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A Noite Se Transformará Em Dia E O Dia Se Transformará Em Noite

Dr. Michael LaitmanO sucesso de uma pessoa depende do ambiente que ela consegue organizar para si mesma. Nessa medida ela gradualmente começa a mudar seu conceito: o dia e a noite são luz e escuridão. Ela agora começa a ver que o que ela considerava ser a luz (seu sucesso em relação aos outros, o preenchimento de seus desejos egoístas de orgulho) agora parece escuridão total, como um estado terrível do qual ela deve fugir, a fim de pensar na doação aos outros, no sucesso do amigo e na doação ao Criador.

Na verdade, isso é o que se torna agora a luz e dia para uma pessoa, em vez da luz e do dia que ela sentia anteriormente no seu próprio sucesso. Na medida em que ela consegue se anular e restringir com força, ela encontra grande resistência por parte de seu corpo, e quanto mais vê a importância do outro e do Criador, mais avança.

No final, ela preenche a medida do seu esforço e recebe suficiente Luz que Corrige para que a Masach (tela) possa nascer nela. Em seguida, uma força de resistência pelo desejo de receber começa a agir nela, e, graças à equivalência de forma com a Luz que ela alcançou, ela é recompensada com a primeira revelação.

Nosso trabalho reside em encontrar os critérios corretos para verificar: onde é dia e onde é noite, onde está escuro e onde está a Luz? De acordo com esses valores, eu tenho de julgar: é para o meu próprio benefício ou para o Criador? Se eu começar a entender que isso é totalmente oposto aos meus critérios anteriores, é sinal de que já estou no caminho certo. Se eu começo a ter uma luta interior com a qual começo a avaliar o estado, é sinal de que já estou avançando.

Se eu oro para que minha escala de valores, o sistema de medição da luz e da escuridão, do dia e da noite, seja alterado para que eu seja capaz de vê-los espiritualmente, então é um estado ainda mais avançado. Quando eu realizo a adesão com a doação com todas as minhas forças e tento ver todos os estados dessa perspectiva, então estou pronto para me separar do desejo de receber. Se eu peço constantemente para que isso aconteça, e se sinto constantemente que o Criador está me enviando interrupções para fortalecer o meu pedido, então eu já estou perto dele, a fim de realmente trabalhar em Lishma (em Seu nome).

Assim, o que antes era escuridão se transforma em luz, e o que era luz para mim se transforma em escuridão, e eu realmente fujo. Tudo se transforma no estado oposto: dia e noite. O que era escuridão da noite antes se transforma em luz brilhante do dia.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/03/13, Shamati # 16

Nas Garras Da Liberdade

Dr. Michael LaitmanQuando sobe à Bina, a pessoa (Malchut) se anula acima de todo o egoísmo que é revelado a ela. Ibur (gestação) é um estado terrível para o desejo de receber. Imagine que você voltou para o útero: não pode haver um estado mais terrível para você, você não tem ar, Luz, nem liberdade de movimento. Você está espremido num confinamento estreito, como em um torno agarrando todos os seus sentidos, de modo que você não pode se deslocar internamente em sua consciência ou externamente.

Entrar no útero espiritual é um sentimento terrível, a claustrofobia espiritual… mas você prefere este estado, porque se você está nele, em Bina, no atributo de doação, então você não precisa de nada! Você aceita o confinamento na solitária escura como a boa terra prometida, assim como o céu. A condição para entrar no Ibur espiritual é mudar a sua apreciação de Malchut à Bina e começar a valorizar o atributo de doação.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/03/13, O Estudo das Dez Sefirot

Não Há “Pouco” Na Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós fizemos um exercício ontem, onde tentamos nos relacionar com tudo como um “diálogo com o Criador”. Afinal, Ele é o único que está nos enviando todos esses estados e nós temos que responder a eles corretamente. Como podemos “ficar mais fortes” na implantação desta abordagem, sem nos contentar com um par de tentativas por dia? Como podemos aprofundar essa visão, de modo que ela será executada por toda a nossa vida?

Resposta: A pessoa não pode sempre evocar-se sozinha. Ela precisa de um “estímulo” externo. O melhor estímulo externo é o grupo. É por isso que falamos da garantia mútua.

Na estrutura da garantia mútua não basta proteger o outro de forma que ele não vai fazer um buraco no barco; não basta proteger o outro de modo que não vai ter maus pensamentos. Além disso, nós temos que ter certeza de que ele tem bons pensamentos. Se todos nós mantemos a conexão mútua e o desejo comum pela meta, ninguém vai ter  pensamentos maus, mas apenas pensamentos bons.

