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Crise: A Busca Pela Solução

Dr. Michael LaitmanHoje, nós temos gradualmente atingido a consciência de que a nossa existência é prejudicial, e nós chamamos isso de “crise”. Nós ainda não achamos que esta é uma crise geral que abrange todos os domínios da existência humana. Nós ainda não entendemos e não conectamos todas as crises na família, educação, cultura, ciência, relacionamentos; e mais importante ainda, a crise ameaça a nossa existência: financeira, econômica e ecológica. No entanto, todas estas crises são essencialmente a mesma crise.

Em geral, o termo “crise”, na sua tradução e no seu sentido correto, simboliza nascimento. Em hebraico antigo e também em aramaico, o termo indicava a mesma coisa, um lugar onde a mulher dá à luz. Em tempos antigos, havia pedras de parto especiais sobre as quais uma mulher dava à luz com a ajuda de parteiras. Este lugar era chamado de “Mashber“. Este conceito serve para simbolizar o nascimento em muitas línguas, traduzido como o “nascimento de algo novo”.

Isto é, não devemos olhar para a crise como todos aqueles que desejam obter mais e mais no mundo, que estão, entretanto, agindo como egoístas, sem qualquer deliberação. Vocês podem ver que há muitos que pensam que nesta crise alguma coisa deve ser corrigida e então tudo ficará bem como era antes.

Mas, ultimamente, há cada vez menos pessoas como estas e nós vemos todas essas coisas acontecendo muito rapidamente. Após cinco anos de crise já está claro que ela continua e que não vai simplesmente desaparecer por si só. Eles já estão dizendo que ela vai levar cerca de vinte anos para ser corrigida, como se seria possível corrigir algo usando os métodos antigos. Já ficou claro que esta crise não vai acabar em outro ano ou no ano seguinte.

De acordo com a sabedoria da Cabalá, a crise vai continuar. Ela vai evoluir e se aprofundar. Ainda vamos chegar a estados, que no momento parece-nos tão impossível, quando as pessoas perderão o seu rosto humano, tornando-se como animais selvagens, tomando para si leis, regras gerais e normas de comportamento que eram consideradas desumanas, no nível humano ao longo do século XX. As convenções aceitas serão deixadas de lado pela evolução do nosso ego e, em geral, vamos descer gradualmente ao nível da besta.

No caminho, pode haver inclusive guerras. Nós vemos como isso está acontecendo no mundo de hoje, quando, de repente, sem motivo claro, estes surtos em várias regiões e nações e fenômenos começam a aparecer cujas verdadeiras razões não estão claras para ninguém. Basicamente, estas razões sempre existiram, mas foram enterradas profundamente e não eram visivelmente aparentes, ou pelo menos não suficientemente importantes para despertar problemas, como por exemplo, na Síria ou no Líbano, e assim por diante. Isto se refere aos problemas sociais e políticos.

Além disso, há razões econômicas muito profundas, porque o ego é revelado em primeiro lugar na área econômica. Isso ocorre porque a economia reflete a conexão entre nós, quem dá a quem, quanto e como eles recebem. Por conseguinte, a economia nos mostra em primeiro lugar quanto o sistema tornou-se incontrolável. Nós não entendemos quais leis estão atualmente nos governando, porque o mundo está chegando a outro nível. De acordo com o seu grau de desenvolvimento, ele passou pelo estágio egoísta e atingiu um determinado limite. Como Baal HaSulam já esperava no início do século XX, a partir de agora, cada vez mais, teremos de chegar a uma consciência de que precisamos nos conectar.

Basicamente, todas estas condições também existiam na Rússia na época da revolução socialista. Estas foram todas as revelações do desenvolvimento interior do ser humano para uma nova ordem social. Mas no final, não deram em nada. Como vocês sabem, Baal HaSulam esperava muito que as revoluções na Rússia e na Polônia iriam transcorrer de maneira diferente, e não apenas tomando o poder com suas próprias mãos e estabelecendo uma nova ordem egoísta, um novo governo. A primeira Guerra Mundial foi um “gatilho”, o primeiro “tiro”, o primeiro impulso para o fato de que o mundo deve começar a mudar.

