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Orar Por Todos

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Fruto do Sábio: “É proibido ao indivíduo abandonar o público e pedir para si mesmo, nem mesmo para dar satisfação ao seu Criador exceto pelo público, pois aquele que abandona o público e pede por sua própria alma, individualmente, não está construindo, mas está trazendo destruição a sua alma, e a pessoa precisa reunir todas as suas forças, o geral de Israel, todas as vezes que se volta ao Criador, na oração e no trabalho, e integrar-se na raiz de todo o Israel.

Acontece que eu não quero fazer nada de bom, mesmo pelo Criador, se não for pelo benefício da comunidade, por meio do benefício da comunidade e, em conexão com a comunidade. Se há algo sagrado, então, antes de tudo, é a comunidade, toda a humanidade, e se eu entendo a importância da comunidade, com base nisso, posso alcançar a importância do Criador.

Nossa alma comum já está quebrada em nossa percepção. No entanto, orando para si, a pessoa se transforma em impureza, ou seja, desce ao estado negativo que é muito pior do que o original.

Por que pareceria assim? Afinal, a pessoa que “abandona o público para pedir para si individualmente” não o faz à custa de outros. Ela apenas diz ao Criador: “Eu quero ser corrigido, consertado. Eu quero alcançar a doação. Então, por favor, me dê força para doar e lhe dar satisfação!”. Será que ela realmente causa a “destruição de sua alma?” Como pode ser isso? Ela está orando do seu coração. É seu sentimento sincero, pelo qual ela não pode ser responsabilizada. O coração está chorando. O que você pode fazer?

No entanto, não, eu tenho que fazer todos os tipos de ações externas para fazer o meu coração querer outra coisa, e isso está dentro da minha capacidade. Nosso trabalho é realizado a partir do coração, acima do coração, para que ele não peça coisas más e erradas, de modo que não peça para si mesmo se a pessoa quer ser corrigida e dar satisfação ao Criador. Este pedido já é impureza, a destruição da alma.

É por isso que eu preciso de ações que irão definir diante de mim a única tarefa: a unidade. Eu não sou capaz de me dirigir com o pedido correto, em nome do meu próprio coração que está quebrado e desconectado do coletivo. Eu não posso dar satisfação ao Criador a não ser que me una com os outros, porque não vou ter o verdadeiro desejo de doar. De que lugar eu vou me voltar a Ele? Do meu próprio “eu”? É impossível, porque ele está cortado do todo e se encontra abaixo de todos os níveis espirituais, abaixo da escada espiritual. Eu não estou sequer na borda inferior da escada que vai para o céu, para Malchut do mundo do Infinito.

Assim, a principal coisa para nós é unir. Se eu constantemente me preocupo com a unidade, então tudo o que vem disso será correto. Por outro lado, se eu não pensar na unidade, até mesmo as melhores intenções, as palavras mais corretas e a completa devoção são a essência da impureza, a destruição da alma.

Esta é a coisa mais importante para nós durante os dias antes da Convenção em São Petersburgo. A preparação deve nos dirigir à única ação, à unidade, e tudo mais, não importa o que, será bom nela.

“Todas as vezes que se volta ao Criador, na oração e no trabalho”, nós primeiro pedimos pela unidade do coletivo, pela unidade todo o tempo e nada mais. Assim, nós nos “integramos na raiz de todo o Israel”, isto é, no centro do grupo, dirigidos diretamente ao Criador (Yashar El). Todos os nossos esforços são dirigidos à sua unidade e interconexão.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 05/07/13, “Ama o Teu Próximo Como a Ti Mesmo”

O Que Nos Impede De Começar A Viver?

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que me impede de começar a viver nos amigos?

Resposta: Você tem tudo que precisa para fazer isso, mas não deve esperar que isso venha de Cima por si só.

A única coisa que falta é o reconhecimento em sua mente e coração de que a espiritualidade é alcançada somente na conexão, que a espiritualidade e a conexão devem estar integradas numa só, e o Criador é revelado na conexão.

Não há nada, exceto esses três elementos: você, a conexão e o Criador. Nós devemos entender tudo isso mais internamente.

Conexão é chamada de “Torá”, e é também o vaso e a Luz que devem consolidar e conectar os dois pontos, eu e o Criador, num só.

