Um Salto Sobre O Último “Impossível”

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu vejo que o Faraó rouba todo o fruto do meu trabalho e me pergunto: Quando é que eu finalmente chegarei ao ponto de desespero em relação a minha própria força? Eu sinto como se estivesse dirigindo um carro, mas alguém está atrás do volante.

Resposta: É isso mesmo, não é você quem dirige o seu carro. Você está apenas no comando do seu desejo de avançar. Quanto ao número de vezes que você terá que repetir uma ação, isso não pode ser conhecido antecipadamente. Mas o ritmo depende de você: com que frequência seus estados vão mudar e quão rapidamente você será capaz de passar por eles. Suponha que de acordo com a raiz de sua alma você tenha que passar por 8.000 estados até chegar ao primeiro grau espiritual, onde o seu desejo de receber mudará para doação por causa da Luz que Reforma.

Você tem que passar por essas 8.000 ações, mas pode fazê-lo em dois anos ou esticar até 20 anos. Essa é a sua escolha, uma vez que você tem o livre arbítrio até que ponto vai acelerar o seu avanço. Mas você certamente vai passar por todos os discernimentos necessários, seja nessa vida ou na outra. Tudo depende de você.

Você se queixa que o Faraó está roubando todos os frutos do seu trabalho, mas é por isso que está escrito que todas as belas cidades construídas pelos filhos de Israel no Egito foram herdadas pelo Faraó. É como se Faraó estivesse atrás de você, grudado no seu pescoço, e recolhesse todos os frutos do seu trabalho. Isto é o que leva a pessoa ao ponto de desespero no trabalho e à oração. Mas você não pode desistir!

Além disso, sempre que você segue em frente e faz um esforço, você ainda ganha sabedoria e alcança o método e novos significados. Você fica absorvido pela escuridão, a decepção, o desamparo e a indiferença. Você fica doente e cansado com tudo e perde a fé de que haverá um avanço em breve; estes são os piores estados que podem existir. Cada estado mais avançado traz uma maior descida, mais desespero, apatia e a percepção de que é impossível alcançar o que é desejado.

E assim por diante, até atingir o último “impossível”, que é considerado como a travessia do Mar Vermelho, quando você perdeu completamente a fé que o homem é capaz disso e de que o Criador é. Você decide que isso não pode acontecer; você percebe que essa é a sua natureza e nada pode ser feito sobre isso e tudo o que resta é o retorno à vida trivial.

Então, a pessoa decide ainda transpor essa impossibilidade, e lhe é mostrada a condição de como se conectar: o que significa se tornar um homem com um coração na realidade. E se ela concorda com isso, ela recebe seu primeiro grau espiritual.

O primeiro grau ela recebe apenas como um único ponto considerado como Moisés (Moshe, em hebraico), e ele a puxa (mosheh, em hebraico) do egoísmo, do exílio, enquanto que no resto do desejo de receber o “bezerro de ouro” se revela contra ele.

Depois, a pessoa entra no deserto, onde problemas a esperam em cada passo do caminho e é infestado de serpentes. Não é mais uma única grande serpente, um grande ego, mas sim, uma multidão de pequenas vespas que continuam mordendo a pessoa de cada lado, com os vários atributos egoístas. No entanto, eles a ajudam a se manter em movimento diante da escada espiritual, adquirindo a propriedade de doação.

Ao longo de todo esse caminho, eu só vejo duas qualidades vitais que garantem o sucesso: a anulação de si mesmo diante do professor e do grupo, e a resistência, paciência e tenacidade em qualquer circunstância, não importa o que possa surgir. Estes são os dois atributos com os quais você, como um carneiro teimoso, continua avançando, saltando numa direção, independentemente do que está acontecendo, apesar de todos os obstáculos internos e externos. E isso acelera você e faz você ter sucesso.

Caso contrário, não perca seu tempo, é melhor ir aproveitar a vida. Mas a maioria fica pendurada no meio entre um e outro estado, e, infelizmente, chegam à linha de chegada de mãos vazias.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/01/13, “A Oração”