Jerusalém: Pedras Não, Mas O Espírito

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é “Jerusalém” no sentido espiritual?

Resposta: “Jerusalém” (Yerushalayim) no sentido espiritual é um “temor perfeito” (Yira Shlema).

Como explica O Livro do Zohar, nós temos um mandamento de temor e um mandamento de amor. O primeiro mandamento é o temor, que pode ser de diferentes tipos: deste mundo, do mundo futuro, de si mesmo, da comunidade, do Criador, etc. Assim, “Jerusalém” é o temor perfeito, o nível de Bina, que se desenvolve para se tornar a base para receber a Luz de Hochma em prol da doação. Eis por que este nível é chamado de perfeito; nele, a Luz de Hassadim e a Luz de Hochma estão juntas num único vaso. Desta forma, o temor, ou seja, Hassadim, mantém a Luz de Hochma e este estado perfeito é chamado de Jerusalém.

Além disso, como sabemos, cada um dos quatro níveis inanimado, vegetal, animal e humano contém em si todos os outros. Da mesma forma, no nível humano estão também os níveis anteriores, inanimado, vegetal e animal. Finalmente, a subida ao longo deles atinge uma interação (Zivug) de profundidade máxima, aquele “lugar” onde todas as criaturas, conectadas por uma rede comum, chegam a um estado integral, à fusão, à gota de união com o Criador.

Isso é o que significa Jerusalém. É assim que nós a veremos, como o ponto da mais alta qualidade espiritual, como a gota de união. O Templo será lá, o sumo sacerdote vai estar lá, nós vamos levar tudo para este ponto.

Talvez você suponha que Jerusalém seja uma cidade no mapa! Não, nós não estamos falando sobre isso. O mundo material vai desaparecer, vai subir em nossa percepção para um nível espiritual. A imagem que vemos hoje é distorcida pelas forças da sujeira. Este é o sonho daqueles que estão na materialidade. Mas nós queremos despertar do sonho. Portanto, a cobertura sob a forma deste mundo desaparecerá e vamos ver a verdadeira realidade onde tudo está unido.

Assim, a questão não reside nos edifícios localizados no Monte do Templo; o trabalho que precisamos fazer é interno. Durante todos os anos que eu passei com Rabash, só uma vez nós visitamos Jerusalém. Em seu tempo, Baal HaSulam trocou Jerusalém por Jaffa. Portanto, esclareça suas expectativas em relação às lajes de pedras antigas. Nos ramos, elas simbolizam o que é inerente na raiz, e nós precisamos delas para chegar à raiz do ramo. No entanto, se nós nos agarrarmos aos ramos, nunca chegaremos à necessidade de correção.

Hoje, a matéria inanimada continua a nos dominar.  Alguns acreditam que se os blocos de pedras fossem distribuídos de acordo com os desenhos, o que parece correto para nós, então nós, de repente, respiraríamos o espírito de vida neles, que iríamos dotá-los de santidade e força espiritual. Da mesma forma uma criança faz um avião a partir de materiais que tem à mão, na esperança de que ele vai voar.

Quem realmente sabe como criar a espiritualmente hoje? São as pessoas boas que estão acordando, pensando nela; no entanto, nós entendemos que nessa abordagem não há espírito de vida, nem entendimento do que realmente precisa ser feito.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 29/07/12, Escritos do Rabash