Textos arquivados em ''

Um Pequeno Barco Num Mar Tempestuoso

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos imaginar o próximo estado no grupo, para que possamos chegar mais perto dele?

Resposta: O próximo estado é a plenitude. Imagine-o como puder. Cada um tem sua uma idéia do nível espiritual e imagina-o de forma diferente.

Você pode pensar que quando atingir o nível espiritual, você vai se sentar como um rei num trono e ter todos os anjos atendendo-o: um vai lhe trazer um cigarro, outro acende-lo, um terceiro vai lhe trazer um copo de cerveja, e eles vão arrumar as almofadas onde você se senta. Eu espero que você não imagine o mundo superior desta forma.

É importante que você tenha a idéia certa do mundo superior ao manter constantemente a intenção correta, pois sem ela você é como um barco a vela num mar tempestuoso, que é jogado de um lado para outro pelas fortes ondas. Não é que você apenas perdeu o caminho, mas está realmente numa situação perigosa.

Você deve ver constantemente a meta diante de si. Se você a vê, você imediatamente identifica diferentes interrupções que vêm junto, em contraste com ela. Então, você tem tempo de agarrá-las e superá-las, usando-as assim para apoiá-lo.

Mas se você não vê a meta, você perde a direção e não há nada com que você possa analisar e comparar as interrupções. Portanto, você não entende que estas interrupções o afastam da meta: diferentes desejos, pensamentos e imagens em que você desaparece. Eles te engolem em vez de você engoli-los.

É muito importante retratar uma meta claro diante de nós, e é por isso que a preparação é tão importante. A preparação está retratando o estado corrigido que queremos atingir, apenas isso e nada mais, e sem sombra de dúvidas! Caso contrário, eu preferiria morrer se não conseguisse o que eu quero!

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/06/13, Escritos do Rabash

Além De Desejar Se Unir

Dr. Michael LaitmanPergunta: Antes de alcançarmos o amor é necessário atingir o ódio em relação ao amigo? O que é este ódio na espiritualidade?

Resposta: Nós nunca desejamos descobrir ódio. De forma alguma! Nem numa família, nem em casa, nem com as crianças, e nem com qualquer um!

Nós não precisamos desejar algo ruim! Somente desejando o bem nós podemos entender a nossa verdadeira natureza. Ao tentar amar o amigo, nós começamos a descobrir que o odiamos. Portanto, no caminho para o “Amarás o teu amigo como a ti mesmo”, nós descobrimos grandes problemas. E o tempo todo, ao superá-los, nós caímos novamente no ódio.

Se vocês quiserem conhecer a sua natureza, é preciso dirigir-se apenas ao amor, isto é, estar incorporado ao máximo com o outro: “O que você quer? O que está faltando para atingir a meta?” Você tenta empurrá-lo em direção a essa meta, mesmo que anseie por ela. Não de acordo com os seus cálculos egoístas, mas sim, especificamente porque ele quer isso.

Ao tentar fazer artificialmente tudo pelo amigo, você começa a descobrir que o odeia: “Por que eu preciso ajudá-lo? Como posso desejar que consiga isso? Onde eu fico em tudo isso?” O ódio aparece muito rapidamente e nós temos que trabalhar nele.

Mas essa primeira descoberta do verdadeiro ódio além dos esforços que fizemos em nos aproximar uns dos outros, já é o ódio espiritual. Este não é como no nosso mundo. Em nosso mundo nós não levamos em conta emoções positivas ou negativas.

Tudo o que está em nosso mundo chega até a pessoa através do seu ego, de modo que não levamos isso em conta no mundo espiritual. Ao trabalhar na aproximação dos amigos no grupo, conforme o nosso esforço em abordá-los, cumpri-los e elevá-los, nós começamos a ver o quanto somos completamente o oposto disso; este é o nosso trabalho. E o ódio vai aparecer lá e isso já será espiritual. Toda a espiritualidade é alcançada somente por meio do anseio pela unidade – única e exclusivamente- tanto positiva como negativamente.

Da Preparação para a Convenção em Krasnoyarsk 13/06/13

Homens, Não Subestimem O Desejo Das Mulheres!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como as ações físicas das mulheres num grupo são importantes para o avanço espiritual?

