O Fruto Proibido: A Segunda Tentativa Fracassada

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos explicar às pessoas que existe realmente apenas uma alma de Adam HaRishon (primeiro homem)?

Resposta: Há um desejo de receber e ele está cheio de Luz. Este estado é chamado de Ein Sof (Infinito). Não há fronteiras ou limites; não importa o tamanho do desejo, a Luz o preenche ao máximo. É por isso que na espiritualidade tudo é medido não por parâmetros quantitativos, mas por qualitativos. Se há “um grama” do desejo, há “um grama” de prazer para combinar com ele, e isso já é Ein Sof, sem limites: a Luz e o desejo são iguais.

Ao mesmo tempo, quando o desejo de receber começa a se conhecer mais profundamente, descobre em si uma maior intensidade qualitativa, até atingir o círculo central chamado de alma de Adam HaRishon. Dentro do meu desejo de receber, na minha Malchut, eu atinjo de onde vim e por que razão. Então, eu realmente quero me unir com a Luz e receber a alma de Adam HaRishon.

The Forbidden Fruit: The Second Failed Attempt

Baal HaSulam dá o exemplo do convidado que diz ao anfitrião que quer ser como ele.

– Bem, diz o anfitrião, eu vou fazer isso por você.

Então o convidado elimina a Luz, mas, na verdade, ele age contra o anfitrião e começa a se afastar dele em busca de um estado em que possa provar a si mesmo e ao anfitrião que pode ser como ele, para mostrar ao anfitrião sua verdadeira doação.

Da mesma forma, Adam HaRishon queria provar da “árvore do conhecimento” usando todos os meios possíveis, o que significa receber a Luz em seus vasos de recepção com a intenção de doar. Este foi o “pecado da árvore do conhecimento”, que é semelhante à “quebra dos vasos” no mundo de Nekudim, mas de uma maneira mais revelada. Já há detalhes aqui como: “serpente”, “Eva”, “Jardim do Éden”, e “Inferno”, que significa que há partes inteiras do desejo de receber cuja essência e objetivo que você já entendeu. Assim, você penetra na profundidade do desejo que foi criado pelo Criador. Isso se torna mais detalhado, mais claro, mais maduro, como um fruto que amadurece numa árvore.

Este fruto promete sabores maravilhosos e evoca grande paixão em você. O primeiro sabor era realmente a fim de doar: Adão e Eva receberam toda a Luz de Ein Sof, mas ainda não tinham um desejo completo com Reshimot (genes espirituais) destinado a este prazer. Mas depois, quando as novas Reshimot, os novos gostos, penetraram o desejo, ele não pode renunciar à intenção egoísta na segunda tentativa, ou mais precisamente, não pode evitar ser tentado. Afinal, não há “circunstâncias restritivas”, em espiritualidade. Ali, tudo é resolvido dentro do desejo, e se eu quiser roubar, eu roubo.

Agora nós temos que corrigir esses desejos, os vasos. Quando os corrigimos, voltamos para a alma corrigida de Adam HaRishon.

Por que é uma para todos? Porque todos atingem a unidade com todos os outros. Afinal de contas, a correção é a conexão com todos, graças a qual eu atinjo o vaso unido e nele recebo a única Luz da alma. Você não pode se corrigir separadamente e deixá-los permanecer “maus”. Não há tal coisa. Eu não vou me corrigir se não me conectar com todos e corrigir todos.

É por isso que finalmente cheguei a um estado em que todos estão corrigidos, e eu sou chamado de “justo completo”, o que significa que eu justifico e julgo a mim mesmo e ao mundo à escala de mérito.

Imagine que alguém próximo a você, falando de seu coração puro, diz que o mundo inteiro é bom e que o Criador é bom e benevolente e que simplesmente não pode haver o mal. Você olha para ele e não entende de onde ele vem: “Talvez devêssemos chamar uma ambulância? Será que ele não vê o que está acontecendo no mundo”. Você não entende, mas ele entende que você. Uma vez que ele já subiu a escada da realização espiritual, ele alcança a alma de Adam HaRishon e vê todos em Ein Sof. Embora você sinta o nosso mundo cruel em seus vasos de corrupção, você está realmente lá também.

O que devemos fazer para sentir isto? Apenas uma coisa: corrigir-nos. O mundo não muda, você muda, e então você o vê de forma diferente. É apenas a sua percepção interna pessoal. Hoje você está olhando tudo pelo prisma de suas falhas, de modo que você não vê a verdadeira realidade, mas vê a si mesmo do jeito que é hoje…

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 08/01/13 “600.000 Almas”