Num Pé Só No Próximo Nível

Dr. Michael LaitmanRabash, “Amor Próprio e Amor pelo Criador”: Há o amor próprio e há o amor pelo Criador. E há a fase de transição, que é o amor pelos outros, e pelo amor dos outros a pessoa chega ao amor pelo Criador. É por isso que o Rabi Akiva disse: “Amarás o teu amigo como a ti mesmo, esta é a grande regra da Torá”. E como Hillel disse ao convertido que lhe perguntou: “Ensina-me toda a Torá, enquanto eu fico num pé só“. E disse-lhe: “Não faças ao seu amigo o que é odioso para você. O resto é explicação”. Visto que pelo amor pelos outros a pessoa chega ao amor pelo Criador, e toda a Torá e toda a sabedoria estão no coração da pessoa.

É muito difícil para uma pessoa concordar internamente que o caminho para o Criador passa pelo amor pelos outros (amor ao próximo) e que é verdade que é o mesmo amor, mas em dois vasos diferentes.

Os outros não existem, mas só nos parece deste modo para que tenhamos a chance de realizar ações a fim de expandir o nosso vaso. Mais tarde, será revelado que não há nada, exceto a pessoa e o Criador.

Ela corrigiu, concertou e conectou a si os desejos que ela antes achava que eram os outros, todo o enorme mundo que a rodeia. Primeiro, ela encontrou cada vez mais conexões neste mundo. Ela viu que está cada vez mais conectada e, no final, entende que tudo isso é seu vaso, e, assim, se conecta com o Criador.

Então, “Do amor pelos outros ao amor pelo Criador” não é apenas um slogan bonito, mas a satisfação do desejo, que é o único lugar onde a pessoa pode revelar o seu mundo superior.

Este caminho é o resultado da “quebra dos vasos”, que ocorreu especialmente para nos permitir expandir nosso sentimento e, ao mesmo tempo, sermos independentes e leais ao Criador para sempre.

“Ama o teu amigo como a ti mesmo” é a grande regra da Torá, que inclui todo o desejo geral onde a Luz é revelada. Nós podemos estudá-lo “num pé só” (resumidamente), o que significa que numa única ação nós podemos adquirir toda a realização. Nós descobrimos que por trás daquilo que nos parece, como os outros, há toda a realidade.

O único problema é perceber isso internamente. Este é todo o nosso trabalho, e, aqui, nós precisamos da garantia mútua, já que podemos ouvir sobre ela por muitos anos antes mesmo de começar a chegar perto dela. Então, mais alguns anos são necessários para se decidir aplicá-la. Assim, muitos anos se passam, e só a garantia mútua, a responsabilidade mútua, a pressão, a inveja, a luxúria, e usando todos os meios que a pessoa tem, podem ajudá-la a se comprometer e internalizar esse princípio tão profundamente quanto possível em seu coração.

Nós temos que medir quão profundamente isso entra em nós e nos leva ao acordo interno e com isso a valorizar o nosso progresso.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 02/12/12