Então, é claro, os pensamentos maus começam a despertar num ritmo muito rápido, mas eles vão imediatamente cair no local correto: vai ficar claro para a pessoa que isso é uma interrupção, “ajuda contrária”, que se destina a evocá-la a estreitar a conexão com os amigos e, através deles, com o Criador. Em seguida, todos serão capazes de facilmente processar até milhões de pensamentos semelhantes por dia, e dentro de alguns dias isso vai preencher o nível de todo este mundo.

Todo mundo se preocupa com todos. Todo mundo está conectado numa missão, num objetivo comum. Eu sinto que tenho que pensar na meta para o bem dos outros. Eu quero que todos anseiem por isso. Não posso deixar a conexão com a meta e com o Criador, pois se fizesse isso, eu trairia meus amigos e me transformaria num criminoso, numa fraude, num ladrão, que rouba o mundo espiritual dos outros e que anula seu esforço ao longo do caminho espiritual. Além do mais, eu roubo do Criador, eu O privo de prazer, já que atraso o grupo e não permito que Ele dê aos amigos o que eles anseiam. Eu sou o único responsável por isso.

Isto é o que todos devem pensar. Afinal, não há “pouco” na espiritualidade: se alguém não trabalha ao máximo, todos sofrem. Portanto, pense cuidadosamente sobre o que você faz e sobre o que o preocupa durante o dia.

Fora isso, há momentos em que você admite: “Agora, eu não posso pensar nos amigos. Eu tenho que descansar, tirar um cochilo ou me distrair com outra coisa, pelo menos mentalmente”. Estas pausas são externas à adesão ao grupo e ao Criador e, mais tarde, você não vai sentir necessidade delas.

Por enquanto, elas são necessárias. Assim, em certo ponto, você diz para si mesmo: “Eu vou fazer uma pausa e descansar de todos”. Você pode cair num estado “animal” por meia hora ou uma hora, mas você decide por quanto tempo; você decide não pensar no que é importante por um tempo. Então, você vai sentir os pensamentos “estrangeiros” sobre a espiritualidade…

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/03/13, “Introdução ao Livro do Zohar

Por Que Os Dinossauros Desapareceram?

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 18: E não devemos refletir sobre o estado de outros seres no mundo, mas do homem, pois o homem é o centro da Criação, como será escrito abaixo (item 39). E todas as outras criaturas não têm qualquer valor próprio, exceto conforme ajudam o homem atingir sua perfeição. Assim, elas sobem e descem com ele sem qualquer consideração de si mesmas.

Todas as criaturas nos níveis da natureza inanimada, vegetal e animal não têm valor próprio, não podem se corrigir, e assim sobem e descem junto com o homem. Isso significa que o homem descobre que o universo inteiro, incluindo toda a flora e fauna do planeta, está nele sem qualquer expectativa para si, assim como o corpo material contém todas as fases anteriores da natureza.

Portanto, na medida em que eu corrijo o meu desejo no nível falante, todos os desejos dos níveis inanimado, vegetal e animal estão incluídos nesta correção. Eu realmente sinto que eles estão incluídos em mim, independentemente de sua existência externa. Afinal, eu passei por esses desejos e eles também foram corrigidos e alguns deles desapareceram.

Os dinossauros desapareceram há milhões de anos e foram extintos, e hoje diferentes espécies de plantas e animais também estão desaparecendo, mas os cientistas estão descobrindo novas espécies que não conheciam antes. Isso tudo é uma projeção do que está acontecendo com os nossos desejos. Por isso, não devemos entrar em pânico que a raça humana possa também se tornar extinta. Vários desejos em nós simplesmente foram corrigidos e extintos, terminaram o ciclo do seu papel e desapareceram. Não há mais necessidade  deles, e assim eles “retornam ao pó”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/03/13, “Introdução ao Livro de Zohar

Estabelecendo As Regras Da Guerra Cibernética

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (do The Christian Science Monitor): “Um relatório impressionante de uma empresa americana de segurança digital acusa militares da China de realizar mais de 100 ataques cibernéticos nos computadores corporativos e governamentais dos EUA. Se correto, o relatório da empresa Mandiant só aumenta a urgência de se desenvolver normas internacionais para guerra cibernética e ciberespionagem.