Portanto, na sabedoria da Cabala é dito que se as pessoas não conseguirem entender que a evolução deve ser através da conexão acima do ego, que está atualmente nos levando para esta conexão, o mundo continuará a se tornar cada vez mais incompreensível. Isso ocorre porque a natureza, que já tinha sido descoberta dentro de cada um de nós, nos empurrou por milhares de anos de uma forma egoísta. De acordo com o nosso ego, nós desenvolvemos a ciência, a tecnologia, o comércio e diversas relações sociais; nós mudamos a sociedade, passamos por uma mudança na forma…

Mas, finalmente, o ego chegou ao fim do seu desenvolvimento e começou a “circular” de volta sobre si mesmo. Por quê? Isso aconteceu porque a natureza se desenvolveu e expôs todo o ego, expandindo-o a um estado de absoluta conexão mútua, global, “redonda”. Assim, nós também devemos ser “redondos”, ou seja, conectados num único conjunto, e não estamos fazendo isso.

Revelado aqui não significa apenas algum tipo de transtorno, mas sim, uma diferença fundamental entre o nosso mecanismo político, social e econômico interno, e tudo o que existe, esse sistema, o programa que a natureza traz para nós. Isso é porque ele começou a ser descoberto, não só de uma forma cada vez mais egoísta, mas de uma forma de comunicação egoísta. E ainda dentro deste sistema existem várias conexões altruístas entre nós que estão começando a ser reveladas por que estão se tornando completamente transformadas.

Assim, uma sobreposição entre os dois sistemas está sendo formada. A natureza, o sistema interno, é descoberta cada vez mais como sendo altruísta, integral ou analógica, enquanto que nós viemos a existir dentro de um sistema egoísta de conexão mútua que desenvolvemos ao longo de milhares de anos. Assim, a natureza que despertou este desenvolvimento egoísta em nós agora mudou e continua a mudar cada vez mais. Basicamente, o Criador, o sistema de conexão integral, começou a ser revelado mais e mais dentro da sociedade humana, dentro da civilização.

Este estado de oposição entre os dois sistemas é perigoso e não totalmente claro para nós. Portanto, nenhum dos líderes de hoje, cientistas, tecnólogos, cientistas políticos, sociólogos, políticos, economistas, financistas, nenhum deles sabe como gerir este sistema.

Este é o maior problema. Nós sempre formos governados pelo ego em desenvolvimento; nós o dirigimos para diversos objetivos e áreas. Quem fosse mais egoísta, mais inteligente, aproveitava. Nós tentamos fazer isso também de outras formas, como por meio da revolução socialista. Mas depois não havia nenhum método para conectar as pessoas, e assim, no final, os egoístas subiram ao poder e começaram a administrar, só usando slogans socialistas e altruístas, mas, essencialmente, com o mesmo sistema egoísta. Portanto, isso não resultou em nada, pelo contrário, tudo piorou.

E não está claro como o mundo vai continuar a avançar e a se desenvolver antes de ser descoberto que há um método de transição desse sistema egoísta em que toda a civilização humana se encontra para um sistema altruísta integral. Portanto, cabe a nós esclarecer isso e dizer aos outros.

Da Preparação para a Convenção em Krasnoyarsk 12/06/13

Pelo Bem Da Alma Comum

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós passamos por vários estágios. Anteriormente, você falou da necessidade de estudar as fontes Cabalísticas, e agora você presta mais atenção à educação integral…

Resposta: Eu não nego o que eu disse uma vez. Eu vejo nisso a sequência do nosso movimento em direção à criação do Kli (vaso) comum. Não há nenhuma contradição.

Eu venho para a classe matinal e não sei o que vamos estudar, nem o tema, nada; não me importa. Em princípio, nós estudamos a mesma coisa. O mesmo material é repetido o tempo todo. Embora o Rabash tenha um grande número de artigos, muitos deles nós não abrimos ou lemos. O Estudo das Dez Sefirot contém volumes inteiros que nós também nunca estudamos e assim por diante.

