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Super Tempestade Sandy: Na Armadilha Do Egoísmo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Estou escrevendo para você, assustada com o uivo do vento e da chuva; lá fora há um furacão. O que está acontecendo conosco?

Resposta: Nós fomos pegos numa armadilha preparada para nós por nossa natureza egoísta. Sob a influência de sua natureza, a pessoa tende a: 1) satisfazer as necessidades básicas (razoáveis) e 2) satisfazer o desejo de excessos que surgem nela sob a influência de seu ambiente. Ao invés de se esforçar para se tornar semelhante à natureza, tornando a humanidade como uma família, nos envolvemos em competição, individualismo e protecionismo.

Os interesses pessoais dos produtores impõem uma sociedade de consumo sobre todos, na qual todos aspiram ao excesso em tudo. No entanto, eles nunca chegam à felicidade, porque esse sentimento não os faz comprar mais e anula o culto do consumismo.

Tudo é feito para substituir os valores espirituais pelos materiais. As pessoas precisam ser limitadas, elas são levadas a filmes, enganadas pela cultura de massa; é mais fácil vender para essas, e é mais fácil gerenciá-las. O contraste crescente entre a humanidade e a natureza integral cria diferentes tipos de desequilíbrios que se manifestam na forma de catástrofes naturais e sociais.

Uma Tempestade É Como Uma Chance

Dr. Michael LaitmanPergunta: Um padre já disse que a super tempestade Sandy foi causada pelos pecados de Obama e Romney. Grandes catástrofes são sempre culpadas pelos pecados de alguém. Como fazemos para não cair nessa armadilha quando explicamos para as pessoas o que está acontecendo?

Resposta: Basicamente, existem duas opções: o caminho da Torá e o caminho do sofrimento. E se nós não tendemos para o positivo, tendemos para o negativo.

Em geral, tudo de bom e ruim que uma pessoa sente neste mundo é parte da administração geral. Não é possível dizer que qualquer fenômeno está separado da espiritualidade e não tem nada a ver com isso. Ele tem.

Agora, imagine que as qualidades de julgamento (Gevurot) que são reveladas hoje são revestidas em misericórdia (Hassadim). Devido a esse poder, o mundo poderia avançar muito bem. Afinal, a força de doação ganharia o poder de abrir as propriedades internas do julgamento, que agora se manifestaram em uma tempestade. A divisão social poderia ser diminuída ao redor do mundo, o valor da união iria crescer, a educação integral iria se desenvolver…

No entanto, na realidade, o oposto é verdadeiro, e a tempestade é consequência disso. Só que ela não foi enviada como um castigo. Não há nenhum castigo; estas são as ações das mesmas forças que nós não corrigimos no momento, de acordo com o programa. Elas se acumulam e se tivéssemos feito tudo certo, elas teriam nos feito subir para um grau mais elevado. Agora, este grau, em que devíamos estar, manifesta-se sob a forma oposta, sob a forma de uma catástrofe natural.

O mesmo fator aparece não positivamente, como deveria ser, mas negativamente. No entanto, nós mudamos os trilhos do caminho da Torá para o caminho do sofrimento. O “interruptor” está em nossas mãos.

Portanto, não é um castigo, mas uma consequência natural que causamos a nós mesmos. Não há nenhuma necessidade de imaginar como se o Criador decidisse nos punir de uma forma ou de outra. Não é nada parecido; nós estamos lidando com a lei da natureza: você não realiza as Reshimot reveladas (genes informativos), elas se acumulam numa conta grande, uma “multa” que temos.

Esta “multa” é como um aviso. E a pergunta é se podemos aceitá-la corretamente.

Diz-se que as punições suavizam e purificam o corpo. Portanto, talvez isso seja para melhor! “Eu fui punido, uma catástrofe caiu sobre mim e fiquei mais limpo. Eu tenho sofrido, mas me purifiquei…”.

Isso é uma mentira absoluta, um erro sem precedentes. Eu mesmo atraí o que recebi, porque não realizei corretamente as Reshimot. Na verdade, eu estou recebendo uma chance agora. Até agora, através da sequência das Reshimot, eu não entendi como me comportar. Eu joguei, estava confuso em meu próprio egoísmo e mudanças de humor.

