Eu Sou Um Com Este Mundo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 68: Não se surpreenda que as ações de uma pessoa tragam elevação ou declínio para todo o mundo, pois é uma lei inflexível que o geral e o particular são tão iguais como duas ervilhas numa vagem. E tudo o que se aplica no geral, também se aplica no particular. Além disso, as partes fazem o que é encontrado no todo, pois o geral só pode surgir após o surgimento das partes nele, de acordo com a quantidade e a qualidade das partes. Evidentemente, o valor de um ato de uma parte eleva ou declina o todo.

Da percepção da realidade, nós sabemos que o mundo que eu vejo sou eu e que o meu vaso espiritual está dividido, quebrado e distante de mim em meus sentidos e no meu reconhecimento e está espalhado em diferentes direções. Não há nenhum mundo, tudo sou eu. Se eu coletar suas partes e aproximá-las umas das outras em todos os níveis: inanimado, vegetal, animado e falante; se eu conectá-los num único sistema integral geral no qual eles estão conectados em toda mutualidade, então sua conexão mútua, a interdependência mútua, a incorporação mútua, me permitem descobrir, na mesma medida, a força que os conecta e mantêm vivos e as correntes que fluem entre esses órgãos.

Um médico que implanta um órgão liga diferentes órgãos a um corpo e eles se conectam aos sistemas gerais. Da mesma forma eu também, na medida em que crio novas conexões, sinto a força superior que flui entre minhas partes e que traz vida a elas. Eu começo a sentir quem o Criador é pela vitalidade do corpo, de acordo com o princípio “por suas ações, O conheceremos”. Ele é revelado aos poucos em meu corpo corrigido, até que eu esteja totalmente corrigido e alcance a plena adesão com Ele.

Corrigindo-me no que diz respeito ao mundo todo, eu certamente evoco a correção geral do mundo. Uma vez que, no final, eu e o mundo somos o mesmo.

A pergunta é: por que todos os outros não devem apenas esperar se eu já corrigi o mundo? Por que todos nós devemos nos conectar e participar do processo?

A questão é que tudo depende somente da incorporação mútua dos vasos (desejos) que ajudam uns aos outros, como se diz: “Todo homem deve ajudar seu irmão”. Eu me conecto com outras pessoas e outros se conectam a mim, e todos nós nos conectamos com os Cabalistas de gerações anteriores e com aqueles que ainda não atingiram o desejo de ser corrigidos e de se conectar. Se cuidarmos ativamente de todos, se agirmos com relação à parte superior e inferior, se formos iguais, como deveria ser entre amigos, então todos corrigem seu próprio mundo.

Você não pode corrigir o que eu corrijo e o que você corrige outro não pode corrigir. Mas isso não anula o princípio segundo o qual, corrigindo-se a pessoa corrige o mundo inteiro. Todo mundo tem seu próprio mundo e conectando-se aos outros eu passo a Luz a eles através de mim, como um vaso sanguíneo, em diferentes formas possíveis e em diversos sistemas de conexão. Ninguém vai fazer isso por mim.

Ao contrário, se uma pessoa corrige o mundo, isso a obriga e a leva à correção. Assim, a ampla disseminação ajuda a nos corrigir de acordo com o mesmo motivo: a pessoa e o mundo são a mesma coisa. Assim, você não deve deixar as correções do mundo de modo geral. Baal HaSulam diz que quanto mais uma pessoa avança, maior e mais elevada ela é, e sua preocupação com o mundo também é maior e mais ampla. Em primeiro lugar é a família, depois a cidade, o estado e, por fim, ela abraça o mundo inteiro e é impossível evitar isso.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 07/08/12, “Introdução ao Livro do Zohar