Resposta: Elas são 100% importantes, porque ninguém pode tomar ações físicas de você. Todos os seus pensamentos são autoengano. Tudo o que você transfere através da cabeça ou do coração é ego total. As ações físicas são ações reais.

Invistam, mesmo que vocês não tenham sentimentos ou tenham sentimentos negativos. Mostrem a todos, através de suas ações e atos, que a meta é importante para vocês, de modo que os outros ao seu redor tenham que ver isso! Isto é muito importante! Diga-lhes que vocês querem ver que elas sejam propositais, pois você dependem deles.

Pergunta: Eu disse isso, mas eles não escutam.

Resposta: Nesse caso, eu devo me voltar aos homens: os desejos das mulheres são assim, os anseios são assim, não devemos tirar proveito em qualquer circunstância!

Se vocês rejeitarem o desejo de uma mulher, vocês precisam entender que não vão conseguir nada. Digo isto com seriedade! Nós aprendemos isso da correspondência entre “Zeir Anpin” e “Malchut“. Se, como representantes do “Partzuf Zeir Anpin”, vocês rejeitarem os desejos de “Malchut“, que tipo de realização séria vocês podem estar falando! Vocês não terão êxito em nada!

Vocês devem sentir o desejo das mulheres e o que as mulheres esperam de vocês! Vocês precisam esperar essa pressão, porque é especificamente o desejo das mulheres, denominado “Mei Nukvin“, que é essencial para a subida!

Portanto, se os homens “não ouvem”, isso é muito ruim e é a acusação mais grave que pode ser dirigida a eles, e não apenas das mulheres.

Da Convenção em Krasnoyarsk 13/06/13, Lição 3

Eu Quero!

Dr. Michael LaitmanRabash, “O Que é a Ordem de Exterminar Amaleque”: Além disso, nós vemos que a pessoa precisa se preparar, a fim de desfrutar o prazer que está vestido no navio. Isso significa que ela pode desfrutar a Luz do prazer que está vestida no vaso na medida em que ela se prepara, o que é considerado externo. Isso significa que não podemos comparar uma pessoa que bebe água quando tem sede com uma pessoa que bebe água quando não está com sede. Isto é porque o vaso de receber prazer é medido pelo desejo pelo prazer.

Nós sabemos que a diferença entre “Eu vou apressá-lo” e “em seu tempo” está apenas na preparação. No final, a pessoa tem que executar a ação por si mesma e dizer: “Eu quero!” e quando ela quiser, as coisas vão se abrir para ela!

Há duas maneiras de atingir a demanda “Eu quero!”: ou por golpes, que não deixam qualquer escolha à pessoa e a obrigam a se recuperar depois de cada golpe ou problema e a despertar de sua relutância em fazer alguma coisa. É porque ela está confusa e não consegue encontrar forças para se conectar com os amigos a fim de construir um vaso, e só os golpes a forçam a dar um passo adiante.

Mas não é só dar um passo. Ela vê que esta etapa é benéfica tanto no sentido espiritual como corporal. O benefício corporal é que ela se livra dos golpes e o benefício espiritual é que ela se recupera e começa a sentir que tem uma meta, um processo, e a chance de sentir algo do caminho chamado “eu vou apressá-lo”.

Assim, ela ganha duas vezes: ela ganha novas habilidades e um novo sabor corporalmente e talvez também espiritualmente. Tudo é dado a ela após o golpe, já que há dois opostos no golpe que ela recebe do Criador, no golpe da Luz que opera na pessoa de diferentes maneiras e em direção à meta. Nós estudamos que em todos os estados, mesmo no menor, há dez Sefirot, a Luz do NRNHY, Reshimo (gene espiritual) do vestir, e Reshimo de Aviut (espessura).

Portanto, nós devemos tentar compreender que tudo depende da nossa preparação, que nos leva à procura do “Eu quero!”. Nós temos que chegar a um estado em que nos resta apenas um desejo e que esse desejo deve ser o maior. Há duas maneiras de alcançar isso: “em seu tempo” (através do caminho do sofrimento), ou “eu vou apressá-lo” (através do caminho da Luz). Mas é impossível sair do Egito sem o desejo de “Eu quero!”.

