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Mudanças Internas: Faixa De Alta Freqüência

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como nós cumprimos a regra, “Ama o teu amigo como a ti mesmo”?

Resposta: É quando eu deixo de sentir a diferença entre eu e o amigo. Esta é a primeira regra, a qual nós temos que acrescentar o temor e a fé.

Uma mãe, por exemplo, tem um amor instintivo para com seu filho. Isso é suficiente? Não. O amor age nela e se expressa no cuidado pela criança e em constantemente se preocupar com ela.

Assim, o amor não é suficiente, deve haver também o temor, a preocupação com a pessoa amada, e a incorporação com ela, preocupando-se com seus desejos e uma verdadeira preocupação com sua satisfação. Portanto, quando eu sinto temor, eu expresso o meu amor e esta expressão é chamada de “fé”.

O amor é a atitude correta em relação aos outros, mas a meta da criação não é apenas isso.

Nós nos incorporamos com os outros, os preenchemos e criamos um vaso. E do amor ao próximo alcançamos o amor pelo Criador.

Pergunta: Como pode o amor ao próximo nos dar força e fornecer a energia que precisamos? Como pode uma pessoa que está submersa no amor-próprio sentir os desejos dos outros?

Resposta: Com a ajuda da Luz que Corrige. É claro que somente com ela.

Pergunta: Será que isso significa que temos que criar constantemente um desejo que almeje essa direção, para que a Luz no reforme?

Resposta: Sim. Nosso trabalho reside apenas em criar a deficiência pelo amor, pelo respeito mútuo, pela incorporação, querer estar dentro do outro e assumir o seu desejo em vez do meu.

Nesses tipos de ações você evoca a Luz sobre si mesmo.

Primeiro você tem que saber como pode se assemelhar à Luz, à sua natureza. Ela é única, infinita e simples; ela doa e quer fazer o bem a todos. Se você conseguir adquirir esta inclinação de alguma forma, na medida em que você fizer isso, você vai se aproximar da Luz e ela agirá em você. A Luz não muda, mas por sua atração a ela, você aumenta o seu impacto: tanto em sua inclinação ao mal quanto sobre a inclinação ao bem.

Nas leis deste mundo, ela é refletida pelo facto de que a influência do campo geral é inversamente proporcional ao quadrado da distância. Então, se você diminuir a distância pela metade, a Luz age em você quatro vezes mais forte.

Pergunta: Nós atraímos a Luz durante o estudo. Então, o que eu tenho que fazer durante o dia? Como devo trabalhar com os amigos para construir o desejo certo para a próxima lição?

Resposta: Durante o dia você também atrai a Luz, porque você ainda está em contato com a coisa mais importante. Além disso, você está conectado ao grupo mundial que nunca cessa seus esforços. Por exemplo, existem amigos da Austrália ou da América do Sul que estudam com a gente que estão recebendo a mesma mensagem. Nós somos um vaso e não se trata apenas do seu estudo individual. Claro, você ataria mais Luz durante a lição, mas no geral, nós trabalhamos 24 horas por dia em todo o mundo.

Pergunta: Como podemos atrair a Luz de forma mais eficiente? O que deve fazer cada amigo, não importa onde ele esteja?

Resposta: Nós devemos querer nos corrigir através do amor pelos amigos, nos unir a eles, e, assim, criar um lugar para a revelação do Criador. Com isso, nós Lhe damos grande contentamento; com isso, todo o nosso prazer é o prazer que Ele quer trazer a Suas criaturas.

Pergunta: Nós podemos verificar nossos esforços e obter uma resposta do sistema geral?

Resposta: Se cada um se esforçar, vai começar a sentir mudanças internas diárias, enquanto que agora experimenta algo novo uma ou duas vezes por mês. Mais tarde, as mudanças vão se tornar uma interminável cadeia: entrada – saída, entrada – saída, em poucos segundos.

Naturalmente, sua atitude também vai mudar e você terá um caminho estável e será capaz de resolver as subidas e descidas ao longo de duas linhas, avaliando-as a partir da linha média.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/10/12, Escritos do Rabash

Um Radar Para A Luz Superior

Dr. Michael LaitmanPergunta: Você falou sobre o fato de que estamos constantemente sendo despertados de Cima, mas nós não sentimos isso porque não temos equivalência de forma. O que acontece Acima quando lemos O Livro do Zohar? Nós somos despertados mais fortemente ou nos tornamos mais sensíveis?

