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Todo Mundo É Capaz Disso

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Carta 57: Não há nenhuma situação mais feliz na vida de um homem do que quando ele se encontra desesperado com sua própria força. Ou seja, ele já trabalhou e fez tudo o que podia fazer, mas não encontrou nenhum remédio. É então que ele está apto para a oração sincera por Sua ajuda, porque ele sabe ao certo que seu trabalho não irá ajudá-lo.

Fala-se aqui sobre o fator decisivo, sem o qual não teremos êxito. Antes de eu vir para o grupo e ser integrado aos amigos, através de quem vou atrair a Luz que Reforma, eu preciso da correção preliminar que também é realizada pela Luz.

Assim, sua influência sobre mim é dividida em várias etapas:

  • No início com a sua ajuda, eu aplico esforços para ser incluído no grupo.
  • Depois, tendo sido incluído, eu trabalho nele tanto quanto a Luz me permite. Agora, ela trabalha não em mim, pessoalmente, mas na relação entre nós.
  • Quando alcançamos a conexão correta, ela nos dá uma tela comum e ensina a formar a cabeça do Partzuf através da qual nós criamos o formato da alma coletiva.

Pergunta: Como podemos atrair a Luz que Reforma?

Resposta: Ela vem em resposta aos esforços que você faz para entrar no estado espiritual. E essa já é uma solução: é necessário que você execute ações, que você seja capaz, e a Luz vai lhe trazer novamente para a fonte.

Mesmo se você não sente muito a união, você ainda segue o conselho dos Cabalistas e trabalha no grupo, embora seu coração tenda para outra coisa. Além disso, mesmo se você estiver numa descida e os amigos pareçam repulsivos a você, se você permanece entre eles, a Luz afeta você. Esta força “trabalha” em qualquer dos seus estados, não importa como eles se manifestam: “mecanicamente”, fisicamente ou internamente — não importa o que eles afetam — espírito, nervos, etc. A principal coisa é que você, pelo menos um pouco, aspira pela doação, união e autoanulação, apesar de sua própria resistência.

Alguns vêm para o grupo, como eles dizem “no piloto automático”, alguns adormecem na aula, e a Luz que Reforma ainda atua. Mesmo se a pessoa se arrastou quase de quatro, mas ela aplica esforços, a Luz responde.

Pergunta: Como posso saber que ela responde?

Resposta: Até agora, você só pode acreditar nos Cabalistas. Da mesma forma, uma criança acredita na sua mãe que lhe diz o que fazer. Na vida, você precisa primeiro ouvir os adultos e, em seguida, os resultados são vistos. Nós podemos aprender com professores da escola e professores universitários, acreditando inicialmente em suas palavras. Portanto, eu também acredito nas pessoas que são mais sábias do que eu e eu ganho a sua sabedoria, a fim de verificar sua verdade mais tarde.

Caso contrário, é impossível: nós precisamos de orientação, instruções, em todos os estágios de desenvolvimento. A sabedoria da Cabalá não é exceção. Acontece que você vem estudar no seu formato padrão, o mesmo que na faculdade ou em qualquer outro lugar. Não há nada de “sobrenatural” aqui. As dicas que você recebe são alcançáveis. Elas podem ser realizadas; tudo que você precisa é de uma centelha, um impulso interior — e tudo está aberto diante de você.

Nós estamos sempre buscando onde extrair o máximo benefício com o mínimo de investimento. Aqui nós agimos egoisticamente; não é necessário ser melhor do que você é. Assim, é possível, e todo mundo é capaz disso.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 07/07/13, Preparação para a Convenção de São Petersburgo, “Princípios para a Construção de um Ambiente Melhor”, Lição 4

Vamos Nos Preparar E Alcançar O Que Quisermos!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nos dias que antecedem a Convenção, é necessário se concentrar no pensamento de que é proibido pedir para si mesmo, porque assim você danifica sua alma, ou em ir lá para elevar a nossa oração coletiva?

Resposta: Antes da Convenção, é necessário se concentrar no pensamento de que uma oração só pode ser coletiva, bem como no princípio simples de que iremos comer lá o que preparamos para a Convenção. Como se diz, “aquele que não se esforça na véspera do Shabat (sábado), o que ele vai comer no Shabat?”.

