Textos arquivados em ''

Comprando Um Lugar Ao Lado Do Criador

Dr. Michael LaitmanAo ler O Zohar, nós temos que tentar encontrar o contato entre nós e sentir a força superior neste contato. Nossa conexão vai se tornar o vaso para a revelação do contato com o Criador.

Se eu tento me conectar com os amigos, eu já estabeleço um vaso acima da razão, já que de acordo com a minha razão, eu não estou conectado a ninguém, e não preciso estar conectado a ninguém; eu estou sozinho e é como se todo mundo não existisse. Se eu acredito que a conexão entre nós é mais importante do que eu, eu já subo acima da minha razão, acima do meu desejo.

Portanto, mesmo que a conexão entre nós não tenha atingido o nível da verdadeira doação, ela já recebeu certa forma acima do ego individual da pessoa. Assim, até este ponto, ela já é premiada com uma iluminação de cima com a doação da Luz.

Não há outro meio em nosso mundo para se aproximar da Luz, para se tornar semelhante a ela, tornar-se adaptado a ela, de modo que a Luz comece a nos influenciar, senão conectando-se aos outros acima da minha razão. Essa ação já está organizada para nós para que possamos realizá-la. Nós podemos realizá-la de diferentes maneiras. Nós temos o apoio do ambiente. Isso significa que tudo é organizado no nível corporal mais baixo: você tem amigos e um grupo, portanto, faça-o!

Ninguém pode alegar que não recebeu a chance de avançar. Se uma pessoa se coloca no grupo como o membro mais simples, menor e mais humilde, então, por esta ação corporal simples, ela já pode começar a sua ascensão espiritual, mesmo sem uma mente especial, sem sentimento e sem qualquer informação sobre o avanço espiritual. Ela não tem que fazer nada além de servir ao grupo. Esta é a verdadeira forma de Malchut de Nukva (a parte feminina da criatura). Se ela serve, ajuda, apóia e faz a vontade de seu esposo, ela “compra” o seu lugar ao lado dele. Nós temos que fazer o mesmo em relação ao Criador.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/07/13, O Livro do Zohar – Introdução

A Raiz Do Trabalho Espiritual

Dr. Michael LaitmanA raiz do trabalho espiritual está em encontrar a base das ações do Criador sobre nós. No momento em que revelamos que o Criador está em toda parte, que Ele é o fundador e quem sustenta tudo, nós realmente começamos a trabalhar em compreender e reconhecer isso. Esta compreensão e reconhecimento estão acima da razão, em novos vasos, e não nos vasos que temos agora.

Portanto, a nossa subida até os níveis de revelação é a revelação da Providência superior e do entendimento de que o Criador organizou e corrigiu todos os eventos e é a causa de tudo o que acontece. Quanto mais alto subimos a escada da realização, mais profundamente descobrimos nossas raízes olhando para trás em todo o caminho que subimos ao mundo de Ein Sof (Infinito).

Cada vez nós descobrimos que todo evento tem uma raiz muito mais profunda do que pensávamos. Toda ação, mesmo a menor delas, e todo estado tem mil razões diferentes que estão conectadas a milhares de outras ações importantes que afetam os próprios fundamentos da criação.

Parece-nos que passamos por diferentes eventos individuais e incidentes em nossos relacionamentos com os amigos, com o grupo, com o mundo exterior, com a nossa família, com nós mesmos, mas, de repente, nós descobrimos como tudo isso, incluindo os menores detalhes, está conectado a toda realidade, a milhares de anos de evolução em nosso mundo, a outros ciclos de vida, aos elementos do universo, de toda a criação, acima de todos os mundos.

Assim, a partir da “frente” nós percebemos as “costas” e das “costas” nós percebemos a “frente”. Com este apoio mútuo, como se diz, “Tu me cercado por trás e pela frente”: nós revelamos o Seu controle direto e indireto. A pessoa anseia pela “frente” e as “costas” são reveladas, depois a “frente” é revelada e, portanto, a Luz de Hassadim e a Luz de Hochma são reveladas a ela uma dentro da outra nos novos vasos, e ela alcança suas raízes.

