Primeiro Nós Temos Que Mergulhar No Ambiente

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Paz”: Nós podemos ver claramente que a espécie humana deve levar uma vida social, ou seja, ela não pode existir e se sustentar sem a ajuda dos outros. Portanto, imagine um evento onde uma pessoa se retira da sociedade para um local desolado e lá vive uma vida de miséria e muita dor devido à sua incapacidade de prover suas necessidades. Essa pessoa não teria nenhum direito de reclamar da Providência ou do seu destino. Se essa pessoa fizesse isso, isto é, reclamasse e maldizesse seu destino amargo, ela só mostraria sua estupidez.

Isso ocorre porque enquanto a Providência preparou para ela um lugar confortável e desejável na sociedade, ela não tem qualquer justificação para retirar-se para um lugar desolado. Essa pessoa não deve ser digna de pena, pois está indo contra a natureza da Criação. E já que ela tem a opção de viver como a Providência ordenou-lhe, não se deve ter piedade dela. Esse veredito é acordado por toda a humanidade sem discussão.

Uma pessoa que se retira da sociedade certamente sofrerá. Pois essa é a maneira como somos construídos; nós precisamos da sociedade. É porque ninguém pode fornecer tudo o que precisa para a sua existência por si mesmo. É o mesmo com os animais, e ainda mais com os seres humanos.

Pergunta: Mas por que o Baal HaSulam utiliza uma linguagem dura?

Resposta: Ele quer mostrar que existem verdades bem definidas na natureza: se você quer permanecer humano, você tem que viver entre os seres humanos. Se você quiser ser um animal, vá e viva entre os animais. Uma criança que nasce num rebanho de vacas toma o exemplo do que vê e se torna igual até os seus limites fisiológicos e, possivelmente, até mesmo para além desses limites.

O ambiente determina tudo, ninguém lhe promete nada. Ao escolher o ambiente, você determina seu próprio futuro. Portanto, escolha quem você quer ser; a qual sociedade você quer se juntar. Há a necessidade de ser preciso aqui: primeiro você decide o que quer ser, e depois entra no ambiente certo que irá transformá-lo em quem você quer ser. Em condições ideais, se a pessoa avança corretamente, adicionando o seu sentimento, verificando a si mesma, ouvindo seus atributos, ela vai sempre encontrar o lugar certo, o ambiente certo que a fará avançar suave e carinhosamente.

Infelizmente, não sabemos como calcular as coisas corretamente para que tudo isso aconteça. O ambiente certo está bem ao seu lado, mas você não o escolhe. Você continua retornando a diferentes círculos externos, sociedades externas e é impressionado por eles. No final, você recebe ainda a boa impressão através do prisma das distorções externas e fica sem nada…

Se você entrou “de cabeça” num dos ambientes, não importa qual, você deveria achar o ambiente muito benéfico. Mas hoje você os está misturando e confundindo, e você não sabe onde você se sente bem e onde se sente mal. É porque não há nenhum discernimento exato de nenhum deles, apenas os contornos mistos e borrados.

Assim verifica-se que o verdadeiro problema não é realmente sobre a entrada num ambiente ruim. Ao contrário, entre e confira. Mas essa mistura de ambientes nos deixa confusos: não sabemos mais o que recebemos, nem de onde, e não conseguimos decidir…

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/01/13, “A Paz”.