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Não Temos Medo De Nenhuma Data

Dr. Michael LaitmanPergunta: Atualmente toda a Internet está cheia de prognósticos de que alguns eventos desagradáveis ocorrerão em dezembro de 2012. O que a Cabalá diz sobre isso? Por favor, tranquilize o mundo!

Resposta: Como posso te tranquilizar?

Eu acho que tudo depende de nós, inclusive você. Eu não vou te acalmar, mas completamente o oposto, porque nós realmente existimos numa liberdade de escolha muito acentuada e dezembro e todo o ano seguinte depende de nós. Além disso, esses estados, que teremos que passar, são totalmente determinados apenas pelo nosso grupo mundial e por mais ninguém.

Assim, eu não tranquilizarei nenhum de vocês. Pelo contrário, vocês têm que sentir muito claramente que o mundo inteiro depende de vocês. Vocês tem que perceber isso conscientemente, o que significa que precisam ter uma atitude séria para a nossa tarefa, uma constante aspiração mútua em seus corações.

Vocês sentem como os nossos corações estão se unindo mais e mais numa bola? Só isso vai salvar a nossa situação e torná-la maravilhosa. Será maravilhosa no sentido de que vamos lembrar que temos que estar mais próximos e mais unidos até reunirmos todo o nosso coração. Então, não vamos ter medo de qualquer calendário.

Da Convenção na Georgia 06/11/12, Lição 3

Do Ponto A Ao Ponto B Com A Ciência Da Cabalá

Dr. Michael LaitmanA Cabalá é a ciência e o sistema, e a realização da conquista do Criador. Nosso objetivo é revelá-Lo, e é por isso que não há ciência maior e mais importante. Afinal, qualquer sabedoria é avaliada pelo seu objetivo. A Cabalá é complexa: não só explica o método, mas também nos acompanha durante todo o processo de sua realização.

No artigo “O Ensino da Cabalá e sua Essência”, Baal HaSulam escreve: Como um todo, a sabedoria da Cabalá diz respeito à revelação da Divindade, organizada em seu caminho em todos os seus aspectos: os que surgiram nos mundos e aqueles que estão destinados a ser revelados, e em todas as maneiras isso pode sempre surgir nos mundos, até o fim dos tempos. Além disso, Ramchal escreve no livro 138 Portas da Sabedoria: Toda a sabedoria da Cabalá é projetada apenas para conhecer o governo da vontade superior: por que Ele criou todas as criaturas, o que Ele quer com elas e o resultado final de tudo no mundo.

E aqui estão as palavras de Baal HaSulam do artigo “A Essência da Sabedoria da Cabalá: “Esta sabedoria é nada mais nada menos do que uma sequência de raízes, que pendem por meio de causa e consequência, por regras fixas e determinadas , entrelaçadas com um objetivo único e exaltado descrito como “a revelação de Sua Divindade para Suas criaturas neste mundo”.

De alguma Fonte superior que desconheço, uma sequência de raízes desce ao longo da qual, como criatura, eu posso alcançar a revelação do Criador. Em primeiro lugar, no caminho de cima para baixo, o Criador restringe-Se mais, e meu desejo de receber está crescendo até que todas as raízes desaparecem, deixando-me com a última: o ponto no coração (•). E no caminho para cima, eu revelo o Criador um pouco, sucessivamente, conhecendo-O, passando por 125 raízes.

Assim, o sistema, bem como a passagem do caminho, conecta-me ao Criador. O guia e o caminho do ponto A ao ponto B é a ciência da Cabalá. Em última análise, é um meio de revelar o Criador.

Há uma escada entre o Criador e a criatura. Isso conduz das propriedades da criatura às propriedades do Criador, e ao longo do caminho suas propriedades são combinadas entre si de zero a cem por cento. Isto é o que a Cabalá é: ela não fala das propriedades do Criador, nem sobre as propriedades da criatura, porque essa essência é incompreensível para mim. Eu só estudo a sua relação, a forma vestida na matéria. Eu posso alcançá-la, conhecê-la, senti-la, compreendê-la; eu tenho acesso a ela. Eu não sei o que o Criador e a criatura são separadamente: Eu estudo apenas sua combinação.

