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O Mundo Inteiro É Meu Reflexo

Dr. Michael LaitmanO “escravo” é um desejo que eu assimilei dentro de mim e que está, portanto, sob o meu total controle. Ao mesmo tempo, eu o subjuguei a tal ponto que não é considerado mais o meu ego, mas um parceiro completo.

Eu posso utilizá-lo plenamente, não por pressão como fiz quando estava usando-o a força, mas de forma racional e lógica. Isso significa que ele já está em pleno acordo comigo.

Nós só falamos sobre as intenções e desejos, uma vez que não há nada mais do que isso numa pessoa. A pessoa é um pequeno mundo. Portanto, tudo o que nós vemos, a imagem do mundo com todos nela, é tudo um reflexo dos meus atributos internos e nada mais. Se há algo no mundo dentro de mim, é sinal de que esta é a forma como eu vejo o meu próprio reflexo.

Esta é a forma como eu deveria organizar tudo na minha cabeça durante a leitura das fontes, até que eu realmente perceba isso. Aos poucos, tanto a sua mente como a sua visão estarão focadas nisso, e você vai entender que é realmente assim. Mesmo os físicos quânticos e psicólogos estão começando a falar sobre isso agora.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 29/04/13

Para Que Seu Coração Lhe Atrai?

Dr. Michael LaitmanUma pessoa que não se envolve na sabedoria da Cabalá, mas simplesmente vê e ouve nossas transmissões começa gradualmente a perceber automaticamente todos os termos e conceitos da Torá corretamente, uma vez que a Luz superior opera sobre ela.

Ela não precisa de nada exceto isso. Se ela fizer tudo de forma sistemática, ela vai começar a sentir, sem dúvida, um mundo oposto e a entender que tudo o que percebemos no exterior é, na verdade, dentro de nós. Vai ser fácil e simples para ela perceber isso. Ela só precisa passar por essa mudança, e isso é tudo.

Em geral, é sobre isso que falam os campos que lidam com limites, como a física quântica e a teoria da relatividade. A pessoa tenta e não entende por que as coisas ocorrem numa determinada maneira, e então começa a perceber e a pensar em termos do novo sistema de coordenadas.

Mas antes de cada novo nível, antes da realização, há uma sensação de escuridão, de confusão, como se a lama fosse misturada na água e nada fosse claro.

A principal coisa é que nós somos parte da natureza e não podemos fugir dela. Nós nos dedicamos à ciência mais natural que apenas esclarece quem somos, como vivemos e como percebemos a natureza.

Mas se a pessoa não tem essa inclinação, você não será capaz de persuadi-la a estudar. Se ela começa a sentir a necessidade disso, ela não precisa de palavras. Ela sente isso como um animal, “isto se refere a mim”. Ela vai olhar em volta até chegar à sabedoria da Cabalá.

De KabTv “Segredos do Livro Eterno” 29/04/13

A Torá É A Base De Todas As Leis

Dr. Michael LaitmanAs leis da Torá tornaram-se a base para todas as leis, uma vez que são as leis da conexão humana natural. Se nós evoluímos gradualmente de macaco em ser humano, então, nós naturalmente abordamos a realização das leis, ou pelo menos pensamos que devemos fazê-lo, embora não tenhamos realmente sucesso. Isso significa que elas são as leis do mundo superior para a qual devemos, no final, nos tornar iguais, e as leis da natureza superior são fixas.

A humanidade começa a despertar gradualmente e quer se comportar de acordo com essas leis e viver por elas. É muito difícil dizer até que ponto nós conseguimos, pois as pessoas não têm o poder de cumpri-las; é um poder que elas devem receber. Isto é o que a sabedoria da Cabalá faz, uma vez que dá à pessoa o poder de cumprir essas leis. Nós não podemos cumpri-las por nós mesmos, uma vez que elas são opostas à nossa natureza.

No entanto, se a pessoa usa o método da Cabalá corretamente, ela recebe energia e mente para isso, e pode viver por essas leis. No conjunto, trata-se de educação. Nós devemos educar a pessoa corretamente, a fim de realmente mudá-la de macaco em ser humano. No momento, o comportamento das pessoas é muito pior do que o de um macaco.

Os macacos vivem de acordo com leis claras da natureza do nível animal e cumprem suas leis instintivamente. Portanto, nada é bom ou ruim, uma vez que é a sua natureza.