Resposta: Se você só lê O Livro do Zohar nada acontece. Você pode lê-lo ou não. Tudo depende de sua intenção. Se a sua intenção evoca uma equivalência de forma, então, conforme você é igual ao nível superior, você é impressionado por ele. Mas se você não está disposto a ser equivalente em forma, se você não abordá-lo, ele não ilumina você.

O nível superior é em um estado fixo e é chamado de Hafetz Hesed (que não quer nada para si). Você pode evocá-lo de modo que ele lhe impressionará se você se esforçar e aumentar o seu desejo. Então, ele ilumina você. Não significa que ele ilumina especialmente para você, mas você é impressionado por ele de acordo com seus vasos, seus desejos renovados.

Mas onde você pode obter novos vasos e desejos? Se você estiver conectado a outros amigos, então entre vocês, vocês criam o vaso espiritual. Nenhum de nós é um vaso que pode absorver a Luz. Deve haver, pelo menos, várias pessoas que queiram se conectar, a fim de anular-se perante as demais, e que isso já significa tornar-se igual ao superior. De acordo com certa equivalência de forma, elas podem sentir uma iluminação mais potente do superior entre elas.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/10/12, O Zohar

Superar O Sentimento De Vazio

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu tenho uma amiga que cresceu no Cáucaso, onde há uma tradição de conexões familiares muito calorosas. Ela foi para Moscou e construiu uma carreira, mas perdeu completamente a conexão com a sua família e não é capaz de restabelecer as relações anteriores. Vale a pena para uma pessoa, que se baseia nos princípios da educação integral, construir ambientes integrais em torno dela: para atrair a família, parentes e amigos? Ou é possível estar satisfeito com estranhos, mas que estão corretamente estruturados?

Resposta: Eu acho que a pessoa precisa introduzir a educação integral em casa, na família. Será que ela precisa atuar igualmente de forma mútua com o resto dos parentes? É difícil dizer, já que as relações com parentes variam, e é impossível dar um conselho definitivo aqui.

Há pessoas que se conectam com os parentes uma vez por ano, até mesmo virtualmente, por telefone. E há aquelas que se encontram apenas em casamentos ou funerais. Todo mundo é completamente diferente.

Há familiares com parentesco próximo, como a sua amiga e, claro, em Moscou, ela não iria encontrar nada parecido. Você não pode trocar isso por nada.

Você precisa ajudá-la a livrar-se do vazio, da sensação de falta de atenção, preocupação, compreensão, e tudo mais. Mas o grande problema na Rússia está com as raízes do Cáucaso. Isso não é nada simples. É uma mentalidade completamente diferente.

Mas se ela encontrar um grupo que realmente tenha a tendência da ajuda mútua, do respeito mútuo, isso vai ajudá-la de muitas maneiras. Eu acho que, pelo menos, ela não vai sofrer. Ela será objeto de atenção para consigo e um tema de atenção.

De KabTV “Construindo um Ambiente Social” 24/09/12

Uma Centelha De Luz Num Mundo Virtual

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Shamati, Artigo 03: “A Questão da Realização Espiritual”: Uma vez que o desejo de receber é chamado de “criatura” e um “novo discernimento”, a declaração começa precisamente no local onde o desejo de receber começa a receber impressões. O discurso significa discernimentos, partes das impressões. Pois aqui já existe uma correlação entre a Luz e o desejo de receber.

Pergunta: O que é a Luz?

Resposta: Algo especial é evocado em você, um fenômeno excepcional, e você o chama de Luz. Quando ele vem, você sabe que é assim que você o chama.

No entanto, agora você não tem o vaso correto para sentir esse fenômeno. A menos que você adquira a realização espiritual, todos os seus desejos visam apenas seu benefício pessoal: “tudo para mim, para o meu próprio bem, para usar os outros, tudo para o meu próprio bem e contra os outros”. É mais ou menos assim que as coisas funcionam hoje, e, estando nestes desejos, você não consegue sentir o fenômeno da doação, o amor, a cooperação, a conexão e uma aspiração para fora: todas as coisas que são chamadas de “Luz”. Para você isso não é Luz, mas escuridão.