From Point A To Point B With The Science Of Kabbalah

Esta escada é o suficiente para eu afirmar o meu “eu” em relação à propriedade da criatura e em relação à propriedade do Criador. O meu eu é a linha do meio (verde no diagrama), não é nem criatura, nem o Criador. Afinal de contas, a criatura é o desejo de receber. E o verdadeiro eu é a forma de doação na qual visto o desejo de receber quando me moldo à semelhança do Criador. Eu moldo estas características como a argila, e o Criador inspira a vida, e a “boneca” vem à vida.

Isto acontece em cada grau. Esta é a realização do “malvado”, que é a criatura, ascendendo ao grau do Criador; em outras palavras, a revelação do Criador às criaturas é a ciência da Cabalá.

Por isso, está claro que não temos mais nada para fazer na vida, exceto satisfazer as nossas necessidades básicas e dedicar o resto a esta ciência. Hoje nós estamos nos aproximando do nível básico. A própria vida, a crise, vai nos purificar dos excessos dentro de alguns anos, se não mais cedo. Então, em desespero, o mundo vai descobrir que por alguns milhares de anos avançou ao longo do curso errado e que agora deve mudar de direção. É claro que não foi um erro, mas a preparação, a realização dos graus anteriores de desenvolvimento, inanimado, vegetal e animal, para finalmente chegar à ciência da Cabalá.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/11/12, Escritos do Baal HaSulam

Juntando O Ser Humano Em Mim

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Introdução ao livro Pri Hacham (Fruto do Sábio): Os sábios disseram que há três parceiros num homem: o Criador, o Pai e a mãe. O pai dá a brancura, a mãe dá a vermelhidão e o Criador dá o espírito e a alma.

O pai e a mãe são duas linhas, a força de recepção e a força de doação, matéria e forma. Tudo é organizado de acordo com a linha do meio, que temos que juntar por nós mesmos. Nós recebemos três linhas de Cima: pai (Aba), mãe (Ima) e o Criador. Nós temos que juntar o pai e a mãe, abaixo, construir e revelá-los dentro de nós, a fim de encontrar a linha do meio. Então eu entro em contato com a minha linha do meio, o que significa o ser humano (Adão) em mim, e me assemelho ao Criador, formando a adesão entre nós.

Putting Together The Human Being In Me

“O ser humano significa a fase da alma nele. Como os sábios disseram: ‘Você é chamado humano’. E ele é a alma de Israel, por que é diferente e está separado das nações do mundo.

Um ser humano é feito de duas coisas: matéria e forma. A matéria é o que chamamos de criação. E a forma é o Criador. Acontece que temos três parceiros:

• O Criador, que dá à alma;

• A Luz, que revive o vaso chamado de fase da Divindade em que a Divindade reside no vaso;

• O vaso proveniente do pai e da mãe; o pai dá a brancura e sua mãe a vermelhidão”.

Baal HaSulam divide as influências de ambos os lados em diferentes tipos e dá-lhes diferentes nomes: pai e mãe, matéria e forma, desejo de receber e desejo de doar, etc. A questão é que, juntos, esses dois fatores nos apresentam uma escolha evocando-nos a juntá-los na forma de um ser humano.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/11/12, Escritos de Baal HaSulam

Você Sabe Por Que A Sabedoria Da Cabalá Veio Ao Mundo?

Dr. Michael LaitmanAté a destruição do Segundo Templo, a sabedoria da Cabalá era a Torá, o estudo da nação de Israel, o grupo que Abraão trouxe da Babilônia e transformou numa nação que vive de acordo com as leis da sabedoria da Cabalá. A destruição do Templo significa que eles caíram do “ama ao próximo como a ti mesmo” para o ódio infundado.

