Liberdade Entre O Criador E O Faraó

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam: “Matan Torá (A Entrega da Torá)”, item 13: Há duas partes na Torá: 1) Mitzvot entre homem e Deus, e 2) Mitzvot entre homem e homem. E ambas visam a mesma coisa: levar a criatura ao propósito final de Dvekut (adesão) com Ele.

As Mitzvot que regem as relações entre as pessoas se resumem ao princípio “Ama o teu amigo como a ti mesmo”. E as Mitzvot que regem as relações entre o homem e o Criador se resumem ao princípio “Ama o Senhor, teu Deus”. Assim, existem dois níveis no caminho para cumprir a Mitzva do amor: primeiro, a pessoa a cumpre com relação à humanidade, e se tiver êxito, ela alcança o amor completo do Criador.

Por que o processo é dividido em duas partes? A questão é que se não houvesse a quebra dos vasos, que fez com que o meu mundo parecesse estar povoado por muitas pessoas, eu não teria nenhuma base, nenhuma fundação, para realizar as ações de correção, uma vez que estas ações precisam estar ocultas.

Por outro lado, se o Criador é revelado a mim, eu sou subornado, condenado, escravizado, anulado, vendido e privado do livre-arbítrio. Em suma, em tal caso, eu tenho que doar, já que não tenho escolha. Quando eu olho para Ele, eu não tenho outra escolha. Ele me controla, domina, e eu me torno um “anjo”, que não doa como resultado do livre-arbítrio.

Para ter livre arbítrio, eu tenho que estar separado do Criador e aprender como doar através daqueles que não me obrigam a fazê-lo pela força. No entanto, eles me evocam por sofrimentos. Por exemplo, eles me enviam a tempestade Sandy ou o tsunami. Porém, tais desastres não me empurram para as correções, já que eu não sinto que eles vêm diretamente do Criador, e por isso eu mantenho meu livre arbítrio. No geral, nós estamos constantemente num estado de indefinição.

Este mundo foi dado a nós para que possamos ser livres do Criador e por isso há dois tipos de Mitzvot. Há Mitzvot que dizem respeito às relações entre as pessoas, que mantemos sem qualquer obrigação. Na verdade, nós aumentamos o nosso reconhecimento interno de como elas são necessárias e, com o tempo, à medida que nos tornamos experientes, começamos a entender que somos realmente livres nisso.

No momento eu não penso assim. Eu sou empurrado por trás por um pedaço de pau e puxado pela frente pelo ponto no coração. Eu não olho mais para os lados, mas apenas avanço e retrocedo. Isso é livre arbítrio?

No caminho, no entanto, nós começamos a estabelecer a conexão entre nós, sentimos que estamos livres na resistência entre o Criador e o Faraó. A verdadeira liberdade está oculta neste ponto médio, na mistura entre o bem e o mal (a Klipat Noga). Este é o lugar onde a intenção, ou seja, o homem, nasce. A intenção é o homem.

Assim, as Mitzvot são divididas em duas partes, uma vez que devemos estar num estado de ocultação para ter o livre arbítrio. Portanto, primeiro nós realizamos as Mitzvot entre as pessoas, a fim de, finalmente, manter as Mitzvot entre o homem e o Criador.

A quantidade de Mitzvot é determinada pelos nossos 613 desejos que são divididos em 248 “órgãos” e 365 “ligamentos” na alma de uma pessoa. Nós temos que corrigir todos estes desejos com a intenção “a fim de doar”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/11/12, ” Matan Torá (A Entrega da Torá)”