Vocês não devem colocar suas esperanças em mim: nem um único 1%! Tudo depende apenas do seu vaso, do seu desejo.

Pergunta: Eu tenho que imaginar agora como estou conectado com os amigos lá?

Resposta: Comece a fazê-lo agora mesmo. Por que esperar pelo início da Convenção! A preparação não significa que você está pronto para clamar lá, mas que você está clamando agora e que, durante este clamor, você está discernindo melhor os seus desejos. Se você deixar isso para amanhã, o que vai acontecer com você hoje? Nós devemos aspirar à união agora mesmo!

Preparação para a Convenção significa que você já está agora se empenhando com todas as suas forças em unir todos os nossos desejos, vasos. Então, você vai chegar à Convenção mais conscientemente e irá averiguar os desejos. Se for assim, por que nós precisamos começar a pensar nisso hoje, com um mês de antecedência? Nós pensamos antecipadamente, e isso é suficiente.

A tarefa é não esperar o momento desejado, contando no calendário os dias que restam. Preparação é em cada momento, todo o tempo antes da Convenção, todos os dias, avançar na unificação, compreensão, sentimento, cuidado, inspirando os amigos mais e ser inspirado por eles. A tensão é construída mais e mais dentro de você a cada dia, então você virá à Convenção e explodirá lá! Ou talvez nós iremos alcançar tudo o que desejamos no caminho.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/07/13, O Zohar

A Coroa Da Convenção

Dr. Michael LaitmanPergunta: No Livro do Zohar, “A Noite da Noiva”, nós lemos sobre como a noiva (Divindade) se enfeita antes do encontro com o noivo (o Criador). Que joias nós preparamos para nós mesmos no grupo para nos enfeitar antes da próxima Convenção?

Resposta: O enfeite da noiva é a coroa do casamento, Keter. É a Sefira superior que não tem nada que ver com as outras Sefirot e é, na verdade, a sua fonte. O termo Keter (coroa) significa doação e não tem nenhuma forma concreta e nem atributos. Isso é tudo o que devemos saber sobre a doação, e todo o resto são expressões da Sefira Keter que Malchut recebe.

Uma coroa é doação sem uma forma definida. É realmente ao que devemos ansiar, como se diz: “uma coroa na cabeça do justo”. Um justo é a Sefira Yesod (base), que conecta as outras Sefirot nela. Se nós queremos nos conectar, nós sentimos a necessidade de uma coroa na cabeça do justo, em seus pensamentos, em seus desejos e em seus planos. Isto é onde a coroa deve estar e onde ela está.

Um justo, a Sefira Yesod, é o local do acoplamento com a Luz. Após a segunda restrição, não há nenhum espaço para o acoplamento em Malchut propriamente dito, mas apenas em Yesod. (Isto é porque os filhos de Israel não quiseram o acoplamento na Sefira Yesod, em José, e assim desceram ao Egito). Os justos são aqueles que reúnem neles todos os discernimentos com que podem trabalhar, exceto Malchut. Todos esses discernimentos se conectam em Yesod. Malchut que ascende à Bina é chamada de Yesod.

Todo o nosso trabalho deve ser incorporado em todos os sentidos possíveis no grupo, com todo o nosso coração. Antes da Convenção eu me preparo para me anular totalmente, o que significa sentir que meus movimentos estão junto com todos os outros, com todos os pensamentos e desejos.

Eu devo me lembrar de que não me volto ao Criador com uma oração pessoal! A pessoa que eleva uma oração pessoal destrói a sua alma. Na verdade, ela destrói tudo, mesmo que ela queira dar satisfação ao Criador. Assim, a incorporação no grupo precede todas as outras ações. Isso é chamado de Yesod, uma vez que ela é a base para o trabalho e porque ela é a Sefira Yesod com a qual trabalhamos, ao invés de Malchut.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/07/13, O Zohar

Aderir-se Face A Face

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como eu descubro o jogo que Criador joga comigo se não entendo nada e examino Seu comportamento com base no meu egoísmo?

