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A Recompensa Para O Esforço Espiritual

Pergunta: Vem sempre á conversa que precisamos trabalhar para receber alguma recompensa. Como é que é possível corrigir essa Intenção? Quais as ações que devemos passar e a quantas ? Como podemos realmente agir contra isso?

Resposta: Você vai mudar gradualmente a sua avaliação da qualidade da recompensa. Essencialmente, você concebe a recompensa de ser – ou o estado em que você se sente como bom, o estado quando os outros se sentem como bom, ou o estado onde o Criador o faz sentir ser bom devido a seus atos.

Isto é, a recompensa deve ser constante. Tudo depende de sua qualidade: Qual é a minha recompensa? Se os amigos se sentem realizados como resultado do que eu faço, esta é a recompensa. Seria impossível apreciar isso?

Eu só preciso verificar por mim mesmo, qual é a causa e qual é o resultado? Estou fazendo bem aos amigos para o meu próprio prazer, ou eu comporto-me assim porque vai ser bom para eles, e por isso eu gosto deles? Ou seja, a minha satisfação é o desapego do sentimento de alegria dos meus Kelim (vasos) e sua presença e sentimento está nos Kelim dos amigos.

Pergunta: Isso é um processo estático ou é possível executá-lo o tempo todo?

Resposta: Este é um processo de desenvolvimento gradual da pessoa dentro de um grupo. Se seguirmos cegamente a realização de tudo o que os cabalistas dizem e escrevem, podemos chegar a ele rapidamente.

Afinal de contas, nós nunca podemos ver o próximo nível do nosso desenvolvimento. No entanto, os cabalistas nos dão conselhos, como tornar-nos semelhantes com o próximo nível, tornar-nos prontos para ele, no nível em que nos encontramos. Como posso estar pronto para isso, se eu não consigo vê-lo e não sei nada sobre isso? Portanto, eles nos dão conselhos e recomendações. E, sem isso eu não seria capaz de fazer coisa alguma .

Portanto, não há razão para ficar sozinho no deserto; para se sentar e começar a tentar entrar em contato com o Criador. O método para alcançar o mundo superior foi descoberto uma certa vez e sabemos exatamente como isso foi feito: dez gerações, dez professores, dez cabalistas de Adão a Noé, dez gerações de Noé até Abraão, e assim por diante, repetidamente numa cadeia.

Não é possível a alguém, de repente, descobrir alguma outra forma. A pessoa pode de alguma forma sentir o mundo superior, mas não de forma consciente, apenas temporariamente, e, em seguida, ela desaparece. Eu encontrei pessoas assim. E, a fim de ser encontrado no mundo espiritual, de forma clara, realista e corretamente, e para trabalhar com todos os nossos Kelim , o que quer dizer com todos os desejos e pensamentos, que exigem esse método. Isso já vinha de Adão que é considerado o antepassado de todos os povos, todos pertencentes ao nível de Adão (homem).

Da Convenção Em Krasnoyarsk 14/06/13 , Lição 3

A Verdadeira Gratidão Pelo Criador

Pergunta: O senhor diz que “é impossível agradecer ao Criador, quando eu estou chorando.” O que isso significa?

Resposta: Eu não posso chorar de dor e ao mesmo tempo agradecer àquele que me provoca essa dor. A sensação de dor sugere que você não pode agradecer a Ele, ou seja, você pode estar fazendo isso, mas superficialmente. Você entende e está ciente disto em sua mente, mas não nos sentimentos.

Você precisa trabalhar em seus sentimentos de modo que você possa sentir prazer ao invés de dor, enquanto corrige o egoísmo. Se a obstrução vem do Criador, então ela deve ser transformada em felicidade, alegria e prazer. Isto é no que estamos envolvidos . Esta é a correção de nossos Kelim ( vasos).

Mas enquanto você sentir pelo menos alguma falha no seu estado, não pode agradecer ao Criador. Em princípio, Ele não precisa ser agradecido. Quando você se sentir bem, esta é a sua gratidão inconsciente para com Ele. E se você também atribuir isso a Ele, então essa é a gratidão completa. É muito simples.

A partir da Convenção Em Krasnoyarsk 14/06/13 , Lição 3

Condenado Devido A Um Ego Vicíoso

Pergunta: Porque se diz que se uma mentira for pequena não conseguimos ver a nossa verdadeira condição?

Resposta: Supõe que estou a investigar uma acção criminosa e tenho de provar que a pessoa que se senta perante mim é um mentiroso e tudo depende da prova que tenho contra ele.

Se a prova não for clara e é duvidosa e não estou seguro que esta pessoa seja culpada, ela pode negar tudo. O tribunal não pode tomar uma decisão quando um caso é tão vago. Mas se trouxermos uma lista longa das ofensas da pessoa juntamente com as evidências e testemunhos das testemunhas oculares perante ele, então não há dúvida que ele é culpado, ele já não o pode negar mais.