“Cada nova ferramenta de agressão requer suas próprias regras de guerra. A guerra cibernética não deve ser diferente. Sem um código de ética para o conflito no universo digital, as nações poderiam, finalmente, derrubar os suprimentos de água, redes elétricas, defesas militares e instituições vitais umas das outras. E os valores fundamentais, como a privacidade e o direito à propriedade intelectual, também poderiam ser perdidos.

“As regras globais agora restringem o uso de armas nucleares, químicas e biológicas. Elas também ajudam a proteger os civis e prisioneiros de guerra. O que o relatório Mandiant mostra é que o mundo pode estar perdendo a luta para chegar a regras de comportamento no ciberespaço”.

Meu comentário: O problema não está no desejo de adotar novas regras para novas armas de guerra, mas que o inimigo pode facilmente se disfarçar e atacar sem se expor a ataques de retaliação. Assim, a falta de controle completo, como no caso das armas nucleares, é a causa da contínua guerra cibernética.

A solução está na união de todos os sistemas num só, quando todos que atacarem o inimigo vão, ao mesmo tempo, trazer um golpe para si. Ou nós criamos este sistema ou a natureza vai nos levar a este sistema de dependência mútua em que não haverá outra escolha, exceto estabelecer tais vínculos ou perecer.

A Luz Do Sétimo Dia

Dr. Michael LaitmanEntão o povo descansou no sétimo dia. E a casa de Israel deu o nome de Maná; e era como semente de coentro branco e o sabor era como bolo de mel. (A Torá, Êxodo, “Beshalach “, 16:30-16:31)

Sábado (o Shabat) é um estado especial quando, nos últimos seis dias (estados), nós corrigimos nosso desejo egoísta e nos aproximamos da sua realização na forma corrigida. No total, existem cinco níveis de egoísmo que temos que corrigir. No sexto dia ocorre a sua mistura mútua e a combinação num único todo. Assim, nós recebemos a Luz neste desejo corrigido unificado. Esta Luz é o Sábado.

Mas eu não corrijo minhas propriedades egoístas por mim mesmo; a Luz as corrige. Há uma Luz que vem para corrigir em mim as propriedades do primeiro dia, depois do segundo, terceiro, quarto e quinto. No sexto dia, uma Luz especial desce que une tudo isso junto, e o resultado é um desejo altruísta único e comum, a propriedade comum de doação, na qual eu recebo satisfação no sétimo dia. Isto é, durante os seis dias ocorre a purificação do vaso onde a Luz pode entrar depois. Esta Luz, enchendo o vaso puro, é a representação do sétimo dia.

Pergunta: Por que é dado um sabor chamado de “maná”?

Resposta: Porque ele sempre se move sob nosso constante anseio para o alto, para receber a Luz da correção e, em seguida, a Luz de satisfação, preenchimento.

Pergunta: Por que se diz que ele tem gosto de “bolo de mel”?

Resposta: Esta é uma alegoria um tanto obscura. Não significa mel, mas sim o egoísmo adoçado pela correção, que começa a trabalhar na doação e que representa esta refeição. Mas, às vezes, isso é referido como um “touro”, e às vezes como uma “baleia” (Leviatã), etc. Nós estamos falando das raízes espirituais que surgem em nosso mundo desta forma.

De KabTV “Segredos do Eterno Livro” 04/02/13

Perseguindo Nosso Próprio Rabo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Paz”: O rabino Akiva nos diz sobre isso, “Tudo está em depósito”. Isso significa que tudo o que Deus colocou na Criação e deu ao povo, não deu a ele licenciosamente, mas assegurou-Se com garantia. E você deve se perguntar que garantia foi dada a Ele?

Ele responde a isso dizendo: “uma fortaleza se espalha por toda a vida”. Isso significa que o Criador sabiamente criou uma fortaleza maravilhosa e a espalha sobre toda a humanidade, para que ninguém escape. Toda a vida deve ser capturada nessa fortaleza e necessariamente aceitar Sua obra, até atingir seu objetivo sublime. Esta é a garantia com a qual o Criador se resguardou, para garantir que nenhum mal alcançaria o ato da Criação.

“Tudo está em depósito (consignado)” significa que, querendo ou não, eu vou ter que pagar a minha “dívida” com o Criador. Eu recebi a vida não porque pedi por ela e sem o meu consentimento, e ainda tenho que pagar a dívida. Não importa que eu não tenha pedido por ela. Se eu recebi a vida, tenho que pagar por ela, e só posso pagar atingindo a meta da criação.