E agora, tendo encontrado uma situação difícil, eu finalmente consegui um “presente”: eu tenho a oportunidade e a capacidade de julgar corretamente. Em outras palavras, o desastre veio para me ajudar, para me abalar: “Acorde! Isso não pode continuar assim! Você causa danos a si mesmo”. Neste caso, um desastre é um remédio, embora amargo. Da mesma forma, uma criança pode ser tratada de forma dura para mantê-la longe de problemas.

Eis porque a tempestade deve ser vista, por um lado, como um aviso e, por outro lado, como uma situação que pode nos ajudar a fazer um cálculo correto e seguir em frente.

Então, isso é ótimo! Devemos dizer “Obrigado!”.

A abordagem é simples: tudo o que aconteceu antes tinha que acontecer. Não olhamos para trás. “Se” não conta. Agora, manifesta-se um golpe; portanto, temos que continuar a fazer o cálculo, o cálculo sobre como corrigir os desejos corruptos, a propriedade de julgamento.

Note que quando isso acontece: uma semana antes da eleição presidencial. Então vamos ver o que acontece: Sandy ajudará a reavaliação do que está acontecendo? Se não, veremos piores furacões, graves catástrofes. Depende dos eventos da próxima semana como os EUA vão sobreviver ao inverno.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 31/10/12, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”

Subir Mas Não Escapar

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que a força negativa no mundo é revelada de forma tão clara e não proporcional à força positiva que despertamos? Ou talvez nós não despertemos nada? 

Resposta: A força negativa desperta assim que você pede a força positiva que está em oposição a ela. E não a fim de anular o golpe, mas para transformar o golpe em algo benéfico. É como se você pedisse ao pai para ensiná-lo a pensar, não para parar o processo desagradável, mas para transformá-lo em 100% benéfico. Você realmente deseja adquirir uma nova mente e melhorar seus próprios atributos. Você não se identifica com seu ego, que recebe o golpe, mas pelo contrário, você sai dele e admite: “o ego merece esse golpe, mas deixe que seja para seu benefício, deixe-o mudá-lo”. 

Assim, em vez de amargura e dor, de repente você sente doçura. Além de vir como um “golpe”, a força negativa ajuda você a romper seu desejo de receber, a elevar-se acima dele e determinar para si mesmo, que é especificamente desta forma que isso traz benefícios. Caso contrário, você não seria capaz de desprender-se do ego. 

Desta forma, o nosso trabalho reside em pedir força para nos elevarmos acima do desejo, não porque não queremos sentir os seus golpes, mas porque queremos nos identificar com o Criador. Nós queremos discernir o mal dentro do desejo de receber, sentir o golpe nele, não para aderir a ele, mas para nos elevar acima dele, para o desejo de doar. E, novamente, não porque vamos sentir paz e calma lá, mas para que possamos realizar um ato de doação. 

Aqui se esconde um esclarecimento muito delicado e fundamental, um esclarecimento que revela a condição da Machsom (barreira). Nós estamos nos aproximando dela… 

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/10/12, O Zohar

Um Dilúvio De Água No Trabalho

Dr. Michael LaitmanDo artigo do Rabash “O que é um Dilúvio de Água no Trabalho”: No Zohar, Noé comenta as palavras “e eu estou trazendo um dilúvio de água na terra”… nós sabemos que quando uma pessoa começa a trabalhar a fim de doar, o corpo reivindica, “O que você quer com esse trabalho?”. Qual é o sentido em não querer trabalhar para seu próprio bem; afinal, você deve se preocupar em curtir a vida e doar significa que você não trabalha para seu próprio bem. Por isso, é contra a nossa natureza e isso é chamado de “uma reivindicação de que”. 

Mas há outra exigência, quando o corpo objeta o trabalho do Criador, quando a pessoa diz ao corpo que temos que acreditar no Criador, que Ele cuida e conduz o mundo como o bom e o benevolente. Então, o corpo chega até a pessoa com a reivindicação do Faraó que diz: “Quem é o Senhor que devo escutá-Lo?”, o que significa que é difícil para ele acreditar no Criador. Isso significa que ele diz que pode trabalhar em benefício do Criador, mas somente se sentir a grandeza do Criador é que ele entende que vale a pena trabalhar para Ele.

Esta duas perguntas: “Quem?” e “O quê?” têm que aparecer diante de cada pessoa no seu caminho espiritual e ser revelada em sua plenitude. A pessoa deve saber como lidar com elas e entendê-las profundamente. Estas são questões fundamentais que resultam do grande esforço investido no grupo, no estudo e nos grandes esforços para avançar à meta. 