Nós temos a opção de agir “a favor” ou “contra”, “em favor de”, e assim por diante. Isto significa que nos é dado certo nível de liberdade que nos permite esclarecer a favor de quem devemos usar estas leis, a meu favor ou da sociedade, e como se tornar parte da sociedade, a fim de ser como um todo.

Normalmente, nós escolhemos a nosso favor e não pensamos no fato de que, se nos conectarmos com a sociedade, todos os problemas vão desaparecer e não haverá mais dilemas. Esta é a questão para o futuro.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 29/04/13

Não Há Punição, Há Apenas Correção

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Êxodo”, 21:18-19: E se os homens brigam, ferindo-se um ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer, mas cair na cama, se ele se levantar e caminhar do lado de fora com o seu apoio, o agressor deverá ser absolvido; ele lhe pagará apenas o tempo que perdera, e o fará curar totalmente.

Do ponto de vista corporal, nós entendemos do que se trata, mas se penetrarmos mais profundamente, vamos descobrir que é muito mais complicado. Trata-se de uma pessoa que pode ser incorporada na sociedade após os danos que foram causados ​​a ela, ser uma parte normal e integrante dela, e quem quer que lhe causou o dano deve compensá-la.

Pergunta: Qual é o significado de “e um ataca o outro” no trabalho interno?

Resposta: A pessoa inclui o mundo inteiro dentro dela, e quando há uma guerra dentro dela, ela deve se tornar seu próprio juiz e considerar com clareza e precisão o que dentro ela é “a favor” e o que é “contra”, de acordo com seu nível.

Existe uma corte superior, uma corte local, uma corte regional, e assim por diante, o que significa que existem diferentes níveis de acordo com a profundidade dos problemas que surgem. Existem problemas que podem ser resolvidos por um simples diálogo entre as pessoas, e há problemas que requerem a intervenção de um terceiro. A Torá fala sobre a intervenção de um terceiro, quando o juiz decide o que fazer em um caso específico.

Trata-se das três linhas em nosso comportamento. Há ações que são resolvidas pela intervenção de forças superiores e condições especiais, e assim por diante.

A Torá não se refere à prisão. De acordo com a Torá, ela não só é inútil, como prejudicial a uma pessoa, uma vez que a separa da sociedade. Não há punição maior do que separar uma pessoa da sociedade, uma vez que é na sociedade que ela se realiza, e se você a separa da sociedade, ela é considerada morta. Assim, não pode haver isolamento. Nós podemos banir uma pessoa de uma sociedade e levá-la para outra, mais inferior, que seja mais adequada para ela.

No passado, havia cidades de refúgio para as quais uma pessoa poderia fugir se tivesse cometido um pecado sem querer. No entanto, se ela deixasse a cidade, poderia ser presa e punida. A fuga para uma cidade de refúgio, para um asilo, era a sua correção.

Isto significa que a providência superior tinha agido sobre a pessoa de tal maneira que ela tinha acidentalmente matado outra pessoa ou causado dano a outra pessoa. Isso significa que ela não participou nesta ação e que esta, inicialmente, não foi intencional da parte dela, mas internamente, sob todos os seus pensamentos e idéias, ainda era parte de sua natureza ou de sua conexão com essa pessoa. Acontece que ela tinha causado o dano ou a morte de outra pessoa, mesmo que isso não fosse intencional. Agora, a fim de corrigir isso, ela deve ir embora. A palavra “punição” não existe na Torá. Há apenas a palavra “correção”.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 29/04/13

Cobrir Toda A Criação Sozinho

Dr. Michael LaitmanAs leis da Torá são muito complexas. Nós podemos estudar e examiná-las de acordo com O Livro do Zohar ou de acordo com os escritos do ARI, mas todas elas se referem a sistemas muito complexos. Uma vez que cada pessoa é realmente um sistema que está “estendido” sobre toda a criação, cada um de nós é como a pele que está estendida sobre todos os mundos.

No entanto, nós não temos esse conhecimento e esses sentimentos. Nós não vivemos nessa dimensão, para que possamos discuti-la ao entendê-la, e através das interrupções que inserimos no sistema geral de nossas ações, sejam elas positivas ou negativas. De certa forma, este sistema funciona mutuamente conosco ao evocar em nós certos vazios, desejos e despertares, e nós devemos responder a tudo isso.

Portanto, eu devo sentir todo o sistema. Ele deve estar dentro de mim, e eu devo controlá-lo, gerenciá-lo. Neste caso, nós podemos falar sobre a forma como uma pessoa é responsável por tudo isso. Acontece que todas as leis da Torá são realmente os esclarecimentos do meu estado dentro do sistema. Onde eu posso descobrir a minha corrupção agora, minha incorporação incompleta no sistema? Como eu devo completar tudo isso, o que significa se afastar de uma coisa e se aproximar de outra?