Todo mundo deve verificar a si mesmo em relação a isso e ver onde está e se preocupar com os amigos que ficam fracos e têm menos poder. Se notarmos que um amigo vem menos para a lição e para a reunião de amigos, ou que ele vem, mas constantemente tenta se envolver com outras coisas e encontra justificativa para isso, ele não deve ser deixado sozinho. Somente um grave motivo pode justificar estar ausente das lições e apenas ocasionalmente.

Meu coração dói quando vejo que este é o caso. Eu não estou preocupado com aqueles que partiram. Se esta é a sua fé, não há nada que possamos fazer. No entanto, nós devemos nos perguntar se temos feito o suficiente para despertar a importância da meta neles. Se não tivermos feito, então a culpa é nossa e eles vão faltar posteriormente na conexão entre nós. Essa parte nos faltará, a fim de construirmos um vaso completo.

A razão para isso é um desrespeito pelos outros, pelos amigos, quando nossa atitude para com eles é como com estranhos. No entanto, ele não é um estranho, mas um amigo que deve ser mais importante para você do que você mesmo, já que a sua alma depende dele. Eu desejo uma vida longa a você, mas você deve saber que, sem o amigo, sua vida vai acabar no nível animal. Se você quer cuidar da sua alma, ela está no amigo.

É um fato, quer você goste ou não, e não importa se você aceita isso ou não. Agora, você tem que decidir e fazer uma escolha: você aceita isso ou não? Você não tem o desejo por isso e ninguém diz que você tem que querer isso. “Receber” significa que, a partir de agora, você deve levar esse fato em consideração em cada ação que você faz, em cada desejo ou pensamento.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/07/13, Escritos do Rabash

Nada Novo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “600.000 Almas”: Diz-se que há 600.000 almas, e cada alma se divide em várias centelhas. Nós devemos entender como é possível para o espiritual se dividir, pois, inicialmente, apenas uma alma foi criada, a alma de Adam HaRishon.

Na minha opinião, há de fato uma só alma no mundo, como está escrito (Gênesis, 2:07), “e soprou em suas narinas o fôlego da vida”. A mesma alma existe em todos os filhos de Israel, completa em todos e cada um, como em Adam HaRishon, já que o espiritual é indivisível e não pode ser cortado – que é sim uma característica das coisas corpóreas.

No entanto, dizer que há 600 mil almas e centelhas de almas parece como se ela fosse dividida pela força do corpo de cada pessoa. Em outras palavras, primeiro o corpo se divide e completamente nega o brilho da alma, e pela força da Torá e da Mitzva, o corpo é purificado, e na medida de sua purificação, a alma comum brilha sobre ele.

Existe apenas um desejo na realidade. A Luz criou um desejo e age nele. Ela o restringe, coloca Masachim (telas) sobre ele, e cria Partzufim e mundos dele. Contudo, o desejo é o mesmo desejo. A palavra “mundos” (‘Olamot’) deriva da palavra “ocultação” em hebraico, e refere-se à ocultação da Luz em nossa percepção e sentimentos. É como olhar o mundo sem óculos e ver um mundo embaçado. Os mundos espirituais são imagens cada vez mais precisas e claras que são reveladas por “óculos espirituais” que mudam a cada vez que eu me corrijo, até alcançar o mundo de Ein Sof (Infinito), o que significa toda a correção.

Portanto, trata-se de uma percepção individual e não de uma realidade externa que realmente existe. A imagem do mundo depende da pessoa que a alcança.

Em geral, há uma só alma, mas cada um a percebe de acordo com o seu nível de preparação. Nós estamos sempre no mesmo lugar, no mesmo sistema, mas cada um está emocional e mentalmente conectado a ela de uma forma diferente, de acordo com a sua realização e compreensão. É como um bebê recém-nascido que dificilmente percebe algo. Só depois de um par de meses que ele começa a perceber alguns detalhes de toda a imagem. É como se ele também estivesse num estado de ocultação em alguma parte e num estado de revelação em outra parte, e, no início, a ocultação é muito maior do que a revelação.

Aos poucos, a pessoa percebe mais claramente onde está de acordo com o seu avanço e desenvolvimento. Nós não estamos falando sobre algo novo, mas sobre a revelação que faz parte da nossa percepção. Portanto, todo o nosso desenvolvimento é para despertar, construir e preparar um vaso desse tipo de percepção que será sensível à revelação da eterna e imutável realidade.