Como resultado, as perguntas “Quem?” e “O quê?” são reveladas à pessoa e são estas perguntas que a equilibram e estabilizam, e a ajudam a esclarecer os poderes que ela precisa para construir seu vaso espiritual. 

Este vaso foi construído em duas linhas opostas em cada uma de suas partes, acima do qual a pessoa constrói a linha média; acima de todos os atributos e discernimentos ela tem que determinar um discernimento comum chamado linha média. 

Portanto, primeiro ela tem que esclarecer as duas perguntas – “quem (Mi)?” e “O quê (Ma)?” – o que significa com a água (ma-im) do dilúvio. Rabash escreve: “E se a pessoa está feliz com estas duas perguntas, que agora ela tem um lugar para trabalhar acima da razão, verifica-se que ela é salva do dilúvio de água”. 

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/10/12, Escritos do Rabash

Americanos Escolhendo Seu Destino

Dr. Michael LaitmanPergunta: “Caro Rav, fiquei surpreso ao ouvir dizer que Romney é o anjo bom e Presidente Obama é o anjo mau, embora você tenha dito que na Cabalá está escrito que ‘os corações dos governantes estão nas mãos do Criador'”.

“Eu sou um cidadão canadense residente nos Estados Unidos e um dos seus alunos desde julho de 2009. Todo dia, eu ouço as lições diárias on-line e sigo o seu conselho sobre união e frequentar as Convenções”. 

Resposta: Sem dúvida, os corações dos governantes estão nas mãos do Criador, mas eles são como anjos, forças inanimadas que são gerenciadas dependendo de como a administração é implantada, através do anjo do bem ou do mal. Os governantes não elegem nem mudam nada, mas o povo os elege, e, desta forma, escolhe seu próprio destino.

Há Sempre Um Critério Para O Avanço

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos nos certificar de que estamos firmemente apoiando nossos amigos com nossas intenções? 

Resposta: Devemos constantemente verificar nossa atitude para com o grupo. Não há nada mais que eu possa verificar. O curso correto sem desvio, o ritmo do avanço — todos são medidos com relação à minha atitude para com os amigos. 

Eu não tenho que verificar e examinar milhares de parâmetros e discernimentos, enlouquecendo entre vários medidores e mostradores como num cockpit, onde os olhos devem seguir um monte de instrumentos. Somente com o tempo é que um piloto treinado capta a imagem completa e reconhece um problema. É por esse motivo que os indicadores dos pilotos são analógicos com flechas que apontam e eles não recebem monitores digitais. 

Na espiritualidade é diferente. Lá, apesar os vários discernimentos que agem em você, você tem que trazê-los para a mesma escala, para um critério: para o ambiente. Eu alcanço uma adesão cada dia mais forte com o grupo, até chegar à implantação da adesão, e atinjo o próximo nível e construo a mim mesmo. 

Eu me uno várias vezes ao grupo e entro nele como na arca de Noé. Eu tento me colocar sob a influência dos amigos tão fortemente quanto posso. Ao mesmo tempo, eu posso criticá-los, mas só se isso aumentar a minha devoção a eles. Assim, primeiro eu tenho que determinar o ponto de adesão, como uma gota de sêmen no útero da mãe. 

Em seguida, quando o contato é estabelecido, a “carne” é criada em torno da gota de sêmen, porque o desejo egoísta é constantemente adicionado. Há problemas, críticas e confusões internas, mas eu só me permito abrir essa “caixa de Pandora” se estiver no controle da situação e usá-la para chegar à adesão. 

Assim, o embrião espiritual cresce, ao permitir que todos os seus desejos participem da adesão, acima dos próprios desejos, acima da razão, e em contraste com seus desejos. Por um lado, os desejos estão queimando internamente, opondo-se à anulação, e por outro lado, ele exige esta autoanulação, a adesão.

De acordo com seus poderes, ele equilibra esses dois estados extremos na linha do meio e isso proporciona o crescimento do “corpo”. Isto é porque o “corpo” já é, basicamente, um resultado, uma linha média, Tifferet

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/10/12, O Zohar

Uma Verificação Para A Devoção Altruísta

Dr. Michael LaitmanA grandeza do Criador é um assunto muito complicado. É claro que não podemos nos mover sem sentir Sua grandeza, mas não queremos que ela seja como em nosso mundo, quando faz parte de nossa natureza respeitar uma pessoa importante. 