Resposta: Em cada momento da minha vida, eu preciso avaliar meu estado não como ele é percebido em meus sentidos, mas pensar como o Criador age dentro de mim, como a mão dentro de uma luva ou de um fantoche. Isso significaria que eu me conecto com o Criador, o escravo com o mestre e quero revelar a força que age no escravo. Essa força superior é o Criador.

Eu me esforço para revelá-Lo não a partir da curiosidade inútil, como um pesquisador, e nem por ganância, como um ladrão. Eu quero ter certeza de que Ele age em tudo para o meu benefício. E se eu acho que alguma coisa não é assim, então eu tenho que corrigir a minha atitude. Assim, eu chego à adesão com Ele.

Nós temos que estar constantemente dentro dos dois princípios ao mesmo tempo, “Ninguém vai me ajudar exceto eu mesmo” e “Não há outro além Dele”. Eu executo todas as ações, e não há outro além Dele que está dentro de mim. Sua mão controladora me move desde dentro e me dirige em tudo.

Mas, ao mesmo tempo, enquanto eu obedeço a Ele em tudo, eu sou como um cavalo que é como um com o cavaleiro, e executo o meu trabalho por mim mesmo. Eu tenho muitas perguntas, pensamentos e dúvidas que me lançam de um lado para o outro, mas nós com o Criador, eu tenho que alcançar o estado no qual não interferimos um com o outro. Ele vai me manejar com Sua mão da maneira que Lhe agrada, e eu me sentirei completamente livre como se Ele não me controlasse.

Nós achamos difícil de entender como esta separação é possível, mas não há nenhuma distância entre estes dois conceitos. Portanto, você deve entender o que significa união. Eu atuo 100% por mim mesmo, o Criador atua 100% em mim e, ao mesmo tempo, não interferimos um com o outro e participamos juntos em cada ação, sincronizados de forma ideal. Isso é chamado de adesão.

Eu não estou desistindo dos meus sentidos e mente, mas utilizo-os plenamente, com todo meu julgamento crítico. Eu não me anulo para que o Criador faça comigo o Ele quiser. Só então é chamado aderir-se face a face.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/07/13, Escritos do Baal HaSulam

Morrer Para Dar Vida Ao Próximo Nível

Dr. Michael LaitmanQuem ferir um homem, de modo que este morra, certamente será morto. Porém se lhe não armou cilada, mas Deus lhe entregou nas mãos, eu indicarei a você um lugar para onde ele fugirá (A Torá, “Êxodo”, 21,12-13).

Pergunta: Há um grande debate a nível corporal com respeito a matar um homem e sobre se devemos condenar um assassino à morte ou não. Cada estado tem suas próprias leis. Há estados que têm pena de morte e há estados que não. A Torá diz claramente, “quem ferir um homem, de modo que este morra, certamente será morto”.

Resposta: No nível corporal você deve primeiro provar que um crime foi cometido intencionalmente, se foi um assassinato premeditado e se há provas de que a pessoa realmente morreu de certo golpe, etc. Talvez houvesse espaço para tais casos antigamente, já que é uma indicação do nível moral de uma sociedade e que, em princípio, não deveria nem poderia acontecer.

Não havia tais casos em que a pessoa era forçada a matar alguém, e como resultado o assassino e a vítima tinham que ser condenados à morte. Neste caso, deve haver um desejo egoísta tão grande dos dois lados, de modo que o Criador providencie isso para eles, e como resultado ambos seriam mortos. Se houvesse uma sentença de morte a cada setenta anos, isso era considerado uma coisa horrível.

Em termos espirituais, em nossa réplica interna, isso significa que um desejo anula outro desejo, já que eles não podem coexistir na sua forma atual e se complementar num ato espiritual. Por conseguinte, ambos devem morrer.

Um desejo mata o outro desejo, anula-o e também desaparece, e parece haver uma destruição dos dois. Nada desaparece assim à toa. A anulação mútua de ambos os desejos está criando espaço, já que eles não podem coexistir sendo tão opostos entre si. No nível seguinte, eles nascem na forma de um desejo unificado e crescem juntos. Isso é uma correção. Nós devemos entender que cada ação é um ato de correção. Não é ruim de nenhuma forma como percebemos egoisticamente. Se no nível corporal uma pessoa mata outra por acaso (como percebemos egoisticamente), uma determinada ação acontece e ela é punida em conformidade.

