Um Homem Com Uma Arma

Dr. Michael LaitmanSe nós permanecêssemos nos níveis inanimado, vegetal ou animal da natureza, seguiríamos todas as leis da natureza instintivamente. Mas existem desejos num nível superior dentro de nós e neles não sentimos a obrigação de agir de certa maneira. As coisas se tornam confusas.

Isto é sentido especialmente em nossa época. Ao longo da história, os seres humanos aumentavam na sociedade de acordo com os níveis inanimado, vegetal e animal da natureza; nós nos desenvolvíamos gradualmente, em etapas, sem pensar em quem ou o que éramos, ou para onde íamos. Fomos empurrados para frente por diferentes impulsos e todos eles nos trouxeram a um esclarecimento simples: Como extraímos o máximo do estado atual? Em outras palavras, a pessoa mantém as leis da natureza numa forma mais ou menos organizada relativa aos animais por causa das condições que são muito mais complicadas. Assim, há sábios que sabem como aproveitar essas condições para o benefício de seu ego e outros têm que “se contentar com menos”.

Mas hoje nós estamos perdendo a capacidade de avançar desta maneira. Eu gostaria de avançar como costumava fazer, para escolher o que é melhor para mim, mas estas tentativas nunca são bem sucedidas. É como se um outro elemento aparecesse na minha perspectiva que por enquanto está oculto, como se alguém invisível constantemente colocasse pedras em meu caminho. Eu quero consertar o sistema financeiro, a economia, a educação, a família, mas nada funciona. Eu sou muito lógico, tenho dados científicos, tenho especialistas e assessores, mas não consigo chegar a nada. Então, o que está acontecendo?

Um novo domínio é revelado aqui, uma nova lei que era desconhecida até agora. Nós temos que aprendê-la, mas ela é obscura e incompreensível. Além do mais, o que está sendo gradualmente revelado nesta lei é algo que não queremos aceitar. Queremos continuar como antes e ter sucesso em tudo o que fazemos. Em vez disso, temos que concordar com uma condição que vai transformar nossa natureza egoísta. A condição é que estamos conectados e que se decidirmos algo tem que ser a favor de todos. Aqui nos paramos, sem saber o que fazer, levando as mãos ao alto em desespero.

Este é o estado em que nos encontramos hoje. Como escravos no Egito que “têm um novo rei”, nós sentimos que há um novo domínio. Anteriormente, o ego nos ajudava a avançar apesar dos obstáculos; nós conquistamos a natureza e o espaço, cuidávamos de nós mesmos de diferentes maneiras e, de repente, nos desesperamos em tudo. Já faz anos que não achamos mais as velhas metas atraentes. Por quê? Porque nossos instintos nos dizem: não haverá nenhuma compensação para o nosso desejo egoísta aqui.

É como se eu ganhasse um milhão de dólares agora, mas há um homem com uma arma na minha frente. “Você vai ganhar um milhão”, ele me diz. “Mas você vai receber apenas mil e deixar o resto do dinheiro para mim”.

Eu tenho que fazer um esforço que vale um milhão de dólares e só recebo uma pequena parte “para cobrir as despesas”. Mas o meu desejo não me fornece combustível suficiente para este trabalho. Então o que podemos fazer?

Ou o medo vai me obrigar a fazer isso ou eu preciso ver que o homem com a arma é meu melhor amigo, o mais querido e mais próximo. Então eu vou estar pronto para receber apenas mil dólares para cobrir as minhas necessidades básicas e terei prazer em deixá-lo todo o resto. Além do mais, eu vou agradecer a ele, pois sem a sua arma eu teria continuado a tomar para mim. Assim eu alcanço algo novo e estou feliz em dar-lhe o que obtive, já que assim chego mais perto de você e das novas metas que me são reveladas.

Quanto é que uma pessoa tem que passar até alcançar o reconhecimento deste estado?

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/11/12Introdução ao Estudo das Dez Sefirot