Era Uma Vez Um Marido E Uma Esposa…

Dr. Michael LaitmanPergunta: Hoje as pessoas sentem a distância entre a vida real e seu bem-estar psicológico. Eu me lembro que os nossos avós não experimentavam esta discrepância. Entretanto, para uma pessoa contemporânea (mesmo que ela tenha uma família) a boa atmosfera psicológica está separada do bem-estar material. Existe uma maneira de demonstrar que estas coisas estão, no entanto, conectadas?

Resposta: Não importa se eles são estranhos ou uma família. Eles ainda têm que frequentar os mesmos workshops, ouvir as mesmas explicações, elevando-se acima do seu egoísmo.

Antes, o nosso egoísmo não era tão grande como agora! Era uma vez “um marido e uma esposa”; eles tinham uma “galinha” (ou seja, um lar, uma casa, uma horta, etc.). O marido trabalhava, sua esposa cuidava da casa. Era um arranjo doméstico à moda antiga. A vida da família girava em torno da casa, da comunidade, dos filhos, etc.

Hoje, não é nada parecido. Neste momento, todos nós trabalhamos para alguém, para alguma sociedade, algo ininteligível. Na parte da manhã, levamos nossos filhos para jardins de infância, nos apressamos para o nosso trabalho, e depois que terminamos o dia de trabalho, vamos para os supermercados… De lá, nós corremos de volta para casa, esquentamos rapidamente a comida, alimentamos todos e, tão logo quanto possível, damos banho nas crianças, e vamos para a cama. No dia seguinte, repetimos o mesmo padrão.

Isso é semelhante de alguma maneira com o jeito anterior foi estabelecida a vida familiar? Antes, as pessoas costumavam ter uma casa, um lar. Hoje, apenas chamamos de lar. Todo mundo tem posses individuais; mesmo os cônjuges têm contas bancárias distintas.

Portanto, nós temos que ensinar as pessoas em nossos workshops a subir acima do seu egoísmo e unir-se para além dele. Caso contrário, a família deixará de existir, uma vez que o nosso egoísmo nos separa dos outros, nos empurra, enquanto não realizamos nenhuma ação em resposta. E os funcionários do Estado não podem fazer nada aqui. Dois egoístas não podem ser forçados a permanecer num território.

Por que eu preciso de uma família? Eu vou trabalhar e ganho meu próprio dinheiro; não preciso de ninguém! Se eu precisar, à noite eu posso trazer para casa quem eu quiser. Eu posso ir a um supermercado, comprar alimentos já prontos, os aqueço no micro-ondas e os como no jantar. Todo o arranjo serve o propósito de permitir que todos possam viver separadamente. Fabricantes de bens de consumo obtêm o máximo de benefícios se houver apenas uma pessoa na casa, já que duas pessoas sozinhas vão comprar mais de tudo: televisores, geladeiras e máquinas de lavar roupa…

Da “Discussão sobre Educação Integral” 02/04/13