Além disso, além das obras do Baal HaSulam e do Rabash, há muitos livros interessantes sobre Cabalá que não tocamos. Nós simplesmente não temos tempo para isso, e, francamente, não precisamos disso. Nós temos de estar envolvidos na realização, em vez de estudar toda a literatura Cabalística que foi criada antes de nós. É impossível aprender tudo isso. Há dezenas, até centenas, de fontes Cabalísticas autênticas, mas nem todos os Cabalistas podiam apresentar bem o material, apesar de terem sido grandes na realização do mundo superior. No entanto, a apresentação de materiais de forma acessível exige outras qualidades. Moisés falou sobre suas dificuldades, porque ele não podia se expressar bem.

É por isso que praticamente estudamos apenas o mais necessário. E eu confio nos alunos. Eles escolhem o material e estabelecem a forma externa da classe, mas o conteúdo interno da lição segue determinada linha. Assim, não há nenhum desvio.

Da 1ª Preparação para a Convenção em Krasnoyarsk 13/06/13

A Chave De Ouro Para A Solução Dos Problemas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Existem indicadores ou avaliações para determinar se há uma situação saudável no nível da família, por exemplo?

Resposta: Eu acho que nós não somos ensinados corretamente sobre o comportamento numa família. Nós estudamos no grupo que a realização espiritual nos obriga a seguir em frente. Isso se baseia no fato de que o ego está em constante crescimento e a unidade está em constante crescimento acima dele. Ou seja, se nós sentimos 20 kg de mútua repulsa egoísta entre nós, nós temos que superar isso. Isto significa que a força de união tem que ser, pelo menos, mais do que um grama de repulsão.

Não é como deveria ser? Nós somos criados incorretamente. Nós, egoístas, estamos constantemente crescendo e mudando. Cada um dos cônjuges está em seus estados internos egoístas: pela força, caráter, etc. Eu quero romance e ela quer cosméticos. Eu quero ir pescar e ela quer sonhar.

Nós não somos ensinados que devemos sempre trabalhar? Como resultado, a vida familiar é destruída. Por que as famílias se separaram? Assim que o egoísmo começa a crescer e muda do nível animal para o próximo nível (humano), nós já não sabemos como lidar com ele.

Ele se torna integral e as pessoas não sabem como trabalhar com ele. “É mais fácil se divorciar!”. Isso se torna normal e não o criticamos. E isso é verdade porque, fundamentalmente, não entendemos como podemos trabalhar com a nossa natureza. Tudo isto se manifesta desta forma.

Portanto, quando nos dirigimos ao público em geral numa palestra ou disseminação, tudo o que estudamos antes na Cabalá torna-se a chave de ouro para resolver qualquer problema na educação integral. Assim como nós estamos tentando nos unir em grupo, nós podemos nos unir em família, exatamente pelo mesmo sistema. Caso contrário, a família deixará de existir!

Mesmo naquelas civilizações modernas onde a família ainda parece o fundamento e o modo de vida histórico, nada restará lá se não introduzirmos a educação integral. Ela é inteiramente baseada na Cabalá. O que você faz no grupo, faça em casa e no trabalho.

Hoje, nós levamos nossa metodologia para várias empresas e gestores que também se queixam de que as pessoas perdem a motivação; uma pessoa não pode forçar a si mesma a trabalhar. Ela precisa de dinheiro, precisa viver, mas não pode forçar a si mesma.

O mundo vai sofrer até se convencer de que não podemos ter êxito sem o sistema, que deriva apenas do conhecimento da estrutura espiritual; você precisa implementá-lo, porque o mundo que está entrando nele ainda não sabe como agir nele. Acontece que ele se ajusta de acordo com as novas estruturas espirituais, mas todos ainda tentam viver nele pelos princípios egoístas.

É por isso que a crise familiar pode ser resolvida facilmente. Mostrem exemplos de workshops e todos os tipos de interações integrais através da mesma série de televisão. Comecem a ensinar as pessoas o método de aproximá-las e vocês vão ver como ele vai começar a funcionar. As pessoas não sabem de onde tirar o desejo de unidade; elas não têm a menor ideia de que aprendem isso com os heróis de programas de televisão.

A disseminação do método de educação integral não é só ir para algum lugar e dizer alguma coisa a alguém. Ele deve ser a nossa principal arma. Neste caso, nós acalmamos o mundo. Além disso, isso se espalha mais rápido que qualquer outra coisa.