Por outro lado, a pessoa sente um grande desespero e desamparo em suas próprias forças e ao mesmo tempo a confiança e fé que o Criador pode salvá-la, o que significa que tudo está nas mãos de Deus. Essa versatilidade deve reforçar a pessoa e não quebrá-la no momento que ela sai.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 28/06/13

A Cúpula Dos Cidadãos Dá O Tom Para A Cúpula Da UE

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (da Euronews ): “Cerca de 400 pessoas se reuniram em Bruxelas para a primeira ‘Cúpula dos Cidadãos’, na segunda e terça-feira”.

“Os delegados incluíam políticos, jornalistas e trabalhadores de ONG. Seu objetivo era fazer com que suas vozes fossem ouvidas pelas instituições da EU”.

“Monika Kosińska do Grupo de Contato da Sociedade Civil disse à Euronews: ‘Depois de quase cinco anos de frustração, a sociedade civil europeia decidiu que não estamos satisfeitos com as decisões e conversas que estão acontecendo em nosso nome, em nome dos cidadãos de toda a União Europeia’”.

“Sarah Czichowsky, membro do Fórum Gana na Alemanha, disse que os políticos devem se envolver mais com a sociedade civil para ‘tornar a UE mais humano’”.

“Marie Huguet, funcionária da ONG de educação CEIPES, explicou: ‘É fácil reclamar, mas é muito mais difícil realmente agir. Eu espero que as pessoas aqui compartilhem suas opiniões e idéias’”.

Meu Comentário: É claro, será um auxílio se reunir e conversar, mas não trará nenhum resultado, exceto a “liberação de pressão”. Enquanto o egoísmo reinar sobre nós, aqueles no topo nunca se importarão e não serão capazes de cuidar daqueles na parte inferior.

O Segredo De Jacó É Revelado Em Nossos Dias

Dr. Michael LaitmanO nono dia de Av é o pior e mais trágico dia do ano, pois é o dia da destruição tanto do Primeiro como do Segundo Templo. Por um lado, nós sabemos que rabino Akiva se alegrou e riu quando viu a destruição do Templo. Por outro lado, nós experimentamos sofrimentos terríveis, mas se você estiver conectado ao objetivo, você pode se alegrar com eles.

Isto é especialmente verdadeiro quando nos referimos aos nossos tempos, quando recebemos a chance de voltar para a terra de Israel, e agora tudo depende de nós. No entanto, durante o exílio, estes sofrimentos eram absolutamente necessários. É o mesmo segredo que Jacó queria revelar aos seus filhos antes de sua morte, mas não o fez.

Se você souber exatamente o que vai acontecer no futuro e como isso está ligado ao objetivo, você não será capaz de realmente sofrer e alcançar o desespero, pedir, clamar, ou orar e elevar MAN. Esta é a razão da sabedoria da Cabalá ter sido ocultada por um tempo tão longo, de modo que as pessoas não soubessem por que sofrem. O mundo inteiro não entende por que o “povo escolhido” experimenta tais aflições e acham que ele pode não ser mais o povo escolhido, mas sim o povo perseguido.

Eles tiveram que passar por todas essas aflições corporalmente na forma mais humilhante, primitiva e genuína, sem qualquer suavização dos Dinim (sentenças). A razão é que a suavização dos Dinim exige o prolongamento do exílio e aflições ainda maiores.

Assim, por eras foi proibido revelar que a destruição do Templo e as aflições do exílio eram necessárias. Se as pessoas soubessem que tinham que passar por elas, elas teriam sentido a ligação entre o sofrimento e o objetivo e não teriam sofrido tanto. Não teriam sentido tanta tristeza, confusão e impotência, e não teriam sentido a gravidade e a dor aguda do exílio.

Por isso, os Cabalistas proibiram a revelação da sabedoria da Cabalá, uma vez que ela explica por que as coisas acontecem. Eles foram forçados a fazê-lo apesar de sua tristeza, a fim de encurtar o exílio.

