O Adaptador Das Relações Familiares

Dr. Michael LaitmanPergunta: A primeira condição para se estabelecer uma conexão num casamento é a capacidade de sentir o outro. Como podemos desenvolver a capacidade de sentir o outro e seus desejos como meus?

Resposta: Se eu quero amor e uma atitude positiva entre duas pessoas para cobrir todos os nossos pecados mútuos, todas as más qualidades, eu preciso descobrir o que meu parceiro gosta, o que ele quer, e o que ele espera de mim.

Primeiro eu tenho que descobrir em mim a necessidade de doar ao outro. Então eu tenho que responder à pergunta: O que eu posso dar a ele, como posso fazê-lo feliz? Esta nova necessidade me obriga a verificar o que ele quer e o que ele espera.

Nós temos que discutir isso para que cada um seja capaz de se expressar livremente e revelar seus sentimentos a seu parceiro, seus desejos mais secretos e como cada um quer receber sinais de amor do seu parceiro. Cada um deve ajudar o outro a compreender a si mesmo para sentir e começar a viver no outro. Eles têm que sentir os desejos do outro como seus, como se as satisfações que eles fornecem a esses desejos estivessem em si mesmos.

O amor chama-se unidade, e é alcançado pela incorporação no outro. Eu subo acima dos meus desejos e aparentemente restrinjo-os, e não os utilizo para meu próprio prazer. Agora, em vez dos meus próprios desejos eu quero absorver os desejos do meu parceiro: O que ele quer, o que ele ama?

Eu quero sentir os desejos do outro dentro de mim, para que eles preencham o lugar onde meus próprios desejos estão. Isso significa que eu coloco os desejos do outro acima dos meus e suprimo os meus. Agora eu trabalho e invisto todas as minhas forças para que os desejos do outro se tornem parte de mim e comecem a viver em mim. Por isso, eu quero construir a sua imagem dentro de mim.

Eu calculo como eu posso doar a ele. Eu faço esses cálculos internamente, trabalhando com a imagem que foi criada dentro de mim, com todas as suas necessidades, desejos, anseios e esperanças. Tendo construído esta imagem em mim e trabalhado nela, agora eu sei como tratar o outro.

Nós fazemos todo esse trabalho mutuamente, discutindo coisas. Nós ajudamos um ao outro a perceber a imagem do outro, como se diz: “Cada um deve ajudar o seu amigo”. Assim, a pessoa começa a subir acima de sua própria natureza para a natureza do outro. Isso é chamado de “ajudar contrária”, já que ajudamos um ao outro a construir essas imagens dentro de nós: eu construo a imagem de minha esposa dentro de mim e ela constrói a imagem de seu marido. Agora, cada um inclui duas imagens dentro de si: a sua própria e a de seu parceiro.

Estas imagens constantemente mudam e se tornam mais claras, refletindo cada vez mais seus próprios atributos. Por fim chegamos a um estado em que sabemos como nos relacionar com o outro. Eu me conecto a ela através de sua imagem que está em mim e ela se conecta a mim através da minha imagem que está nela. Assim, nós alcançamos a conexão.

Os objetos espirituais (Partzufim) são dispostos de acordo com o mesmo princípio. Antes do Partzuf Galgata gerar o Partzuf AB, ele cria o Partzuf AB dentro dele. Se o Partzuf AB quer se conectar a Galgalta, ele faz isso através do Partzuf AB interno que está em Galgalta.

Isto significa que cada Partzuf tem que construir internamente algum tipo de adaptador, a fim se conectar ao outro Partzuf. Este adaptador reflete com precisão o Partzuf externo ao qual ele se conecta, mas é só no anterior. Em uma mãe há naturalmente a imagem da criança e assim ela entende intuitivamente como tratá-la.

Em termos fisiológicos, o útero é um adaptador que usa todas as reservas do corpo fornecendo tudo o que embrião precisa. Após o nascimento, há a fase de assistência e os cuidados externos com o bebê, mas isso é sempre realizado pela imagem da criança que está na mãe.

Diz-se que o homem foi criado “à imagem de Deus”, o que significa de acordo com o modelo especial da (imagem) superior que o pai e a mãe espirituais (o Partzuf Aba ve Ima) dão ao inferior. De acordo com a mesma equivalência de forma, é também possível conectar um ao outro; de outro modo não haverá nenhuma conexão.

É o mesmo em tecnologia: nós sempre temos que construir um adaptador, de modo que dois corpos diferentes se comuniquem. Numa parte deve haver uma saída que se adapta à entrada na outra parte. Se a entrada e a saída coincidem, os corpos podem se conectar.

Se entendermos como isso funciona e soubermos como estabelecer tal adaptador, sem dúvida alcançaremos a correta conexão mútua. Portanto, nós devemos constantemente continuar este trabalho, a fim de melhorar estes sistemas.

Da “Discussão sobre a Nova Vida”, 16/07/12