Da 1ª Preparação para a Convenção em Krasnoyarsk 13/06/13

Desempregados Jovens Empurram A Europa Para A Revolução

Dr. Michael LaitmanOpinião (Wolfgang Schäuble, ministro da economia da Alemanha): “‘Nós temos que ganhar essa batalha contra o desemprego juvenil’, advertiu Sr. Schäuble, ‘ou vamos perder a batalha para manter a Europa unida’.

“Dos subúrbios de Estocolmo às ruas de Atenas, no entanto, a batalha está sendo perdida um motim de cada vez. A agitação que recentemente abalou a Suécia reflete uma taxa de desemprego dos jovens de quase 25 por cento, com jovens imigrantes sendo mais atingidos. A taxa de desemprego entre as pessoas com menos de 25 é de 60 por cento na Grécia, 56 por cento na Espanha e acima de 40 por cento em Portugal e Itália.

“E isso é apenas metade da história, uma vez que as taxas de desemprego levam em conta apenas os jovens que estão à procura de trabalho. Milhões simplesmente pararam de procurar, enquanto dois terços das pessoas com empregos foram reduzidos a trabalhos em tempo parcial ou contratos temporários”.

Meu Comentário: Uma geração inteira não está trabalhando e não quer trabalhar. Nós estamos diante do terror até o ponto de perder as forças. Tratamento por qualquer meio não vai ajudar; distribuir remédios também é uma medida temporária. De qualquer forma, só uma mudança de consciência e, como consequência, na atitude em relação a si mesmo, à sociedade e o mundo, nós permitirá continuar nossa civilização. É hora de mudar o ser humano…

A Falta De Um Bom Exemplo É Um Mau Exemplo

Dr. Michael LaitmanNós temos que ver constantemente diante de nós o bom exemplo dos amigos que nos mostram um exemplo de maior força e dedicação. Quando eu olho para um amigo fraco, mesmo que ele esteja no mesmo caminho que eu, eu também fico fraco. Nós temos que concordar que trabalhamos juntos e fortalecemos um ao outro.

Ver apenas pessoas fracas, mesmo em nossa sociedade, só nos faz mal, uma vez que nos enfraquece por um mau exemplo. Eu olho para o amigo e também começo a pensar que posso estudar menos e não venho para a aula todos os dias.

Portanto, eu tenho que ver um fogo ardente em todos. A sociedade deve exigir isso de cada membro. Ninguém pode permanecer apenas de fora e estudar calmamente no canto. Ele tem que ser um exemplo para os outros. Eu tenho que sentir que recebo vibrações de anseio pela meta de todos, como novas mudanças diárias ocorrem neles em relação ao Criador e ao ambiente, de modo que vou me sentir como se ficasse para trás dos outros que estão avançando rapidamente, vou ser atraído por eles, vou invejar seu sucesso egoisticamente e não vou ser capaz de me acalmar. Mas se eles não me fornecem tudo isso, eu não preciso de tal sociedade.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 10/06/13Escritos do Rabash

Ao Coletar Os Grãos De Temor

Dr. Michael LaitmanCom exceção dos momentos em que eu começo a ver o objetivo por meio do grupo, a adesão com o Criador, a direção exata que me dá uma imagem precisa da meta diante de mim, tudo o mais é considerado idolatria. É um esclarecimento muito concreto: Para quem estou fazendo isso? Para mim ou para o Criador? Quem está desfrutando o fato de que existo agora?

Não há outro meio de me manter na direção certa. Por um instante, a pessoa consegue se esforçar e se orientar em direção à meta através do grupo, e no instante seguinte ela já precisa de mais apoio dele. Isso aumenta constantemente. Se ela não receber este apoio, ela não vai permanecer na direção certa. Isso significa que ela não adiciona à sua medida de modo a se encher e revelar mais tarde o seu primeiro nível espiritual. É uma condição muito clara, leis e forças muito simples: a Luz se opõe ao vaso e à Masach (tela), que agora deve ser construída entre eles.

