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As Letras Da Torá Nascem Da Descida

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos alcançar um desejo tão forte pela espiritualidade que irá rejeitar todos os outros desejos corporais?

Resposta: Existem “613” desejos em cada um de nós, que devemos dirigir à grandeza e importância da doação, amor, conexão e garantia mútua, de acordo com o nosso entendimento. Tudo o que é externo aos meus próprios interesses, externo aos interesses da minha pele, deve tornar-se mais importante para mim do que os meus desejos egoístas corpóreos.

Se a pessoa divide seus desejos internos e externos desta maneira e dirige-se para fora de seu corpo, é o suficiente para o momento. Nós devemos verificar constantemente a nós mesmos e tentar nos manter na mesma linha de pensamento.

No final, o hábito se torna uma segunda natureza, e pelos esforços que faço, a Luz vem a mim. Então eu faço mais alguns esforços, e um pouco mais de Luz vem. Eu começo a me construir a partir desses momentos, porque “não há correção para uma pessoa, exceto dirigir todos os momentos presentes e futuros, para que eles sejam dedicados e sirvam ao Seu grande nome” (Baal HaSulam, carta 18) um pouco mais cada vez. É a partir de tais saídas (Yetziot em hebraico) (de “Sião”) que a Torá vem de fora, como se diz: “É de Sião que a Torá deve vir”.

Afinal, quando eu sinto que saí da intenção correta, eu sinto uma deficiência para voltar, e então eu exijo a Luz que Reforma, chamada a Torá. Assim, verifica-se que é a partir de Sião, de tais saídas, que a Torá nasce: não das subidas, mas sim das descidas, a partir das saídas da intenção correta.

Assim, eu sempre adiciono uma “letra” após a outra, até que todo o livro da Torá passe por mim.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/10/12, Escritos do Rabash

Onde Conseguir Um “Prato” Para A Revelação Espiritual?

Dr. Michael LaitmanDurante a leitura do Livro do Zohar, nós devemos querer revelar a unidade e atingir o que estamos aprendendo. Neste livro eu leio sobre os estados espirituais, mas onde estão esses estados? Se eu preparasse um desejo correto durante a leitura deste livro, eu revelaria o que está escrito nele. Isso é chamado de “alcançar o que é aprendido”.

Todos estes estados existem. No entanto, o meu problema é que eu só posso revelá-los de acordo com a percepção do meu vaso (desejo, Kli). É por isso que durante a leitura do Livro do Zohar, que me descreve vários estados espirituais, eu tenho que pensar em como posso posicionar meu vaso, meu “prato”, a fim de receber a revelação dos estados descritos.

O que constitui este vaso? Que tipo e forma o desejo deve estar para eu receber e revelar o que lemos no Zohar? Eu tenho que pensar sobre isso. Ou seja, eu tenho que cuidar dos Kelim, os vasos, os desejos. Será que eu posso influenciá-lo de alguma maneira? O que depende de mim: o tipo do vaso, o envolvimento de vários desejos e intenções nele. O que eu preciso para que o “prato” onde vou revelar a espiritualidade não seja quebrado, mas permaneça vazio e inteiro?

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 31/10/12, O Zohar

Cada Dia Novamente Com O Copo Vazio

Dr. Michael LaitmanTodo o nosso trabalho é dividido em pequenas partes que precisamos unir. Elas aparecem na sequência das Reshimot (genes informativos) que são reveladas, que temos que realizar. O papel de um homem é não se esquecer disso e tentar organizar o seu ambiente de modo que este irá constantemente despertá-lo e ajudá-lo a superar mais e mais obstáculos severos.

Ele precisa entender que a cada momento nós executamos uma nova ação e nunca repetimos o mesmo ato. Embora possa parecer que os mesmos problemas se repetem, é porque nesse meio tempo não sentimos as novas distinções em cada despertar.

Mas diz-se que nenhum momento se assemelha a outro. Assim, temos que acreditar que a cada vez trabalhamos em novas propriedades e as corrigimos. Se a cada momento nós as unimos ao grupo e dentro dele elas são direcionadas ao Criador, à adesão e correção via conexão, então assim realizamos nossas Reshimot.

E todo esse trabalho é feito por meio do fortalecimento e esclarecimentos, que se opõem aos nossos sentimentos e mente, através do constante fortalecimento do ambiente, para torná-lo mais forte, pressionando e exigindo. Se sempre nos prepararmos para as novas condições a serem superadas, isso vai nos levar ao momento seguinte; então, todos esses momentos irão se conectar e se juntar numa grande soma.