Nós vemos que os sofrimentos que passamos ao longo da história estão gradualmente se tornando mais “espirituais” e “virtuais”, distantes da realidade. Hoje, muitas pessoas não querem viver apesar de ter tudo. Antes uma pessoa ficava feliz se tinha meio quilo de pão por dia e estava satisfeita com isso, mas cerca de 50 anos atrás, a era das “compras” começou. Hoje ela está chegando ao fim, e não por causa da falta de dinheiro, mas porque as pessoas não têm o desejo de comprar. Este é o problema: o desejo está mudando. Mesmo que você ofereça a uma pessoa um milhão de dólares, não vai estimulá-la como antes; ela não quer mais nada.

Esta é a inclinação natural da nossa evolução que nos leva a perguntar sobre o sentido da vida. Portanto, o que resta da vida se não comida, compras e lazer? Não há mais nada que possamos desfrutar. Não é por acaso que o futebol e todos os tipos de outras distrações estão sendo promovidos tanto nestes dias. Esta é a política: proporcionar às pessoas “tranqüilizantes” e outros disparates para dar-lhes algo para preencher seu vazio interior. Caso contrário, elas expressam sua raiva nas ruas, em vez de nos estádios.

A pessoa que se sente vazia questiona-se cada vez mais: “Por que eu recebi uma vida que não pedi? Por que estou sendo forçado a fazer algo que não quero?”. Por quê? Ela se sente como se suas mãos e pés estivessem acorrentados.

É por isso que hoje nós precisamos de educação integral. Graças a ela as pessoas vão entender que todos estão conectados e que dependem um do outro, e que usando corretamente essa conexão integral seremos capazes de resolver todos os nossos problemas.

Boas relações são geralmente a chave para o nosso sucesso em todos os aspectos. Poderíamos ter máquinas que substituem o trabalho físico em todos os campos e fornecem tudo o que precisamos. Mas nós não queremos isso, uma vez que não está claro o que a pessoa gosta. Mesmo agora, a maioria das pessoas já tem tudo o que se poderia imaginar, exceto uma deficiência. A pessoa está completamente cheia. E agora? Ela pode se matar ou começar a matar os outros, senão não vai sentir qualquer prazer.

Nós apreciamos apenas quando o prazer preenche uma deficiência. Mas o prazer imediatamente se neutraliza. Então, como podemos evitar isso? Temos que renovar constantemente o desejo.

É exatamente isso que os líderes mundiais tentaram alcançar com a construção de uma economia moderna e a inserção de novos desejos nas pessoas, satisfazendo-as. Mas isso é impossível, pois o nosso desejo corporal está mudando de qualidade e, por fim, não quer nada do nível anterior. Para perseguir o nosso próprio rabo, ​​a fim de comprar uma nova máquina de lavar e uma televisão nova a cada ano e para mudar o papel de parede…? Quanto tempo mais nós podemos levar isso? De repente a pessoa descobre que seus desejos se foram.

Assim, toda uma filosofia de evolução chegou ao fim. Não foi apenas uma forma de ganhar dinheiro, mas uma maneira de fazer as pessoas felizes. No topo as pessoas pensavam em ficar ricas fornecendo todas as necessidades básicas, mantendo-as num circuito fechado, de modo que os consumidores comprariam lâmpadas que queimam depois de um curto espaço de tempo, impressoras com um chip integrado que para de funcionar depois de um tempo, e outros produtos de baixa qualidade. Eles continuaram a fornecer incentivos para que as pessoas sentissem que vale a pena trabalhar, viver, e comprar. Eles continuaram renovando as deficiências já que sem uma deficiência que receba prazer, não há sentimento de felicidade.

Eles estavam certos sobre isso. É verdade que foi uma época de prosperidade no Ocidente. Os americanos viram que sua nova filosofia se justificava e todos os seguiram felizes. Entretanto, o desejo cresceu, não só em quantidade, mas também em qualidade, de modo que uma pessoa não precisa mais de tudo isso. Ela não vê razão para investir toda a sua vida nisso. No passado as pessoas compravam coisas sem qualquer tipo de publicidade, mas hoje, mais da metade do custo de um produto é devido a custos de publicidade. Por outro lado, em países que são economicamente mais desenvolvidos, a depressão, o suicídio e o abuso de drogas estão se tornando mais prevalentes.

