que agora ela já nos oferece opções muito limitadas em comparação com os nossos requisitos. A tecnologia moderna pode construir uma ponte sobre esse espaço, mas, por enquanto, não a desenvolvemos para um uso mais extensivo.

Nós estamos em uma transição muito afiada e a paz no mundo depende, na verdade, de cada um. Isto significa que cada um precisa de correção, pois caso contrário pode causar danos numa escala interna. Os hackers, por exemplo, podem perturbar muitas funções essenciais por controle remoto e quebrar a proteção eletrônica de reservatórios de gás ou o sistema de fornecimento de energia. Em outras palavras, determinado perito pode trazer um grande desastre só usando os dez dedos de algum canto distante do mundo.

Isto significa que, enquanto nós não estamos corrigidos, a conexão entre nós é muito perigosa para a paz no mundo. Ela se relaciona com muitas áreas diferentes e especialmente para aqueles que produzem armas e lidam com elas. Essas pessoas só esperam um conflito estourar em algum lugar do mundo. Esta é a forma como pensa o mundo egoísta e permanecerá assim até que corrijamos nosso ego.

Mas, por outro lado, é o perigo causado por fenômenos globais que traz uma oportunidade de correção, visto que não teremos escolha; não seremos capazes de viver sob esta terrível ameaça constante. Enquanto estamos sob esta ameaça, não vale a pena viver, casar, ter filhos e criá-los, se todos podem facilmente estragar meu sucesso e até mesmo acabar com a minha vida. Todos os começos tornam-se insignificantes.

É então que a pessoa compreende finalmente que deve corrigir a situação. Como eu posso me proteger contra os criminosos? Na verdade, minha vida depende de todos e eu simplesmente não posso viver com esta terrível ameaça constante. É impossível perseguir todos os potenciais criminosos.

Talvez tudo isto irá nos forçar a tomar uma decisão, uma vez que não temos outra escolha.

Enquanto isso, nós sequer entendemos como podemos chegar a uma solução. Através da ONU? Nós vemos como esta organização é impotente. Por trás da conexão bipolar há uma verdade amarga, segundo a qual todos tentam lucrar à custa dos outros. Na verdade, não há lugar para onde se virar. Não há nenhuma organização ou instituição que represente a humanidade no que diz respeito às questões-chave do nosso tempo.

Baal HaSulam diz que o bem-estar do mundo e o bem-estar do indivíduo são o mesmo. A condição essencial do nosso tempo é finalmente reconhecer a necessidade de conexão, de paz, de concordância e amor entre nós. Não podemos sobreviver sem amor. O princípio do “ama o teu amigo como a ti mesmo” é o resultado de um processo muito difícil de reconhecimento do mal, quando não há escolha e a pessoa entende que deve realizá-lo.

De uma maneira ou outra, o indivíduo e o geral avançam ao longo do mesmo caminho hoje, ao longo do caminho do reconhecimento do mal, que finalmente nos empurra para tomar a decisão de que temos que mudar nosso estilo de vida e adotar o novo software. Então vamos finalmente embarcar em um novo caminho.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/07/13, Escritos do Baal HaSulam