Sociedade Integral: Utopia Ou Realidade?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos mostrar ao mundo que a transição para uma sociedade integral não é uma utopia, mas um projeto real?

Resposta: Uma sociedade integral não pode ser uma utopia por duas razões.

Em primeiro lugar, a crise mundial está nos orientando em direção a ela, e não há nenhum lugar onde possamos nos esconder dela. Ela vai continuar a nos pressionar. Milhões ficarão sem trabalho. Veja o que está acontecendo no sul da Europa: Espanha, Itália, Grécia, e já está se aproximando da Alemanha e França.

E o que vai acontecer com as pessoas? Como elas vão reagir a tudo? Nós estamos olhando para guerras civis e revoluções; sem educação integral, tudo pode acontecer! Horríveis problemas nacionalistas surgirão. Vemos fascistas chegando ao poder na Grécia. Este é o protecionismo, que se manifestará de uma forma horrível se a educação integral não for introduzida a tempo.

Por esta razão, uma terrível crise multifacetada continuará a nos empurrar de todos os ângulos.

Como pode a população ser tranquilizada? Quem alimentará os desempregados? Ninguém! Nenhum trabalho social será capaz de mantê-los longe das explosões de protestos e distúrbios em massa. Quando as pessoas estão com fome, a morte não as assusta, elas podem subir barricadas, nada importa para elas.

E aqueles no topo não sabem o que fazer; eles estão perdidos. A única coisa que eles podem fazer é fugir para uma ilha no Pacífico, até que sejam encontrados lá.

Em outras palavras, a anarquia, terrível absurdo e caos estão vindo sobre nós. Isso é por um lado.

Por outro lado, nos enfrentamos a natureza, que está nos mostrando o lado negativo da nossa inércia e falta de compreensão.

Por esta razão, é necessário introduzir a educação integral, pelo menos como um experimento em uma única região. Vamos tentar! O que temos a perder? Tudo está morrendo de qualquer maneira.

Dois meses atrás, na Itália, eu falei com um representante da Comunidade Europeia. Ele se sentou diante de mim como um aluno se senta na frente de um professor, escreveu cada palavra. Ele literalmente tinha páginas e páginas de notas. E este é um funcionário sério, que passou os últimos dezoito anos trabalhando para o corpo governante da Comunidade Europeia em Bruxelas. Ele disse: “é um sistema perfeito, mas eu não tenho ninguém para falar sobre ele, porque nós temos vinte e sete países e cada um quer as coisas feitas a sua maneira, ninguém vai querer ouvir outra pessoa”.

Ele estendeu a mão: “A quem posso me dirigir, o que posso fazer?”. Na opinião dele, para este experimento nós precisamos de uma pequena cidade com uma economia moribunda a partir do fechamento de uma grande empresa que era responsável pela economia de toda a cidade.

Mas grandes cidades em breve estarão na mesma situação. Estas não são cidades pequenas, onde as pessoas podem ainda se alimentar produzindo o seu próprio alimento na terra. Os países estão em dívida, e amanhã não serão capazes de alimentar a sua população. O que vem por aí? Nós estamos diante de uma enorme confusão enorme.

A única coisa que pode salvar o mundo de guerras civis e regimes fascistas é a educação integral. Se continuarmos a seguir o caminho egoísta oposto ao desenvolviemnto integral e “redondo” do mundo, a próxima etapa do desenvolvimento egoísta será o nazismo, o fascismo e o protecionismo, quando países percebem que não são capazes de fazer algo com o mercado comum, fecham suas fronteiras e, por fim, chegam ao estado de guerra.

Mesmo que não queiram isso, eles ainda têm que quebrar as conexões econômicas, financeiras e outras conexões que criaram entre si que os sufocam. Isso é o que os está levando a uma guerra mundial.

A dependência global é natural; não há lugar para se esconder dela. Eis porque se as coisas continuarem desta forma, poderemos ainda ter que passar por duas guerras. De acordo com a Cabalá, existe a possibilidade de uma terceira ou até mesmo quarta guerra nuclear. Depois disso, tudo o que restar da humanidade ainda implantará a educação integral e o estilo de vida integral, de acordo com a natureza.

Essa é a maneira dura de perceber a necessidade de integração em vez de fazê-lo da maneira razoável.

De KabTv “Mundo Integral” 28/11/12