Nosso pressuposto básico é que só existe uma alma no mundo, um desejo de Malchut de Ein Sof, e nós alcançamos este estado até certo ponto, como se olhássemos para ele através de diferentes tipos de óculos que determinam o nível de nossa proximidade com ele.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 05/07/13, “Ama o Próximo Como a Ti Mesmo”

O Mosaico De Malchut Sob Minha Responsabilidade

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Carta 19: No entanto, por causa da quebra dos vasos, todas as Otiot foram ejetadas às condutas e pessoas corpóreas. Quando a pessoa se corrige e atinge a raiz da alma, ela deve coletá-las por si mesma, uma por uma, e trazê-las de volta à raiz, à santidade. Este é o significado de “sentenciar-se a si mesmo e ao mundo inteiro a uma escala de mérito”.  A questão da unificação do Criador e da Divindade…

Nada lhe falta exceto sair para o “campo abençoado pelo Criador” para reunir todos os membros que se separaram de sua alma e juntá-los num único corpo. Este é um corpo perfeito onde o Criador infunde Sua Divindade em perpetuidade, sem qualquer interrupção.

Nós não entendemos como o mundo está conectado e o que nos é revelado. Por enquanto, o que nos é revelado a cada minuto é exatamente o que precisamos corrigir. Mesmo se não pudermos investigar tudo profundamente e fazer as correções adequadas, ainda temos que continuar voltando às conexões, visto que a conexão é a expressão do amor nos níveis superiores.

Isso também significa “cultivar o campo abençoado pelo Criador”. Trabalhar na conexão é o que nos leva ao “Ama ao próximo como a ti mesmo”. Nós devemos ver a imagem de conexão em todos os amigos, em toda a humanidade, e mesmo na natureza inanimada, vegetal e animal. É porque Malchut inclui todos os seus níveis anteriores, e sua quarta fase passa a ser responsável pela fase da raiz e pela fase um, dois e três após a “restrição” e o surgimento da Luz de Retorno.

Nós devemos entender que vemos tudo em Malchut. A partir da fase quatro, nós observamos a fase da raiz, e as fases um, dois e três. Agora, é todo o nosso mundo, e mais tarde vamos descobrir os mundos espirituais pela Masach (tela) e a Luz de Retorno.

No entanto, no geral, eu estou em Malchut, que parece quebrada, e tenho que conectar todas as suas peças numa só. Todas as suas partes estão separadas pelo meu ego e o meu ódio, e eu as conecto acima do ódio.

Eu não posso anular o meu ego e o meu ódio, mas, como está escrito: “O amor cobre todas as transgressões”. Eu deixo os pecados, o ódio, a repulsa, e todos os outros atributos negativos abaixo, eu os restrinjo e construo um novo vaso acima deles.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 05/07/13, “Ame o Próximo Como a Ti Mesmo”

“A Revolução Da Classe Média”

Dr. Michael LaitmanOpinião (Francis Fukuyama, cientista e economista político norte-americano): “O tema que une os acontecimentos recentes na Turquia e Brasil, bem como à Primavera Árabe de 2011 e os contínuos protestos na China, é o surgimento de uma nova classe média mundial”…

“Na Turquia e no Brasil, como na Tunísia e no Egito antes deles, o protesto político foi realizado não pelos pobres, mas por jovens com níveis de escolaridade e renda acima da média. Eles são conhecedores da tecnologia e usam a mídia social como o Facebook e o Twitter para transmitir informações e organizar manifestações. Mesmo quando eles vivem em países que possuem eleições democráticas regulares, eles se sentem alienados da elite política dominante”…

“Um relatório de 2012 do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, usando uma definição mais ampla de classe média, previu que o número de pessoas nessa categoria iria crescer de 1,8 bilhões em 2009 para 3,2 bilhões em 2020 e 4,9 bilhões em 2030 (da população mundial projetada de 8,3 bilhões de dólares)”…

“Nada disso é um fenômeno novo. As revoluções Francesa, Bolchevique e Chinesa foram todas lideradas por indivíduos descontentes da classe média, mesmo que seu curso final fosse posteriormente afetado por camponeses, operários e pobres”.

