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Ajude-Me A Doar Contra A Minha Vontade

Dr. Michael LaitmanSe a pessoa pretende doar aos outros sem qualquer resistência, não contra a sua vontade, então é o mesmo como o mundo inteiro faz, à medida que é aceito entre diferentes crenças e religiões fanáticas.

Existem muitas instituições de caridade que ajudam pessoas em hospitais e em outras situações difíceis. Seus desejos são coerentes com suas ações, e, portanto, é chamado “doação” apenas em ação. Afinal de contas, a ação, a intenção e o desejo estão todos numa direção, sem encontrar qualquer resistência interna. Assim, a pessoa está em alto astral, sentindo-se bem, pois acredita que recebe uma recompensa neste mundo e no próximo mundo.

No entanto, nós agimos contra o nosso desejo natural e sentimos a resistência interna, pois não queremos doar e amar os outros. Primeiro, nós descobrimos um espaço vazio dentro de nós, e não sentimos qualquer inclinação, atração ou conexão em relação à doação. Mas quando nós começamos a trabalhar nos elevando acima de tudo, nós saimos para o espaço espiritual.

Este tipo de trabalho realmente dá frutos. Ele não nos entorpece como na abordagem fanática, uma vez que há uma diferença entre recepção e doação. Afinal, o nosso desejo interno deve receber de acordo com a nossa natureza, mas se subirmos acima deste desejo natural e ansiarmos pela doação, procurando um ambiente, uma sociedade, que nos ajude a construir este atributo dentro de nós, seremos obrigados a atrair a força do Criador que nos ajudará a nos tornar doadores acima do nosso desejo egoísta.

Portanto, nós precisamos de um ambiente que precise do Criador, pois caso contrário não seremos capazes de estabelecer a doação acima da recepção. Então, nós seremos capazes de construir o espaço interior dentro de nós que será preenchido com a Luz, e nele vamos começar a sentir e compreender toda a realidade espiritual superior.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/01/13, Escritos do Rabash

Devoção À Natureza Oposta

Dr. Michael LaitmanA devoção é exigida de nós ao longo do caminho; nós somos obrigados a nos anular, para “assumir o fardo do Céu”, que significa devoção.

Nós vemos qualidades semelhantes nos animais: se algo de ruim acontece com seu dono, ou se o seu dono tem um problema, o cão sente isso e é muito dedicado a ele. Essa é a mesma devoção que falamos aqui, ou não?

Qual é a diferença entre a devoção nos níveis da natureza inanimada, vegetal e animal, e o nível “falante”? O escravo se acostuma com seu dono, sente a sua dependência dele e é dedicado a ele, como um cão. De que maneira ele é diferente de um servo do Criador?

Ser escravizado ao Criador é devoção a uma natureza que é oposta à natureza da pessoa. Eu estou num estado de submissão e auto-anulação, entre dois polos que se dividiram. Dentro de mim, há meu desejo de receber, e nele, eu sinto meu ego, reivindicações de diferentes problemas e decepções. Eu sinto tudo isso e não os anulo, eles vivem dentro de mim, mas, acima de tudo isso, eu gradualmente adquiro o reconhecimento e a devoção espiritual, entendimento opostos à minha propriedade egoísta.

A diferença entre estas duas formas da natureza que estão dentro de mim é clara, compreensível e familiar. Minha devoção sobe acima da minha razão e quanto maior o desejo, mais alto eu subo acima dele. De maneira oposta, a diferença, a tensão, a distância entre a natureza egoísta e a natureza altruísta, entre a intenção de receber e a intenção de doar, para mim ou para o Criador, a diferença entre esses dois polos, cresce cada vez mais.

Diz-se: “Aquele que é maior do que seu amigo, seu desejo é ainda maior” e “uma pessoa não pode cumprir uma Mitzva, a menos que tenha falhado em cumpri-la antes”. Isso significa que temos que cair e sentir uma maior profundidade do nosso ego, da inclinação ao mal, da cobra, e só a partir daí podemos subir para níveis mais elevados de desprendimento e devoção completa.

Estes dois pontos se não anulam. Em vez disso, nós podemos preencher a distância entre eles com o reconhecimento, a compreensão e o nosso amor que se eleva acima do ódio: “O amor cobrirá todas as transgressões”. Esta é a diferença entre a nossa devoção espiritual e a devoção religiosa.