Das raízes, ela já atinge quem as implanta, quem as estabelece e fixa, o que significa, o Criador, como se diz: “De suas ações O conheceremos”.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/07/13, Escritos do Baal HaSulam

O Zohar: O Programa De Gestão Do “Computador” Da Criação

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, “A Noite da Noiva”, Item 145: A palavra HaVaYaH aparece escrita seis vezes e há seis versículos desde “os Céus proclamam” até “A Torá do Criador é perfeita” (Tehilim [Salmos] — 19:2-8). E este é o segredo da palavra BERESHIT, que é formada por seis letras: O CRIADOR CRIOU ET (OS) CÉUS E A TERRA, seis palavras ao todo.

O Zohar explica o programa: “Há um programa diante de vocês. Leiam-no, falem sobre ele, e discutam-no. Aqueles que puderem, lembrem-se dele, e quem não puder, esqueça, não importa. Trabalhem com ele. De qualquer forma, vocês não vão entendê-lo. Mas, ao se ocupar com esse programa, lendo sobre ele e querendo saber o que ele é e do que ele fala, vocês estão gradualmente reunindo-o dentro de vocês em seus vasos, em seus discernimentos”.

É por isso que nós lemos sobre o programa operacional. Ele se veste em nós na medida em que queremos que ele seja vestido em nós. O próprio texto nos ajuda a estar, de alguma forma, conectados a esse programa.

Existem diferentes almas. Para a primeira geração o programa que foi escrito na forma da Torá foi suficiente, as gerações que se seguiram necessitaram de acréscimos, os profetas, a Mishná, Gemará, e, em seguida, mais e mais novos livros. Em geral, no entanto, todos eles explicam o programa inicial, os cinco livros da Torá, ajudando-nos a querer reunir este programa em nós para que possamos realmente começar a operar de acordo com este programa.

Pergunta: Se seguirmos a analogia do computador e do programa, o hardware é o nosso desejo de receber. O que o programa faz com o desejo de receber? Como ele o opera de forma diferente?

Resposta: Em nosso caso, o hardware, o desejo de receber, não muda. Ele permanece o mesmo. A julgar pelo hardware, o computador é perfeito. Toda a diferença entre os programas está nas conexões, em seus números, na sua capacidade de se conectar.

O software só conecta todas as partes do computador, dá a cada célula de memória um número, conforme a sua importância, e conecta todas as células. Deste modo, cada célula de memória contém determinadas informações e todas estão conectadas de acordo com certa ordem. Esta ordem também pode mudar, mas é tudo parte do mesmo software.

Isso é tudo o que realmente temos. Agora, todas as células contêm um e zero, e isso depende da conexão entre essas células. Esta é a vida, isto é todo o software, todo o programa operacional, e tudo o que existe. Nós não levamos em conta as verdadeiras células de memória, o zero e o um em cada célula. O que importa e o que determina as coisas é a ordem das conexões entre elas e a dinâmica das conexões mútuas que constantemente mudam, uma vez que isso é o que determina o fluxo de informações que é sentido em nós como o fluxo da vida. A mesma coisa acontece em nosso corpo agora.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/07/13, O Livro do Zohar – Introdução

Esclarecimentos E Exames Num Grupo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você diz que é preciso desenvolver a sensibilidade ao grupo e estar incluído nele. Que esclarecimentos levam a pessoa a subir para um nível mais elevado num grupo?

Resposta: O esclarecimento é que o grupo se encontra acima de mim, que ele se torna meu próximo nível. E se eu me conecto com os amigos dentro dele, me fundo completamente neles, este será o meu próximo estado espiritual.

Depois disso, um ego ainda maior será adicionado a mim e eu vou voltar a sentir que o grupo e eu somos dois estados diferentes, dois elementos diferentes, e novamente haverá a necessidade de trabalhar na conexão. Dessa forma eu vou subir para o próximo estado espiritual.

Nós subimos apenas desta forma até começarmos a sentir toda a criação como uma unidade completa. Neste ponto, de acordo com a lei de equivalência de forma, nós vamos sentir a descoberta do Criador.

Enquanto eu não estiver conectado ao grupo, mesmo no mínimo nível, eu ainda não sinto o Criador mesmo no primeiro nível.

Pergunta: A pessoa precisa se entregar ao grupo. Como isso a ajuda a fazer esclarecimentos?