Às vezes fica escuro e ruim: você se sente impotente e não tem vontade de fazer nada; você não vê nenhuma luz no fim do túnel. Esta é a forma como os seus desejos lhe parecem, sem a iluminação normal em nosso mundo, sem a menor iluminação que irá iluminar a escuridão do vaso.

Afinal, em nossos parcos desejos apenas um brilho minúsculo pode mostrar e dar um pouco de vida e prazer. Esta centelha é tão pequena que pode penetrar até mesmo vasos egoístas de recepção. Eu vivo neles nos níveis inanimado, vegetal e animal da natureza; todo o nível humano (falante) está acima disso e eu não faço parte dele.

Nesse nível há desejos para receber e desejos para doar, que serão revelados em mim um diante do outro. A linha da esquerda é a inclinação ao mal, o verdadeiro ego que se revela na medida em que quero me conectar com os outros e faço isso. Então, eu atraio a Luz que Reforma e tento adquirir a força boa e trabalhar entre as duas inclinações na linha do meio, que se chama Adão (humano).

A Spark Of Light In A Virtual World

Nesse meio tempo, eu estou no nível animal, sob o domínio do meu pequeno ego, recebendo apenas a “vela fina” no vaso que é feito dos três primeiros níveis. Do ponto de vista espiritual, isso não é considerado vida ou uma existência. Assim, o nosso mundo é chamado de mundo virtual, como se ele existisse abaixo do nível da consciência.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/10/12, Shamati # 3

Os Homens Não Gostam De Sentir A Tristeza De Outra Pessoa

Dr. Michael LaitmanNas notícias (da Associação Americana de Psicologia): “Os homens gostam de saber quando a sua mulher ou namorada está feliz, enquanto as mulheres realmente querem que o homem em sua vida saiba quando elas estão chateadas, de acordo com um novo estudo publicado pela Associação Americana de Psicologia”…

“‘Pode ser que para as mulheres, ao ver que seu parceiro está chateado, isso reflita algum grau de investimento e envolvimento emocional do homem no relacionamento, mesmo durante tempos difíceis. Isto é consistente com o que se sabe sobre a insatisfação que as mulheres muitas vezes experimentam quando seu parceiro torna-se emocionalmente retraído e desligado em resposta ao conflito’, disse o principal autor do estudo, Shiri Cohen, PhD, da Harvard Medical School”…

“A satisfação do relacionamento foi diretamente relacionada à capacidade dos homens de ler corretamente as ‘emoções positivas do seu parceiro feminino. No entanto, ao contrário das expectativas dos pesquisadores, as mulheres que entenderam corretamente que seus parceiros estavam chateados durante o incidente em vídeo eram muito mais propensas a ficar satisfeitas com seu relacionamento do que se entendessem corretamente que o parceiro estava feliz. Além disso, quando os homens entendiam que a sua parceira estava com raiva ou chateada, as mulheres relatavam estar mais felizes, embora os homens não. Os autores sugerem que ser compreensivo com as emoções negativas do parceiro pode parecer ameaçador para a relação para os homens, mas não para as mulheres”.

“Os resultados mostram também que quanto mais os homens e mulheres tentam ser compreensivos com os sentimentos do seu parceiro, mais felizes eles são. Os autores sugerem que essa pesquisa deve encorajar os casais a apreciar melhor e comunicar os esforços um do outro para serem compreensivos”.

Meu comentário: É comprovado que a comparação entre os sexos é impossível. Eles não são nem opostos, ou seja, iguais e opostos; eles não estão em níveis comparativos. Isso ainda será descoberto pela ciência. Portanto, nós devemos tratá-los como entidades incomparáveis.

Juntando Os Estilhaços De Percepção

Dr. Michael LaitmanAtualmente, eu estou numa realidade fragmentada que é dividida em duas partes: o meu “eu” e o mundo exterior. Esta separação explica exatamente o que os Cabalistas queriam nos dizer: “Você tem uma chance de conectar estes dois elementos, internos e externos, numa única entidade. Você tem que fazê-lo; este é o programa da criação. Se você participar da reconexão deles, você vai perceber a realidade interna em que estava antes da quebra ter ocorrido”.

