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O Ego Tende A Proteger “Seu Território”

Dr. Michael LaitmanNão devemos ter medo de suspender alguém, ou até mesmo de tirá-lo totalmente do nosso círculo do grupo mundial, se esse amigo se recusa a seguir nossos princípios e possui opiniões que são diferentes das determinadas pelos Cabalistas.

Cabalistas são pessoas que já estão nos níveis espirituais e que nos puxam em sua direção desde lá. São eles que nós queremos seguir e não qualquer pessoa viva neste mundo que persegue algumas metas próprias e cujo ego está ardendo dentro dela empurrando-a em direção a essas metas.

É muito importante lembrar disso. Na verdade, isso é típico de todos e a única diferença é a questão do grau, mas há muitas pessoas onde o ego desenfreado está ardendo tão forte que as empurra para determinar um novo rumo que elas acham adequado. Se elas não conseguirem se conter, o grupo deve fazê-lo.

Nós podemos encontrar tais pessoas entre aquelas que lidam ativamente com disseminação. Elas estão ardendo de paixão para fazer tudo como bem entenderem e não deixam que os outros participem dos trabalhos, mantendo-os afastados e protegendo “seu território”.

Nós devemos perceber tais tendências como destrutivas ao nosso trabalho. Por um lado, a pessoa deve ser livre para trabalhar e progredir com sucesso. Mas, por outro lado, se ela aspira a fazer esse trabalho sozinha, sem atrair outros a si, sem dar-lhes igualdade de oportunidades ao seu lado no mesmo território, isso gradualmente começará a ter um efeito destrutivo tanto sobre ela quanto sobre os outros.

Nós devemos constantemente verificar se há igualdade entre nós e abertura em nossas relações mútuas, de modo que não haverá casos de alguém que tenta manter determinado território para si, determinado nicho, uma direção na qual será intocável. Tudo deve ser aberto a todos e a pessoa deve ficar especialmente feliz quando se dissolve entre os outros por toda a parte, em cada trabalho, em cada meta e sucesso.

Se isso não acontecer, no final essa pessoa causará um grande dano ao grupo, embora por um tempo possa parecer que está fazendo um bom trabalho. Nós devemos ter muito cuidado com ela.

Se a pessoa não consegue trabalhar realmente subjugando-se e apenas finge modéstia, como num teatro, ela causará danos terríveis. Assim, nós devemos ser muito cuidadosos com essa pessoa.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/10/12, “Conversa Sobre o Grupo”

O Boomerangue Sempre Volta Para Você

Dr. Michael LaitmanEm todos os grupos às vezes há problemas, e há pessoas que não concordam com o que está acontecendo e acreditam que têm que avançar de forma diferente. Há aquelas que agem dessa forma simplesmente porque é sua natureza serem altruístas ou filósofas. Não tem nada a ver com o caminho da correção e elas não têm nenhum ponto no coração. Elas chegam e começam a decidir como as coisas devem ser executadas e acham que tudo deve ser feito de forma oposta, porque, naturalmente, é contra a sua natureza egoísta.

Há diversos casos em que a pessoa às vezes age desta forma porque gosta de ser dominadora e não consegue se conter, até que ela adquire algum conhecimento e entende o método. Isso leva anos, às vezes 15-20 anos, e até lá a pessoa não é capaz de dar o “meio Shekel” que deveria, a sua metade do trabalho, de modo que o Criador vai completar a outra metade, mas acha que pode mudar sua vida sozinha.

É o orgulho tolo, mas nós geralmente não o percebemos com nossos sentidos corporais, já que uma pessoa neste mundo faz tudo de acordo com seus sentimentos e mente corporal. Mas se ela começa a se aproximar do trabalho espiritual com esses sentimentos e mente, é uma abordagem totalmente ingênua e infantil. Ela tenta trabalhar com sistemas que são opostos ao seu, dos quais ela está totalmente desligada e nem sequer sabe de que forma é oposta a eles.

Se ao mesmo tempo ela também começa a se sentir orgulhosa, ela infelizmente provoca prejuízos não só para si, mas também para os outros. No final, isso volta até ela como um bumerangue e a atinge seja nesta vida, se ela ainda estiver viva, ou na próxima vida.

A pessoa deve levar em conta que todo o mal que ela causa ao ambiente será muitas vezes maior e vai voltar a ela! Assim, o grupo tem que se precaver de tais pessoas quando os desvios aparecem. Isso geralmente acontece se o grupo não tem uma liderança forte ou se, por razões diferentes, não quer compartilhar informações com outros grupos. Então, os outros grupos não sabem o que está acontecendo naquele determinado grupo e não podem ajudá-lo e apoiá-lo.