Resposta: Os esclarecimentos são sobre isso: o grupo se torna seu próximo nível. E se ela se conecta com o grupo (não faz diferença como ele lhe parece), se anula e se mistura com ele, lá ela vai encontrar o Criador. É possível fazer isso através de todos os tipos de trabalho em grupo: estudando, disseminando, nos encontros de amigos, e assim por diante, em tudo o que fazemos.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/07/13, Shamati # 59 “Sobre a Vara e a Serpente”

Servir A Um Propósito Nobre É Mais Saudável

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (da Universidade da Carolina do Norte): “‘Nós podemos nos tornar felizes através de prazeres simples, mas essas ‘calorias vazias’ não nos ajudam a ampliar a nossa consciência ou construir nossa capacidade de forma a nos beneficiar fisicamente. No nível celular, os nossos corpos parecem responder melhor a um tipo diferente de bem-estar, um bem-estar baseado num senso de conexão e propósito’, de acordo com uma nova pesquisa liderada por Barbara L. Fredrickson, Professora Renomada de psicologia na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill”.

“A sensação de bem-estar derivada de ‘um propósito nobre’ pode ​​fornecer benefícios celulares saudáveis, enquanto que a ‘simples autogratificação’ pode ter efeitos negativos, apesar da sensação geral percebida de felicidade, descobriram os pesquisadores”. …

“‘Filósofos sempre distinguiram duas formas básicas de bem-estar: uma forma ‘hedônica’ (egoísta), representando as experiências prazerosas de um indivíduo, e uma forma eudaimônica profunda (altruísta) que resulta do esforço em direção a um sentido e a um propósito nobre além da simples autossatisfação’, escreveu Fredrickson e seus colegas”.

“A colaboração com uma equipe da Universidade da Califórnia em Los Angeles liderada por Steven W. Cole, professor de medicina, psiquiatria e ciências comportamentais, Fredrickson e seus colegas analisaram a influência biológica de bem-estar hedônico e eudaimônico através do genoma humano. Eles estavam interessados ​​no padrão de expressão de genes dentro de células do sistema imunológico das pessoas.

“Trabalho anterior por Cole e colaboradores descobriu um desvio sistemático da expressão do gene relacionado com o stress crônico, uma mudança ‘caracterizada pelo aumento da expressão de genes envolvidos na inflamação’ que estão implicados numa ampla variedade de doenças humanas, incluindo artrite e doença cardíaca, e ‘a diminuição da expressão de genes envolvidos na resposta antiviral…’, observou o estudo.

“É a diferença, por exemplo, entre desfrutar uma boa refeição e sentir-se conectado a uma comunidade mais ampla através de um projeto de serviço, disse ela. Ambos nos dão uma sensação de felicidade, mas cada um é vivido de forma muito diferente nas células do corpo”…

“Mas, se toda a felicidade é criada de forma igual, e igualmente oposta ao mal-estar e, padrões de expressão gênica devem ser iguais, independentemente do bem-estar hedônico ou eudaimônico. Não é assim, encontraram os pesquisadores”.

“O bem-estar eudaimônico foi, de fato, associado a uma diminuição significativa no perfil de expressão gênica CTRA relacionada ao estresse. Em contraste, o bem-estar hedônico foi associado com um aumento significativo no perfil CTRA. Suas análises genômicas, relataram os autores, revelaram os custos ocultos do bem-estar puramente hedonista”.

“Fredrickson encontrou os resultados inicialmente surpreendentes, porque os próprios participantes do estudo relataram sentimentos de bem-estar. Uma possibilidade, sugeriu ela, é que as pessoas que experimentam mais bem-estar hedonista do que eudaimônico consumem o equivalente emocional de calorias vazias. ‘Suas atividades diárias proporcionam felicidade a curto prazo embora resultem em consequências físicas negativas a longo prazo’, disse ela”.

Meu Comentário: A Natureza é unificada, e buscar atingir sua totalidade é benéfico para todos os sistemas, físico e espiritual, para um indivíduo e o mundo. Quanto mais alto for o grau (espiritual) que a pessoa aplica esforços para levar a natureza à unidade, mais forte é o seu efeito sobre os graus inferiores (físico).

Não Punição, Mas Uma Responsabilidade Integral

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa que todo o sistema está parado se um de nós não participa dele da forma certa?