Os Cabalistas nos falam sobre o grupo, a disseminação e a importância de curvarmos nossas cabeças diante dos amigos. O grupo não é nada além da “externalidade” para nós, mas ele já está no nível humano (Adão). Aqueles que têm um ponto no coração, o desejo de se tornar semelhante ao Criador, pertencem a este nível. Assim, os Cabalistas nos dizem: “Na sua realidade, existem pessoas que são semelhantes a você e que também se esforçam em se unir. Elas são partes especiais selecionadas de sua alma. De uma forma ou de outra, tudo é parte de sua alma. Então, você deve usar essas partes, uma vez que elas são projetadas para ajudá-lo; elas vêm para conhecê-lo”.

A partir daí, eu começo a entender o que está escrito nos artigos que falam do grupo, da unidade, da necessidade de curvar a cabeça diante do grupo, e das relações entre amigos. Todos os itens acima descrevem a força auxiliar, que se desprende deste mundo, a que está separada de nossas outras partes que estão espalhadas por todo o Universo. Todo o Universo é apenas eu; é minha sensação atual. Mesmo as coisas que não posso sentir neste momento ainda estão comigo. Isso simplesmente significa que não ajuntei toda a gama de sensações dentro de mim, e que a minha percepção da realidade não é profunda o suficiente.

Portanto, no nível mais elevado (falante), há certas partes que realmente estão me ajudando, uma vez que abrangem a mesma aspiração que eu. Como resultado, se acontecer de eu me unir a elas, eu corrigirei todas as outras partes da minha alma.

Por onde eu começo? Eu começo com a parte mais sensível e desenvolvida, que está próxima a mim: a humanidade. Trata-se ainda da alma integrada da pessoa, que nós conduzimos à correção. Se a pessoa observa tudo por esse ângulo, se olha profundamente e percebe o que os Cabalistas escrevem, então ela começa a compreender melhor os seus textos, sua visão de mundo, e a forma como eles percebiam a realidade e todo o processo.

O principal é quebrar o “gelo” e “dissolver” a autopercepção comum e rotineira, bem como a forma como vemos o mundo. Nós devemos ter em mente que tudo o que existe é apenas o nosso “eu”, e que qualquer externalidade, na verdade, ainda está dentro de nós. Tudo é uma imagem que imaginamos num determinado ponto no tempo. No entanto, nós também recebemos a oportunidade de perceber e sentir que outra abordagem para esta questão também é possível. Em seu “Prefácio ao Livro do Zohar” (item 34), o Baal HaSulam escreve: … Mesmo que vejamos tudo como realmente estando diante de nós, cada pessoa racional sabe ao certo que tudo o que vemos é apenas dentro de nossos próprios cérebros. Assim são as almas: apesar delas verem todas as imagens no Doador, elas ainda não têm dúvida de que tudo isso é apenas em seu próprio interior, e de forma alguma no Doador.

Outra questão é qual nível de “senso comum” nós precisamos para isso? É claro que isso não é fácil e não está disponível para todos. No entanto, se conseguíssemos nos familiarizar com a opinião dos psicólogos e ‘físicos quânticos’, descobriríamos que sua compreensão da realidade é muito semelhante. Baal HaSulam respeitava muito a psicologia materialista, uma vez que ela é construída sobre o senso empírico comum: “A pessoa pode ser governada apenas pelo que vê”. Os psicólogos ainda estão parcialmente confusos com suas hipóteses, enquanto os físicos falam sobre essas coisas de forma muito séria: tudo está dentro da pessoa.

Portanto, nós temos que superar a diferença em nossa percepção. Se nos esforçarmos constantemente, não fisicamente, mas internamente, a fim de conectar essas duas partes (interna e externa), vamos extrair a Luz que Reforma e corrigir nossos vasos corrompidos. O vaso está danificado apenas dentro de nossa percepção, em nenhum outro lugar. Ela divide toda a imagem e mostra alguns dos meus vasos como estando fora, e a outra parte como dentro. Tudo isso é apenas em nossa percepção.

A fim de obter uma compreensão correta do que foi exposto, nós lemos os artigos e cartas escritas pelos Cabalistas. Se tentarmos compreendê-los a partir deste ponto de vista, eles não são o que nos parecem na abordagem psicológica comum. Eles revelam muito mais profundidade e clareza, e nós vamos sentir o que os Cabalistas tinham em mente. Porque eles vêem o mundo como uma entidade completa, unida; para eles, o mundo está concentrado no ponto de unidade que a pessoa tem que atingir. Eles não têm dúvida sobre a necessidade de se unir num grupo, nem por que a “gota de unidade” tem que ser o objetivo de todos.

