O Capitalismo Quer Que Nos Divorciemos

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (do The Guardian): “Gostamos de pensar que somos livres no mercado livre; que estamos para além das forças da publicidade e manipulação social através das forças de mercado. Mas existe uma nova tendência social – a ascensão da “pessoa solteira” como modelo consumidor – que nos apresenta um paradoxo. O que antes pensávamos como sendo radical – ficar solteiro – pode agora ser reacionário.

“As relações de longo prazo, como o trabalho para toda a vida, estão a ser rapidamente desregulamentadas no curto prazo: os arranjos temporários sem promessa de compromisso, como o sociólogo Zygmunt Bauman nos têm alertado por mais de uma década. É difícil para duas pessoas estar auto empregadas, sem uma promessa de um futuro estável. O capitalismo quer que sejamos solteiros.

“Ser solteiro, tem sido visto desde os anos 60 como uma escolha radical, uma forma de rebelião contra o conformismo capitalista burguês. Como o sociólogo Jean-Claude Kaufmann diz, a mudança da vida familiar para estilos de vida sozinhos no século 20 foi parte de um “irresistível ímpeto de individualismo”. Mas esta “liberdade” parece muito menos glamorosa quando vista através da perspectiva das mudanças de consumismo planeadas.

“Agora faz sentido económico convencer a população para viver sozinha. Os solteiros consomem 38% mais produtos, 42% mais empacotamento, 55% mais eletricidade e 61% mais gasolina per capita que famílias de quatro pessoas, de acordo com um estudo feito por Jianguo Liu da Michigan State University. Nos EUA, solteiros nunca-casados na faixa dos 25 aos 34 anos, ultrapassam as pessoas casadas em 46%, de acordo com o Population Reference Bureau. E o divórcio é um mercado em crescimento: uma família quebrada significa que duas casas têm de comprar dois carros, duas máquinas de lavar, duas TVs. Os dias da família nuclear como unidade de consumo ideal acabaram….

“O consumismo agora quer que você seja solteiro, então vende isto como sexy. A ironia é que agora é mais radical tentar estar numa relação de longo prazo e num trabalho de longo prazo, para planear o futuro, talvez até tentar ter filhos, do que ser solteiro. Casais e ligações de longo prazo com outro numa comunidade, parecem agora a única alternativa radical às forças que irão reduzir-nos ao isolamento, nômades alienados, procurando cada vez mais ligações temporárias “de arranjo rápido” com corpos que transportam dentro deles a compreensão da sua própria obsolescência interna”.

Meu Comentário: É assim que o capitalismo olha para a sociedade, apenas como um consumidor dos seus produtos. É esta atitude de egoísmo em relação à humanidade e à natureza que nos levou a uma confrontação com a natureza, à crise, e agora podemos ver a inutilidade do egoísmo para a nossa existência. Para sair da crise, precisamos começar a corrigir a nossa natureza egoísta.

O desejo de escravizar toda a gente e o mundo inteiro é um desejo natural do egoísmo em nós. Mas a natureza tem um plano: levar-nos a todos ao equilíbrio, à igualdade, e unidade. Se não reconhecermos esta necessidade, então através da crise este plano irá ainda ser implementado. É realmente uma pena para as vítimas.