“Apesar de protestos, revoltas e revoluções ocasionais serem normalmente liderados por membros recém-chegados da classe média, esta última raramente teve êxito sozinha em trazer a mudança política no longo prazo. Isso ocorre porque a classe média representa raramente mais do que uma minoria da sociedade nos países em desenvolvimento e é, em si, dividida internamente. A menos que eles possam formar uma coalizão com outros setores da sociedade, seus movimentos raramente produzem mudança política duradoura”…

“Nenhum político nos EUA ou na Europa deve olhar para baixo complacentemente sobre o desenrolar dos acontecimentos nas ruas de Istambul e São Paulo. Seria um grave erro pensar: ‘Isso não pode acontecer aqui’”.

Meu Comentário: A questão é com o que eles vão às pessoas. O problema não é animar as massas, mas levá-las a mudanças reais. Mudanças reais só podem acontecer se ocorrerem de acordo com o desenvolvimento da natureza e da sociedade, isto é, em direção à integração da humanidade.

Portanto, a única solução verdadeira para todos os problemas urgentes da sociedade está na aplicação do método de educação e formação integral da população em geral. A reconstrução e redefinição da estrutura social são possíveis depois disso, baseadas nos conhecimentos adquiridos e nas novas habilidades da interação integral.

Acima Do Ódio, Para O Amor

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, “VaYiera“[E o Senhor Apareceu], artigo 453: O homem é criado na absoluta maldade e baixeza, como está escrito, “Quando a cria de um jumento selvagem nasce um homem”. E todos os vasos no seu corpo, ou seja, os sentidos e as qualidades e, especialmente, o pensamento servem-lhe apenas para a maldade e insignificância o dia todo. E para aquele que é recompensado com a adesão a Ele, o Criador não cria outras ferramentas em vez disso, para ser digno e adequado à recepção da eterna abundância espiritual destinada a ele. Em vez disso, os mesmos vasos modestos que foram até agora utilizados de uma forma suja e repugnante são invertidos para se tornar vasos de recepção de toda a amabilidade e gentileza eterna.

Além disso, cada Kli, cujas deficiências tinham sido as maiores, passou a ser o mais importante. Em outras palavras, a medida que eles revelam é a maior.

Quanto mais nós trabalhamos, mais profundamente penetramos na espessura do desejo e descobrimos mais problemas, todo um complexo de interferências. Tudo isso é para dar “carne” suficiente para o mal que é inerente em nós e entre nós. Em outras palavras, é para revelar a quebra.

Agora, nós estamos trabalhando na unidade e descobrimos as forças que se opõem a ela, até revelarmos a quebra no primeiro e mais baixo nível.

Então, vamos ter que superá-la. Como? Nós restringimos todas as forças de separação e escuridão. Ao mesmo tempo, elas permanecem, porque é impossível anular o mal. Nós simplesmente subimos acima dele. Não há necessidade de corrigir tudo o que nós temos. Isso só vai piorar. Não, nós trancamos o nosso mal internamente e subimos acima dele. Diz-se sobre o assunto, “O amor cobre todas as transgressões”. Ele não corrige as falhas, mas as cobre.

O mal deve permanecer. Ele não é transformado em bem, mas o bem é construído sobre o mal. Tudo é provido na natureza desta maneira, e esta é a chave para a perfeição.

Nós queremos nos livrar do mal. Nós não entendemos que bem existe no lobo comer a ovelha. A pessoa que reflete sobre suas qualidades, lamentando o que fez na vida. Não se devore. Pelo contrário, é preciso aceitar os fatos e pensar em outra coisa: como é que ela pode criar propriedades opostas acima dele? Esta é a pergunta: onde está a Luz que Reforma? Se o mal foi revelado, então, obviamente, eu posso construir uma boa imagem acima dele.

Neste caso, bem e mal devem ser do mesmo tamanho, e, em seguida, a linha do meio aparece entre eles. Nós não vamos conseguir nada sem isso e não chegaremos ao acoplamento espiritual (Zivug).

Portanto, nós precisamos identificar cada vez mais o estado necessário, procurando uma maneira de conseguir o primeiro contato com o Criador.

Antes da reunião em São Petersburgo e durante a Convenção, nós vamos enfrentar todos os tipos de obstáculos, circunstâncias que distraem, impressões externas, ou vamos “flutuar nas nuvens” em vez de realizar o trabalho correto. Nós receberemos várias surpresas de Cima, de acordo com a ordem dos nossos estados, e, mesmo que todos nós nos esforcemos pela unidade, ainda vamos enfrentar uma descida. Nós podemos senti-la ainda no primeiro dia da Convenção, inclusive de uma forma mais forte, já que nos preparamos bem. Suponha que depois de me registrar as nove da manhã, eu me sinto cansado ao meio-dia e começo a pensar: “Por que, na verdade, eu vim? O que eu estou fazendo aqui?”.