A religião exige que o indivíduo siga com os olhos fechados, e quanto menos ele entende, mais devotado é o crente. Ele faz tudo o que lhe é dito, sem tentar entender. Quanto menos dúvidas ele tem, com mais certeza avança com a bandeira na mão e o olhar fanático no rosto, mais respeitável ele é considerado.

Na sabedoria da Cabalá, no entanto, é a dúvida, a confusão, os diferentes problemas e esclarecimentos internos que geram discernimentos ricos, pensamentos e ideias internas. Eles são todos opostos ao Criador e o trabalho para doar, mas acima deles, a pessoa constrói sua devoção, pois graças a eles, ela pode entender e sentir.

Baseado nisso, ela constrói o entendimento e o sentimento, percebe o mundo de uma ponta à outra nas duas formas, em todos os sentimentos e entendimentos possíveis. Ela não tem uma perspectiva estreita e não avança com os olhos fechados, mas reconhece totalmente o ego e assim constrói sua atitude em relação ao atributo de doação, compreendendo a propriedade do Criador.

Ela eleva o atributo de doação acima do atributo de recepção. De forma independente e consciente, ela consente em se entregar para servir e amar. Isto se torna seu Criador.

Da Preparação para Lição Diária de Cabalá 22/01/13

Preparar-se Para A Próxima Subida Agora!

Dr. Michael LaitmanNós temos que respeitar o sentimento de impotência, escuridão, indefinição e confusão. Diz-se: “Respeite os filhos dos pobres, visto que a Torá virá deles”. São esses pobres que não têm nada, que sentem um vazio crescente em seus corações e mentes, que são incapazes de se concentrar e encontrar o seu caminho em torno destes estados, que estão preparando seus vasos onde irão receber a Torá, a Luz que revela a eles todos os discernimentos espirituais.

Portanto, o principal é se acostumar a estudar na escuridão e na luz. Isto é simbolizado na tradição dos Cabalistas de iniciar seus estudos à meia-noite. Isso é o que os Cabalistas fizeram ao longo dos tempos, e até mesmo rei David costumava se levantar à meia-noite para “despertar a aurora”. É porque à meia-noite o Zivug (acoplamento) de Aba ve Ima superior começa, a fim de despertar os vasos para receber a Luz.

Se a pessoa quer alcançar a Luz, o estado é chamado de “dia”. Ela tem que tentar e despertar os vasos para receber a Luz em seu estado mais baixo e mais escuro, quando está “dormindo” e não sente a si mesma.

Nós ainda não percebemos esses discernimentos, mas logo aprenderemos como discerni-los, a fim de ver tudo na escuridão e na Luz, e saber como usar cada estado de forma mais clara e mais consciente. O principal ponto agora, após a subida atingida na Convenção, é não deixar o trabalho em tais ocasiões, que não são realmente compreendidas, não são agradáveis, e não nos satisfazem.

Esses tempos surgem para que possamos enfrentá-los, e apesar da sensação de peso nos nossos desejos egoístas, que não entendem a escuridão, nós permaneceremos em conexão e ascensão e, assim, construiremos os vasos para a próxima subida.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 22/01/13

Uma Receita Para Adesão: Não Se Esqueça De Adicionar A Luz

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Shamati, artigo 25, “Coisas que Vêm do Coração”: Em outras palavras, todos os conceitos que ele constrói seu edifício, dizendo que a pessoa deve sempre seguir o caminho do Criador, fundamenta-se na Dvekut (adesão) com seu professor. Assim, se ela perde a base, todos os conceitos são impotentes, uma vez que agora vão sentir falta da base.

Assim, a pessoa não deve contar com a própria mente, mas se apegar mais uma vez aos livros e autores, pois apenas isso pode ajudá-la e nenhuma esperteza e intelecto, pois eles são sem vida.

Pergunta: O que é adesão?

Resposta: Em geral, adesão é quando duas pessoas têm os mesmos desejos, os mesmos pensamentos e os mesmos valores. Nesse caso elas se “aderem” uma na outra.

A questão é como duas pessoas que são tão diferentes podem se juntar? Elas são diferentes em todos os sentidos e não se corresponderem de forma alguma. Não pode haver perfeita adaptação na natureza. Portanto, podem elas alcançar a equivalência e se tornar “aderidas” uma à outra?

Se cada lado se eleva acima de si mesmo e não deseja usar seus atributos para si, mas sim dá ao outro tudo o que está nele, e o outro também quer se elevar acima de seus interesses pessoais e agir em favor do outro, então ambos se assemelham. De que forma? Em dação, doação, o que significa que estão “aderidos”.