A fim de permanecer no caminho certo, eu tenho que conectar constantemente “Israel, a Torá e o Criador” – 23,5h por dia. Então eu posso passar a meia hora restante numa autocrítica dos fatores internos que me ajudam a permanecer no caminho, que é o grupo. Não há nada além disso, e o meu progresso depende totalmente do ambiente.

Portanto, eu dedico 23,5h por dia em busca de um ambiente mais forte, para justificar os amigos e julgá-los a uma escala de mérito, procurando e recolhendo todos os grãos e brotos de admiração. Eu me permito ser crítico apenas por meia hora, de modo a descobrir o que está errado, por que e como corrigi-lo.

Mas eu trabalho com a sociedade durante 24 horas, conectando Israel, a Torá e o Criador. É porque a Torá é a Luz que Reforma, que opera somente através do ambiente. Esta é a única coisa em que devemos nos ocupar. Você pode até mesmo verificar se está se movendo na direção certa ou não pelo número de horas que gasta por dia nisso. Se você não sabe como examinar a direção por si mesmo, então você deve pelo menos impressionar os outros; isso é chamado de servir o outro!

Você pode, é claro, oferecer ao amigo um sanduíche. A principal coisa que ele precisa de você, que é a razão pela qual ele está na nossa sociedade, é um bom exemplo que o evoca; eu tenho que lhe dar exemplos.

Se eu apenas me preocupar com isso, então isso vai, sem dúvida, manter-me no caminho certo, mesmo que eu não perceba isso. Suponha que um novato que não entende nada ainda seja obrigado a fazer apenas uma coisa: impressionar os outros pelo fato de que estamos no caminho certo. Então, ele certamente irá avançar em conjunto com todos os outros no mesmo vagão, embora os outros tenham vindo estudar há vinte anos e ele acabou de chegar. É assim que funciona.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 10/06/13Escritos do Rabash

Não Há Refeições Grátis

Dr. Michael LaitmanComo nossos sábios disseram, “… Tudo está em depósito, e uma fortaleza se espalha por toda a vida. A loja está aberta e o lojista vende a prazo; o livro está aberto e a mão escreve. E todos os que desejam emprestar podem vir e tomar emprestado, e os cobradores retornam regularmente, dia-a-dia, e cobram de uma pessoa consciente e inconscientemente. E eles têm que no que confiar…”.

Pergunta: Quem são os cobradores?

Resposta: São as forças que me empurram para frente, mas elas ainda exigem o meu esforço pessoal, pois caso contrário, não terei nenhum desejo por isso. Tudo gira em torno do desejo: se ele existe ou não. Assim, eu recebo poderes e uma satisfação. As forças acendem o desejo em mim e a satisfação o extingue. Assim, os cobradores podem trabalhar em ambos os sentidos.

Pergunta: Por que é dado este nome a essas forças? Eu imagino isso como alguns cobradores do imposto de renda…

Resposta: É ainda pior do que isso. Suponha que eu entre numa loja e receba uma cesta de produtos que o proprietário registrou na minha conta. O tempo passa e eu não volto, eu não atendo o telefone, e em seguida, o proprietário envia algumas pessoas para me cobrar a dívida.

Os cobradores realmente me servem, mas sob certas condições. Na verdade, é o mesmo proprietário que insistentemente me pede para pagar a dívida. Em outras palavras, eu tenho que me esforçar e fazer um esforço por aquilo que recebi. Afinal de contas, eu pedi para pagar com cartão de crédito esses produtos: “Dê-me o poder, dê-me saúde, dê-me energia, e depois vou trabalhar e pagar por tudo. Vou participar das aulas, das atividades no grupo, vou ligar para os amigos, vou fazer tudo, dê-me o poder de fazê-lo e depois vou pagar pela intenção a fim de doar”.

Pergunta: Portanto, parece apenas que o proprietário não se encontra na loja.

Resposta: Claro. Há algumas pessoas de “sorte” que vivem apenas de seus rendimentos e estão livres de qualquer preocupação com o mundo corpóreo. Grandes somas entram em suas contas todos os meses e elas não fazem nada. Sua vida é simples, a riqueza não as “enlouqueceu”, e elas não sentem que precisam de algo. É simplesmente “o paraíso”, e você pode conseguir o que quiser. Quando olho para essas pessoas, vejo que elas não têm ideia do que é um período de férias, uma vez que toda a sua vida é um período de férias e “flutuam” sobre o solo.

