Não Tenha Vergonha De Mudar

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Corpo e Alma” : E eles retratam o corpo como uma máquina eletrônica com fios que se estendem do corpo para o cérebro, e operam por conflitos com coisas externas.

Além disso, eles enviam suas sensações de dor ou prazer para o cérebro, e o cérebro instrui o órgão o que fazer.

Pergunta: Tudo o que o corpo sente, toda a nossa vida, é realmente como um “filme” que está sendo projetado para ele?

Resposta: Há duas abordagens que estão integradas aqui: a subjetiva e a objetiva. No geral, se você já vê, se você perceber certa imagem do mundo, você não pode apagá-la e dizer que é a sua imaginação. Pode ser a sua imaginação, mas esta “imaginação” é a nossa vida e temos que aceitar isso como um fato.

Pergunta: Então, onde está a verdade?

Resposta: Não há nenhuma verdade. Tudo é relativo em relação a uma pessoa. Há sete bilhões de pessoas na Terra e cada uma tem sua própria verdade. Afinal, não temos uma escala absoluta de acordo com a qual podemos medir a verdade. Estamos todos suspensos no espaço, assim como a Terra, assim como todo o Universo. Quem sabe onde está “suspenso”? Você está vivo agora, mas num instante você pode estar morto, e quem está controlando isso? Nas mãos de quem estão as cordas?

Em nosso estado atual, quando não existem padrões básicos, não podemos medir as coisas com precisão. Nós estabelecemos muitos sistemas e unidades de medição, que são relativos: o meridiano de Greenwich, um quilograma, um metro, um watt, um ohm, mas estes são unidades relativas para medições comparativas. Eles só confirmam o fato de que, na verdade, não há nada que possamos nos agarrar e que não podemos realmente medir nada.

Nós não sabemos qual é a verdade, e concordamos com determinado quadro de comparações nominais, já que precisamos de uma linguagem comum para levar uma vida normal. Caso contrário, como seremos capazes de manter a conexão entre nós e viver um no outro? Portanto, não há verdade. Ninguém precisa. Se as pessoas descobrem algo que é absoluto, eu tenho que aceitá-lo como um fato, e eu prefiro a minha própria “verdade”. É verdade que podemos chegar a valores absolutos, mas o nosso ego não nos deixa fazer isso, e assim estamos imersos na relatividade e instabilidade.

Nós temos que nos acostumar com este estado e aceitá-lo, aceitá-lo como um fato. É normal mostrar que eu mudei em relação à ontem. A pessoa que avança entende que nada é certo e estável. Se o que era bom ontem também parece bom hoje, isso significa que eu estou “inerte”, nem mesmo no nível “vegetal”, mas no nível da “natureza inanimada”. Entretanto, no nível “falante” eu vejo “um mundo oposto” a cada dia. Afinal, cada nível é o oposto àquele que o precedeu.

No caminho espiritual, não basta adicionar coisas novas ao que já existe; cada vez eu estou transformando e não há nada do que se envergonhar. Não há necessidade de ser uma “pedra indestrutível”; nós estamos todos em constante mudança, o que é bom. Apenas as crianças pequenas que estão constantemente agitadas e inquietas podem crescer.

Bem, nós não podemos determinar que algo é absoluto, e por isso temos que acreditar que “um juiz tem apenas o que seus olhos podem ver”, e aceitar essa imagem como real. Existe apenas uma verdade: que não há nada estável, e que tudo muda com relação a uma pessoa.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 31/12/12, “Corpo e Alma”