A importância depende do ambiente. Se as pessoas ao meu redor respeitam alguém, eu também respeito. Mas se as pessoas ao meu redor desrespeitam alguém, eu, sem dúvida, também desrespeito. Isso depende apenas da sociedade que me impressiona. Eu decido de acordo com a opinião da sociedade quem é importante e quem não é. 

Naturalmente, eu estou sempre pronto para servir a uma pessoa importante. Só depende de quão importante ela é aos meus olhos, se concordo em carregar sua mala, que pesa 10 kg ou 100 kg, trabalhar para ela por um dia ou por uma vida inteira. Mas estes são motivos puramente egoístas. Se o Criador nos revelar sua grandeza, nós trabalharemos de bom grado para Ele, tal como para uma pessoa muito importante, por causa do desejo egoísta. Não seria a fé acima da razão nem a intenção a fim de doar, mas o ego ordinário, uma vez que vou trabalhar pelo prazer que recebo de pertencer a uma grande personalidade. 

É um prazer servir uma grande pessoa; esta é a nossa natureza. Nesse caso, nossa máquina funciona com combustível normal e não executa qualquer trabalho espiritual. Isto é porque o trabalho espiritual está acima de qualquer pagamento que o desejo obtenha como compensação. 

Portanto, o Criador não pode nos revelar Sua grandeza se Lhe pedirmos isso, colocando a grandeza do Criador como condição para o nosso trabalho. Porque daí iríamos obter a mesma situação como em nosso mundo. Eu subestimei alguém e o desrespeitei e, de repente, a sociedade me diz: “Você não sabia que grande homem ele é? Como ele é inteligente, rico e influente?”. Então, eu imediatamente começaria a respeitá-lo e estaria pronto para servi-lo. 

O Criador está oculto e não revela Sua grandeza para nós, a menos que nós, com a ajuda do grupo, do professor e do estudo, nos preparamos para verdadeiramente desejar a doação, e somente se precisarmos da força do Criador, de Sua grandeza, para alcançar a doação, nós a recebemos. 

Isto significa que a doação deve estar em primeiro lugar, e apenas “em prol da doação” devemos querer sentir a grandeza do Criador. Apenas neste caso nós iremos revelar a grandeza do Criador, com base no que é importante para nós, a importância da doação. 

A pessoa precisa preparar uma deficiência muito especial chamada três linhas. Vamos descobrir mais sobre este ponto muito importante, mas é bom que nos aproximemos dele. É uma condição muito sutil, mas fundamental, saber separar onde os motivos egoístas estão escondidos e onde está a verdadeira doação com relação à grandeza do Criador. 

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 30/10/12

Forçado Pela Vara Ou Pela Escolha?

Dr. Michael LaitmanDiz-se que o Criador criou a inclinação ao mal, mas, na verdade, a questão é que eu mesmo tenho que descobrir a minha inclinação, descobrir que meu desejo inicial é mau e oposto ao Criador.

Isso não é tão fácil. Mesmo que o Criador dê e eu receba, o que há de tão ruim nisso? A questão não é o desejo; ele permanece o mesmo, nem bom nem mau. Eu mesmo determino o mal ao alcançá-lo. 

A pessoa alcança a entrega da Torá quando precisa de correção, quando descobre dentro de seu desejo uma intenção má: para si mesma e contra os outros, o que significa contra outras pessoas e contra o Criador. Isso é o que ela chama de mal. Isso requer uma preparação séria para sentir tal vergonha quando você sente “Eu prefiro morrer a viver”. 

Nós imaginamos a entrega da Torá como uma necessidade tão convincente como a montanha de ódio pairando sobre nós e que nos deixa sem escolha. Mas a pessoa tem que sentir a necessidade, já que não há nenhuma coerção na espiritualidade. Então, como esse problema pode ser resolvido? Por um lado, o Criador “me empurra contra a parede”, e por outro lado, eu preciso sentir a deficiência. 

Na verdade, o que o Criador dita é apenas uma condição e se eu a cumprir, recebo a Torá, o que significa o método de correção, mas eu mesmo tenho que estabilizar esta condição e concordar com ela: “Se eu não aceitá-la, eu prefiro morrer a viver”. Esta é a preparação necessária para uma pessoa. 

Da 4ª Parte da Lição Diária de Cabalá 28/10/12, Matan Torá (A Entrega da Torá)