Resposta: É como uma válvula num motor que, de repente, fica parada e toda a máquina para, ou um componente da placa mãe do computador que está queimada. No entanto, há significado em quão importante é esta unidade. É a placa mãe ou algo menor? Considerando que, no sistema integral, os componentes não são mais ou menos importantes; ele é redondo, de modo que cada um é importante no mesmo grau como todas as outras unidades. Se ela desaparece, todo o sistema para.

Além disso, se um dos componentes queima, todos queimam, porque ele está incluído em todos eles. Nós somos como engrenagens no mecanismo de um relógio. Se um equipamento está quebrado e não gira, ele bloqueia todos eles e o relógio para.

O sistema funciona graças ao fato de que todos os seus componentes estão ligados entre si e funcionam em conjunto. E se alguma parte para de funcionar, ela para todo o sistema. Nenhuma engrenagem pode ser removida das outras e só girar como quiser. Isso não pode acontecer. Num motor funcionando, todas as engrenagens devem girar, e se de repente alguma delas ficar para, toda a máquina para.

Você não pode entrar no sistema ou deixá-lo. Você se encontra nele contra a sua vontade e não pode fazer nada sobre isso. Ao longo da história até o momento, nós só temos crescido; o sistema como um todo cresceu graças ao egoísmo. E quando cresceu, ele começou a mostrar a conexão entre todas as suas partes.

Hoje, as relações entre nós são reveladas cada vez mais. Todos os dias nós descobrimos dezenas ou centenas de tópicos que são estendidos de mim para você e de você para mim e para o resto das pessoas. Cada dia este polvo gigante nos pega cada vez mais em seus braços, através de novas conexões, de todos os meus pensamentos e desejos para todos e de todos para mim.

Nós estamos conectados por inúmeros fios de ligação; há muitos deles e eles estão tão fortemente entrelaçados que, finalmente, se fundem num grande campo. Agora o mundo está passando exatamente por esse processo: a cada momento essas conexões estão se tornando cada vez mais fortes e definem nossas vidas. Antes elas estavam escondidas, mas hoje essas relações são reveladas. De fato, nenhuma conexão nova é criada, pelo contrário, o sistema que já existe está sendo descoberto.

Pelo menos esta revelação está começando a nos julgar e exigir uma resposta. A crise mundial está se espalhando e intensificando, revelando nossa interconexão, e nós nos sentimos pior. Este sistema está sendo revelado como já existente, e exige que comecemos a agir de acordo com esta descoberta.

Suponha que 10% das conexões (de 100%) nos sejam reveladas. Nós não sabemos ou entendemos 90% delas, mas devemos respeitar o sistema de acordo com o grau da descoberta da conexão mútua. Se nós aspiramos a ser apoiados por ela, então estamos andando no caminho da Luz (“Achishenah“); nós concordamos com o sistema, queremos nos juntar a ele, cooperar e trabalhar em conjunto, e queremos aderir à força superior. A lei que trabalha neste sistema e conecta todas as suas partes é chamada de Criador, a força superior, a Luz.

Mesmo que não queiramos estar associados a ele e não queiramos participar dele, o sistema continua a funcionar. Mas a diferença, essa diferença entre seu estado ativo e nossa falta de vontade de trabalhar, é sentida como uma crise. O sistema continua a se revelar porque, de acordo com o programa, foram destinados 6.000 anos para o seu desenvolvimento.

Por exemplo, em um ano o sistema irá se revelar, e a nossa falha e falta de cooperação não é mais de 10% mas 20%. Assim, nós vamos sentir a crise o dobro da crise atual e, pior ainda, porque este é um sistema integral que multiplica a sua reação. Por isso será várias vezes pior do que agora. Imaginem temperaturas de 50 graus e de menos 50 graus; as plantações vão naturalmente morrer, também todo o gado. E o que nós vamos fazer?

Se nós não participamos desse sistema, não obedecemos à lei da natureza que temos a obrigação de cumprir, a sua verdadeira forma será revelada. Este não é um castigo que alguém está enviando intencionalmente. Simplesmente a verdadeira imagem está sendo revelada: que você não está participando do sistema comum e, portanto, está prejudicando a si mesmo. O Criador não o pune; em geral, Ele está pronto para ajudá-lo. Ele simplesmente não quer tirar a sua liberdade de escolha. Você mesmo deve decidir quem você quer ser: um pecador ou justo.