De um modo geral, toda a vida de uma pessoa que está corretamente integrada no sistema se resume em ela determinar a sua forma de “espalhar-se” ainda mais ao longo de todo o sistema e ser incorporada nele de forma mais completa, de modo a cobrir todos os cinco mundos com sua essência. Então, eu me torno uma pessoa totalmente corrigida. Assim, as cinco partes da Torá nos falam sobre como eu cubro gradualmente toda a criação em círculos: todos os mundos de Assia, Yetzirah, Beria, Atzilut e Adam Kadmon (o homem primordial), pois toda a criação está dentro de mim.

“Cobrir” significa sentir e cooperar totalmente com toda a criação. Já é toda a minha estrutura interna e completa, minha constituição interna. Mesmo hoje, toda a criação está dentro da pessoa, mas ela simplesmente não sente isso. Ela sente o mundo externo a ela.

No entanto, ela deve sentir que tudo está dentro dela, como um músico ou um pintor que sente por seu sentido interior que tudo o que querem transmitir é através de sua criação, de dentro de si. A pessoa chega a esse sentimento quando quer sentir que está conectada com o mundo todo.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno”,  29/04/13

Fazendo Test-Drive No Carro Da Família

Dr. Michael LaitmanJuízo e misericórdia estão presentes nas relações familiares e sempre precisam estar em equilíbrio. Por um lado, como um egoísta, eu quero usar a minha parceira, assumindo totalmente que minha esposa precisa fazer o que eu exijo dela e isso é chamado por mim de “juízo”. E “misericórdia” significa que eu me desprendo totalmente, levando em conta o que minha esposa quer de mim, e tento construir o modelo ideal. Como eu poderia me relacionar com ela se não tivesse o meu interesse egoísta e estivesse pretendendo apenas servi-la totalmente?

Agora eu preciso encontrar o equilíbrio entre estes dois extremos: juízo e misericórdia, que é chamado de “linha média”. Isto requer experiência, trabalho mútuo, um processo em que cada um ensina o outro. Mas nós já começamos a trabalhar com a nova criatura: com a pessoa em nós que está pronta para considerar o parceiro, para compreendê-lo, ser sensível a ele, e amá-lo como a si mesma.

Numa forma como esta você pode abordar não só a sua esposa, mas também começa a ser sensível a outras pessoas. Depois de um exercício como este com o seu parceiro, você sente que está preparado para se conectar com as pessoas e abordá-las: na rua, no trabalho, em todo lugar onde se encontram. Elas vão começar a se submeter a sua influência, porque você está se relacionando a elas com a “linha média”, com a proporção certa, na medida em que a pessoa se aproxima de você, assim como você também.

De forma automática você chega a um equilíbrio com o mundo e começa a sentir que pode controlá-lo. Você vê que a “linha média” é a lei fundamental da natureza, segundo a qual todo o universo funciona, com exceção da sociedade humana, pois o ser humano foi criado como um egoísta. E agora você corrige isso e equilibra o seu ego. Ao aprender a considerar sua esposa desta maneira, você começa a considerar todos os outros da mesma forma quando você constrói a “linha média” compartilhada nas relações com eles.

A primeira linha é chamada de “juízo”; é o que eu exijo para mim do outro. A segunda linha é chamada de “misericórdia”, o que significa que dou à minha esposa tudo o que ela quer de mim, quando eu me separo totalmente dos meus desejos. É como se eu a trouxesse comigo mesmo.

Nós somos dois egoístas que estão de frente um para o outro. Se eu satisfaço o meu ego, isso é chamado de juízo em relação a minha esposa, e se eu satisfaço o seu ego, isso é chamado de misericórdia. Eu preciso colocar essas duas linhas numa forma como esta para que uma terceira linha seja formada: a “linha média”. Isso significa alcançar a adesão, um pacto. Nosso objetivo é aproximar estes dois egoístas e levá-los à conexão. A primeira condição obrigatória, sem a qual é impossível começar a trabalhar, é a disponibilidade de cada um para sentir o desejo do outro.

O equilíbrio é baseado na medida em que cada um deles está preparado para se anular. Nós não podemos satisfazer esses dois desejos egoístas que estão de frente um ao outro até o fim. Apenas com a condição de que um lado reduza um pouco suas pretensões, nós poderemos satisfazer um pouco o outro lado.