Como isso pode ser alcançado? Eles não podem fazer isso por conta própria. A Luz é necessária aqui para conectá-los. Isso significa que, para se juntarem, duas pessoas precisam do Criador entre elas. É um tipo de “sanduíche”, com a Luz no meio, e isso é chamado de unidade espiritual. Você também pode comparar isso a um pequeno haltere.

Pergunta: Portanto, como podemos atrair a Luz para que a adesão seja realizada?

Resposta: Em primeiro lugar, cada um tem que se elevar acima de si mesmo e se perguntar: “por que eu deveria me aderir a alguém? O que é adesão? Será que quero me conectar com os outros para conseguir alguma coisa neste mundo, como no socialismo? Ou eu quero isso para atingir o Criador? Quem é o Criador?”.

Em suma, a fim de atingir a ação mais simples, eu tenho que renovar todo o sistema, já que há não meio caminho na espiritualidade; tudo nela é integral. Assim como numa imagem holográfica onde para mudar uma pequena linha eu preciso da escala certa para mudar toda a imagem.

Portanto, cada pergunta que temos realmente inclui tudo nela. Se você perguntar o que temos que fazer, a resposta é simples: tudo. Nós precisamos esclarecer quem o Criador é, por que precisamos disso, o que é o ato da criação, o que é livre arbítrio e o que é “cada um deve ajudar o seu irmão”, o que o grupo é, etc. Tudo deve ser incluído nisso. Nós podemos ver esta imagem em diferentes resoluções, mas de uma forma ou de outra, tudo está nela.

Pergunta: Nós podemos nos elevar acima do nosso desejo de receber “redondo”, geral, como num balão de ar quente, e manter este estado geral entre nós?

Resposta: Cada um de nós é um egoísta e a espiritualidade é o que está entre nós, nos conectando e nos unindo.

O que eu sinto dentro de mim agora é chamado de “este mundo”, e o que sinto entre nós é chamado de “mundo superior”.

Se você e eu estamos próximos um do outro e diferimos apenas por uma medida (1), eu sinto a Luz de Nefesh. Se a diferença entre nós é duplicada (2), eu atinjo a Luz de Ruach entre nós, já que agora eu venci uma distância maior. Por um lado, nosso ego cresce e nos separa; mas, por outro lado, nos aderimos um ao outro, apesar do ego, e por isso atingimos uma intensidade maior.

A Recipe For Adhesion: Don't Forget To Add The Light

Nossa missão é manter este estado e constantemente voltar a ele, e se você quiser, pode tomá-lo sobre si mesmo. O que mais você tem que fazer neste mundo, exceto isso? Tome uma decisão para onde a sua vida deve fluir e se você quer que ela flua na dimensão espiritual. Eu não posso ditar isso para você. Na Convenção de Aravá eu lhe dei um exemplo do que você deve fazer. Se você quiser realizar isso, faça-o, e os resultados serão de acordo com esta realização.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/01/13, Shamati 25

Saindo Do Nevoeiro

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu acho que nós provamos na Convenção de Aravá que tudo é possível. O que vem por aí?

Resposta: O problema é o seguinte: neste mundo, quando eu vejo uma meta e ela é importante aos meus olhos, eu tenho bastante energia e vigor para atingi-la, mas se a meta não é óbvia, ou não é importante, eu não tenho nenhuma força para o trabalho: “Realmente, por que eu deveria trabalhar duro?”.

No final, o nosso problema é reconhecer a importância da meta. Esta importância é propositalmente diminuída para que criemos uma nova importância cada vez, de modo que haverá uma nova criação para nós, um novo mundo espiritual, tudo novo.

E, com os amigos, nós mesmos precisamos construir isso. Eles precisam me dizer como o caminho espiritual é importante, mesmo que eles próprios não sintam isso. Mas nós estamos comprometidos uns com os outros, e isso é chamado de Arvut (garantia mútua). Isso significa que precisamos constantemente dizer uns aos outros como isso é importante, como uma mãe ou avó conta a mesma história para a criança na hora de ir dormir.

Diga-me, o que houve de especial na nossa Convenção? Quais foram suas impressões mais profundas? Havia ali algo tangível? Não. Você recebeu algo em sua mão? Não. Você sentiu, ouviu, viu ou provou a espiritualidade? Não. Realmente não havia nada lá, simplesmente “você foi preenchido com ar quente” como um balão, e a partir de seu enchimento, você começou a voar para cima. Essa foi toda a sua Convenção.