No entanto, no nível espiritual isso se refere a dois desejos opostos, entre os quais não pode haver uma linha média, e eles devem se anular mutuamente. Mas esta anulação é o começo do próximo nível, da linha do meio, e cresce a partir daí.

Esses dois desejos estão dentro de mim para que eu não possa destruir um sem destruir o outro. Eu quero matar o desejo egoísta dentro de mim e faço isso com a ajuda do desejo altruísta, que também desaparece neste desejo, já que ele não pode existir se não for compatível com o desejo egoísta; o positivo não existe sem o negativo.

Há um desejo altruísta em contraste com todos os desejos egoístas, e o movimento em direção à linha média que está entre eles é sempre em tais pares. Mas é impossível se conectar na própria linha média neste estado, e assim eles se destroem e se transformam num vácuo do qual se origina o próximo nível. Este vácuo é físico; é um estado físico, um tamanho, um objeto.

Pergunta: Você é a favor ou contra a pena de morte no mundo corporal?

Resposta: Acredito que nós podemos corrigir o mundo: todo mundo! Aliás, esta é a lei da qual a Torá fala. Se você pode corrigir certo desejo, sob nenhuma circunstância você deve matá-lo. Morte, assassinato, incluindo a nossa morte, é uma das ações de correção.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 11/03/13

Dois Níveis De Desejo: Pai E Filha

Dr. Michael LaitmanE se um homem vender sua filha para ser serva, ela não sairá como saem os servos”. (Torá, Êxodo 21:7)

A Torá fala apenas sobre a correção dos desejos. A escravidão é quando um desejo pertence a outro desejo mais forte que pode corrigi-lo. Assim, nos tempos antigos as pessoas viviam uma vida coletiva, social.

“Minha filha” representa os desejos que eu descubro, mas que não posso corrigir sozinho. Eu não posso me casar com minha filha; eu não posso gerar os próximos níveis da minha descendência. Assim, desenvolvendo meus desejos, eu não me conecto aos desejos chamados “filha” como um pai, eu não venho até ela com minha Masach (tela), já que outra Masach tem que controlá-la, outro desejo. Isso significa que ela pertence a outro. Eu a vendo para que ela passe a pertencer a outra pessoa.

Portanto, diz-se que “ela não deve sair como os servos saem”, já que o desejo feminino deve pertencer somente a onde está Bina.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 11/03/13

Eu Estou Pedindo Pelos Meus Irmãos

Dr. Michael LaitmanQuando todo mundo anula o seu ego e tenta se conectar com os outros, isso significa que todos estão tentando ser incorporados entre si. É claro, nós descobrimos no caminho que é impossível ser incorporado e alcançar a conexão por nós mesmos, e, então, uma oração nasce em nós.

Todos devem chegar a certo grau de doação aos outros e ser incorporado neles, mas no final, todos devem alcançar o nível de “Jacó”, que é chamado a linha média. Graças aos nossos esforços coletivos, nós alcançamos nossa raiz, a rede que conecta todos nós. Isso é chamado de querer doar a Malchut desde Yesod.

Quando nós chegarmos a este estado, elevamos MAN, uma oração, para que a Luz Circundante nos conecte corretamente. Em seguida, sob a influência de Yesod em Malchut, nós chegamos a Keter, e, então, o Criador é revelado em nossos vasos.

Neste processo, nós nos conectamos numa Sefira de Yesod, a partir de todas as diferentes Sefirot que representam cada um de nós à medida que todos se anulam. Através da anulação geral, nós alcançamos Malchut e doamos a ela, e através disso nos tornamos um vaso para receber a Luz de Keter, o que significa que alcançamos a realização do nível de Keter.