Isso é muito bom, porque, então, teremos que trabalhar em nós mesmos, “beijar a vara” que nos atinge e abençoar o mal como bem.

Assim, a pessoa percebe de que forma ela é digna de construir a tela (Masach) agora. Afinal de contas, a tela é formada acima de todos os sentidos, interferências e problemas que se manifestam e a principal coisa neste conjunto é o ódio. Isto é o que o amor cobre. Sem estas “transgressões”, não chegaríamos ao verdadeiro amor espiritual. Ele é construído apenas acima ódio.

É por isso que a tecnologia da comunicação virtual está florescendo no mundo moderno. É para revelar o ódio. No entanto, para evitar que ele se transforme numa guerra, nós devemos ao mesmo tempo fornecer às pessoas o método de correção. Todo mundo vai saber e entender o que deve ser feito de acordo com as circunstâncias.

Este é o único meio: a unidade acima da separação, o amor acima do ódio.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/07/13, “Do Ódio ao Amor pela Luz que Reforma”

A Oposição Ao Criador É O Relacionamento Com Ele

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “O Mistério da Letra Kaf na Palavra Anochi (Eu)”: Malchut, vestida nos mundos, é chamada de “Eu” e distribuída ao mundo de Assiya. Precisamente, é a divisão em que todo homem se sente existindo como ele é.

Desenvolvendo-se, o homem quer conquistar o mundo inteiro para o seu próprio benefício e prazer. Esta é a força da quebra no mundo da Assiya, como é dito (Profetas, Melachim (Reis), I, 1:5): “Eu vou ser rei”, por causa das centelhas espirituais que ainda não foram reveladas.

Nós devemos entender que o desejo de receber, separado do Criador, que se sente como oposto a Ele e procura dominar tudo, é artificial em sua essência. Isso não existe, na realidade, é criado como algo imaginário por estar em oposição ao Criador.

Isso existe apenas como parte da percepção, a fim de criar um sentimento de oposição ao Criador. Somente nisso deve ser dada importância: é importante só porque nos permite sentir em oposição à doação e não por outro motivo. Com base nisso, nós podemos construir um relacionamento com o Criador.

Agora nós não tocamos Malchut, como tal, a extremidade da linha do infinito, no centro do círculo. Nós vamos tocá-la somente se nos apresentarmos diante do Criador. O desejo de receber não existe até que o coloquemos em oposição ao Criador. Só então ele existe para mim e existe o Criador, e alguma linha é esticada entre nós, a ligação, a partir da qual é possível começar o caminho.

Este ponto fica em oposição a Ele em todas as suas propriedades e se esconde, e ele começa a ser revelado conforme a minha capacidade de imaginar o Criador como o seu oposto. Caso contrário, ele não me mostra nada exceto problemas, ou seja, não a si mesmo, mas suas manifestações externas. Mas, aos poucos, ao contrário do mundo inteiro, eu me aproximo de sua essência interna, distingo-a diante do Criador, e começo a minha própria linha.

Assim, é importante lembrar: nós não eliminamos este ponto; nós entendemos que precisamos dele. No entanto, devemos sempre entrar nele cada vez mais. Se nós queremos conhecer a materialidade, nós temos que compará-la com a espiritualidade, colocar o ponto Malchut diante do Criador. Um não pode existir sem o outro neste conjunto.

Se eu imagino determinada realidade sem o Criador, oposta a Ele, então eu vivo num mundo imaginário.

Esta é a diferença entre o estado mais inferior que precede o primeiro grau espiritual, o estado em que me oponho ao Criador, e o mundo imaginário, que não conecto com o Criador em nossa compreensão.

O verdadeiro “eu” só aparece quando a propriedade completamente oposta a mim, o Criador, está diante de mim. Assim, ao confrontá-Lo eu “reivindico o trono”, que se manifesta de várias formas. Por exemplo, eu posso admitir que Ele é eterno e poderoso, que Ele determina e fornece tudo, e mesmo assim, como uma criança pequena, eu quero tudo de outra maneira; eu quero tomar o Seu lugar. Isso também está incluído no âmbito das reivindicações, “Eu vou ser o rei”.

