Textos arquivados em ''

Amando O Pai Difícil

Suponhamos que eu magoei alguém. Ele pode amar-me de volta em vez de sentir ressentimento e ódio em relação a mim? Para quê? Talvez eu seja maior e mais inteligente. Ou talvez ele me ame uma vez que pelos golpes eu o quero trazer para o bem, para algo especial e sublime?

Por exemplo, eu pressiono o meu filho pequeno a estudar para que ele cresça mais esperto e se torne um “grande homem.” Ele agora pode não gostar e pode querer ir brincar, mas eu obrigo-o a estudar.

Em resposta, ele não me ama, pelo contrário, ele me odeia. No entanto, mais tarde, como resultado de meus golpes ele cresce mais inteligente e graças ao estudo desenvolve-se internamente. Eu o forço a desenvolver-se, e com o tempo ele entende que eu o faço para o seu próprio bem. Sim, eu pressiono-o e forço-o a seguir o caminho difícil, mas isso não significa que eu não o ame, como ele pensava anteriormente. Não, eu faço-o desta maneira, porque eu quero o que é melhor para ele e eu sofro ainda mais do que ele por causa da minha dureza, mas simplesmente eu não tenho outra escolha

Então, o Criador também não tem outra escolha: Esta é a única maneira que Ele pode criar o ser criado. Só então, à medida que ele se desenvolve, ele irá se voltar para o Criador não por causa dos golpes ou os prazeres que vêm d’Ele, mas de um modo propositadamente diferente, entendendo que o Criador o desperta a esforçar-se e ascender, a atingir o eterno, a vida perfeita, para vir para a compreensão eterna, e para alcançar a um nível novo e especial.

Quando ele alcança isto ele já tem dois tipos de natureza:

1. Os sentimentos de prazer e sofrimento que vêm do Criador.

2. E acima deles, um novo amor que ele sente pelo Criador, invés do ódio que sentia anteriormente

É desta forma como o ser criado se torna independente da sua natureza inicial e recebe uma segunda natureza.

Neste mundo às vezes eu também quero que as pessoas me amem, não porque eu sou bonito e bom, mas que elas me amem só como eu sou, mesmo que eu as trate mal. Eu quero que tu me ames e me valorizares, apesar de eu te tratar com dureza e te causar dor. Eu quero que tu me ames não por causa do modo como eu te trato a ti e aos outros, mas por causa de quem eu sou.

É um pouco como o jogo que o Criador brinca connosco quando Ele estabelece relações diretas connosco e, ao mesmo tempo nos permite focar numa outra “linha direta.” É como a relação que vemos entre pais e filhos, quando os pais amam as crianças, embora elas lhes causem grandes problemas e preocupações. É dito: “O amor cobre todos os pecados”.

Assim, podemos entender o jogo que o Criador joga connosco. Todo o nosso trabalho envolve transcender o corpo que só sente prazer ou dor e estabelecer a atitude certa para com o nosso Mestre, que nos ensina a transcender o nosso “animal”, e a apreciar a sua essência: Porque é que Ele faz isto e para quem? Ele o faz apenas para o nosso bem.

É dito que Ele sofre mais do que nós, uma vez que Ele tem de se esconder e tem de submeter a nossa parte “animal” a diferentes sofrimentos. Ele faz isso para que possamos transcender este nível (o nível animal) e tornarmo-nos seres humanos, sublimes, eminentes, maduros e desenvolvidos. Ele quer que nós apreciemos sua atitude de acordo com sua essência e não de acordo com a forma como ele nos evoca a transcender o “animal”, ignorando os prazeres e os sofrimentos que Ele nos envia intencionalmente, e ver tudo tendo em mente que tudo está direcionado ao objetivo.

Em termos Cabalísticos significa que realizamos uma restrição (Tzimtzum) sobre o sentimento “animal” de prazer ou dor, apontando apenas para o objetivo, ou seja, realizamos Zivug de Hakaa (acoplamento por golpe) acima de todos os prazeres corporais, a fim estar apenas em doação mútua com o Criador, independentemente de todos os meus prazeres e sofrimentos “animais”. Este é já um nível diferente, mais alto, no qual eu estabeleço a minha conexão com o Criador de acordo com o quanto nós pensamos acerca desta conexão, do objetivo único, do estado especial.