Portanto, o que está impedindo você de fazer isso agora? Por que você não pode subir ainda mais alto? Especificamente agora quando você sente um peso e falta de interesse, quando aparecem todos os tipos de cálculos para você e você começa a pensar de forma mais “realista” — especificamente agora, comece a agir.

Pergunta: Na Convenção, nós como que batíamos a cabeça contra a parede tentando alcançar algo impossível, até descobrirmos que é possível, embora num nível mínimo. E isso significa que tudo é possível.

Resposta: Excelente. Agora continue. Mas não pense que uma sensação espiritual foi revelada a você num grau pequeno para lhe dar uma base sólida para novas medidas. O oposto é verdadeiro, seu coração vai ser sobrecarregado, dificuldades serão adicionadas, você será forçado a esquecê-la, como se ela absolutamente não existisse. Eles vão tirar de você todo o “pagamento antecipado”, caso contrário ele vai se transformar em uma base egoísta para o avanço: “vale a pena avançar, uma vez que é agradável e maravilhoso. Eu quero esse tipo de vida”. Isso não é espiritual, mas Klipot (cascas). Anteriormente, isso não estava lá, e agora aparece. Obviamente, também é uma realização, mas não a que você esperava.

Em suma, continue. É especialmente agora que começamos a trabalhar com discernimentos espirituais: um pouco de virtude, um pouco de auto-anulação, importância… nós passamos o período mais difícil e agora cada vez haverá algo real, concreto. Você vai sentir essas coisas, “em sua mão,” você vai “prová-las”, você vai senti-las como um peso interno, como resistência. Dentro de algum tempo, você mesmo começará a medi-las.Nós passamos a fase mais difícil, onde não sabíamos onde estávamos, o que estava acontecendo, como um bebê que recém nasceu e ainda não ouve, vê ou responde… e agora começa a nova etapa.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/01/13, Shamati 213

Nosso Universo É Simulado

Dr. Michael LaitmanOpinião (Silas Beane, físico): “Há um argumento famoso de que provavelmente vivemos numa simulação. A ideia é que no futuro, os seres humanos serão capazes de simular universos inteiros muito facilmente. E dada à vastidão do tempo à frente, o número destas simulações é susceptível de ser enorme. Então, se você faz a pergunta: ‘Nós vivemos numa realidade verdadeira ou numa das muitas simulações?’, a resposta, estatisticamente falando, é que estamos mais propensos a viver numa simulação. …

“Em nosso universo, as leis da física são as mesmas em todas as direções. Mas numa grade, isto muda, já que você não tem mais o contínuo espaço temporal, e as leis da física dependem da direção… Eu dei uma palestra sobre este tema outra semana e o comparecimento foi incrível. Metade das pessoas olhou para mim como se eu estivesse perturbado e a outra metade estava muito entusiasmada”.

Meu comentário: Eu o entendo perfeitamente, mas como sempre com uma descoberta, os cientistas são atropelados por ignorantes e precisam estar preparados para críticas e esperar pacientemente até que as pessoas amadureçam…

O Grupo Está “Puxando” Todos Para Frente

Dr. Michael LaitmanPergunta: Num dos workshops do Congresso de Arava houve uma pergunta sobre o ponto sem retorno que nós temos que passar no caminho. Como é que vamos passar por ele: individualmente ou em conjunto com todo o grupo?

Resposta: Conforme avança, o grupo unido supera todas as etapas do caminho. Embora todos possam experimentar um estado particular no seu nível, na verdade, todos nós vamos juntos.

Pergunta: Então, é possível que o grupo vá “arrastar-me” através de um determinado estado?

Resposta: O grupo não age seletivamente, escolhendo ele e só ele; ele “puxa” todos para frente. Ninguém avança sozinho; todo o nosso caminho é através do grupo. Não importa o quanto a pessoa investe, ela ainda “come” o que os outros comem. Pode ser em menor grau, mas ela ainda se move junto com todos os outros. Portanto, todo mundo passa o Machsom; todo mundo sai do Egito, incluindo as “crianças”, “mulheres”, “homens” e “idosos”.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/01/13, Shamati 213

As Portas Estão Se Abrindo Para Todos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é a relação entre quantidade e qualidade de um Congresso? Quando há mais de nós, como isso se reflete na qualidade?