No final, todos os centavos resultam num grande tesouro. Como a parábola Cabalística onde um homem entra várias vezes no tesouro do rei com um copo pequeno, enche-o com moedas de ouro e sai. Mas o guarda que está na entrada derrama seu copo de moedas a cada vez e deixa o homem com o copo vazio. Mais uma vez ele volta ao tesouro e, novamente, o guarda derruba as moedas que estão no copo.

Isto é repetido vezes até que ele se desespera completamente. Não que ele se desespere com o trabalho em si, porque cada vez que entra no tesouro, ele acredita que é a última tentativa e que vai ser bem sucedido. Mas simplesmente o tempo atribuído a ele acabou e não depende dele, e de repente lhe foi dito: “Todo o ouro que você tirou e derramou, agora pertence a você”. Todos os centavos, todos os esforços, unidos numa grande Masach (tela), e todas as gotas de Luz fundem-se numa grande Luz.

Assim, o nosso trabalho é feito em partes; do contrário, não teríamos a força para executar tudo de uma vez. Assim, centavo por centavo acumulam-se numa grande soma. E o principal é o ambiente que está constantemente em guarda e nos lembra do nosso compromisso de juntar todos os momentos num único objetivo.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 31/01/12

Autocorreção Como A Principal Ocupação

Dr. Michael LaitmanDevido ao nosso trabalho interno e externo, nós passamos por mudanças muito rigorosas. E um não deve interferir no outro. Depois de todo o trabalho, nós saímos com a velocidade com que o mundo está se movendo, dirigindo-nos a eles com o que eles estão prontos para ouvir. Como está escrito: “Eduque a criança de acordo com seus próprios caminhos”, e essa “criança” é o mundo inteiro, e ele exige a mesma atitude em nosso nome.

Quanto ao nosso trabalho interno, nós devemos estar orientados à meta e obedecer definições muito rígidas. Mesmo quando a nossa percepção muda, nós ainda devemos coletar todas as impressões numa imagem geral que continuamente adquire contornos visíveis, tornando-se cada vez mais precisa. Nós devemos permanentemente aguçar o nosso foco e ver a meta a nossa frente de forma mais precisa.

É impossível mudar a nossa “profissão” e procurar outras formas de ganhar a vida. Todas as alterações que acontecem conosco devem manter semelhança com o modelo do grupo e serem baseadas em nossa unidade.

A pessoa deve ser consistente em seus esforços e atividades, a fim de aceitar positivamente várias imagens do mundo que constantemente flutuam e estar pronta para concordar com os obstáculos que perpetuamente aparecem em seu caminho. É preciso entender que todos são enviados de uma fonte superior e que não há nada exceto esta fonte. O objetivo de todas as dificuldades que atravessamos é nos dirigir à meta.

Se tivermos esse tipo de atitude em relação a tudo à nossa volta, não vamos nos afogar em dificuldades e problemas. Vamos aceitá-los positivamente, nos elevarmos acima deles, e acima dos problemas, vamos nos conectar. Ao fazer isso, podemos verificar a nós mesmos constantemente.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/10/12, Escritos do Rabash

Acumulando O Tesouro Da Oração Centavo A Centavo

Dr. Michael LaitmanNão há nada mais importante do que a oração, MAN. Afinal, ela resume todos os nossos grandes esforços em que nos concentramos na importância da meta, na grandeza do Criador, e nas qualidades que nos esforçamos em obter, a fim de superar e remodelar o nosso ego, o desejo de receber.

A fim de formular uma oração, temos que trabalhar nela. O Rabash reiterava que este é o tipo de esforço onde cada centavo conta e, no final, chega-se a uma grande soma. Eu o ouvia dizer isto dez a vinte vezes por dia.

Isso significa que, em cada momento da vida, a pessoa recolhe e armazena seus esforços, a cada momento ajustando-os à meta. É por isso que devemos estabelecer um sistema de garantia mútua, uma estrutura de opiniões e sensações comuns que vai nos redirecionar constantemente para nos concentrar nas coisas mais importantes e vitais, em vez de nos concentrar em questões menos importantes.

Isso deve nos ajudar a chegar à conclusão de que a coisa mais importante para nós é a grandeza do Criador. E se O considerarmos indispensável, Ele instantaneamente ganha poder sobre nós e perpetuamente molda novamente o nosso desejo de receber, a nossa autoconsciência e atitude.