Por isso, parece que elas levam mercadorias da loja sem qualquer consideração. De fato, há uma grande dívida construída por trás delas, uma dívida que eu não ia querer pra mim. Uma vez que a correção da alma será muito…

Pergunta: Ainda assim, do lado de fora parece que tudo é bom para elas.

Resposta: Imagine que um ladrão consiga roubar vários milhões de dólares e gaste isso descuidadamente, mas, ao mesmo tempo, a polícia esteja apertando o cerco em torno dele. Como tudo isso vai acabar? Esta é a razão por que levamos a educação integral ao mundo e estamos tentando explicar às pessoas que a humanidade está realmente roubando da Terra. Não devemos apenas esgotar todos os seus recursos naturais e fazer o que nos apetece. A natureza é “redonda” e inseparável, e não devemos penetrá-la sem conhecer suas leis. No final, nós teremos que pagar a conta. Hoje, isso é muito claro. Nós vemos que o tempo para pagar a dívida chegou e em diferentes áreas, em diferentes níveis, e o custo será o sangue…

Nesse meio tempo, as ameaças estão aumentando rapidamente e é a educação integral que vai nos ajudar a evitar desastres. Ela vai explicar às pessoas que a dívida está crescendo e que elas podem se recuperar, como o povo de Nínive, quando Jonas, o profeta, foi enviado a eles. Ele lhes explica que o Criador em breve irá se apresentar a eles com a conta e exigirá o pagamento, e então eles se reformarão.

Em primeiro lugar, não tendo escolha, as pessoas entenderão que têm que mudar as relações entre elas, e depois as suas ações forçadas evocarão a Luz que Reforma. Em seguida, elas vão sentir que isso vale a pena mesmo sem a Luz e sem desculpas.

Se tivermos sucesso na disseminação do método de correção integral, de garantia mútua, na nova percepção da educação, então tudo será diferente. Se não tivermos sucesso, então não vai ser. De um jeito ou de outro, o mundo inteiro vai se unir num todo e nós estaremos em seu centro, ou mais precisamente no centro da “bomba” que pode apagar. Se não conseguirmos, todo mundo vai se unir a fim de nos eliminar.

Pergunta: Portanto, o que poderemos fazer se não pudermos contar com um milagre?

Resposta: Nada, exceto disseminar e orar. Nós evocamos as pessoas, elas se juntam a nós, e juntos todos nós terminamos o trabalho. Se você não tem forças, peça ajuda ao Criador, afinal de contas, você não está pedindo para si mesmo, mas para os outros.

Pergunta: Então, do que depende o nosso sucesso?

Resposta: Só do reconhecimento da importância da missão que está diante de nós. Se de acordo com a minha natureza, eu não posso ser um professor, eu vou organizar e preparar as salas de aula. Se não sou eloquente, vou disseminar o material na rua. Há sempre algo que a pessoa possa fazer e sua importância determina tudo.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 07/06/13, Escritos do Baal HaSulam

Escolher Entre Dois Extremos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Todo processo evolutivo é um ciclo: há um começo, um clímax e um fim. Você não sente que a evolução da civilização está chegando ao fim no sentimento egoísta?

Resposta: Hoje nós voltamos para a Mesopotâmia! Nós estamos novamente na antiga Babilônia. Só que agora esta Babilônia cobre todo o globo. Aquela Babilônia antiga, a civilização de três milhões de pessoas, aumentou para sete bilhões. Nós estamos de volta ao lugar de onde escapamos, ou seja, na mesma crise que os antigos babilônios passaram. Isto é exatamente o que os Cabalistas previram.

Pergunta: Mas as pessoas na antiga Babilônia conseguiram sair do ego?

Resposta: Elas não superaram a crise, mas a resolveram de maneira diferente. Elas se afastaram umas das outras e se dispersaram por toda a terra, o que nós não podemos fazer.

