As Letras Que Voltaram À Vida

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como nós podemos dizer a qualquer momento, apesar de todos os problemas, que “Não há outro além Dele” e que “Ele é bom e benevolente”, se eu sinto o contrário no momento? Eu tenho que combinar os sentimentos com palavras?

Resposta: Nós começamos a trabalhar a partir de um estado de total incerteza. Nós apenas ouvimos e lemos que “Não há outro além Dele”. É assim que começa o primeiro artigo do Shamati: “Está escrito: Não há outro além Dele”. Isso é o que dizem os Cabalistas! Mas para mim estas são apenas palavras sem sentido. Então, como eu as desenvolvo?

Eu tento transformar estas palavras em ações que vão impressionar-me. Então, eu acho um grupo neste mundo que afirma que “Não há outro além Dele”, e eu sou incorporado nele para que ele me influencie e me convença que na verdade não há nada mais do que a força superior. Pelo menos eles falam sobre o que dizem os Cabalistas.

Eu me conecto a esse grupo e subjugo-me a ele, elevando meus amigos acima de mim, para que o princípio do “Não há outro além Dele” seja ouvido mais alto, e eu sinta como ele é importante. Eu tento estar sob a impressão deste slogan, que por enquanto existe apenas no papel para mim.

Mas se eu trabalho com os meus amigos, eu começo a receber a Luz que Reforma através deles. Esta Luz encontra-se em suas palavras, e na medida em que eu me esforço no grupo e subjugo-me a ele, servindo a meus amigos, a Luz muda este slogan. A Luz é vestida com estas palavras e as traz à vida. Eu começo a sentir a vida nas letras que compõem as palavras “Não há outro além Dele”.

Eu começo a sentir as letras como vasos vivos que estão cheios de Luz e, assim, os vasos, meus desejos, começam a se mover em conjunto com estas letras conforme a Luz que passa através deles. Não é apenas uma Luz, mas sim uma Luz “formatada” que tomou a forma dessas letras. Acontece que eu sou impressionado de várias maneiras pela frase “Não há outro além Dele” e começo a ver, entender e sentir como ela é expressa em diferentes estados e maneiras. Eu aprendo a trabalhar com ela.

A frase que costumava estar morta para mim, apenas um slogan por escrito, aos poucos começa a vir à vida. Assim eu tento realizá-la em diferentes estados, bons e maus. Eu me agarro a ela especialmente nos maus estados, já que, nesse meio tempo, eu sou um egoísta. Se a unicidade do Criador (“Não há outro além Dele” e “bom e benevolente”) é revelada a mim de forma desagradável, significa que eu estou adquirindo vasos de doação e que subo acima desta dor. Eu avanço para o estado chamado “Não faça a teu amigo o que é odioso para ti”. Eu odeio esse estado e quero elevar-me acima dele. Eu não acho que o Criador me causou todos esses problemas. Em vez disso, eu os atribuo ao meu ego. Assim, eu adquiro o atributo de Bina, “doar a fim de doar”.

Então, em estados muito desagradáveis, eu começo a receber os estados agradáveis, o que é muito mais difícil, pois eu tenho que elevar-me acima deles. Já é a fé acima da razão no segundo nível, não apenas acima do desejo de doar, mas também acima do desejo de receber. Eu já trabalho com AHP.

É como se eu trabalhasse contra o bom e benevolente, o que significa que recebo o bem e o mal igualmente, como a mesma coisa. Assim, eu alcanço o amor, sobre o qual se diz: “Ama o teu amigo como a ti mesmo” e, então, “Ama teu Senhor”, o mais alto nível deste estado, Keter.

Todo esse trabalho é feito na “fé acima da razão”. A Lua representa Malchut, que “santifica-se” em seu estado mais escuro, e por ele começa a iluminar com a Luz que Retorna. Ela não tem nada próprio, e nem precisa. Ela diz para o Sol que quer ser como ele. Quanto mais a Lua se torna como o Sol, mais a Terra determina todas as aparições da Lua, na medida em que Malchut é adaptada a Keter.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/04/13, Escritos do Rabash