Agora eu olho para a vida a partir deste novo ponto de vista, e novos obstáculos surgem em meu caminho, e eu mudo novamente. Esta é a forma como recolhemos os centavos. De acordo com Baal HaSulam, em uma de suas cartas (n º 18), “Não há outra forma de autocorrigir-se, a não ser conectando momentos atuais e futuros da vida da pessoa com o Seu grande nome”. Nós nunca devemos deixar de fazê-lo.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/10/12, Escritos do Rabash

O Peso De Uma Mala Depende Do Seu Dono

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Entrega da Torá”, item 8: …Isto porque há uma lei natural de que o receptor sente vergonha e impaciência ao receber presentes do doador como resultado de compaixão e piedade. …

E esta é a razão pela qual Ele preparou para nós o esforço e o trabalho em Torá e Mitzvot, para produzirmos nossa exaltação por nós mesmos, porque o deleite e o prazer que chegam até nós vêm Dele, ou seja, tudo o que está incluído na Dvekut (adesão) com Ele, será tudo nosso, que chegou até nós através de nossos próprios esforços. Então, vamos nos sentir como os donos, sem o que não pode haver uma sensação de plenitude.

Vergonha é uma medida que define as relações entre nós. Se a pessoa não sente vergonha, ela não tem nada a corrigir, uma vez que não vê grandes diferenças entre si e o Criador. Portanto, é melhor revelarmos vergonha e sermos constrangidos por uma comparação entre nossas propriedades de recepção com Sua doação.

A questão é, se a pessoa deixa de receber, isso significa que ela neutraliza a vergonha. Por exemplo, eu visito um amigo e vejo uma mesa generosamente posta esperando por mim, mas eu recuso o banquete, “Não, não, obrigado. Eu estou cheio. Eu estou de dieta”. É possível que atuemos da mesma forma na espiritualidade, a fim de diminuir o sentimento de vergonha? Ao agir assim, nós negligenciamos o Criador, como se não nos importássemos com Suas indulgências.

Afinal, o que, de fato, podemos receber? É a Luz de NRNHY? Para ser honesto, ela não nos enche de prazer. NRNHY é a Luz que vem de nossa compreensão da magnitude do Doador.

Tudo o que sempre recebemos dela é uma pequena centelha da qual se originou o desejo de receber prazer. O desejo de receber é composto por um ponto preto, a ponta da letra Yod, e na Luz encontra-se uma centelha que criou o ponto negro.

O resto é desencadeado por nossa consciência da grandeza do Criador, quando nós apreciamos isso, elevamos aos nossos olhos. É por isso que devemos sempre nos lembrar de que precisamos aspirar a Sua grandeza.

Se alguém é realmente importante para nós, estamos prontos para “carregar sua mala”. Quanto mais importante esta pessoa for aos nossos olhos, mais pesada é a mala que estamos prontos para carregar. A princípio, a mala parece muito pesada para nós, “Por que eu a carrego em primeiro lugar? Por que estou fazendo isso?”.

No entanto, se nos damos conta de quão imprescindível é o dono da mala, nós a carregamos com facilidade. É uma honra e um privilégio servir esta pessoa importante! Nós ainda estamos dispostos a pagar pelo direito de carregar a sua mala.

Como resultado, dedicamos toda a nossa vida ao Criador. O que recebemos em troca? Nada. Afinal, uma centelha e um ponto negro constituem a base de tudo que existe.

Pergunta: Existe alguma analogia com a vergonha genuína no trabalho que fazemos?

Resposta: Sim, isso pode ser aplicado a vários tipos de vergonha que experimentamos diante dos nossos amigos. Nós temos medo de que eles descubram que somos ignorantes ou que ainda estamos sendo egoístas.

É uma vergonha primitiva, egocêntrica. Há também uma vergonha espiritual causada pela nossa incapacidade de contribuir com nossa parte, reconhecendo que não estamos apoiando nossos amigos da maneira que deveríamos elevá-los. Eles dependem de nós, de modo que nos sentimos envergonhados por sermos incapazes de realizar essa tarefa.

Pergunta: Deve o grupo instigar esse tipo de vergonha em seus membros?

Resposta: O grupo deve nos provocar e promover o nosso crescimento, ensinando-nos a respeitar a vergonha, uma vez que ela demonstra uma deficiência no desejo de receber. Se prazeres e aflições são condicionados por uma realização ou um vazio dentro do nosso desejo, então maus ou bons estados refletem no sentido de vergonha ou, pelo contrário, na realização da grandeza do Criador.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/10/12, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”