Assim, o que importa não é o poder em si, mas o desejo. Se eu quiser tomar o poder em minhas mãos, pelo menos em alguma coisa, isso já é o meu verdadeiro Eu. Afinal, a questão é: quem é o chefe, quem decide? E se está claro para mim que isso é entre eu e o Criador, então eu já entrei no relacionamento com Ele, mesmo que ainda não de uma forma espiritual.

Como posso chegar a isso? É muito simples: eu começo a perceber que o Criador me governa completamente. Inclusive a minha oposição a Ele, Ele cria de propósito para me avançar no caminho do desenvolvimento. Como resultado, eu incluo os dois opostos e começo a construir um relacionamento correto entre eles.

Baal HaSulam ilustra isso com o exemplo: Indo para o trabalho de manhã, a pessoa é guiada pelo princípio, “Se eu não fizer, quem fará por mim”. E no final do dia, ela admite que não há outro além do Criador.

Na primeira fase do processo, eu me conscientizo de que não há outro além Dele. Eu percebo isso em relação a mim em todos os meus desejos e pensamentos, nos sentimentos e na mente (e não tenho mais nada); o Criador tem poder absoluto.

Quem sou eu então? Um detalhe mais profundo de percepção, um nível espiritual mais elevado. Uma vez que Ele reina em mim totalmente, eu afirmo isso com base num novo ponto. Assim, cada vez eu revelo um “eu” mais profundo, até a quarta etapa, onde ocorre a força da quebra.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/07/13, “Do Ódio ao Amor pela Luz que Reforma”

Como Aderir-se À Sua Linha Espiritual

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Talmud Eser Sefirot, Parte 3, Capítulo 8, “Histaklut Pnimit”, item 88: Tudo o que temos a fazer é esclarecer mais uma vez e elevar todas as almas que caíram de Adam HaRishon (primeiro homem) nas Klipot (cascas) e trazê-las de volta às suas raízes como eram antes do pecado da árvore do conhecimento.

E onde está o ponto de quebra, o ponto onde o meu “eu” é revelado? De onde deriva? É o resultado da quebra, uma vez que tudo o que não for a quebra é a Luz superior e é  unidade e conexão. É por causa da quebra que foi criado um “curto-circuito” entre o desejo de receber e o desejo de doar.

Então, esse ponto do “eu” é revelado e apenas por nossos esforços de conexão nós podemos descobrir esse ponto e fazer o trabalho que temos que fazer, em contraste com ele: mudar do “eu” para o “nada”, para o Criador, e “nada” não significa que Ele não existe, mas sim que Ele realmente existe e preenche tudo e que “não há outro além Dele”.

Isto significa que o nosso objetivo é nos conectar constantemente, de modo que todos nós vamos “encolher” tanto quanto possível. Com isso nós descobrimos duas coisas juntas, tanto o “eu” quanto o “nada”, o Criador. Entre eles eu vou descobrir toda a escada espiritual, em torno da qual há o círculo completo, todo Ein Sof (Infinito).

Se nós começamos a subir esta escada de baixo para cima, se subimos de um nível para o outro, nós nos conectamos a tudo o que temos que corrigir, a todo o círculo, com exceção da parte que não podemos nos aproximar, chamada de “coração de pedra”. Quando eu subo uma linha significa que eu corrijo não só essa linha, mas toda a área que ainda não foi revelada; eu corrijo as dez Sefirot na linha, e todo o resto é a Luz Circundante. Mas já é uma Luz Circundante feita de diferentes acoplamentos que eu fiz. Eu recebi a Luz Interna no acoplamento e em contraste com a Luz Circundante. Então eu subi para o próximo nível. Isto é todo o vaso corrigido. A Luz Circundante está no “coração de pedra” que será corrigido no fim da correção por “Rav pealim mekabtziel”.

How To Adhere To You Spiritual Line

Por ter criado todo um vaso corrigido eu subo para a próxima linha, para o próximo nível. Então eu continuo a minha linha e adquiro uma Luz Interna superior e, consequentemente, também uma maior Luz Circundante. Assim, eu esclareço ambas de cada vez.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/07/13 “Do Ódio ao Amor pela Luz que Reforma”

O Criador É Sempre O Bem Absoluto

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Essência da Religião e Seu Propósito”: … O Criador é, em Si mesmo, completo e não precisa de ninguém para ajudá-Lo a completar, uma vez que precede tudo. Portanto, é claro que Ele não tem qualquer desejo de receber. E como Ele não tem desejo de receber, Ele é fundamentalmente desprovido de um desejo de prejudicar alguém; simples assim.

