Alegria Desesperada

Dr. Michael LaitmanRabash, Artigo 19, “A Questão da Alegria”: Isso significa que a alegria é resultado de certa razão. Então, qual é a razão, de modo que a razão possa ser evocada para nos trazer alegria?

Nesse sentido, a intenção de seguir a linha direita tanto quanto a pessoa pode é chamada de “totalidade”. E a pessoa já está num estado de plenitude, que é chamado de “equivalência”. Isso significa que o todo, que é a pessoa, está agora aderido ao Todo, como se diz: “O abençoado se adere ao abençoado e condenado se adere ao condenado”.

Nós certamente não podemos sentir qualquer coisa espiritual se não for por sua forma oposta. Internamente, nos falta a plenitude, nos falta controle, somos impotentes e estamos sob o controle completo do desejo egoísta de receber que clama pela dominação de todo o bem no mundo, mas nós transcendemos isso e nos “restringimos”, aferrando-nos apenas ao desejo de doar à medida que o valorizamos cada vez mais.

Isto significa que a alegria vem como resultado do nosso sentimento de grande frustração, decepcionados com nossos próprios desejos. Nós estamos muito felizes que encontramos um desejo, a intenção do Criador, que podemos usar para controlar nossos desejos. Há uma grande lacuna criada entre o que somos e a essência do Criador. Nós adquirimos Seus vasos e, assim, nossos vasos podem se conectar aos Seus vasos.

Assim, um grande vazio é formado entre os dois opostos, que agora nós podemos preencher com doação. Nós somos preenchidos pela doação e isto nos traz alegria.

No Livro do Zohar está escrito, (Gênesis. Item 159): “a indução do posterior, que é um chamado, foi tão forte, até que todos os seus níveis fossem perdidos e ele se tornasse um homem comum, ‘Shimon do mercado’, e reconhecesse que é um chamado e um convite para uma realização muito sublime”.

Todos os discernimentos espirituais correm em grandes contrastes. É na lacuna, na disparidade entre eles e na conexão entre eles acima da razão, que o novo vaso é revelado, o qual não é parte da nossa natureza e que é um vaso de doação, onde a alegria é revelada.

A Luz que é revelada no vaso que recebe a fim de doar é a “Luz da Vida”. E sua essência interior, que é criada através da identificação e adesão com o Criador, é sentida como alegria. É o resultado de uma boa ação, ou seja, o ato de doação.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/02/13, Escritos do Rabash