Pergunta: Mas como você sabe o limite em que precisa ceder? Você vê, você disse que isso não tem que ser o amor absoluto, sem quaisquer limites. Eu devo mostrar que reajo à relação do parceiro e levar isso em conta?

Resposta: É necessário encontrar o ponto de equilíbrio, como se você estivesse dirigindo um carro com foco no objetivo que quer alcançar. É assim que nós precisamos verificar se estamos nos aproximando da meta: Nós estamos nos aproximando uns dos outros? Nós vemos que o parceiro reage aos nossos esforços para se aproximar da maneira certa?

Eu viro o volante da nossa família para a direita e tento inserir tanta compaixão quanto possível na minha relação, e vejo até que ponto isso funciona bem, e quando o desvio se torna grande demais, eu preciso ajustar o volante. E a minha esposa também vira o volante, ou seja, nós começamos a gerir, a nos “dirigir”. Nós já estamos trabalhando acima da nossa natureza! Nós nos tornamos seres humanos que se elevam acima de seus instintos naturais.

De KabTV “A Nova Vida # 46” 01/08/12

Mais Alimento É Produzido Do Que A Humanidade Necessita

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (do The Washington Post): “É uma questão que mantém os cientistas agrícolas acordados à noite: Como é que vamos alimentar o mundo nas próximas décadas?”.

“Afinal, considerem o que estamos enfrentando: a população mundial deverá inflar dos 7 bilhões atuais para 9,6 bilhões em 2050”…

“Os agricultores estão fazendo tudo que podem para espremer mais produtividade de suas terras, mas eles estão começando a bater num ‘muro’ biológico, um limite do quanto os rendimentos podem continuar subindo”.

Meu Comentário: Na verdade, o único problema é que o alimento é distribuído de forma desigual entre os diferentes países. E sua distribuição ainda depende apenas de pessoas, de seus cuidados mútuos. E nenhuma organização internacional vai resolver esse problema.

Por outro lado, em plena abundância, nós chegamos ao ponto em que metade da humanidade joga fora excedentes de alimentos que seriam suficientes para a segunda metade. E a metade faminta realiza revoltas e guerras. A natureza obriga o ser humano a mudar a si mesmo.

Eu Invejo Significa Que Eu Cresço

Dr. Michael LaitmanA pessoa não tem força para fazer uma única ação espiritual. Nós precisamos dar uma olhada sensata na realidade, entendendo que agimos no âmbito de leis e forças rígidas, as quais temos que organizar por nós mesmos. É por isso que se a pessoa não se conectar corretamente com o ambiente, de modo a se conectar através dele com a fonte do método de correção, isto é, com o professor, e através do professor com a Luz que Corrige, então ela ficará constantemente girando dentro de seus desejos e aspirações que a encerram neste mundo.

Ela nunca vai além dos limites deste mundo. E quando ela aprender alguma coisa, em última análise ela permanecerá com a mesma natureza com a qual nasceu e permanecerá no mesmo nível. É possível subir a um grau mais elevado somente sob a condição de que a pessoa receba um desejo adicional, qualitativamente novo, em vez de aumentar suas necessidades terrenas comuns por dinheiro, casa, família, poder e conhecimento.

Ela pode obter tudo isso neste mundo. Mas se ela precisa se mover do plano material do “dinheiro-família-poder-conhecimento” para a próxima dimensão superior, então ela precisa de um desejo completamente diferente: a necessidade da propriedade de doação, porque o nosso mundo é baseado apenas no desejo de receber. O mundo espiritual é baseado na doação, à qual a pessoa deve se tornar atraída e aspirar ao maior tesouro: ao desejo que será capaz de servi-la como uma alavanca, um trampolim.

Ela tem que sofrer porque não é capaz de amar e dar. Mas isso é possível? Só a inveja de outras pessoas que pareçam grandes, atraentes e importantes para ela pode ajudá-la. Ela descobre que elas estão felizes por ter a capacidade de doar, que elas encontram algo incomum nesta propriedade de doação, e que em relação a elas, ela ainda não é nada.

Se ela tiver o ponto no coração, ela começa a invejá-las. Sem este ponto, ela não tem nada para se agarrar, não tem órgão sensorial para sentir que elas têm algo especial que ela não tem. Ela não vai sentir que lhe falta algo. É como uma pessoa que ama a música e sonha em se tornar um músico não vai invejar aquele que quer se tornar um físico. Física e poesia são mundos completamente diferentes.