Desde então, a sabedoria da Cabalá deixou de existir entre as pessoas que ainda chamamos de povo de Israel, embora elas não estivessem mais ligadas à lei do “ama ao próximo como a ti mesmo”, e, portanto, não têm o direito de serem chamadas de “Israel” (Yashar – Kel), que significa “direto ao Criador”. Portanto, a compreensão do por que precisamos da sabedoria da Cabalá se perdeu. Baal HaSualm fala sobre seu medo: “e é terrível que isso seja esquecido, Deus me livre, no povo de Israel”.

Ele tem medo disso, mas outros nem mesmo pensam nisso, pois não sabem para que serve a sabedoria da Cabalá. Por fim, o Baal HaSulam escreveu a “Introdução ao TES” para explicar por que é obrigatório estudar o livro ‘O Estudo das Dez Sefirot’ (TES) e a sabedoria da Cabalá em geral.

Ele não percebeu interesse das pessoas nesta sabedoria ou resposta ao seu apelo, que ouvissem o quão importante e essencial é esta sabedoria. Todos a rejeitaram encontrando diferentes desculpas. As pessoas religiosas que estudavam a Torá não entendiam por que precisavam de algo mais. E uma pessoa que vivia uma vida corpórea comum estava com medo de que a sabedoria da Cabalá arruinasse sua vida. Quem sabia que forças estavam ocultas nela, o que ele evocaria a si mesma ao mencionar os nomes Sagrados; talvez ela evocasse problemas com isso…

Outros se justificavam dizendo que havia pessoas que estudaram Cabalá, que se chamavam Cabalistas, mas que não a recomendavam a outros. Existem muitas razões pelas quais a sabedoria da Cabalá foi posta de lado, longe da atenção geral, e é uma maravilha que tenha existido até agora. Afinal, havia muitas sabedorias que foram esquecidos e desapareceram ao longo da história.

As pessoas rejeitavam este estudo, mas Baal HaSulam pensava que isso devia acabar. Chegou o momento da humanidade mudar sua atitude e de mostrar às pessoas por que a sabedoria da Cabalá é necessária e por que veio ao mundo: a fim de elevar a humanidade ao nível da unidade com o Criador, que é o objetivo da nossa vida, o objetivo da criação. É o momento de cumprir esse objetivo aqui e agora.

Por esta razão o Baal HaSulam escreveu o TES e a “Introdução ao TES “, onde ele explica a importância do seu estudo. No seu tempo era muito difícil levar essa ideia às pessoas. Hoje ela é aceita de uma forma totalmente diferente, e nós podemos anunciar abertamente o estudo generalizado da sabedoria da Cabalá. Eu me lembro da agitação provocada em Bnei Brak, cidade ortodoxa, quando as pessoas descobriram que eu havia trazido um grupo de estudantes não religiosos de Tel Aviv para o meu professor, o Rabash. O Rabash fez uma verdadeira revolução, mas não havia outra escolha, o mundo está num estado tal que a sabedoria da Cabalá tem que ser revelada.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/11/12, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot

Relacionamentos Com As Pessoas Afetam A Saúde

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (da NewScientist): “A sua atitude para com as outras pessoas pode ter um grande efeito em sua saúde. Ser solitário aumenta o risco de tudo, desde ataques cardíacos à depressão, demência e morte, enquanto que as pessoas que estão satisfeitas com suas vidas sociais dormem melhor, envelhecem mais lentamente e respondem melhor às vacinas. O efeito é tão forte que curar a solidão é tão bom para sua saúde quanto deixar de fumar, de acordo com John Cacioppo, da Universidade de Chicago, que passou sua carreira estudando os efeitos do isolamento social.

“‘É provavelmente o achado comportamental mais poderoso no mundo, concorda Charles Raison, da Universidade Emory, em Atlanta, que estuda as interações mente-corpo. “As pessoas que têm vidas sociais ricas e calorosas, relacionamentos abertos, não ficam doentes e vivem mais tempo”…

“Cacioppo relatou que, em pessoas solitárias, os genes envolvidos na modulação do cortisol e da resposta inflamatória tiveram aumento de sua expressão, e que células imunológicas importantes em combater as bactérias também estavam mais ativas”.