Mas tendo retornado à terra de Israel, onde podemos construir um Estado de acordo com as leis espirituais, estabelecer um exemplo para todos e atrair o mundo inteiro para a mesma forma de vida, nós agora temos que revelar a sabedoria da Cabalá em sua plenitude e explicá-la a toda a nação de Israel e ao mundo todo. É porque nós estamos à beira da redenção completa! Claro, a correção será através da nação de Israel para o mundo todo. Mas não há razão para prolongar nosso sofrimento, uma vez que está na hora do fim da correção!

Hoje, a sabedoria da Cabalá tem que ser totalmente revelada. Nós sofremos durante todo o exílio e tivemos que sofrer, mas agora não há nenhuma razão para seguir sofrendo. Os sofrimentos anteriores foram suficientes para iniciar a correção a partir de agora. Esta é a razão pela qual a sabedoria da Cabalá estava oculta por tanto tempo.

Durante os séculos XVII e XVIII,  os Hassidim tinham o costume de entrar em “exílio”, além do fato de que eles já estavam vivendo no exílio em diferentes lugares remotos onde sofriam aflições e massacres. A fim de encurtar o exílio, os Cabalistas costumavam deixar suas aldeias e cidade e vagavam. Assim eles aceleraram o fim do exílio. Nós temos que aprender as leis do desenvolvimento geral dos vasos e, assim, compreender toda a nossa história e a razão para todos os eventos que passamos.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/06/13, Talmud Eser Sefirot

O Filho Deve Crescer Para Deleite Do Seu Pai

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot“, Item 7: Agora você vai entender as suas palavras de que a Divindade nos inferiores é uma grande necessidade …É como um grande rei que teve um filho quando  já era velho, e  gostava muito dele. Assim, desde o dia do seu nascimento o Rei tinha pensamentos favoráveis ​​sobre ele, reuniu todos os livros e os melhores estudiosos na terra, e  construiu escolas para ele.

Ele reuniu os melhores construtores na terra e construiu palácios de prazer para ele, reuniu todos os músicos e cantores e construiu-lhe salas de concerto. Ele reuniu os melhores chefs e padeiros na terra e serviu-lhe todas as delícias do mundo, e assim por diante.

Infelizmente, o menino cresceu para ser um tolo sem nenhum desejo de conhecimento. Ele também era cego e não podia ver ou sentir a beleza dos edifícios, era surdo e não podia ouvir os cantores. Infelizmente, ele era diabético e estava autorizado a comer apenas pão integral, resultando em desprezo e indignação.

Agora você pode compreender as suas palavras sobre o verso: “Eu, o Senhor, apressarei isso em seu tempo”. O Sinédrio (98) interpretou: “Não recompensado, em seu tempo; recompensado, eu vou apressá-lo”.

Assim, existem duas maneiras de se alcançar o objetivo acima mencionado: através da sua própria atenção, o que é chamado de “Caminho do Arrependimento”. Se eles forem rescompensados, então, “eu vou apressá-lo” será aplicado a eles. Isto significa que não há tempo definido para isso, mas quando eles são recompensados, a correcção termina, é claro.

Se eles não forem recompensados com a atenção, existe outra forma, chamada de “Caminho do Sofrimento”. Como o Sinédrio, disse (97), “Eu coloco sobre eles um rei como Haman, e eles se arrependerão contra a sua vontade”, ou seja, em seu tempo, pois nisso existe um tempo definido.

No nosso caso, o rei controla cada estado. O filho nasce com certos atributos e habilidades em determinadas condições internas e externas, de acordo com o pensamento inicial do superior que serve para levá-lo ao objetivo final. Ele tem que obter o vaso correto de acordo com o seu desenvolvimento emocional e mental, e conhecer seu Pai, a fim de ser como Ele de acordo com o plano que o Rei preparou com absoluto amor e cuidado pelo seu único filho amado.

Não há dúvida de que vamos alcançar este objetivo, mas a fim de alcançá-lo temos que desenvolver nossos vasos e isso deve ser voluntário. Nós certamente vamos querer que o objetivo nos obrigue a adquirir um desejo e um anseio por isso. A única questão é como nós atingimos o desejo e se será por golpes, sem ter escolha, sendo conduzido pelo prazer ou pela dor, ou tentando estabelecer um ambiente e alcançando a carência correta por nós mesmos, apesar do fato de sentirmos prazeres ou sofrimentos.

