O Condutor Do Meu “Burro”

O Criador guia o nosso “burro” (hamor – חמור), o que significa que ele gere a nossa matéria (homer – חומר) (que tem a mesma raiz em Hebraico), o nosso desejo, pela Luz que Reforma.

Desde o início da criação Ele desenvolve o desejo de receber como algo do nada, através das quatro fases de luz direta (a estrutura do primeiro HaVaYah) e assim por diante. A Luz sempre opera em todos os lugares, como é dito, “Eu sou o primeiro”, e ao mesmo tempo, “o fim do ato é o pensamento inicial,” para que o objetivo do nosso desenvolvimento é pré-determinado para fazer o ser criado independente.

O Criador fez o primeiro ato, que é de fato o único ato chamado “criação”. Ele tirou algo de si mesmo. É por isto que é chamado de Beria, criação, em hebraico, que significa bar – fora de si mesmo. Por outro lado, Ele trouxe o desejo para a perfeição e isto foi feito imediatamente.

Na perceção do ser criado, há todo um processo que tem de ser descoberto por ele mesmo: quem ele é, o que é ele, em relação a quem ele existe, e porque acontece desta forma. Ele tem que o aceitar com base na sua natureza.

O principal é que, como resultado de todos os sentimentos e esclarecimentos pelos quais ele passa, ele atinga um estado chamado de adesão, esta adesão é o resultado de saber, como é dito: “Conhece o teu Senhor.” Assim, o ser criado atinge o meio ponto, a Sefira de Keter (a Coroa Luminosa) ou a Sefira do conhecimento, que é a mente do superior.

Assim, realizamos diferentes ações, com o propósito de descobrir onde estamos realmente e em que estado. Os estados pelos quais passamos estão divididos em níveis dos mundos: este mundo, o mundo de Assiya, Yetzirah, Beria, Atzilut, e o mundo de Ein Sof (Infinito). Isto é o que chamamos aos estados que foram preparados para nós com antecedência durante, a descida do topo para baixo, até o momento em que nós sentimos que existimos e começamos a perguntarmo-nos: “O que vamos fazer agora, o que podemos fazer? Como podemos cumprir? O que é esperado? Como é que somos geridos e como nos conseguimos gerir a nós mesmos.”

Chega um momento em que eu me pergunto a mim mesmo: “Quem sou eu?” Eu vejo um tipo de realidade perante mim e o meu sentimento é dividido em dois:

• A interioridade, que é o sentimento do eu, do meu corpo, do meu desejo, etc.

• Fora de mim, que é são os estados/fases: imóvel, vegetal, animal, e expressivo (da fala), o mundo inteiro, e os diferentes sentimentos dos outros mundos que os cabalistas falam, que estão todos dentro de mim, no meu vaso espiritual, que eu tenho de unificar.

Então o que é que a força superior? Quem é o condutor do “burro”?

É óbvio que não podemos, falar de um modo abstrato sobre o Criador, sobre a Luz superior. Nós temos que O “vestir” de alguma forma que entendamos, e assim, em O Livro do Zohar no artigo “O Condutor Dos Burros”, Rabbi Shimon quer transmitir-nos os pontos pelos quais podemos apreender a força superior que orienta e gerência matéria. Nós, no entanto, temos que tentar e sentir isto, tanto quanto pudermos, tanto no nosso coração e na nossa mente, tanto quanto precisarmos.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/06/13, O Livro do Zohar – Intodução, “O Condutor Dos Burros”