Agarrar-se Ao Professor

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Essência da Religião e Seu Propósito”: Vá e pergunte a um botânico quantas fases a fruta sofre desde o momento que se torna visível até que esteja completamente madura.

O problema é que eu não vejo o propósito no meu caminho até isso; eu não sinto como será o fim da correção. Não é por acaso que se diz: “Por que você não mostra a um tolo um trabalho feito pela metade”? No meio do caminho eu não consigo ver o fim.

É claro para mim que eu sou um idiota, já que não vejo a plenitude final, mas o que posso fazer sobre isso? O que pode ser exigido de mim neste momento? A minha vida não está indo bem corporal ou espiritualmente, tudo dá errado na minha vida. Portanto, por que eu deveria justificar o Criador?

As pessoas sábias podem saber que a maçã está destinada a amadurecer, mas eu não vejo nada, é amarga e pronto.

Isso significa que eu preciso da “fé dos sábios”, a fé naqueles que já passaram por este caminho; eu tenho que me aderir a um sábio, um professor, de tal forma que eu possa usar sua plenitude, só então vou ser capaz de justificar a criação e o Criador. Mas até então, eu não ouço o que dizem de mim. Sem o sentimento de plenitude que é adquirido do superior, o que significa do grupo e do professor, eu sempre serei um pedaço de madeira flutuando no mar, sendo jogado de um lado para outro pelas ondas.

Pergunta: Ainda assim, exemplos como o da maçã ou do verme no rabanete nos dão alguma pista?

Resposta: Eles nos acalmam e nos ajudam a acalmar a nossa consciência: “Tudo isso não é em vão; não pode ser que a natureza não permita que a maçã amadureça. Isso significa que todos os nossos sofrimentos vão ser recompensados…”.

É verdade, mas isso já é religião. As pessoas alimentam estas “conclusões” para acalmá-las: “Aguarde, em breve você vai chegar ao Céu…”.

Nós vemos isso de forma diferente: eu quero atingir a totalidade agora, e isso só é possível através da adesão ao grupo e ao professor. Eu preciso do resultado final agora já que de outra forma não vou dar um passo a frente.

No entanto, se eu não posso usar este meio, eu não vou ser capaz de avançar. No Shamati 25, diz-se: Em vez disso, há apenas um conselho: apegar-se ao seu professor e aos livros. Isso é chamado de “Da boca dos livros e da boca dos autores”. Só aderindo-se a eles que ele pode mudar de ideia e desejar melhor. No entanto, argumentos engenhosos não vão ajudá-lo a mudar de ideia, mas apenas o remédio da Dvekut (adesão), pois essa é uma cura maravilhosa, à medida que a Dvekut o corrige.

Em outras palavras, todos os conceitos sobre os quais ele constrói seu prédio, dizendo que a pessoa deve sempre seguir o caminho do Criador, baseiam-se na Dvekut com seu professor. Assim, se ele perde a fundação, todos os conceitos são impotentes, uma vez que agora lhes faltará a fundação.

Por isso, a pessoa não deve confiar em sua própria mente, mas agarrar-se novamente aos livros, e autores, pois só isso pode ajudá-la, e não a sagacidade e inteligência, pois elas não têm vida.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/02/13, “Introdução ao Livro do Zohar