Portanto, para onde estamos indo? Uma pessoa não pode continuar vivendo sem sentir felicidade, entusiasmo, e o “êxtase” que é sentido quando a deficiência se encontra com o prazer. Mas eles imediatamente se neutralizam se não houver Masach (tela) entre eles. É  disso que trata a sabedoria da Cabalá, a sabedoria de como receber corretamente, uma vez que sem Masach, a pessoa descobre apenas escuridão.

Se os tomadores de decisão fossem um pouco mais sábios, aceitariam isso. Enquanto isso, nós estamos no meio do processo. De qualquer forma, não há outra escolha. A deficiência tem que estar em contato com o prazer, mas só se ele não cessar. Caso contrário, não vale a pena. Nós estamos prontos para renovar apenas as nossas deficiências animais repetidamente, mas qualquer coisa além disso é questionável. Então, o que nós vemos em quase todos os canais de televisão hoje é principalmente programas de culinária ou sexo, porque as pessoas são tão limitadas…

Nós esperamos conseguir explicar a necessidade da Masach entre a deficiência e o prazer. Assim, o prazer infinito nos dará a sensação de vida eterna.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/03/13, “A Paz”

No Que A Se Alma Veste?

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Paz”: …apesar de vermos os corpos mudarem de geração em geração, este é apenas o caso com os corpos. Mas as almas, que são a essência do próprio corpo, não desaparecem, para ser substituídas, mas passam de corpo em corpo, de geração em geração.

“O corpo” representa o desejo de receber. Se a intenção de doar está presente nele, então, de acordo com a lei de equivalência de propriedades, a Luz se veste nele. A menor partícula elementar da Luz (o nível inicial da alma) é chamada de “Nefesh“. Em geral, a Luz que se veste num desejo corrigido pertence a um nível diferente da alma e é chamada de “Neshama“. Nós nunca revelaremos completamente as mais Luzes mais elevadas como Haya e Yechida até chegarmos ao fim da correção.

Na verdade, tudo o que existe é o vaso e a Luz. Ocorre que a Luz não pode surgir no vaso; portanto, ela “ilumina” um pouco o vaso para que ele possa permanecer vivo. Ocorre também que o vaso torna-se semelhante à Luz ao adquirir a intenção correta. O desejo de receber e a Luz são, por definição, antagônicos, já que a Luz está constantemente doando. No entanto, se acima do desejo de receber existe a intenção de doar (“fé acima da razão”, ou seja, a “Luz refletida”), então o desejo de receber se torna um pouco semelhante à Luz e, portanto, pode ser preenchido com a Luz, porque há uma conexão entre eles. A Luz que desce até o desejo de receber é chamada de “Nefesh“, “Ruach“, ou “Neshama“.

A sabedoria da Cabalá fala sobre o “corpo” corrigido do desejo de receber. Por outro lado, não há alma no nosso atual desejo, nem mesmo no nível de “Nefesh“. Nós não estamos falando de corpos físicos aqui, já que os corpos são uma parte deste mundo “ilusório”.

Os livros escritos por Cabalistas não são manuais médicos, nem são escritos como livros de anatomia. Eles falam sobre a espiritualidade e a alma. A “alma” é uma partícula do Criador, ou seja, do desejo de satisfazer e agradar. É a Luz que se veste num desejo de receber corrigido. Não tem nada a ver com os nossos desejos atuais que “alimentam” este mundo e pertencem ao nível “animal”. Não mesmo! Trata-se do nosso desejo em relação ao Criador que pertence ao nível “falante”.

Onde nós podemos encontrar esses desejos? Eles só podem ser encontrados no grupo de amigos, nunca em nossas sensações físicas. Isso explica por que devemos “pular” a fisiologia e tudo o que diz respeito ao corpo. A Cabalá não fala sobre essas coisas. Ela explora os desejos que surgem em nós quando buscamos o Criador: sejam aqueles que são desejos “bons”, de doação, ou “maus” quando “roubam” Dele.

Essas relações são muito bem descritas no exemplo do convidado e do Anfitrião. Quando eu me sento à mesa que está cheia de iguarias, não se trata do que está na minha frente, mas sim de quem é o Anfitrião. O restante refere-se ao nível “animal” e deve ser deixado nos bastidores. A questão é que eu estou sentado em frente ao Anfitrião! Como me relaciono com Ele? Como Ele se relaciona comigo? O que está acontecendo entre nós? Esta é a sabedoria da Cabalá, e tudo se refere à espiritualidade.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/03/13, “A Paz”