Este processo inclui toda a realidade até o final da correção, mas a nossa missão agora é que cada um de nós tente subir acima de si mesmo e seja incorporado nos outros. Através disso, nós somos incorporados no esforço coletivo. Esta deve ser a nossa preparação agora antes da Convenção. Neste esforço coletivo, nós descobrimos a oração coletiva onde todo mundo está ciente, compreende e sente o esforço dos amigos que desejam se conectar, e quer ajudá-los.

Eu sinto que grande desejo eles têm de se conectar para doar ao Criador. Portanto, como está escrito, “pelo bem de meus irmãos e companheiros, agora vou dizer: ‘Que a paz esteja dentro deles'”. Isso significa que eu peço pelos amigos, para que eles alcancem o vaso corrigido no qual serão capazes de doar ao Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/07/13, Escritos do Rabash

A Porta Fechada Como Desculpa Para Entrar

Dr. Michael LaitmanMesmo se nós soubéssemos que há apenas uma força que age em nossas vidas, apesar de tudo isso, se nós víssemos alguma coisa que não gostamos, nós experimentaríamos algo indesejável, esquecendo imediatamente que nossa visão, nossos pensamentos, nossos desejos e nossas emoções são gerenciados e moldados pelo Criador. Pelo contrário, nós pensamos que somos independentes.

Algum sentimento, ação ou pensamento que seja excepcional e não corresponda às minhas expectativas, é suficiente para que eu não mais esteja pronto para ligar o evento ao Criador. Eu só posso manter a conexão com Ele se eu pensar bem Dele, e inversamente, no momento em que penso mal Dele, isso nos separa; então eu penso em outra força e atribuo isso a outras pessoas, a mim mesmo, à natureza, mas não à Fonte única.

No entanto, mais tarde eu volto novamente a pensar no único poder que atua em tudo. Assim é como nós aprendemos a conectar todos os estados e tudo ao Criador. Ele desperta vários estados desagradáveis dentro de nós, para que, apesar ou acima da separação, nós nos conectemos a Ele, para que não sejamos dependentes de nossos sentimentos, de nossa compreensão, mas desejemos nos conectar à Sua emoção e poder.

Uma pessoa não tem outra correção, exceto atribuir todos os momentos pelos quais ela passa agora e no futuro diretamente ao Criador. Desta forma, ela justifica a criação, porque todos os mundos e todos os tempos foram criados apenas para dar forma dentro dela ao sentimento do Criador. Tudo é concebido apenas para nos dirigir à descoberta do Criador.

Nós supomos que a realidade atual oculta o Criador de nós. No entanto, isso não é assim, porque, se nos relacionamos corretamente com tudo o que está acontecendo, em vez de com uma realidade que se oculta, nós vemos uma realidade que se revela. Tudo depende especificamente do nosso relacionamento para com isso. É precisamente através da ajuda dos poderes da repulsa que podemos avançar.

Por conseguinte, a sabedoria da Cabalá divide as pessoas em “ímpios” e “justos”. Sempre que o ímpio rejeita, o justo avança, porque ele quer justificar que tudo o que acontece com ele é feito para o seu avanço.

O objetivo principal de uma pessoa é chegar à sensação da realidade do Criador que preenche tudo, a única força que atua em todo o sistema, em toda a realidade. Cabe à pessoa investir toda sua energia nisto sem envolvimento em qualquer outra coisa, sem se confundir com outras metas.

Sentir o Criador significa adquirir a força de doação. Assim, não vale a pena pensar em mais nada, porque a recompensa por todos os nossos esforços ao longo da vida é que em cada momento nesta realidade nós temos o privilégio de estar com o poder de doação, através do qual podemos começar a compreender e sentir o Criador. Nós O vemos como o doador.

Para que a pessoa aborde esta questão corretamente, ela não existe sozinha. Em vez disso, ela se encontra no âmbito dos sistemas sociais que irão ajudá-la. Não é por acaso que, ao longo da história, as pessoas se reuniram em vilas, cidades e nações; e hoje elas estão misturadas em determinadas unidades sociais.

No entanto, existe um tipo de conexão que nós devemos construir artificialmente. Ao contrário de outras formas, ela não é derivada do processo evolutivo natural, embora sem ela, o progresso seja impossível. Nós estamos falando de uma única sociedade ou grupo em que, especificamente, dentro dele, nós precisamos ver as mudanças pelas quais passamos no caminho para o Criador.