Essas pessoas têm um ego forte e sendo tolas assumem que sabem e entendem o que deve ser feito e fazem um buraco no barco geral, pondo assim em risco todo o grupo. Isso pode levar a grandes problemas no avanço do grupo.

Assim, todos os grupos devem compartilhar abertamente entre si o que acontece em cada grupo. Tudo deve ser conhecido, como numa família, num só corpo. Nós devemos nos organizar e estabelecer um comitê que vai executar a liderança ideológica de todos os grupos como um único grupo. O comitê deve estar acima de todos os grupos locais e deve sempre saber o que está acontecendo em cada grupo e ser capaz de decidir o que e como as coisas devem ser feitas em cada grupo de acordo com nossos critérios e princípios.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/10/12, “Conversa Sobre o Grupo”

A Missão De Uma Pessoa É Superar Tudo

Dr. Michael LaitmanDo artigo do Rabash, “O que é a Metade de um Shekel na Obra”: Há dois fatores que fazem uma pessoa escapar do trabalho, mesmo quando ela começa o trabalho a fim de se aderir ao Criador, pois depois que ela começa a seguir o caminho da verdade, sua baixeza lhe é revelada de Cima, o que significa que quanto mais ela supera, mais ela recebe o endurecimento do coração de Cima, de modo que não haverá espaço para a Luz da Torá, chamada letras, que a ajuda a se corrigir, ser revelada.

Isto significa que não existe Luz sem vaso, e ao endurecer o coração, a deficiência é revelada ao máximo. E o Criador sabe quando é ao máximo e quando o vaso está completo. Portanto, às vezes a pessoa escapa do trabalho, quando vê que já orou o suficiente como ela o percebe, e o Criador não dá atenção a ela. Ela diz “e o pobre não vai se rebaixar”, que significa que a pessoa não deve se rebaixar e dizer que o Criador não pode ajudar uma pessoa humilde como ela. Ela diz que “o Senhor é sublime e Ele vai ver os humildes”.

Às vezes a pessoa abandona o trabalho porque sabe que é rica, o que significa que tem um monte de Torá, um monte de boas ações, e sabe que está acima dos outros. Então, quando ela pede ao Criador para ajudá-la a fazer tudo a fim de doar, por que o Criador não se volta a ela? Ele sabe que ela já orou tanto por isso, de modo que ela diz que o Criador não quer responder-lhe e assim ela foge, mas “a pessoa deve sempre superar”.

“A pessoa deve sempre superar” significa que, em todas as direções, em todos os sentidos, ela tem que manter a linha reta que deve seguir para atingir a meta.

Esta linha é como uma rota que está limitada em ambos os lados. De um lado pelo seu ego, onde há o sentimento de auto-humildade, sua auto-submissão. No outro lado, há a sua adesão ao grupo, na fé acima da razão, acima de sua pequena mente animal, que não a deixa ver o próximo estado, o nível superior. Assim a pessoa avança.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/10/12, “Conversa Sobre o Grupo”

A Coisa Mais Difícil É Pedir Ajuda

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Matan Torah (A Entrega da Torá)”: …nós temos que entender que o resto das 612 Mitzvot (mandamentos) da Torá, com todas as suas interpretações, não são mais nem menos do que a soma dos detalhes inseridos e contidos nessa única Mitzva (singular de Mitzvot ), “ama ao próximo (amigo) como a ti mesmo”.

Há 613 “mandamentos”, ou seja, 613 ações que levam à correção. Nós devemos alterar as intenções que estão associadas ao desejo de receber, de egoístas (em prol da recepção) para altruístas (em prol da doação). Ao fazê-lo, isso significa que “cumprimos um mandamento”.

O número de mandamentos é definido pela quantidade de desejos de receber individuais que o vaso da alma engloba. Ele está dividido em duas partes:

Superior: Galgalta Eynaim (G’E), 248 desejos

Inferior: AHP, 365 desejos

A intenção de receber é chamada de “inclinação ao mal”, e a intenção de doar é chamada de “inclinação ao bem”. A ação em si continua a mesma. Nós só conseguimos fazer a distinção entre ações boas ou más pelas intenções que estão por trás delas. Assim, o processo de correção é, de fato, uma mudança de intenção. Se for autodirigida, é considerada inclinação ao mal, se estiver focada no próximo, então é inclinação ao bem.