Meu comentário: Todos os mais recentes estudos provam mais uma vez que o ser humano é uma criatura social e seu estado corrigido está na união com a sociedade.

A Inveja Que Nos Ajuda A Avançar

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você diz que a inveja nos ajuda a avançar. Eu não entendo para que precisamos da inveja.

Resposta: Eu invejo a todos. Ontem, quando as pessoas cantavam durante a refeição, eu realmente as invejava: “Por que não posso cantar assim?”. Ou quando alguém entende rapidamente o material que estudamos, eu também o invejo: “Por que ele consegue fazê-lo e eu não?”. Esta inveja é ruim?

Imagine que existam pessoas aqui que parecem estar num nível muito mais alto do que você; é muito bom que elas tenham atingido algo. Mas eu não? Como pode ser isso? Como elas podem e eu não?

Você pode dizer: “Portanto, você também não quer que elas atinjam este nível”. Não, eu quero que elas avancem ainda mais, mas eu quero avançar com elas, o que significa que é a inveja positiva que me puxa para frente. Eu não quero trazê-las para baixo, eu quero segui-las para frente; este é um ponto muito importante.

A inveja geralmente significa que eu não quero que o outro tenha o que eu invejo nele, mas para nós a inveja é diferente: significa que eu quero a mesma coisa que invejo.

Pergunta: Eu nunca invejei ninguém. Como posso invejar um amigo quando sei que o Criador lhe deu um determinado atributo? Suponha que haja um computador bom e um computador ruim que não pode ser bom, é assim que o Criador fez isso.

Resposta: Não, você está se acalmando com isso, porque você é preguiçoso. Agora você tem que sentir pena que você é preguiçoso.

Pergunta: Sim, eu sou preguiçoso. Eu entendo que este é o meu atributo e não há nada que eu possa fazer sobre isso, então eu digo ao Criador: “Essa é a maneira que nós somos, a maneira que você nos criou. Portanto, o que você quer de nós?”.

Resposta: Em primeiro lugar, todas as perguntas que uma pessoa faz são legítimas e certas, uma vez que derivam do seu desejo; não há nada que possamos fazer sobre isso. Mas todo o grupo deve evocar todos os outros, caso contrário, eles vão continuar a dormir. Aqui nós temos que jogar.

Por que organizamos diferentes jogos agora? Porque eu tenho que mostrar aos amigos que estou num nível mais alto do que eles, e que há outra coisa em mim: “O que, você ainda não sabe? Eu já sei isso”, etc. Nós temos que provocar um ao outro e dar a entender que há algo de grande na espiritualidade, pois, caso contrário, não iremos nos mover. O Criador permanecerá oculto até que O descubramos por nossa equivalência de forma. Portanto, não há nada que possamos fazer. Temos que invejar um ao outro.

A inveja é um atributo essencial. Tudo é criado por uma razão. Sob nenhuma circunstância você deve suprimir alguma coisa em você. Você deve sentir inveja.

Da Convenção na Georgia 06/11/12, Lição 2

Reconhecimento Crescente Do Momento Atual

Dr. Michael LaitmanHoje nós estamos apenas começando a suspeitar e descobrir que estamos conectados de forma mútua e íntima, e estamos conduzindo uma pesquisa sobre o tema, escrevendo vários artigos sobre ele na Internet. Mas antes não era assim.

Dez anos atrás eu não podia falar sobre isso. Em 2005, eu apresentei um documento em Arossa, Suíça, no Conselho Mundial da Sabedoria, e eles se recusaram a concordar comigo. Quatro anos atrás eu falei com um vencedor do Prêmio Nobel de Economia e disse-lhe que o mundo estava em crise e que tudo vai se desintegrar rapidamente, assim como no momento do Big Bang, quando o Universo foi criado! Ele não concordou comigo.

Havia muitas pessoas assim. Eu dei palestras nos EUA em diferentes universidades, faculdades, em todos os lugares.