Portanto, junto conosco agora, em partes selecionadas da humanidade, estão aqueles que aspiram a se unir. Se todos pensarmos nisso e desejarmos revelar a unidade, isso vai acontecer. Em princípio, bastam 10 pessoas, e nós somos muito mais.

E, novamente, a nossa unidade tem que ser construída sobre a base da igualdade. É dito: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo“. A Igualdade nos permitirá formar um centro de unidade, o ponto central de Malchut.

Da Convenção de União no Norte 20/09/12, Lição 2

A Prática Do Amor

Dr. Michael LaitmanEstabelecer as corretas relações mútuas no grupo é a coisa mais importante que precisamos implantar, uma vez que a sabedoria da Cabalá é uma sabedoria muito prática. Nós podemos usar outras sabedorias, mesmo sem compreendê-las. Por exemplo, eu me sento no carro e me é mostrado o que está ao meu redor, que botões apertar e sair. Isto é o que realmente acontece em tudo o que fazemos. Basta conhecer algumas coisas a fim de utilizar diferentes desenvolvimentos científicos. Às vezes, tudo que precisamos é de um pouco de conhecimento básico: por exemplo, entrar e se sentar no trem ou no ônibus irá levá-lo para o seu destino, embora você não tenha ideia de como isso é feito. Eu vou de um lugar para outro, como, bebo e participo de diferentes eventos sem conhecer a base técnica das coisas, assim como um bebê recém-nascido que é levado nos braços dos adultos ou empurrado num carrinho.

Na espiritualidade, no entanto, é diferente. Lá, eu só posso usar certas coisas se as conheço e compreendo. Eu não tenho controle sobre as coisas que ainda não alcancei ou descobri. Eu não posso simplesmente me sentar em algum “transporte espiritual” e ir para algum lugar. Não, eu tenho que saber quem eu sou, o que significa este “transporte”, como ele se move, como operá-lo, de onde para onde eu devo subir nele, como se parece o lugar onde comecei e qual é a natureza do meu destino final, etc. Eu tenho que saber o que está acontecendo, para estar no controle da situação e não apenas “pressionar os botões”. Só se eu realmente puder implantar isso de forma total, tendo dominado tudo, eu posso realizar um determinado ato espiritual. Caso contrário, eu simplesmente não existo no mundo espiritual.

Portanto, nós temos que imediatamente nos perguntar: que meio nos permite descobrir, conhecer e compreender a realidade espiritual e aprender a controlá-la? Os Cabalistas  explicam que tudo em nosso mundo está preparado para isso. Está totalmente pronto apenas para esta missão, para que a partir daqui eu aprenda a trabalhar com o mundo espiritual, viva nele, e o controle plenamente.

A partir deste mundo eu aprendo sobre o mundo superior. Aqui, a ferramenta principal é praticar o amor. Nós podemos chamá-la de prática da conexão, concessão, mas no geral trata-se do amor.

Por quê? Porque é disso que se trata. Agora eu amo a mim mesmo, o meu desejo de receber. Eu desfruto ao preencher e satisfazê-lo. É assim que o Criador me fez, Ele conectou a satisfação com o prazer. O “amor ao próximo” significa que eu não absorvo o prazer, mas sim o sinto Nele e com isso desfruto. É assim que uma mãe também desfruta de cada colherada que consegue colocar na boca de seu bebê…

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/10/12, Escritos do Rabash

Familiaridade Com A Inclinação Ao Mal

Dr. Michael LaitmanTudo o que vemos nesta realidade é o desejo de receber. Ele foi criado em sua forma original e podemos senti-lo. Nós, de fato, somos um desejo de receber.

No entanto, além de sermos um desejo de receber, também temos uma capacidade de pensar, nossa inteligência nos permite verificar se estamos dentro do desejo, se sentimos o desejo. Os animais não são capazes de dizer tais coisas. É um privilégio exclusivo do ser humano.

É aqui que reside a diferença. Com a ajuda da minha mente, eu posso me separar dos meus desejos, analisar e medi-los, e até mesmo olhar para eles de fora. Portanto, eu recebi a chance de ser um “psicólogo” para os outros e para mim mesmo.