Se eu tenho consciência do sistema, quero estar melhor ciente dele e participar dele como sua parte integral, isso é chamado de “oração coletiva”. Então eu posso orar pelos outros ou pela minha participação no sistema, isso não faz diferença. De qualquer forma, é considerado que estou orando pelo conjunto, a fim de cumprir a minha obrigação em relação a todos. Peço apenas que me dará a força para participar de tudo para todos no caminho certo. Eu me sinto responsável por todos, por todo o mundo, e sou obrigado a realizar a minha função. E, de fato, com isso eu defino o estado de todo o resto.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 05/07/13, Escritos do Rabash

Não Construam Um “Bezerro De Ouro”

Dr. Michael LaitmanÉ muito difícil convencer uma pessoa, mesmo que ela já tenha começado a estudar Cabalá, de que nós precisamos ​​conectar uns com os outros. Ela não tem qualquer desejo ou necessidade disso. Pelo contrário, a pessoa comum prefere se aproximar dos seus vizinhos e de outros. Afinal de contas, ela acha que é vantajoso para ela manter boas relações e evitar conflitos, a fim de tornar sua vida mais segura.

Mas a pessoa que recebeu um desejo pessoal de descobrir o poder superior, de descobrir o mundo, e deseja saber o sentido da vida, torna-se muito individualista. Ela não quer estar vinculada com ninguém, pois sente que a questão essencial é encontrada dentro dela. Portanto, é muito difícil para ela ouvir sobre a conexão, que lhe parece como um jogo infantil e é incompreensível sob qualquer forma.

É por isso que eu estou muito feliz que hoje nós conseguimos começar a falar sobre isso. Nós chegamos perto de encontrar o ponto mais fundamental. E se estivermos preocupados com isso o tempo todo, então todo o resto será revelado por meio dela, dentro dela, dentro da conexão entre nós.

A nossa unidade é esse ponto preto pelo qual passamos como a barreira (Machsom) para outro mundo, “o buraco de uma agulha”, sobre o qual o Criador diz: “Faça uma abertura para mim como o buraco de uma agulha”. Depois nos conectarmos com um só coração, num só desejo, nós estamos conectados num ponto. Todos os nossos pontos estão conectados num ponto e cria-se uma abertura, como o buraco de uma agulha. Se nos prepararmos desta forma, nós vamos abrir uma passagem para o novo mundo e o mais alto nível será revelado para nós, que é o primeiro degrau na escada espiritual.

Esta necessidade de conexão é uma preparação para receber a Torá. É claro que a conexão não será realizada por nós a não ser com a ajuda do poder superior. Mas a nossa tarefa é a de sentir a necessidade de conexão e construir uma oração comum.

É lógico que nós não temos nada pelo que orar, nem privado ou coletivamente, exceto pela necessidade de alcançar a conexão. Assim, nós descobrimos todos os resultados positivos que precisamos. Mas se eu decido por mim mesmo que preciso saber mais, ter mais sucesso, ou até mesmo amar mais, isso mostra o meu orgulho. É necessário pedir apenas pela conexão. Além disso, nada mais; essa vai ser a nossa oração comum.

A “oração coletiva” não pode ser de outra forma: somente sobre a unidade. E não faz diferença o que resulta disso, pois que os resultados serão exatamente de acordo com a disposição dos níveis da escada que devemos subir cada vez mais. Nós não estabelecemos a sua disposição; nós só decidimos que devemos nos conectar cada vez mais forte entre todos.

Isso significa que eu não peço recompensa. Ela virá por si só, será descoberta no seio da sociedade, ou seja, na conexão entre nós, e nós só procuramos isso. Esta é uma verdade muito simples, mas ela continua passando despercebida porque o nosso ego se renova o tempo todo. Sucessivamente, nós somos forçados a nos voltar à “oração coletiva” onde estamos unidos como um só, num só pedido.