É uma deficiência sem deficiência e por isso nosso trabalho é feito “acima da razão”, acima da mente e das emoções que nos controlam agora. Nós temos que constantemente ansiar por esse estado sobrenatural, que está acima da nossa natureza. Nós podemos fazer isso apenas com o apoio do ambiente e do grupo que devem nos impressionar com os valores mais sublimes que estão mais perto do objetivo espiritual. Então nós nos aproximamos do objetivo passo a passo.

Tudo depende apenas do ambiente certo, e por isso a pessoa que escolhe um ambiente cada vez melhor é elogiada, o que significa que avança pelo caminho do “eu vou apressá-lo” por si mesma, por sua própria vontade e, assim, acelera o tempo e se poupa dos golpes, e isso é bom aos seus olhos e aos olhos do Criador. Se ela não o fizer, acontece o oposto e todo o seu desenvolvimento é apenas acelerado por golpes. Nós temos que avançar em ambos os casos, mas será sem um sentimento de prazer, nem por parte do Criador e nem por parte da criatura, mas pelo prolongamento do tempo.

Da Preparação para Lição Diária de Cabalá 25/06/13

“As Estantes Da Criação”

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos conectar os mundos e as almas?

Resposta: A criação inteira é como um armário projetado para livros. E nós colocamos os livros nele. Este armário é chamado de “estante de livros”. Esta estrutura deve ser composta de dez Sefirot. E cada inanimado, vegetal, animal e “falante” deve preencher essas “prateleiras”, estas dez Sefirot. Os níveis inanimado, vegetal e animal preenchem essas “prateleiras” de acordo com sua estrutura e são chamados de “mundo” no que diz respeito à pessoa.

Será que a pessoa se identifica com esta estrutura, a própria “estante”? Não. Ela só sente os níveis inanimado, vegetal e animal. Ela não vê a estrutura interna do mundo que deve ser organizado de acordo com o HaVaYaH; ela só vê o que o preenche. Eu vejo os livros, mas não as prateleiras. As prateleiras representam a estrutura que vem e se estende de Cima. Se eu começo a preencher essas prateleiras da forma correta, eu descubro que existe uma ordem específica aqui. Antes eu não tinha descuberto isso.

A mesma coisa acontece com a gente em nosso mundo. Nós evoluímos e descobrimos todos os tipos de fenômenos. De repente, descobrimos que as notas musicais devem ser organizadas numa ordem particular, que até mesmo as cores são dispostas numa ordem única, também as ondas sonoras são organizadas com determinados comprimentos de onda, e assim com tudo. Para cada fenômeno desconhecido que eu investigo, eu começo a descobrir nele uma particularidade, uma ordem única, leis específicas. Eu descubro como esse fenômeno preenche o HaVaYaH original, as prateleiras. Mas eu não descubro essas prateleiras desde o início.

Imagine uma pessoa que não entende nada de música mesmo milhares de anos antes do desenvolvimento de ouvir música e da criação de instrumentos musicais e composições musicais. Ela começa a compor uma música. Ela não sabe o que é isso, simplesmente começa a tocá-la de uma forma natural.

É a mesma coisa com as línguas. De onde eu poderia saber que a língua hebraica é composta de 22 letras e mais cinco letras finais, e que as suas estruturas precisam ser organizadas dessa forma? Eu não sei disso. No entanto, eu existo na natureza e assim desenvolvo a linguagem a partir dela, eu preencho as prateleiras. Em seguida, as prateleiras são chamadas de “mundo”. O HaVaYaH foi preparado para nós; ele se estende de cima para baixo. E com os nossos esforços, nós precisamos preencher essas “prateleiras” de baixo para cima, com livros que escrevemos. Isso é chamado de nossa necessidade de escrever o livro da Torá no tabuleiro dos nossos corações, no desejo.

Pergunta: Os “mundos” são algo vivo e mutável?

Resposta: Não. Esta é uma estrutura permanente com 125 níveis.

Pergunta: E as almas?