Há vida dentro dos meus desejos, e há uma capacidade de analisar esta vida. O que eu sinto dentro de um desejo particular? O que está dentro dos outros desejos que eu tenho? Como eu faço a transição de um desejo para outro? O que eu faço com eles?

À medida que eu vivo dentro do meu desejo, eu posso controlar a minha vida com a ajuda do meu intelecto, memória e capacidade de análise. No entanto, será que eu tenho uma chance de mudar algo na minha vida? Não, só posso “fluir”, juntamente com os desejos.

Isso é o que nós fazemos neste mundo, embora pensemos que somos nós que agimos e fazemos mudanças, escolhendo o “bem” e evitando o “mal” ao usar o nosso cérebro. Na verdade, nós somos incapazes de fazer qualquer coisa com a nossa natureza ou com os nossos desejos.

Há uma interconexão geral entre os desejos chamada de “humanidade”. Por outro lado, há uma unidade entre os pontos no coração (um sistema dos mundos superiores, Malchut do mundo de Atzilut, Shechiná).

Esta unidade representa algo de uma natureza completamente diferente. Se eu receber o seu brilho (um ponto no coração), eu sou capaz de construir outro tipo de atitude para com os meus desejos.

O sistema de interconexão entre as pessoas neste mundo é destinado somente a trazer dificuldades e problemas para elas. Como resultado, as pessoas avançam continuamente. Elas desejam poder mudar o sistema e alcançar mais sucesso na economia, segurança, condições de vida, saúde e assim por diante. A cada vez, ao subir um degrau a mais, as pessoas atingem um resultado oposto. Elas descobrem que a sua situação atual traz mais danos do que benefícios.

Por outro lado, as pessoas que revelam a unidade entre os pontos no coração podem entrar num novo sistema, um sistema de mundos e conexões quebradas. Aqui, separação e animosidade (isto é, a inclinação ao mal) se manifestam de forma plena.

Desejos e relações entre as pessoas neste reino não são parte da inclinação ao mal. Eles ainda estão no estágio “animal” de desenvolvimento. A inclinação ao mal é algo que nos impede a revelação do Criador, a propriedade de doação e amor.

Assim, as pessoas que revelam a força que confronta a unidade dos pontos no coração (amigos no grupo) começam a revelar a inclinação ao mal. Ela se revela apenas entre amigos conforme sua intenção de melhorar a sua conexão. Já é uma revelação da força espiritual, a primeira realização espiritual.

Ao reforçar sua unidade, os amigos do grupo começam a perceber que sabem o que é a inclinação ao mal. Ela nos obriga a necessitar a força de correção que está dentro de nós e para a qual devemos nos referir.

Todos juntos, nós devemos dirigir nossas orações e pedidos ao centro da nossa unidade, ao centro do grupo. Então, devido à “Oração Coletiva”, nós vamos receber a força, e ela vai corrigir a conexão entre nós. É assim que o nosso progresso está sendo implantado.

A força do mal que se apresenta entre nós é o Faraó, rei do Egito. Dependendo das especificidades de nossa percepção, é também chamado de Bilam, Balak, Aman, e assim por diante. De qualquer forma, a nossa única tarefa é unir. Diz-se que o mandamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, é a grande regra da Torá.

A unidade é a única solução que nos permite percorrer os vários tipos de conexões e alcançar sua maior e mais perfeita regra, para atingir o nível de amor. Como podemos amar os outros? É “como a nós mesmos”.

Este critério permite monitorar constantemente a nós mesmos. Será que eu me esforço para sair de mim mesmo? Os Cabalistas  explicam que “como a ti mesmo” significa mais do que a ti mesmo. Eu, naturalmente me coloco acima de todos os outros. Agora, eu tenho que favorecer e elevar os outros acima de mim. É assim que eu cresço.

Em geral, tudo está sendo revelado de acordo com o princípio: “O que você odeia, não faça a seu amigo”, e, em seguida, a transição para “Ama o teu próximo como a ti mesmo”. Esta é toda a Torá. Portanto, isso explica por que devemos trabalhar em grupo, estudar, e fazer tudo o que fazemos para o bem da unidade. Caso contrário, não vamos avançar. Esta é a sabedoria da Cabalá .

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/09/12, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”