As Bactérias Têm Papéis Sociais

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (do MITNews): “Muitos organismos — mamíferos, aves e insetos, por exemplo — também formam estruturas de cooperação social que permitem que os recursos sejam defendidos e compartilhados dentro de uma população.

“Mas, surpreendentemente, até mesmo os micróbios, que são reconhecidos por prosperar somente quando são capazes de vencer a batalha por recursos contra aqueles mais próximos, têm uma estrutura social de alguma forma sofisticada que depende da cooperação, de acordo com os cientistas do MIT. Estes investigadores encontraram recentemente a evidência de que alguns micróbios oceânicos utilizam armas químicas que são inofensivas para os parentes dentro de sua própria população, mas mortal para estranhos.

“As armas são antibióticos naturais produzidos por alguns indivíduos cujos parentes mais próximos carregam genes que os tornam resistentes. Os investigadores acreditam que os poucos produtores de antibióticos estão agindo como protetores de muitos, usando os antibióticos para defender a população dos concorrentes ou para atacar as populações vizinhas…

“Isso torna a cooperação envolvendo antibióticos duplamente surpreendente, porque a capacidade de produzir antibióticos é um exemplo clássico de um gene “egoísta” que deve aumentar a aptidão — ou taxa reprodutiva — do indivíduo que carrega o gene. Em um ambiente estritamente competitivo, o micróbio usaria esta vantagem contra seus parentes mais próximos. Mas agora parece que esta competição é modulada por interações sociais, onde os antibióticos produzidos por alguns indivíduos agem como ‘bens públicos’: itens que beneficiam o grupo, ao invés de apenas o indivíduo.

“Esta diferenciação de populações em indivíduos que produzem e aqueles que são resistentes a antibióticos é uma das primeiras manifestações que populações microbianas se envolvem numa divisão do trabalho por função social. Esta observação também fornece uma explicação do por que tantos genes estão desarticuladamente distribuídos em genomas de micróbios intimamente relacionados. Pelo menos alguns destes genes podem ser responsáveis por criar unidades de bactérias estreitamente sociais na natureza.

“‘É fácil imaginar as bactérias no ambiente como criaturas egoístas capazes apenas de se reproduzir tão rápido quanto as condições o permitam, sem qualquer organização social’, diz Otto Cordero, um pós-doutorado da CEE, que é o autor principal no artigo da Science. ‘Mas essa é a parte magnífica: guerras bacterianas são organizadas ao longo das linhas de populações, que são grupos de indivíduos estreitamente relacionados com atividades ecológicas semelhantes'”.

Meu comentário: Isto não é surpreendente, porque o egoísmo desenvolvido torna necessário unir-se por razões de defesa. Assim, como resultado da crise, nós descobrimos que para sobreviver precisamos nos unir acima e contrariamente ao nosso egoísmo individualista.