Se não resolvermos a crise na qual nos encontramos usando a sabedoria da Cabalá, a única coisa que seremos capazes de recorrer será a guerra, não há outra maneira. É o nosso único ponto de livre arbítrio. Ou nós seremos capazes de trazer as pessoas para o nosso método, antes que elas comecem uma guerra, ou elas estão prestes a experimentar o caminho do sofrimento; não há outra maneira.

A natureza não é cíclica, nunca foi e nunca será; ela não se desenvolve dessa maneira. Nós vemos isso na natureza inanimada, vegetal e animal; nós vemos isso no espaço. Se um determinado corpo gira em torno de outro corpo, isso não significa que esse é um ciclo, mas que se move para frente, assim como o movimento para trás e para a frente de uma roda se move para frente.

A natureza não precisa de ciclicidade. Se dissermos que a natureza é consciente, sábia, e que nos criou, e está claro que o programa que nos dirige é muito mais sábia do que nós, então a ciclicidade é a corrupção, a falta de propósito, e totalmente inconclusiva.

Os Cabalistas começaram a escrever desde os dias de Adão. Ele foi o primeiro Cabalista que descobriu o mundo espiritual a 5770 anos atrás, e que escreveu sobre isso no livro O Anjo Ratziel. Desde então, tudo o que os Cabalistas profetizaram foi precisamente cumprido. Portanto, não vejo nenhuma razão de que isto esteja mudando.

A pessoa que estuda Cabalá começa a ver as suas leis, uma vez que elas é exatamente como a física: há duas forças, dois vetores que são equilibrados por uma terceira força, a Masach (tela), e não há nada mais do que isso. É nisso que se baseia o trabalho de todos os sistemas, de todos os diferentes mecanismos na natureza inanimada, nas células vivas, num organismo que é um conjunto de células, etc., até a sociedade humana, uma coleção de egoístas. Todos são regidos pelas mesmas leis que são elucidadas com precisão.

Um Cabalista que estuda as leis da natureza experimenta realmente esses estados. Assim, ele passa por aquilo que a humanidade não passou ainda e pode escrever sobre isto para a humanidade e ensiná-la. Caso contrário, ele não tem nenhuma razão para fazê-lo.

Nós começamos a estudar a Cabalá desde o nível do mundo de Ein Sof (Infinito), de onde desce uma força, a força positiva de doação e, em seguida, graças a ela, uma segunda força é criada, a força negativa de recepção, o desejo. Então, nós estudamos sobre o desenvolvimento destas duas forças, sobre as quatro fases da Luz Direta, e sobre a sua descida ao nosso mundo.

A propósito, a Torá só descreve o mundo de Atzilut, o mundo da correção e não o que o precedeu. “No princípio, criou Deus os céus e a terra”, o que significa que Bina do mundo de Atzilut gera o sistema de ZON (Zeir Anpin e Malchut). É o nível mais alto na Torá. De fato, na Cabalá, nós aprendemos sobre Sefirot mais elevadas.

Quando nós estudamos essas leis, vemos que são cumpridas em todos os lugares, sem exceção. A natureza corpórea é o resultado dessas leis. Isto é transparente e vemos como tudo se move, cresce e se desenvolve; vemos como essas duas forças cooperam e gerar a natureza inanimada, vegetal, animal e  “falante”; nós vemos o que gera cada pequeno movimento em nosso mundo. Portanto, não pode haver suposição aqui.

A principal coisa é que o livre arbítrio que a humanidade tinha na antiga Babilônia ainda existe hoje. Mas é um livre arbítrio relativo. Se você não quiser usá-lo e avançar ao longo do caminho bom e consciente, isso significa que mais sofrimentos devem ser adicionados, de modo que você entenderá a necessidade de se desenvolver de forma positiva. Caso contrário, você pode entrar numa guerra mundial nuclear.

Afinal, não importa o que dizemos, os sofrimentos têm um papel educativo, apesar de estarmos em contínua regressão. Nós regredimos quando éramos egoístas, mas agora não há lugar para volta. Portanto, uma guerra será uma adição mais grave que nos ajudará a entender como as coisas realmente são, mas isto é muito indesejável.

Da 1ª Preparação para a Convenção em Krasnoyarsk 13/06/13