Voltando ao exemplo do pai e filho: Quando o filho já entende porque o pai o trata com dureza e força-o a estudar, ele transcende os sofrimentos e sobe para um novo nível de relacionamento com seu pai, já que ambos se preocupam com o seu sucesso. Graças a isso, eles estão em unidade, em adesão e, em uma intenção comum; eles estão conectados e entendem-se um ao outro. Este é já um nível espiritual, a unidade de espírito, apesar da dor e das limitações que o filho tem experimentado do seu pai no nível corporal.

Estes dois níveis são essenciais, pois caso contrário o pai e filho não vão ser capazes de estabelecer uma conexão real, pessoal, interna entre eles. Sem a conexão espiritual , estarão á conectados apenas por aquilo que recebem um do um outro, que está no “nível animal”, onde o ser criado é, sem dúvida, dirigido pelo Criador e permanece dependente para sempre. Este exemplo explica claramente a base da nossa conexão com o Criador.

Da Conversa sobre a Preparação para o Congresso em Nova Jersey, 10/05/13

Nada Pessoal

Pergunta: Na educação integral, atribuímos sistematicamente aos casais exercícios de unidade. Mais tarde, quando eles se reúnem, descobrimos que todos os casais compreenderam o exercício de maneira diferente.

Resposta: Muito bem! Deixe-os discutir o assunto e complementarem-se uns aos outros. Isso será muito interessante, porque agora cada um deles será capaz de compreender as outras pessoas na rua e em outro lugar qualquer. Eles se tornarão psicólogos de topo.

Comentário: Mas é aqui que isto pára, as pessoas restringem-se a elas mesmas, porque nós ensinamos-lhes que é proibido partilhar experiências pessoais.

Resposta: Aqui não há nada de pessoal. Uma pessoa eleva-se acima de si mesma.

O que é pessoal é ir ao médico e dizer-lhe que me dói o estômago e que tenho o intestino solto, desculpem-me por dizer isto. E aqui eu digo: “Eu estou extremamente irritado e eu odeio-o.” É a mesma coisa, mas num nível diferente. O que existe de anti-natural, de pessoal e humano acerca disto?

Uma pessoa recebeu tudo isto da natureza. Só no nível corpóreo, é que ela recebeu problemas com intolerância alimentar, e aqui ela também recebeu os mesmos problemas com “intolerância alimentar”, mas no nível espiritual, sendo incapaz de tolerar outra pessoa. Aqui não é um pedaço de carne que ela não é capaz de tolerar, mas seu parceiro. É a mesma coisa! E devemos transformar-nos muito naturalmente de dentro para fora em cada caso.

É por isso que nós nos elevamos acima de nós mesmos e aprendemos sobre nós, esta é a autoanálise real. É exatamente isto o que precisamos de alcançar, caso contrário, não saberemos como nos conectarmos entre nós. Todos nós precisamos de ser esse tipo de psicólogo, e até mesmo mais do que um psicólogo normal.

Começamos a descobrir que nós e a sociedade somos um único sistema organizado: como entrar nele, como o construir, e como ser interconectado. Devemos de sentir onde a natureza destinou um nicho para cada um de nós, como nós temos que comunicar uns com os outros.

Aqui não podemos fazê-lo sem que gradualmente nos comecemos a abrir para as outras pessoas.

De uma palestra sobre educação integral, 04/04/13

Uma Oração Visando O Futuro

Pergunta: O que deve ser a minha oração, MAN, no grupo de dez?

Resposta: A oração, MAN, depende do estado em que você se encontra. Você pode estar pedindo algo deles e eles podem estar pedindo algo de você, e assim agem mutuamente uns em relação aos outros. Ou vocês já podem estar conectados e juntos pedem ao superior que está no grupo de dez.

Você diz: “O Criador está na conexão entre nós” Esta conexão entre nós é o útero da mãe, é ZAT (a sétima inferior) de Bina, o nosso superior. Não há outro superior que o nosso grupo conectado. Mas ainda não estamos conectados, e assim dirigimo-nos ao nosso futuro, conectados, e da forma corrigida que é o nosso próximo nível, mais elevado. Voltamo-nos para esta e para o Criador que está escondido nela. Isto significa que a oração, MAN, pode ser dirigida a partir de cada um de vocês para os outros ou de todos vocês para a vossa futura forma superior.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 06/05/13, TES

Uma Convenção Que Nos Leva À Eternidade

Dr. Michael LaitmanRabash, Shlavei HaSulam (Degraus da Escada), “O Propósito da Sociedade” (parte 1, 1984): E é por isso que nos reunimos aqui, para estabelecer uma sociedade onde cada um de nós segue o espírito de doar ao Criador. E para conseguir a doação ao Criador, nós devemos começar com a doação ao homem, o que é chamado de “amor ao próximo”.