Cinco semanas atrás, eu conheci um representante da UE na Itália. Eu lhe disse o que estava acontecendo e ele me entendeu, algo que não acontecia antes. Ele escreveu tudo, como um estudante, e me perguntava frequentemente, mas sua conclusão foi: “Eu concordo com tudo o que você diz, mas não podemos colocar isso em prática, não podemos resolver isso, não temos a quem nos dirigir no momento, ninguém vai entender, mas você está certo”.

Isto significa que, gradualmente, o mundo está avançando em direção ao reconhecimento de que estamos num espaço fechado, sob a influência das forças da natureza, e não acima delas, e que não podemos fazer o que gostamos, visto que a sociedade humana também tem certos atributos que nos foram dados pela natureza.

Nós temos que estudar essas leis e cumpri-las, pois, caso contrário, vamos nos sentir mal. E o mais importante, quando a natureza está fechada e torna-se global, há interações mútuas dos componentes dos níveis inanimado, vegetal, animal e falante, e nossas interações negativas podem afetar o mundo inanimado, vegetal e animal, assim como acontece agora com o furacão Sandy ou tsunamis.

Isto significa que todos esses níveis de interação são interdependentes e verifica-se que o homem, por sua atitude errada para com as outras pessoas e a natureza, afeta tudo, já que é o nível mais elevado.

Aqui nós precisamos da sabedoria da Cabalá, uma vez que ela nos diz como devemos nos organizar. Se não nos tornamos redondos como o nosso ego, o que significa mutuamente interdependentes, nós veremos que somos opostos à natureza.

Da Convenção na Geórgia, 05/11/12, Lição 1

Inanimado, Vegetal, Animal E Falante

Dr. Michael LaitmanNa espiritualidade, há quatro níveis de desenvolvimento do desejo de receber: inanimado, vegetal, animal e falante.

O desejo age de acordo com a força que está nele.

Se a força é do nível da natureza inanimada, o desejo mantém a sua estrutura e resiste às forças externas o máximo possível, de modo que elas não o penetrem nem o quebrem. Existem materiais que são mais ou menos fortes, mais ou menos estáveis, dependendo da intensidade do desejo da forma inanimada específica. Alguns materiais são muito difíceis de quebrar, enquanto outros são maleáveis. Outra questão é quais materiais afinal são mais ou menos resistentes às influências externas: uma roda de borracha, por exemplo, absorve os golpes apesar da agitação e penetrações externas, enquanto que uma roda de pedra ou ferro se decompõe muito mais rápido.

É assim que verificamos os nossos desejos de acordo com a sua dureza interna e não a sua dureza física: como é que eles resistem às mudanças externas. Mesmo em nosso mundo, nós vemos a diferença entre a borracha e o ferro, que pode resistir às mudanças externas, mas se quebra quando algo o penetra.

Depois do nível da natureza inanimada existe o nível vegetal. Seu desejo é maior e mais forte, e pode resistir às influências externas, classificá-las e usar os elementos benéficos. Ele verifica e classifica os fatores externos, absorve o que é benéfico e expele o que é prejudicial.

Assim, ocorre um ato muito complexo de esclarecimento, no qual o desejo do vegetal tem que saber a sua própria estrutura, o que e para que ele existe, o que é benéfico e o que é prejudicial para ele. O vegetal faz este esclarecimento instintivamente, e com isso podemos entender como a pessoa deve agir no nível espiritual do vegetal.

O desejo do nível animal pode escolher o seu ambiente, e por isso consegue se mover de um lugar para outro. Ele precisa de um companheiro para se reproduzir. Aqui, o nascimento é uma criação real, como se o Criador criasse uma nova criação. Na espiritualidade é realmente assim, e a menos que a pessoa adquira a força de Bina, não pode dar à luz.

O desejo no nível animal pode assumir muitas formas. Além de conhecer a si mesmo, ele também conhece diferentes fenômenos que revelam desejos menores e maiores. Assim, o nível animal vê a sua vida de uma ponta a outra. Os animais têm filhos e os criam. Em geral, neste nível há um programa interno instintivo do conhecimento da vida de uma pessoa, embora ele seja limitado e inevitável.