Este é o estado que devemos alcançar quando temos provas irrefutáveis do nosso ego. Devemos descobrir que nossos atributos são tão maus que seu crime e resultado são evidentes não só para nós mas para o mundo inteiro.

Devemos ter provas irrefutáveis da nossa mentira e não seriam simples gritos tais como “porque estás a mentir!” que eu posso negar contando com minha natureza. Todos os crimes devem ser na realidade revelados, como se diz: “Um juiz tem somente o que seus olhos conseguem ver.”

Eu tenho de alcançar tal nível de revelação da mentira que quererei realmente abandonar as mentiras. Será muito claro para mim que o ego me está a mentir, isto é chamado um verdadeiro testemunho de uma testemunha, eu tenho na realidade ver todos os seus crimes no nível mais profundo Dalet de Dalet (quarto de quatro).

Então não terei argumentos de sobra e não serei capaz de o negar mais. Não terei poder para permanecer neste estado. Escaparei dele tal como escapas de uma sensação de grande vergonha.

Imagina que certo eléctrodo está conectado à tua orelha e todos conseguem ver os teus pensamentos e teus sentimentos. Preferirias morrer a sentir tamanha vergonha e isto é verdadeiro em respeito a cada um de nós. Então temos de ser impressionados pelo nosso trabalho em prol de na realidade querer morrer de vergonha devido ao meu ego. Somente então alcançamos a verdade e concordamos mudar. Permanecer no ego será pior para nós que vergonha, dado que os nossos pensamentos “criminosos” serão revelados ao mundo inteiro.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 11/06/13, Escritos do Rabash

O Condutor Do Meu “Burro”

O Criador guia o nosso “burro” (hamor – חמור), o que significa que ele gere a nossa matéria (homer – חומר) (que tem a mesma raiz em Hebraico), o nosso desejo, pela Luz que Reforma.

Desde o início da criação Ele desenvolve o desejo de receber como algo do nada, através das quatro fases de luz direta (a estrutura do primeiro HaVaYah) e assim por diante. A Luz sempre opera em todos os lugares, como é dito, “Eu sou o primeiro”, e ao mesmo tempo, “o fim do ato é o pensamento inicial,” para que o objetivo do nosso desenvolvimento é pré-determinado para fazer o ser criado independente.

O Criador fez o primeiro ato, que é de fato o único ato chamado “criação”. Ele tirou algo de si mesmo. É por isto que é chamado de Beria, criação, em hebraico, que significa bar – fora de si mesmo. Por outro lado, Ele trouxe o desejo para a perfeição e isto foi feito imediatamente.

Na perceção do ser criado, há todo um processo que tem de ser descoberto por ele mesmo: quem ele é, o que é ele, em relação a quem ele existe, e porque acontece desta forma. Ele tem que o aceitar com base na sua natureza.

O principal é que, como resultado de todos os sentimentos e esclarecimentos pelos quais ele passa, ele atinga um estado chamado de adesão, esta adesão é o resultado de saber, como é dito: “Conhece o teu Senhor.” Assim, o ser criado atinge o meio ponto, a Sefira de Keter (a Coroa Luminosa) ou a Sefira do conhecimento, que é a mente do superior.

Assim, realizamos diferentes ações, com o propósito de descobrir onde estamos realmente e em que estado. Os estados pelos quais passamos estão divididos em níveis dos mundos: este mundo, o mundo de Assiya, Yetzirah, Beria, Atzilut, e o mundo de Ein Sof (Infinito). Isto é o que chamamos aos estados que foram preparados para nós com antecedência durante, a descida do topo para baixo, até o momento em que nós sentimos que existimos e começamos a perguntarmo-nos: “O que vamos fazer agora, o que podemos fazer? Como podemos cumprir? O que é esperado? Como é que somos geridos e como nos conseguimos gerir a nós mesmos.”

Chega um momento em que eu me pergunto a mim mesmo: “Quem sou eu?” Eu vejo um tipo de realidade perante mim e o meu sentimento é dividido em dois:

• A interioridade, que é o sentimento do eu, do meu corpo, do meu desejo, etc.

• Fora de mim, que é são os estados/fases: imóvel, vegetal, animal, e expressivo (da fala), o mundo inteiro, e os diferentes sentimentos dos outros mundos que os cabalistas falam, que estão todos dentro de mim, no meu vaso espiritual, que eu tenho de unificar.

Então o que é que a força superior? Quem é o condutor do “burro”?

É óbvio que não podemos, falar de um modo abstrato sobre o Criador, sobre a Luz superior. Nós temos que O “vestir” de alguma forma que entendamos, e assim, em O Livro do Zohar no artigo “O Condutor Dos Burros”, Rabbi Shimon quer transmitir-nos os pontos pelos quais podemos apreender a força superior que orienta e gerência matéria. Nós, no entanto, temos que tentar e sentir isto, tanto quanto pudermos, tanto no nosso coração e na nossa mente, tanto quanto precisarmos.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/06/13, O Livro do Zohar – Intodução, “O Condutor Dos Burros”