No final, nós temos que corrigir 248 e 365 desejos; todos juntos, eles compreendem 613. No entanto, nós corrigimos apenas 612 desejos, já que o último mandamento (aquele do amor) continua “problemático”. Como dizem os Cabalistas, ao aperfeiçoar 612 desejos, vamos alcançar o amor. Em outras palavras, do amor ao próximo chegamos a amar o Criador.

The Most Difficult Thing Is To Ask For Help

Em todo o sistema, há uma parte especial dos desejos naturalmente interligada ao resto dos desejos do grupo que deve se corrigir. Eu não estou lá no início. Mas assim que eu começo a trabalhar com o grupo, com os amigos, querendo me conectar com eles, ao fazê-lo eu descubro que na minha natureza tudo é contra isso: “Eu não posso, não sou capaz, não quero, não vou fazer isso”. Isto é o que significa a inclinação ao mal, a qual não quero me unir, e isso me impede.

Então, eu chamo isso de meu “inimigo” e exijo a correção dos amigos que estão perto, longe, em qualquer lugar. Eu descubro onde está a correção, como realizá-la, como superar a minha inclinação. E faço isso até sentir a necessidade de voltar ao Criador.

Isso não vai acontecer imediatamente. Eu posso gritar agora, mas depois o desejo egoísta cresce, e o pensamento do Criador se torna insuportável. Eu O odeio, estou pronto para destruí-Lo, qualquer coisa exceto me voltar a Ele. Eu acho que sou obrigado a fazer o impossível, como se em vez de destruir o inimigo, eu tenho que amá-lo e ajudá-lo. Isso é muito difícil. Então, sentindo-me desesperado, desejando alcançar a doação apesar de tudo, eu me volto ao Criador.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/10/12, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”

Um Acordo Com O Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você diz que não temos unidade em nossas intenções durante a leitura do Livro do Zohar, o que isso significa?

Resposta: Nós lidamos com correções, e a correção é feita pela força que nos criou; essa força é chamada de Luz que Reforma. Ela criou, quebrou e corrompeu tudo de propósito, para que dessas corrupções especiais nós encontrássemos a nós mesmos e tivéssemos a capacidade de compreender e de atingir a plenitude.

Mas, a fim de conseguir subir a partir da nossa corrupção, nós precisamos que a força opere em nós. Esta força só vem se primeiro quisermos ser corrigidos, se sentirmos uma deficiência nesta ação. Em seguida, ela opera em perfeita conformidade com a nossa deficiência, em quantidade e em qualidade.

Isto significa que nós temos que saber com antecedência quais correções esta força vai executar. Mas nós não sabemos quais correções são necessárias. Portanto, como podemos atrai-la? É por isso que nos é dado um tipo de jogo em nosso estado em que jogamos a conexão e a unidade e nos aproximamos um do outro em discussões, como se fossemos corrigidos, como se quiséssemos ser corrigidos, como se quiséssemos nos conectar, etc.

Se nós somos atraídos a isso durante o jogo, já que nada mais é exigido de nós, se realizamos isso, ao menos em alguma conexão com a correção, a Luz opera e nos influencia. Há uma espécie de acordo: eu faço isso “como se” e você faz “de verdade”. O inferior precisa clamar, e o superior, em resposta a esses protestos, traz a correção. Esta é a ordem dos níveis em cada nível.

Portanto, se este for o caso, o que devemos fazer? Todas as nossas orações devem ser apenas para a conexão entre nós, uma vez que esta é a correção da quebra. A conexão que tento alcançar é para isto, de modo que saberei que não posso fazer isso e que preciso da força superior para fazê-lo.

Portanto, por um lado, eu sou atraído à conexão, e por outro lado, eu sei que não posso realizá-la sem a Luz superior. Então a Luz vem e faz o trabalho. Esta é toda a ação.

Isto significa que a preparação para a recepção da Torá é a deficiência para a ação de correção. A própria Torá é o método de conexão, e a Luz superior é a força que me leva à conexão. Não há nada além disso.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/10/12, O Zohar

Todos, Todos, Todos…

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por quatro dias seguidos, nós realizamos workshops com diferentes grupos de pessoas. Mas a coisa mais interessante é que a intensidade de nosso trabalho numa única respiração uniu todo o nosso grupo. Eu não sei das pessoas pelas quais realizamos os workshops, mas nós mudamos drasticamente durante o curso desses acontecimentos.