Resposta: Hoje, considerando o estado em que o mundo se encontra e o que se expões diante de nós, é nosso dever admitir a todos e nesta ampla audiência nos preservar como o núcleo. Nós precisamos dos dois fatores juntos.

Não podemos botar para fora aqueles que não frequentam as aulas diariamente, não pagam Maaser, e assim por diante. O Congresso não será mais poderoso por causa disso. Nós devemos ser guiados pelo que a natureza nos demonstra. O Criador abre as portas para todos, embora o público não esteja com pressa de entrar. Eu espero que no próximo ano, as pessoas possam “digerir” e entender os acontecimentos dos últimos anos, incluindo a crise, o desespero e o resto. Leva tempo: uma pessoa lê algo, ouve sobre algo e, pouco a pouco, isso se instala nela até que ela vê como o mundo se torna “mais frio”, e “se dissipa” sem mais para oferecer.

Eu espero que neste ano, juntamente com a disseminação mais ampla, sejamos capazes de realizar algo…

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/01/13, Shamati 213

Perder O Seu Eu Material

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como nos tornamos um Partzuf inferior que se anula diante do superior e pede para ser criado no mundo espiritual durante o Congresso?

Resposta: Nosso Partzuf superior é o grupo e somente lá o Criador se revela. Nós transformamos o grupo em Malchut, a Shechina, enquanto o superior para ela é Zeir Anpin, o Criador. Nós precisamos induzir o estado de que dentro da nossa conexão se revela a força superior.

Isso é bastante factível e muito provável de acontecer. A iluminação deste estado certamente será concedida a nós, e nós já a estamos recebendo, todos de acordo com seus graus. Mas quando nós realmente nos conectamos, em vez de uma iluminação pessoal, nós revelamos a Luz.

Ela também será revelada a cada pessoa no grau que ela alcançou a união e se esforçou.  Mas será uma parte bem definida da Luz e não alguma iluminação externa. Eu estou confiante de que não só no Congresso dos homens, mas também no das mulheres podemos sentir tal iluminação. A anulação do nosso grupo diante do superior significa que todos renunciam completamente com força máximo para o bem da união e da inclusão em todos os outros, e nós vamos perder o nosso eu material lá e existir unicamente sob a influência espiritual.

Nós estudamos no artigo “600.000 Almas” que há uma única alma. Todos alcançam somente ela, e se conectam na mesma alma. Na verdade, não há nenhuma divisão e somente a força da quebra nos causa dor agora, porque achamos que cada um de nós tem sua própria alma pessoal. Nós só podemos imaginar isso porque ainda não atingimos a completa realização e permanecemos na confusão, névoa e perda de consciência. Portanto, no Congresso, nós queremos nos conectar com esta alma única.

Da 3ª Parte da Lição Diária de Cabalá 10/01/13, Talmud Eser Sefirot

A Porta Para O Território Do Criador

Dr. Michael LaitmanA coisa mais incomum na sabedoria da Cabalá ocorre quando um iniciante ouve a mensagem sobre “amor, união e inclusão mútua”, que é totalmente contrária aos nossos desejos naturais. No início, a Cabalá nos parece uma ciência convencional, dura: “Eu quero entender o sistema, estudar fenômenos por trás da fachada da natureza, compreender a força superior e os princípios do seu trabalho, aprender as leis do universo e encontrar as causas ocultas da história…”. Em outras palavras, a pessoa tende a estudar fórmulas concretas, e, em seguida, ela descobre que é tudo sobre o amor.

Há alguém que aborda seriamente este assunto? Hollywood? Pessoas sérias estão sentadas em Wall Street, enquanto que o amor é um domínio para companheiros estranhos e “boêmios…”.

Demora muito tempo para começar a entender a mensagem do amor. Levam-se anos para fazer essa informação “mergulhar sob a pele” e atingir o coração. Nosso egoísmo não está disposto a aceitar coisas como o amor, nem permite a mensagem de que somente através da união nós revelamos uma nova realidade e que somente devido ao amor que nós subimos ao nosso estado mais elevado, nos tornamos mais bondosos e revelamos novos mundos. Nossa experiência material não fornece todos os exemplos acima, nem prova estas declarações de forma alguma.

