Comunicação Em Ondas Curtas

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam: Introdução ao Livro do Zohar“, Item 8: Por exemplo, quando duas pessoas se amam, você diz que estão conectadas como um corpo. E quando se odeiam, você diz que estão tão longe como o leste do oeste. Mas não há nenhuma questão de proximidade ou afastamento aqui. Pelo contrário, isso implica na equivalência de forma: quando são iguais em forma e cada uma ama o que a outra ama, e odeia o que a outra odeia, elas se amam e estão conectadas.

E se há alguma disparidade de forma entre elas e uma delas gosta de algo que a outra odeia, então na medida em que diferem em forma, elas se tornam distantes e odiosas. Se, por exemplo, elas são opostas em forma e tudo o que uma gosta a outra odeia e tudo a que a outro odeia a primeira gosta, elas são consideras tão remotas como o oriente do ocidente, o que significa de um extremo ao outro.

Pergunta: Que tipo de amor e ódio se refere aqui?

Resposta: É típico das relações mútuas entre pessoas diferentes: com um amigo, com a esposa, etc. Quanto mais vocês se assemelham em seus pensamentos e desejos, ou quanto mais diferentes vocês se tornam, nessa medida vocês se amam ou se odeiam.

Mas a intenção de uma pessoa aqui não é para revelar os sentimentos fisiológicos inatos nem se refere a uma simples conexão natural com base em interesses, hábitos e entendimentos. Não, estamos falando de duas pessoas que trabalham em conjunto a fim de preparar o “lugar” para a revelação do Criador na conexão entre elas.

Nós construímos este “lugar” através das nossas intenções gerais, mútuas. Porque nossos desejos e pensamentos são diferentes e as pessoas são diferentes, todos se situam na sua “frequência”.

No passado, ondas longas eram usadas para a comunicação. Então, maior precisão era necessária, maior intensidade e uma capacidade de penetração mais profunda. Assim, começou-se a usar frequências mais altas, pelas quais é possível transmitir mais informações. Antes, todos os finos detalhes eram engolidos, mas agora em altas frequências acontece que todo mundo pode ser especial e não precisamos ser uns como os outros. Uma criatura de outro planeta não iria notar as diferenças entre nós: todos têm braços, pernas, olhos, ouvidos, etc. Mas se penetrarmos mais profundo no caráter de uma pessoa, em sua essência, descobrimos grandes diferenças. Não só cada indivíduo é único, mas também está em constante mutação.

Portanto, como podemos nos conectar?

Nós nos conectamos de acordo com nossas intenções. Eu tenho a intenção de doar bondade a você com todos os meus atributos e você pretende doar bondade a mim com todos os seus desejos, atributos e habilidades. Então nós somos iguais, similares, conectados. Não estamos conectados em nossos desejos reais, mas em nossas intenções que são destinadas à doação mútua.

Eu não o forço a ouvir Mozart, embora realmente goste de sua música, e você não me força a escutar Moti Mor, por exemplo, que é seu cantor favorito. Não, eu desligo a música clássica e me visto em você e verifico o que em você coincide com esta frequência, o que você gosta no seu desejo analógico. Ah, você ama Moti Mor. Embora eu ainda não possa compará-lo a Mozart, já começo a valorizá-lo, uma vez que a partir disso eu me conecto a você e alcanço o Criador. Assim, de repente, Moti Mor torna-se importante para mim e eu transformo meu desejo em seu desejo. Mozart foi uma fonte de prazer para mim no nível “animal”, enquanto Moti Mor torna-se uma oportunidade para eu me conectar com o outro e construir um vaso espiritual.

É sobre isso que se diz, “Faça a sua vontade a vontade Dele”. Eu não posso anular a minha atração por Mozart. Eu só tenho que “restringi-la”, “encobri-la” com uma nova capa da minha atração por Moti Mor e com isso me conectar a você. Eu faço a mesma coisa com todos, igualando o meu desejo ao desejo do outro. No final, eu adquiro deficiências do mundo inteiro e me conecto com todos.

Na verdade, eu não preciso sequer verificar mais nada para fazer isso, a Luz me ajuda e eu me conecto a grandeza do outro, à sua compreensão e sentimento. Não se trata de um esforço, mas sim algo fácil e maravilhoso.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/03/13, “Introdução ao Livro do Zohar