E se quisermos juntar quaisquer outros pedidos a isso, até mesmo as mais elevadas metas espirituais, como o sucesso na educação integral e atrair todas as pessoas para isso, mas colocamos isso como nossa meta particular, então isso é incorreto. Este é novamente o mesmo orgulho que nos obriga a decidir qual deveria ser a conexão entre nós. Assim, nós construímos o “bezerro de ouro”.

O “bezerro de ouro” não é apenas o trabalho da pessoa para o bem de seu ego. Eles não dizem nada sobre isso na Torá. O “bezerro de ouro” é o desejo da pessoa em estabelecer para si a forma do seu desenvolvimento espiritual, em vez de simplesmente desejar a conexão. O “ponto no coração” reúne todos os pontos e sobe até a montanha para receber a Torá, a Luz que Corrige. Então, todos os desejos que estão reunidos no pé da montanha irão se conectar ao mesmo ponto e desaparecer no ponto de conexão.

Apesar de tudo isso, a pessoa é atraída para decidir algo por si mesma, a adicionar algum tipo de demanda privada que é imperativa para ela, a fim de avançar a serviço do Criador: este é o “bezerro de ouro”. Estes são níveis muito elevados, níveis espirituais. Todo o caminho explicado na Torá de como devemos caminhar para chegar à conclusão da correção, do começo ao fim, é apenas com a força da conexão, e não com qualquer outra coisa.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/07/13, Escritos do Baal HaSulam

Uma Cobertura Atraente Ou Uma História Sem Fim?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Ao tentar compreender um pouco mais profundamente a relação com o sexo oposto, a pessoa descobre que não está familiarizada consigo mesma, com camadas inteiras de si mesma. Ela precisa de orientação, treinamento…

Resposta: O desenvolvimento humano chegou ao ponto do “reconhecimento do mal” na situação atual. Sem o “reconhecimento do mal” é impossível se transformar em Adão (nível humano). Por outro lado, a crise no reino do amor ainda não fez as pessoas abandonarem a busca de sua “outra metade” e elas se movem em massa para substitutos artificiais para o sexo, drogas e outras fontes que distorcem o assunto original.

Se olharmos para o problema de um ponto de vista histórico e sistêmico, nós agora temos a oportunidade de participar no processo de correção da espécie humana, incluindo e através das relações entre os dois sexos.

Pergunta: Mas hoje é muito difícil para as pessoas encontrar um parceiro compatível para si…

Resposta: Basicamente, não há mais parceiros compatíveis. Hoje ninguém declara seu amor antes de saber o nome do seu parceiro. Mas isso é exatamente do jeito que era no passado, quando as pessoas sentiam que foram feitas uma para outra à primeira vista.

Hoje nós aprendemos que precisamos nos ajustar um ao outro através de um trabalho de aproximação mútua. A fim de nos conectar verdadeiramente, nós devemos trabalhar juntos, pelo menos durante alguns meses e, às vezes, por um ou dois anos. Só então nós começamos a nos ajustar um ao outro e há uma conexão interna entre nós, que torna possível “difundir-se”, penetrar um no outro, como café e água que se misturam e não permanecem mais como eram, mas juntos criam algo novo. Só depois de penetrarmos pelo menos um pouco um no outro mentalmente é que podemos entender como continuar este processo de integração mútua. Esta penetração recíproca é o verdadeiro acasalamento, o acasalamento entre almas. Então nós estamos prontos para casar, estar ligados por muitos anos. Pois nós já adquirimos um programa de mútua interpenetração mental, entendemos como podemos fazer isso e estamos dispostos a sustentar isso mutuamente.

É por isso que o meu professor, o Rabash, dizia que no início não deve haver rejeição externa entre as pessoas, e todo o resto depende dos esforços coletivos, por meio dos quais a família vai florescer, e não descansar sobre os louros, mas desenvolver o relacionamento cada vez mais.

Pergunta: Mas como pode uma pessoa decidir começar este trabalho, mesmo antes de começar a “disseminação”? Afinal, ela é impulsionada pelo amor, ou seja, os sentimentos, e não pela razão.

Resposta: É necessário se livrar de todas as “vestimentas” sujas da alma em que está vestida: as preferências egoístas, os padrões de “Hollywood”, e os vários estereótipos que a maioria estabelece.