Isso também funciona na aspiração espiritual. Só se a pessoa tem o ponto no coração, ela tem pelo menos uma oportunidade inicial de invejar as pessoas que estão na propriedade de doação. No começo, ela se sente atraída porque parece mística, prometendo algumas habilidades sobrenaturais, o poder da mente, a capacidade de gerir a sua própria vida e a vida dos outros, o poder sobre toda a criação.

Ou seja, no início, a propriedade de doação está vestida em todos os tipos de vestimentas materiais, não no nível físico “alimento-família”, mas no nível do “dinheiro-poder-conhecimento”. Em essência, tudo se resume a uma coisa: o poder de domínio (o poder do dinheiro, o poder do conhecimento). É um desejo puramente egoísta, mas a pessoa espera alcançar o sucesso na revelação do mundo espiritual.

Se ela tem um forte desejo, então, inicialmente, parece que ela avança rapidamente e com sucesso, mas depois, de repente, descobre que está atrás, e que não pode realmente se conectar com os outros. Por outro lado, ela ouve que a conexão é a principal ferramenta para o avanço. Ela começa a odiar este método, mas não tem para onde ir.

Daí ocorre uma batalha decisiva, da qual muitos fogem. Mas há aqueles que permanecem. Eles aumentam o seu ponto, porque devido ao desamparo eles se rendem ao ambiente. Em seguida, eles finalmente começam a entender que a espiritualidade não é dinheiro, poder ou conhecimento, mas que ela se tornou apenas temporariamente vestida nessas roupas materiais, a fim de avançar mais a pessoa.

Agora a espiritualidade atrai a pessoa ainda mais para cima, porque ela começa a apreciar a qualidade de doação e o amor ao próximo por conta própria. Ela sente que esta força, esta propriedade, é excepcionalmente elevada e exclusiva, está acima deste mundo e possui a essência divina. Precisamente estas forças de doação governam o mundo.

Aos poucos, a pessoa se curva e anula sua natureza egoísta, concordando em se anular perante a propriedade de doação. Todo este trabalho ocorre dentro do grupo. A influência do ambiente é o único fator de tal mudança de valores, onde doação e amor ao próximo se tornam mais importantes para a pessoa do que as boas coisas habituais: comida, dinheiro, família, poder e conhecimento.

Ela está cada vez mais imbuída com o desejo de doar do ambiente e, assim, ela chega à etapa do caminho que é chamada de “Lo Lishma“. Ela investe todos os seus esforços e faz todo o possível para aumentar a parcela de “Lishma” em “Lo Lishma“; isto é, ela doa e doa, querendo estar envolvida na propriedade de doação, mas ainda espera receber algo em troca. Por enquanto, ainda é a doação egoísta, em prol da recepção; no entanto, está se aproximando a doação altruísta.

Aqui, ela precisa de humildade, autoanulação, da grandeza da meta, do grupo, do professor, do Criador. Tudo isso se torna muito importante para ela, e com exceção disso, não há mais nada… Tudo o que ela sonhou antes é gradualmente desvalorizado: primeiro o dinheiro, depois honra, depois poder. Quem ela precisa governar e com que finalidade? Ela quer que a Luz superior a domine. Ou seja, não é apenas o desejo de dominar a si mesma, mas o desejo de se curvar diante da Luz para que esta possa fazer seu trabalho.

A pessoa descobre a sua fraqueza em tudo: ela não pode se anular nem adquirir a propriedade de doação. Ela não encontra um mínimo de doação e amor ao próximo dentro de si, mas também não consegue governar o seu egoísmo. Ela sente que está nua e indefesa. Como ela não está mais interessada em riqueza, honra e conhecimento, ela não tem mais nada, exceto o ponto no coração, que é chamado de sinal da aliança com o Criador. Suponha que ela aprende tudo o que acontece no mundo, toda a ciência inventada pela humanidade. Mas tudo isso está incluído na mesma Luz, e em sua forma direta e verdadeira, em vez da forma invertida, na qual toda a ciência e o conhecimento material são baseados.

Como resultado, ela permanece dependente apenas da Luz que Reforma que chega até ela através de toda a escada dos mundos espirituais, através do professor, por meio do grupo, sob a condição de que quer devolver ao Criador, por meio deles, tudo o que ela tem. A Luz Direta e a Luz Refletida se vestem uma na outra.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 24/06/13, Shamati # 175

O Progresso É Fácil Quando Tudo Está Pronto

Dr. Michael LaitmanO ser humano tem uma característica única que não existe em nenhum animal: se ele quer comer algo doce, ele vai misturar isso com algo salgado, ou seja, com um gosto oposto. O princípio da “vantagem da luz sobre a escuridão” é expresso nele significativamente. Mesmo no nível animal existe um fenômeno como este, mas num grau muito limitado.

