Quebrado Em Partes Para Entender O Todo

Dr. Michael LaitmanMalchut sente recompensa ou punição de acordo com a sua conexão ou separação de Bina. Geralmente, existem dois estados: o estado bom (Malchut corrigida) e o estado mau (Malchut quebrada, corrompida). A questão toda é a quem ela quer agradar, onde ela encontra recompensa e punição: em seu próprio benefício ou em benefício do outro?

É um dos dois, não há estados intermediários: ou eu me importo comigo ou com o outro. O critério para a recompensa e punição corresponde a isso: “Você desfruta ou não?” ou “será que o outro desfruta ou não?”.

É claro que no estado quebrado, a recompensa e a punição são sentidas apenas na Malchut quebrada, e no estado corrigido elas são verificadas pelo Criador. Essa é toda a diferença.

Baal HaSulam escreve no Talmud Eser Sefirot (O Estudo das Dez Sefirot), Parte 10, “Reflexão Interna”, item 15: A principal correção do mundo é através da recompensa e punição. E toda recompensa dos justos começa a partir daí, ou seja, de uma subida, anexando AHP a Galgalta ve Eynaim. Certamente, o Criador poderia ter criado o mundo com um ditado, no entanto, ele causou uma quebra. Para quê? “É o significado da incorporação da propriedade da misericórdia com a propriedade do julgamento”. Graças à quebra surgiram várias formas e meios de conexão, juntando-se, entre Malchut e Bina.

O “ditado” inclui as Dez Sefirot completas, e pronto. Mas, em vez disso, há uma necessidade de várias combinações de propriedades, de modo “a aumentar a recompensa dos justos”. Agora que os egoístas maus e quebrados apareceram, eles são capazes de se tornar justos. E a sua recompensa será ainda maior, porque eles, por assim dizer, “atingiram seus nomes”, em equivalência com o Criador. Ao se aderir à Bina, Malchut assume a sua forma, e esta é a recompensa para o justo.

“Atingir os nomes sagrados” significa ser vestido neles, ser como o Criador em relação aos outros, de uma forma ou de outra. Assim, eu me ligo a Ele, porque um “nome” é uma forma, uma maneira de doar. É como se eu me vestisse nessas vestimentas, me tornasse semelhante a Ele, e esta é a minha recompensa.

A quebra deu ao Criador uma multiplicidade de aspectos. É certo que Ele criou o mundo com “um ditado”, mas tudo é oculto, fechado, amarrado dentro destas Dez Sefirot, impenetravelmente. Dez Sefirot de Malchut do mundo do Infinito ou as quatro fases da Luz Direta não dão nada. A criatura ainda não existe, isto é, não consegue se manifestar ou atingir.

Para uma pessoa realmente entender algo, ela tem que assumir a forma apropriada internamente, “vestir-se” nela. Se eu entendo como um motor funciona, é como se eu estivesse dentro dele e sentisse com os meus “nervos” tudo o que está acontecendo lá. Este é o verdadeiro conhecimento, a verdadeira realização.

Portanto, antes da quebra tudo era maravilhoso, exceto uma coisa: a criatura não existia ainda. Ela permanecia imóvel na parte inferior do nível inanimado, semelhante a um anjo, ou seja, uma força simples, desprovida da inclinação e do sentimento do mal, e totalmente ativada de Cima, sem qualquer independência. A quebra possibilitou que ela adquirisse várias “vestimentas”, “letras” e “nomes” do Criador, as diferentes formas de comportamento, com base na oposição interna ao Criador e semelhança externa a Ele.

Esta é a razão para a criação da inclinação ao mal: tudo começa a partir disso…

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/04/13, TES