Além disso, é completamente aceitável para a nossa mente como o primeiro conceito, que Ele possui um desejo de doar bondade aos outros, ou seja, às Suas criaturas. E isso é evidentemente demonstrado pela grande Criação que Ele criou e pôs diante de nossos olhos. Porque neste mundo há seres que inevitavelmente experimentam um sentimento bom ou ruim, e esse sentimento vem necessariamente a eles do Criador. E uma vez que é absolutamente claro que não há nenhum objetivo de prejudicar na natureza do Criador, isto exige que as criaturas recebam apenas bondade Dele, pois Ele as criou apenas para lhes doar.

Assim, nós aprendemos que Ele tem apenas o desejo de doar bondade, e é absolutamente impossível que qualquer nocividade possa permanecer em Seu domínio, que possa irradiar Dele. Por isso é que temos definido Ele como “o Bem Absoluto”. E depois que nós aprendemos isso, nós vamos dar uma olhada na realidade atual que é guiada por Ele, e como “Ele doa apenas bondade a eles”.

Nós não vemos dessa forma. Para nós, parece que tudo está de cabeça para baixo neste mundo. Comparado à natureza inanimada, vegetal e animal, o nível falante sofre muito mais do que os outros. Quanto mais avançada for a pessoa, maiores serão suas angústias. Então, onde é que vamos ver o “Bem Absoluto” aqui?

Isto se aplica a outro nível de existência, a um plano de vida diferente. Aqui, não há vestígios do Bem Absoluto, nem podemos esperar que, em algum momento, as coisas se tornem melhores. Pelo contrário, ao longo da história, nós avançamos unicamente pelo mal. A verdade é que nós nos desenvolvemos a fim de compreender a nossa inclinação ao mal, que é construída em nossa natureza, nossas propriedades. Não importa exatamente onde, porque dá no mesmo. É por isso que é inútil ter esperança ou esperar por coisas positivas neste mundo.

Quanto ao Bem Absoluto (o Criador) e nossa conexão com Ele, nós somos incapazes de sequer fantasiar sobre isso, uma vez que somos limitados por nossos limites atuais. Isso não tem absolutamente nada em comum com este mundo. Não há nenhuma ligação entre este reino e a força superior. Tudo o que temos aqui é o desejo de receber que continua a mudar. No entanto, não há nenhum “Bom que faça o bem”, nenhuma “Benevolência Absoluta”, nenhum Criador!

O objetivo deste mundo é revelar o fato de que não podemos tolerar este reino por mais tempo. O truque é que devemos revelar este fato e divulgar as razões que causam este estado. Não só eu estou com dor e clamo por isso. Esta dor deve explicar por que passo por isso e como me livrar disso.

Caso contrário, eu vou controlar a minha dor para chegar a um estado melhor. Isso não significa que não haverá dor na minha vida, embora eu vá chegar a um nível diferente, mais elevado de conhecimento, compreensão e percepção, que me permitirá me controlar usando minha aspiração ao deleite e à aflição como as rédeas para o autocontrole. Nesta fase, eu não quero me livrar do sofrimento ou me divertir. Eu começo a entender e a esclarecer exatamente o que deveria aspirar. Independentemente da minha aversão à aflição e do meu desejo de ser feliz, eu ainda quero me comportar corretamente. Gradualmente, ao perseguir este caminho, eu provo o que significa “corretamente”.

Este tipo de análise inicia no nosso estado atual e continua de um estágio para o outro. Gradualmente, nós começamos a reconhecer as características potenciais do Bem Absoluto. Leva muito tempo e uma grande quantidade de esclarecimento. É um processo que torna isto possível para nós, para definir o que é bom e o que é ruim.

Então, nós consideramos estes conceitos não apenas com base no que sentimos, mas propositadamente. Assim, nós podemos avançar. Nós subimos acima da análise “animal” do que é bom e o que é ruim, que é baseada em nossas sensações positivas ou negativas. Em vez disso, nós mudamos para uma análise humana que relaciona tudo à meta superior. Nós colocamos a meta superior à frente de tudo. Somente através da meta superior nós podemos distinguir entre o bem e o mal.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 03/07/13, “Não Há Outro Além Dele”