Algumas pessoas são mais propensas a aceitar essas ideias; para outras, essa mensagem é realmente difícil de apreender. Depende da disponibilidade de nossas almas e da “profundidade” do desejo (Aviut). Isso também requer persistência, diligência e uma sensação de absoluta necessidade para atingir esse estado. Se ambos os fatores, uma forte rejeição e uma atração irresistível, nos obrigam a permanecer no nosso caminho, a qualquer preço, então, mesmo antes de chegarmos ao amor, ainda descobrimos que tudo depende de nossas qualidades. A Luz superior nos influencia e provoca várias impressões em nós; assim, nós começamos a perceber que nossas mudanças internas fecham ou abrem a imagem do mundo superior para nós.

Algo “clica” dentro de nós e começamos a ver muito mais e ter sensações mais aguçadas do que nunca. Nós continuamos penetrando a estrutura da realidade; nós adquirimos uma compreensão mais clara e mais ampla dela… Tudo depende do nosso coração. É o lugar onde podemos sentir e distinguir entre tudo e todos  o que está dentro do campo de nossa visão e sensações.

Em seguida, fecha-se a “porta”, como se uma nuvem negra descesse sobre nossos sentimentos e intelecto, e agora novamente, nós paramos de compreender e sentir qualquer coisa, como se estivéssemos andando num sonho e dificilmente conseguíssemos lidar com nossas responsabilidades. O tempo passa, a porta se abre novamente e, em seguida, ela se fecha novamente. Assim, gradualmente, nós começamos a perceber que tudo depende do nível de abertura ou fechamento de nossa mente e sentidos.

Então, nós penetramos mais fundo no núcleo do mecanismo que fecha e abre as portas. Depois de passar por todos esses estados muitas vezes, nós percebemos que a “porta” nos leva não apenas para algum lugar fora de nós, mas para os outros. Quando nos sentimos extremamente perto deles, nossos olhos e ouvidos se abrem e avançamos. Quando estamos longe deles, tudo se fecha.

Esta é a maneira que a Luz nos afeta, formando gradualmente a conexão entre nossos sentimentos e mente, e pela construção de nossa atitude para com os nossos amigos, adicionando mais cuidado mútuo, sensações de aprofundamento e abertura para o outro, tornando-nos familiarizados com o mundo superior e o estado superior. Nesta fase, a pessoa percebe que este mundo não é um lugar nas nuvens, nem que está atrás do horizonte, mas que está concretamente em nossas sensações: quanto mais nos abrimos aos outros, mais alto podemos subir.

Gradualmente, nos aproximamos dos “limites” e começamos a distinguir os detalhes do nosso desejo de receber. Nós o separamos em etapas e níveis; em vista disso, construímos os desejos perto da mente.

Isso leva tempo. Nós temos que nos incluir no grupo tanto quanto pudermos; literalmente “nos atiramos” no grupo como no mar; “nos perdemos” nele, nos dissolvemos em nossos amigos. Devido a este tipo de “auto-aniquilação”, a pessoa se “impregna” nos outros e percebe que “não importa o que conseguimos com esta conexão e inclusão mútua”. Tudo o que vem de nossos amigos é o território do Criador. Tudo o que está em mim é o território da inclinação ao mal, o “anjo da morte”.

Quando ela percebe tudo isso, surge a exigência de “amar os amigos”. Ela sente que precisa deles e se esforça para se relacionar com eles como se estivesse muito perto deles, como uma mãe que abraça permanentemente seus filhos internamente, a fim de protegê-los do perigo.

A partir de agora, fica muito mais fácil avançar, pois a pessoa já construiu seu caminho corretamente: ela já sabe que tudo está dentro dela, dentro de suas sensações, em sua atitude para com seus amigos e próximos, que na verdade são as partes de sua alma. Ela entende que, em vez de ver a externalidade na forma da natureza inanimada, vegetal e animal, ela tem que observar detalhes “externos” que são produzidos pela sua mente e sentidos, como algo que pertence a ela, mas que ao mesmo tempo está separado por uma “nuvem” e “poeira” que cobrem a sua percepção do mundo. Isso significa que ela deve retornar a uma imagem clara, mesmo que haja uma confusão criada pela inclinação ao mal; ela tende a se fundir com a imagem correta do mundo e se torna uma sensação unificada e intelecto.

Esta é a essência do nosso trabalho. Se conseguirmos fazê-lo, subiremos gradualmente a escada dos mundos. Conforme a nossa capacidade de retornar nossas partes “externas”, nós as sentimos como sendo preenchidas com a Luz superior.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/01/13, “Amor dos Amigos”