Resposta: Eu vou te dizer que me vejo mudando dependendo de como o grupo está mudando. Afinal, eu não atravesso estas ações porque tive um método diferente, mais individual de atingir o mundo superior, que tem sido usado pelos Cabalistas por milhares de anos. Aqui, quando o grupo está experimentando uma unificação prática e eu estou à margem, participando pelo menos um pouco, eu sinto como o trabalho é bom e produtivo.

É por isso que eu entendo você e aconselho a todos que estão nos ouvindo hoje para tentar da maneira que for possível participar de nossos workshops.

Da Lição Virtual 21/10/12

Apegar-se Ao Criador Sem Se Dissolver Nele

Dr. Michael LaitmanO Criador é a lei universal e mais geral da natureza. Ele é chamado de “O Bom que faz o bem”.

A lei da natureza é composta de várias partes: os níveis inanimado, vegetal, animal e falante. Em geral, trata-se de desejos de receber que o Criador se esforça em satisfazer. Ele quer que eles sintam seu melhor absoluto.

O que pode satisfazê-los? Nada menos do que o estado em que o próprio Criador está. Qualquer coisa menos do que isso não pode ser considerado “o Bem que faz o bem”, já que isso significa que algo está faltando.

Portanto, o objetivo da criação não é “derreter-se” ou dissolver-se no Criador. Pelo contrário: a criação tem que preservar a sua identidade e ao mesmo tempo se tornar semelhante ao Criador.

A benevolência final que a criação pode obter: “Ótimo! Você me deu o melhor que podia; agora, eu não cedo nada a Você, nem na forma, na maneira como me expresso, no modo de operação, nem nos estados que atravesso”. Este é o estado que devemos alcançar.

É possível para a criação perceber a perfeição apenas se ela permanece sendo a criação, ou seja, algo que é oposto ao criador. Ao mesmo tempo, a criação deve se tornar semelhante a Ele sem perder sua “autonomia”.

Para isso, a criação tem que experimentar um estado que é oposto ao Criador; ela tem que se agarrar a este estado, ou seja, manter internamente a inclinação ao mal, mantendo desejos contrários, e construir uma atitude benevolente acima deles. Só se a criação consegue “manter” os dois polos é que ela permanece como criação; mas, ao mesmo tempo, torna-se semelhante ao Criador.

Este processo tem que ser aplicado no grupo, isto é, numa pequena parte dos desejos que pertencem ao nível falante, que é chamado de “Israel”. É o grupo que tem que iniciar o processo, passar pelas falhas e fazer as correções. Após o término deste trabalho, o grupo tem que transferir os resultados do seu trabalho a toda a humanidade; por sua vez, através da autocorreção, o nível humano finalmente modificará os níveis animal, vegetal e inanimado. Esta é a sequência de eventos a ser seguida.

Clinging To The Creator Without Dissolving In Him

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 21/10/12, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”

A Percepção Que Leva À Uma Viagem Segura

Dr. Michael LaitmanO caminho do sofrimento não significa que receberemos um único golpe. Nós temos que aprender a lição e, no final, nos transformar em seres humanos inteligentes. Nós temos que deixar de ser pequenos animais egoístas que se esforçam em compreender tudo à sua volta para seu próprio bem à custa dos outros. Nós estamos agindo desta forma inconscientemente. Devemos aprender a agir de forma diferente e considerar todas as pessoas ao nosso redor como um parente e amigo próximo. Isso acabará por causar o “efeito borboleta” em sua forma absoluta entre nós.

Isso virá junto com a nossa consciência da integralidade da natureza. Nossa percepção da natureza irá se aprofundar. Sentiremos as camadas superiores da natureza; assim, vamos perceber que a natureza é eterna e que podemos ir além dela, para além do tempo e do espaço, como os físicos já estão dizendo. Então, nós nos tornamos observadores que sentem a verdadeira natureza e sobem para o nível de suas forças; vivemos neste nível e não na forma de nosso temporário corpo terreno.

Nós temos que partilhar estas coisas com toda a humanidade de uma forma gradual e lenta, caso contrário, as pessoas não vão nos considerar como normais, uma vez que isso não se adapta à sua imagem comumente aceita da realidade; tudo o que está além de seu alcance normal, não existe, é irreal para elas. Portanto, devemos ter muito cuidado em nossa explicação para onde estamos indo.

Mas os físicos falam sobre isso abertamente agora. Eles podem, uma vez que são físicos. Suas conclusões são baseadas nas descobertas que fizeram. Não é mais uma teoria para eles; é uma realidade, pois eles têm observado isso em seus experimentos desde Hugh Everett, no meio do século passado, e mesmo antes.

De KabTV “Construindo um Ambiente Social”, 25/09/12