A mesma coisa acontece nos estados pelos quais nós passamos, e há muito estados bons e agradáveis entre eles, embora os percamos mais tarde sem prestar atenção. O sentimento gradualmente desaparece e eu não sinto a perda. Falta-me a consciência de sua importância e a incessante preocupação de que devo proteger este sentimento.

Então, por que eles me levam a este estado e não me deixam perceber a sua importância e permanecer nele? É por isso que eu atingirei um estado ainda maior. No entanto, eu não sinto nenhuma necessidade de um estado mais elevado; não tenho apetite por ele, não há “aperitivos” que aumentarão meu apetite. Portanto, eu mesmo preciso construir um desejo adicional dentro de mim de modo que não ficarei satisfeito com o estado atual.

Isto é muito difícil. Só se eu quiser expandir o meu desejo de doação, existirá uma possibilidade como esta, graças ao ambiente. Mas se isto se refere ao desejo de receber, isso é totalmente impossível. Por isso, eles nos dão um estado de descida.

A descida pode acontecer desta maneira. Eu não posso ser satisfeito no estado atual e quero acrescentar a ele. Eu me comparo com o ambiente e vejo que os outros avançam em doação mais do que eu. Desta forma, o vazio é formado em mim, e eu aspiro a uma doação maior sem uma descida. Isto é, o ambiente forma uma impressão de descida em mim, e eu já não preciso de uma descida verdadeira.

E se eu não sinto a descida através da comparação com os outros e não vejo que eles doam mais do que eu, então eles me dão uma descida verdadeira e acrescentam ego a isto, um desejo de prazer acima do qual eu devo ter sucesso em trabalhar e levar à forma correta. Este é um processo demorado que continua por um longo período de tempo.

Esse desejo que eu finalmente atinjo, depois de trabalhar no meu ego após a descida e levá-lo até a forma de doação para o próximo nível, eu poderia ter recebido já pronto do ambiente e usado imediatamente! Pensem nisso!

Especificamente neste lugar eu preciso me esforçar, e não tomar o caminho mais longo da primeira descida e só depois ser despertado por aquilo que é ruim para mim. Porque daí eu serei forçado a cair neste mundo, em seus desejos egoístas, até finalmente ser despertado e lembrar que preciso aspirar à doação, e me voltar ao grupo de estudo. Este é um caminho muito longo.

Em contraste a isto, se eu me exponho à influência do ambiente, a inveja e a ambição me expulsam “deste mundo” da situação anterior. Mesmo que eu me encontre num excelente estado e tenha alcançado a subida, eu posso descrever isto para mim como uma descida em relação ao estado do ambiente que parece superior e mais bem sucedido para mim. Todos os amigos parecem grandes para mim, mais elevados.

Pode ser que neste momento o desespero seja despertado em mim, uma sensação da minha inferioridade em relação aos outros, a inveja material mundana de que eles têm êxito e eu não. No entanto, isso só vai me estimular e despertar, e daí é muito fácil passar para a inveja espiritual e se deixar levar por eles, querer trabalhar com eles e ser como eles. Isso já é um estado de “Lo Lishma“, após o qual a Luz que Reforma aparece imediatamente e nos ajuda a avançar.

Seja como for, a vantagem da luz é conhecida apenas a partir da escuridão, e não acreditem que seja possível encontrar o mundo espiritual sem esforço. E vice-versa, não acreditem que alguém faça um esforço e não encontre! A satisfação é determinada apenas pelo Kli (vaso), e não importa onde nós obtemos este Kli: nós mesmos o construímos durante o trabalho difícil em nós mesmos com a ajuda do ambiente ou o recebemos pronto do  ambiente?

Em última análise, o meu Kli é encontrado entre os amigos, no ambiente, que é onde a minha alma se encontra. Portanto, não faz diferença se estou imerso em mim mesmo, no meu ego que desperta estados opostos em mim e por isto me obriga a me voltar ao ambiente, a passar por atividades externas fora de mim mesmo, a fim de estar conectado a algo com todos os outros, ou se eu recebo imediatamente deles a aspiração correta, graças à inveja e atinjo facilmente o mesmo objetivo.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/06/13, Shamati # 117 “Você Se Esforçou e Não Encontrou, Não Acredite