Além disso, Rabash escreve que, apesar de eu ver os rostos das pessoas ao meu redor, eu devo crer que o Criador está por trás deles, que Ele faz todas essas ações, obrigando-as a fazer o que estou vendo. Algumas sorriem, choram, gritam ou dão gargalhadas para mim; isso não importa. Cabe a eu ver o Criador em tudo isso, apresentando-Se a mim desta forma. Na vida normal, através do ambiente, eu devo penetrar através deles na fonte que os governa.

O Criador faz tudo, escreve Rabash, mas a pessoa julga de acordo com o que seus olhos veem, de acordo com o comportamento, de acordo com as faces, de acordo com as leis da natureza e assim por diante, e não de acordo com sua crença.

Estando entre bilhões de pessoas, eu devo entender que tudo o que está acontecendo, desde as notícias mundiais até os eventos menores a minha volta, é uma apresentação do Criador para mim. Isso é o que eu preciso entender e aceitar, para tentar descobrir a boa vontade por trás das “cortinas”, para me aproximar Dele, para descobri-Lo apesar de todo este “teatro”.

Rabash continua e diz que alguém que vê o rosto de seu amigo está, na verdade, vendo o Criador. Fora do seu corpo, existe somente o Criador. Então, nesse sentido, a pessoa é a verdadeira criatura.

Especificamente, eu sou a criatura, e tudo o mais é a parte do Criador que quer que eu me sinta separado de Sua realidade através disso. No entanto, além de mim, só Ele preenche tudo. Dessa forma, eu vejo diante de mim o Criador, a Luz superior, e todas as formas que Ele recebe são desenhadas pelo meu ego, dividindo-O em partes com diferentes formas e tamanhos. No final, eles retratam diante de mim as várias partes da natureza: inanimada, vegetal, animal ou humana.

Além disso, o Criador preenche tudo, e, portanto, se eu estou mentindo para um amigo, eu estou mentindo para o Criador. Se eu machuco um amigo, eu machuco o Criador. Se me relaciono com os amigos substantivamente, eu posso avançar rapidamente para uma correta compreensão. O mundo inteiro será visto por mim como inteiro, perfeito e sujeito a uma maior orientação, de que tudo é direcionado para me levar à Raiz.

Se for assim, então não há realmente quaisquer outras pessoas em toda a realidade. Há apenas eu e o Criador. Todos os outros componentes agem na capacidade de um elo, um “intermediário”, um adaptador entre nós.

Portanto, Baal HaSulam escreve que, antes de cada ação, eu devo dizer a mim mesmo que estou agindo de forma independente e que o sucesso depende de mim, e após a ação, eu devo compreender e me responsabilizar pelo que aconteceu. Eu devo tentar compreender que tudo foi construído desde o início pelo Criador. O resultado era conhecido desde o início. Portanto, depende de mim aceitar tudo incondicionalmente, pois isso foi estabelecido desta forma desde o início.

No entanto, é proibido declarar que tudo era conhecido desde o início e que não há nenhuma necessidade em fazer algo. Se nós aceitamos a conduta do Criador sem realizar as ações, apenas porque é possível atribuí-las a Ele, então nós não mudamos. Assim, nós vemos o mesmo resultado em uma forma diferente, pois se eu não estou mudado, eu me sento com os braços cruzados ou faço algo sem ligação com a minha independência e sigo o “redirecionamento” do Criador; seguindo, então eu avanço através do sofrimento e golpes.

No entanto, se por trás da conduta do Criador, eu dedico tempo para agir por conta própria, e depois levo tudo de volta à “autoridade suprema”, ao Criador, se eu ajo a fim de igualar a minha participação a participação Dele, então assim, eu sou mudado. Num salto, eu me elevo a um novo nível por meio do “eu vou acelerá-lo”.

Esta é toda a diferença. O mundo passa por muito sofrimento porque quer mudar algo por conta própria. A mudança é necessária, mas a outra metade está faltando, e isso é o que nós queremos explicar à humanidade.

Da Convenção em Nova Jersey 11/05/13, Lição 3