Nosso Assassino Número Um É A Nossa Preguiça

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Shamati, artigo 35, “Sobre a Vitalidade de Kedusha“: Assim, é uma correção que cada vez que a pessoa estende algo e tem uma descida, ela deve começar de novo, isto é, ter novos escrutínios. E o que ela tinha do passado caiu em Sitra Achra e ela mantém isso em sua autoridade como um depósito. Depois, a pessoa recebe tudo o que tinha recebido dele todo este tempo.

Assim, podemos ver que tudo o que acontece é em nosso favor. Graças aos desejos que o Criador quebrou e lançou no mar das forças impuras (Sitra Achra), ao outro lado, no desejo egoísta de desfrutar, nós temos a chance de avançar à Santidade, no sentido dos desejos de doar. Esses desejos de receber nos obrigam a atrair mais Luz.

Neste momento, nós atraimos um pouco de Luz, e os desejos de Sitra Achra imediatamente a engolem. Isto acontece repetidamente até que a medida esteja cheia. Então, o ego “vomita” tudo que engoliu e podemos recuperar toda a Luz que conseguimos atrair por um instante, mas fomos incapazes de manter. Assim, Sitra Achra ajuda a pessoa a acumular seu esforço, recolher todas as diminutas Luzes e, em seguida, devolver isso como uma medida completa que lhe permite atingir o nível espiritual.

É por isso que nós criamos os “animais sagrados” a partir das descidas, dos estados que geralmente não queremos, nem gostamos. Mas nós temos que compreender como devemos ser gratos por todos os mecanismos do sistema da Providência superior e especialmente pelo sistema das forças de impureza, que nos governa durante todo o período de preparação, até que nós entramos na autoridade da Santidade, do desejo de doar.

Enquanto a força de impureza nos domina, ela cumpre seu papel com extrema dedicação, que é ainda maior do que a dedicação do sistema de Santidade. Afinal, Sitra Achra deve trabalhar da maneira oposta ao Criador, de forma oposta a Ele. É um “anjo” especial, um sistema único, que segue o comando do Criador, Seu desejo, e executa ações que são opostas à Santidade, conforme o decreto de Cima.

Uma história semelhante é contada numa das cartas do Baal HaSulam: um rei nomeia diferentes vilões para reinar sobre seu súdito que ele decidiu elevar ao posto de primeiro ministro. Para isso, o rei envia seus servos vestidos como criminosos e assassinos, e graças à luta com eles, o escravo fiel cresce cada vez mais.

Todos os “vilões” que tiveram que lutar com ele estão cumprindo o seu trabalho com todas as vicissitudes e crueldade, e com esperteza criativa, só porque é a ordem do rei e não porque seja sua própria vontade. A força de impureza, nossos sistemas internos que parecem tão horrível para nós, funciona da mesma maneira.

Todos os crimes que acontecem no mundo, os assassinatos e quedas, parecem contradizer a vontade do Criador e temos de odiá-las. No entanto, nós devemos entender que não há nenhum mal — não há criminosos no palácio do Rei, e é tudo Seus sistemas que operam a partir de duas direções: o lado bom e o lado ruim. Nós só deveríamos odiar nossa própria preguiça, devido a qual não podemos realizar o nosso livre-arbítrio na escolha do nosso ambiente: o grupo, o único lugar onde somos livres.

Nós não devemos nos queixar de qualquer evento em nossa vida, exceto um: nossa incapacidade em nos apressar na hora certa, em usar o ambiente, e com a sua ajuda, avançar e apressar (santificar) o tempo.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 29/03/13