Resposta: As almas também não existem; nós precisamos fazer com que as almas se formem. Existem 125 prateleiras vazias e há centelhas quebradas, vasos, Kelim. Você precisa organizar e preencher tudo isso.

Você precisa dividir o seu desejo em “Mocha“, “Atzamot“, “Gidin“, “Bassar” e “Or” (medula, ossos, tendões, carne e pele). Você precisa “abater” a si mesmo, remover a “Or” (pele) de si mesmo, separar a sua camada interna (pergaminho) do lado de fora e começar a escrever sobre o pergaminho, o interior da “Or” (pele) externa sendo a parte interna da nossa “Or” (pele). Escrever a Tora ali, não na própria parte externa, mas na própria parte interna da parte externa. Escrevendo isso, você começa a preencher todas essas prateleiras desde as primeiras palavras: “No princípio Deus criou…” até “Israel”, no final. Com isso, você preenche todos os 125 níveis.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/06/13, O Zohar

Julgamento E Misericórdia Na Cozinha Da Familia

Dr. Michael LaitmanEu recomendo workshops, discussões conjuntas e exercícios práticos para os casais. Comecem com a pergunta: “O que significa ‘um está incluído no outro’  do ponto de vista do julgamento e do ponto de vista da misericórdia?”

Julgamento significa agir pelo bem do meu ego, e misericórdia significa agir pelo bem do ego da minha esposa. Minha tarefa agora é esclarecer o que significa a “linha média”, onde eu constantemente tento manter um equilíbrio entre julgamento e misericórdia. Ou seja, eu tento doar à minha esposa tanto quanto possível, mas faço isso para obter um bom exemplo dela, para receber uma boa reação, ou seja, um bom relacionamento dela.

Se eu estou preocupado apenas comigo isso é chamado de “linha esquerda”. Se eu levar em conta o ego da minha esposa e estiver pronto para cumprir tudo o que ela me pede, isso é chamado de “linha direita”. Em outras palavras, a linha esquerda é o julgamento e a linha direita é a misericórdia.

A linha esquerda ou julgamento são todas as exigências que eu apresento à minha parceira e quero que ela as satisfaça. A linha direita ou misericórdia são todas as exigências da minha esposa sobre mim. Portanto, é claro que o julgamento e a misericórdia, a linha direita e a linha esquerda, se contradizem.

E quando eles vão parar de lutar entre si e conseguir receber satisfação plena? Isto é possível se a pessoa se torna serva do outro. Ou seja, com uma decisão unilateral onde eu recebo a minha esposa para ser minha serva e a conquisto, de modo que ela vai me obedecer ou ela faz isso por mim.

Mas há uma oportunidade para nós dois nos satisfazermos de uma forma aperfeiçoada, muitas vezes superior do que através da servidão do parceiro. Para isso, é necessário que cada um inclua o ego do outro. Faz sentido que nós precisemos trabalhar apenas na conexão entre nós. Quanto mais eu posso satisfazer o ego da minha esposa e ela ao meu, mais nos satisfazemos.

Como não perder o equilíbrio? Para fazer isso, nos precisamos nos manter num sentimento compartilhado de conexão entre nós, num determinado ponto de equilíbrio, como se nos situássemos na ponta de uma agulha. Nós precisamos de um ponto de conexão como este, uma gota de unidade, que exige reciprocidade para não exceder e perder o equilíbrio.

Aqui nós precisamos de um sentimento compartilhado chamado “acoplamento”, onde ambos estão unidos com um único desejo de doação mútua em prol de uma conexão recíproca. Nós agarramos o ego um do outro como um meio onde, através de sua satisfação, construímos a conexão entre nós. Assim, o ponto compartilhado que nos conecta é chamado de “tela”.

Nós dois estamos conectados com o desejo mútuo de satisfazer um ao outro e tentamos não perder o equilíbrio, ao nos sentir todo o tempo como um todo. Este sentimento é renovado e fortalecido em nós o tempo todo: novos pensamentos e sentimentos estão sempre aparecendo em nós, movendo-nos para frente. Nós nunca ficamos no mesmo lugar.

De KabTV “Uma Nova Vida # 46” 01/08/12