“Treze Anos” Entre As Klipot Imundas

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, p. 29: Porque, se nós não tivéssemos este desejo de receber danificado dentro de nós, não poderíamos corrigi-lo, pois ninguém pode corrigir algo que não está nele. Portanto, essa quantidade de desejo de receber que está incorporada no corpo desde o seu nascimento no ar do mundo não é o suficiente. Pelo contrário, é ainda mais obrigado a ser um veículo das Klipot (Cascas) imundas por não menos de 13 anos.

Segue-se que mesmo se eu possuir um grande desejo de receber, isso ainda não é o suficiente. Desde o início o Criador nos diz: “Vinde ao Faraó, porque Eu endureci o seu coração”. Ele vai inundá-lo com golpes, de modo que você vai querer fugir dele. É impossível me tirar da inclinação ao mal, até que ela alcance um nível em que já não posso suportá-la. Mas primeiro é necessário se tornar completamente consciente desse mal.

Em nosso mundo, nós educamos as crianças para ter cuidado, “Não vá lá, não faça isso…”. Mas, no mundo espiritual, não há nada parecido. Lá é o oposto; eles me mandam para “criminosos” e “ladrões”, “alcoólatras” e “drogados”, para os braços de Hamã, Balaão, Balaque, Esaú, e assim por diante. Caso contrário, como posso corrigir essas características? Na verdade, estas são partes não corrigidas da minha alma. Portanto, eu preciso possuí-las, senti-las como minhas, reconhecer o mal escondido dentro delas, e ser libertado delas, subir acima delas.

Pergunta: Será que eu devo ser mal para avançar espiritualmente?

Resposta: Como devo responder-lhe? Sim. É possível corrigir somente o que está dentro de você. Apesar de tudo, isto não quer dizer que eu devo me tornar mal. Uma coisa é eu querer matar alguém, como um terrorista. Outra coisa é eu querer amar, e ao mesmo tempo, descubro dentro de mim um desejo de matar. Estas duas abordagens são totalmente diferentes. E a diferença aqui é que eu descubro o mal em oposição a isso, eu percebo em mim mesmo que sou mal, mas eu não mato alguém que parece mal para mim.

“Treze anos” entre as Klipot imundas não é um tempo de acordo com o calendário; pelo contrário, é um nível, e o estágio é muito alto. Eu aspiro amar, doar, portanto eu descubro a minha inclinação ao mal. Esta é a condição; caso contrário, eu não avançaria no meu caminho espiritual em direção à correção, ao Criador.

Eu quero estar perto Dele, abraçá-Lo, beijá-Lo, dar-Lhe prazer de acordo com o princípio: “Não faça a seu amigo o que é odioso para você”, e “Ame o outro como a si mesmo”. Da mesma forma, por 13 anos, eu descubro o oposto da doação dentro de mim. Em outras palavras, eu descubro dentro de mim características, desejos e inclinações, que eu nem sabia que existiam, porque eles são espirituais e provêm dos quatro mundos impuros de ABYA. Eles residem acima da compreensão “bestial” do nosso mundo, e, portanto, esta já é uma subida.

Aqui, o princípio, “Um contra o outro”, age. Aspirando ao bem, eu descubro o mal, repetidamente. Assim ocorre por algum tempo!

Se eu não mantenho a posição e paro, tudo desaparece. E se eu não quiser parar, então eu me volto ao grupo, aos estudos, ao Criador, recorrendo a todos os meios que irão me ajudar a me manter no caminho, para incliná-lo favoravelmente.

Então, somente as coisas “maliciosas” e “erradas” são descobertas em mim, os defeitos que pareciam não existir até agora. Eu nunca havia sentido o que eram os 613 desejos quebrados e agora eles são aparentes. Se eu não tivesse avançado, eu teria ficado num nível que, no sentido espiritual, não é nem bom nem mau. Por outro lado, se a pessoa avança corretamente, ela se torna pior.

Mas ela trabalha em si mesma, ela entende o que está acontecendo consigo; ela se encontra numa luta interior, ajuda os outros, e eles a ajudam. É como se ela “esmagasse” o seu ego com uma pedra, o mastigasse e triturasse, de modo que seja possível “engolir”, “digeri-lo”. Durante estes tempos difíceis nós temos que ajudar e apoiar uns aos outros.

Imaginem um show de carros, aonde vocês vêm os brilhos e lampejos dos carros novos, todos brilhantes, limpos e belos: um verdadeiro prazer. E agora olhem para uma oficina de automóveis: o mau cheiro, o lixo, a bagunça… Tudo depende do que e onde eles vendem para você.

Assim, nesta fase, nós fazemos a maior parte do “trabalho sujo”. Para corrigir o Humano em mim: O que pode ser pior? Por outro lado, o que pode ser maior?

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 20/03/13, “Introdução ao Livro do Zohar