Graças a isso, nós seremos capazes de doar ao Criador, a força geral de doação. Isto é o que nós chamamos de atributo pelo qual nos elevamos acima do nosso ego.

A doação mútua é o amor ao próximo. Se eu amo alguém, eu quero dar-lhe tudo e ter certeza de que ele se sente bem. É como se eu estivesse constantemente nele e eu me vejo apenas como um meio para doar-lhe, o que me ajuda a superar a mim mesmo.

Esta é a razão da criação de um mundo tão grande, com tanta gente nele. Isso nos permite reunir e criar um grupo onde pela conexão mútua entre nós todos serão capazes de transcender o seu ego e ver que têm os meios para adquirir uma segunda natureza: a doação. Na verdade, isso é o que chamamos de saída do ego, do seu sistema limitado.

E, por outro lado, ter orgulho que o Criador nos deu a chance de estar numa sociedade onde cada um de nós tem apenas um único objetivo: que a Divindade habite entre nós.

Nosso objetivo é que a revelação do mundo superior nos preencha. Isso é chamado de “a revelação da Divindade”, que ocorre especialmente entre nós. Cada um de nós é um egoísta, mas quando nós saímos da nossa natureza e começamos a nos elevar acima de nós mesmos, uma grande força coletiva é criada entre nós, cheia de doação mútua. Nós temos certeza de que alcançamos essa força mútua quando doamos mutuamente um ao outro, e nossa preocupação é chamada de garantia mútua.

Todos nós sentimos o mundo superior nesta força geral. Aí nós descobrimos as forças de todas as pessoas que viveram antes de nós e que vivem neste mundo junto com a gente, de todas as pessoas que superam a si mesmas e vivem num estado eterno.

Esta força geral é uma alma coletiva. Não existem almas individuais separadas, mas uma só alma para todos. Mas nela todos sentem o mundo eterno em diferente profundidade e largura, na medida em que se elevam acima do seu ego.

Nós passamos por subidas e descidas ao longo desta estrada que atraem diferentes estados onde o mundo eterno parece estar mudando. A verdade é que ele não muda, como se diz: “A Luz está em repouso absoluto”. Mas nós sentimos como se ele mudasse, uma vez que estamos realmente mudando. Nosso ego está se transformando o tempo todo, nós o superamos de diferentes maneiras, e, consequentemente, a imagem do nosso mundo e os sentimentos que experimentamos são muito dinâmicos.

Assim, nós podemos avançar até que tudo seja totalmente revelado e este é o fim da correção. Todas as pessoas no mundo devem chegar a isso. Mesmo que os corpos mudem, nossas partes espirituais permanecem as mesmas. Os corpos nos separam do sentimento geral em indivíduos, mas se nós deixamos o corpo, imediatamente sentimos um mundo e nós mesmos como um só. Isso é precisamente aonde estamos indo.

Os esforços que fazemos na Convenção dependem de nós. Nós podemos experimentar este estado eterno por alguns minutos. Pode ser temporário ou desaparecer, mas o fenômeno real vai permanecer e vai nos atrair para frente com força, nos ajudando a superar as fases futuras.

Se nós realmente fizermos grandes esforços, então, para além deste mundo, vamos sentir o mundo espiritual e viver em dois mundos. Tudo depende de nós. Se nós pudermos inicialmente pensar nisso e estivermos nos preparando para isso, então quem vier à Convenção vai se juntar a nós e vamos todos avançar juntos.

Portanto, vamos esperar a revelação do mundo superior, que devemos sempre ver como o objetivo que é alcançado pela nossa unidade.

E, embora ainda não tenhamos alcançado esse objetivo, isto é, não sentimos o mundo superior através da saída do nosso ego, nós temos o desejo de alcançá-lo. E isso também deve ser apreciado por nós.

É verdade que nós recém começamos, mas esperamos atingir o objetivo, e isso deve ser apreciado por nós. Cabe a nós, e depende dos nossos esforços. Diz-se: “A pessoa pode comprar o seu mundo em uma hora”. Se as pessoas, que são parte de um grupo, realmente desejarem superar a si mesmas, elas realmente vão sentir esta subida.

Da Conversa sobre a Preparação para o Congresso em Nova Jersey, 05/10/10