Veneno Na Ponta Da Espada

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro, Panim Meirot uMasbirot“, Item 19: O anjo da morte vem com uma espada desembainhada com uma gota de veneno em sua ponta, a pessoa abre a boca, ele joga a gota dentro, e ela morre.

O anjo da morte é o nosso ego que nos isola e nos afasta da espiritualidade o tempo todo. Obviamente, ele faz isso de acordo com esse método, de acordo com o plano geral pelo qual precisamos avançar. Ele tem que crescer para justificar o seu nome, o anjo da morte.

Atualmente, nós vemos que uma crise mundial foi revelada. A humanidade está gradualmente começando a entender que o problema não está numa economia ruim, nem na família quebrada, mas sim na própria natureza humana. Isso significa que não vamos sair da crise através de uma simples mudança do sistema externo. Finalmente, nós chegamos a um entendimento de que o anjo da morte vive dentro de nós e está nos matando. Nós devemos matá-lo nós mesmos, antes que ele nos mate. Com frequência, ele intencionalmente nos isola cada vez mais da boa vida, para que possamos sentir que temos que matá-lo.

A espada do anjo da morte é a influência da Sitra Achra, chamada de “Herev” por causa da separação que cresce de acordo com a medida da recepção, e a separação a destrói.

A pessoa não está preparada para se abster de utilizar o seu ego. Nós vemos que as pessoas continuam a se comportando egoisticamente, mesmo que saibam que estão prejudicando a si mesmas. No entanto, elas são obrigadas a usar o seu desejo de receber e, finalmente: a pessoa é obrigada a abrir a boca, já que é preciso receber a abundância para o sustento e persistência de suas mãos.

Portanto, nós estamos nos matando de geração em geração, retornando repetidamente a este mundo com um desejo cada vez maior por prazer e, novamente, engolindo aquela gota mortal: No fim das contas, a gota amarga na ponta da espada a alcança, e isso completa a separação até a última centelha do seu espírito da vida.

As pessoas devem finalmente entender que usar o desejo de receber as mata. Não importa o quanto nós ardemos com uma nova esperança de explorá-lo, procurando diferentes formas e tentando superá-lo, apesar de tudo isso, nós entendemos que a nossa natureza está nos obrigando a matar a nós mesmos.

O anjo da morte se mata, mostrando-nos o que está nos fazendo morrer. Ele nos desperta para lutar contra ele. Isso lembra a história do exílio do Egito. No começo, parecia que o Faraó era bom! Com sete anos de fartura, abundância absoluta, parecia que tínhamos conseguido controlar o anjo da morte, e ele estava do nosso lado.

No entanto, no final, nós começamos a sentir os sete anos de fome. Este não era mais o mesmo Faraó. O anjo que nos levou durante toda a vida de repente se tornou cruel. Nós costumávamos pensar que tudo na vida está na nossa frente: com todas as oportunidades do “sonho americano”, vamos continuar progredindo, recebendo mais e mais da vida. Parecia-nos que o mundo inteiro se abria diante de nós para o nosso benefício.

De repente, nós descobrimos que estamos presos dentro deste mundo. Cada dia se torna mais e mais escuro, apertado e horrível, ameaçando nos matar, e por fim, percebemos que o problema não está no mundo. Pelo contrário, está em nós, na natureza egoísta que se encontra dentro de nós e nos inspira a vida, no nosso anjo, ou seja, o nosso poder interno.

Assim, ele está, basicamente, cumprindo o seu papel, como o Faraó que aproximou os filhos de Israel do Criador. Este é o anjo que, por meio da oposição, realiza seu trabalho fiel. Um anjo é uma força da natureza que não tem escolha, uma parte do programa global que age até que, finalmente, sentimos que não temos escolha, e devemos fugir dele.

Da Convenção dos Homens “O Próximo Passo” 26/4/13, Lição 1