Nós julgamos o sexo oposto de acordo com os sinais externos artificiais. Portanto, se nós falamos sobre uma verdadeira mudança, antes de tudo, nós devemos trabalhar com uma multidão de solteiros para que eles entendam a sua natureza e por que não conseguem construir relacionamentos estáveis. A pessoa necessita de uma abordagem saudável para si mesma e para com os outros: um pouco menos dos padrões de Hollywood e da Internet, menos chats polvilhados de emoticons.

Nós falamos através de emoticons, olhamos para a vida através do prisma de modelos. Mas, na verdade, eu preciso ser como uma criança que pode se apaixonar sem reservas, como nos dias em que adereços externos não me interessam. Eu realmente não vejo meu amante, porque ele se dissolve numa névoa de desabafos emocionais, como se alguém pressionasse um botão invisível e eu estivesse “pegando fogo” por ele. Eu devo retornar a um estado como esse.

Para isso, nós precisamos nos livrar de toda a “vestimenta” sob as quais nós prendemos através da pressão da sociedade, seja a influência da Internet, livros, filmes, contratos sociais, ou apenas as avaliações de outra pessoa do que é bom e o que é ruim. Eu tenho que me tornar mais natural, mais perto da natureza, mesmo que seja mais simples e egoísta, não importa. Eu não quero mais depender de todo mundo.

Só é possível chegar a isso numa grande sociedade de pessoas como eu, de solteiros, onde todos nós juntos estamos aprendendo a reconhecer a nós mesmos: quem e o que somos, qual é a nossa natureza, como nos relacionamos com nós mesmos, com um parceiro, com o mundo e assim por diante. Pois, gradualmente, nós deixamos de ser dependentes de todas as normas externas que nos chegam do outro lado do oceano.

Tudo depende do contrato social. Se ele muda, então nós olhamos para essas coisas de forma totalmente diferente. As fotos modernas são infundadas, imaginárias. Primeiro de tudo, nós precisamos tirá-las do “pedestal” e, ao mesmo tempo, não depois, mas especificamente em paralelo, criar valores completamente diferentes, de modo que não sejamos atraídos para conexão externa, mas para uma conexão interna. Afinal, a conexão externa é frágil e fugaz. Muitas vezes ela já terminou na manhã seguinte, enquanto nós podemos desenvolver a conexão interna infinitamente.

De qualquer forma, nós precisamos aprender juntos, com a cooperação mútua dentro do grupo. Fazer workshops compartilhados e outros meios que tornam possível a construção de uma relação diferente entre nós. Só então eu sentirei que mulher está  realmente mais perto de mim, no sentido mais profundo e verdadeiro. É possível contar com este sentimento, pois eu vou parar de ver as externalidades, mas vou me concentrar apenas na sua essência, na interioridade. A mulher não será mais apenas uma “cobertura” para mim, mas será como um valioso “livro”, no qual uma nova profundidade de emoção e intimidade mental é descoberta. E a expectativa dessa conexão vai chegar imediatamente à corda oculta dentro de mim. Depois disso, eu adiciono o componente externo a essa centelha.

Desta forma, nós construímos a ordem correta de prioridades e abordagem mútua, uma abordagem completamente oposta em relação a que está acontecendo hoje. Isso é porque eu não estou à procura de uma esposa para mim, mas sim uma conexão interna na mente e nos sentimentos. Eu quero preencher o espaço que ficou vazio desde o meu primeiro amor.

Cabe a eu alcançar o fundamento de todas as correções. Se o vazio não fosse deixado em mim após a primeira sensação, eu não teria nada pelo qual viver. Todo o resto dos sentimentos é transitório e superficial em comparação com este sentimento. O desejo básico para conexão interna obriga-me a procurar satisfação, apesar de eu mesmo não saber o que realmente quero satisfazer.

Somente este vazio me acompanhou ao longo da minha vida, me empurrou para encontrar e atingir. É só a minha alma que eu posso satisfazer através da conexão com o outro. E sua parte essencial é a conexão chamada de “família”, “marido” ou “mulher”. Aos poucos, isso é adicionado à base do meu desenvolvimento, cobrindo o meu amor, cobrindo gradualmente o mundo inteiro. Este é o começo da alma humana, suas duas fundações, o macho e a fêmea, que estão conectados entre si e no seu desenvolvimento incluem tudo.

Da Discussão sobre Formação Integral 6/20/13