Os animais se movimentam e sentem onde é bom para eles e onde é ruim. Eles podem escolher o ambiente. O vegetal dificilmente influencia o ambiente, mas apenas se protege contra pragas e, em certa medida, se abre para as condições externas benéficas, tais como a luz solar, o ar, a umidade, etc. Por outro lado, os animais escolhem e mudam o ambiente; eles se movem de um lugar para outro, criam para si um lugar para viver e se reproduzir. Até certo ponto eles sentem o outro, incluindo a sua presa, que eles também têm que entender e sentir. Eles sentem o outro especialmente quando se reunem em bandos, que têm uma clara ordem e hierarquia

Estas são coisas profundas, mas que ainda são preenchidas instintivamente.

Quanto a nós no nível falante, tudo tem que estar acima do desejo de receber, acima da restrição. Nós só devemos entender que uma pessoa tem que conhecer o novo mundo.

No mundo espiritual, há 620 desejos que agem em todos os níveis:

• O nível inanimado está pronto para resistir a qualquer alteração de seu ego, mantendo-se sob a Masach (tela), sob a proteção da restrição, isto é, acima de todos os desejos egoístas.

• O nível vegetal usa seu desejo de receber proveniente da casca egoísta das Klipot com a ajuda da Luz que Reforma, e começa a esvaziá-la e esclarecer o que é bom para ele e o que é prejudicial. Ele absorve o que é benéfico e expele o que é prejudicial, abrindo e fechando-se, à medida que todas as suas ações são destinadas à doação, mas ainda agindo no geral, sem nenhum esclarecimento pessoal, sem dar dando nascimento a nada de forma independente. As criaturas do nível vegetal permanecem no âmbito do desejo geral e mudam juntas. Em outras palavras, a pessoa pode estar acima de seu desejo pessoal egoísta, mas não consegue ainda “dobrar” ou mudar a sociedade, não consegue abrangê-la e corrigi-la internamente.

• O nível animal com seu desejo de receber pode existir no mundo do Criador quase ilimitadamente.

• O ser humano inclui todo o ambiente dentro dele, o mundo inteiro, e se torna um “justo, que é a fundação do mundo”.

Baal HaSulam fala sobre isso no artigo 115 do Shamati, que também é chamado de “Inanimado, vegetal, animal e falante”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 09/11/12, Shamati # 115

O Que Nos Falta?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Suponha que uma pessoa se senta e assiste a si mesma: “Eu quero um pouco de água, depois eu quero outra coisa, e eu não sei mais o que quero”. Será que um simples experimento a ajuda a entender que a essência de seu desejo é desfrutar?

Resposta: A pessoa vai ver que cada vez surgem novos desejos nela. Ela não sabe de onde eles vêm; primeiro ela quer uma coisa e, de repente, outra coisa e depois outra.

Por outro lado, ela pode se programar, o que significa concentrar-se em certos desejos e se lembrar de algo que lhe trouxe prazer. Neste caso, um desejo tão grande por esse prazer se desenvolve nela que ela começa a ansiar por ele mais uma vez: “O que eu quero? Ah, esqueci, há um pouco de sorvete na geladeira”, e ele pega o sorvete, ou pode se lembrar de que queria ir a algum lugar interessante ou conhecer alguém interessante, ou ler um livro interessante ou ver um filme que preparou para ver e assim por diante.

Isto significa que nós evocamos a nós mesmos quando não sentimos prazer. Nós não sentimos o prazer quando nos preenchemos. Eu estou cheio, o que aparentemente significa que está tudo bem, mas a minha vida não tem sentido. Mesmo quando aparentemente temos tudo, falta-nos o acréscimo de excitação. Nós inventamos novas fontes de prazer e incentivos, mas na verdade é o mesmo ego.

De KabTV “Conversas com Michael Laitman” 03/11/12