“Como o Google Pode Evitar A Próxima Crise Financeira”

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (da Bloomberg): “A intuição matemática que transformou o Google Inc. numa empresa de bilhões de dólares tem o potencial de ajudar o mundo a evitar a próxima crise financeira. Se apenas os bancos tornassem públicos os dados necessários para fazer o trabalho.

“Dezesseis anos atrás, os fundadores do Google – os cientistas da computação Larry Page e Sergey Brin – introduziram um algoritmo para medir a “importância” das páginas da Web em relação a qualquer conjunto de palavras-chave.

“Conhecido como PageRank, ele se baseia na noção de que as páginas da Web efetivamente elegem outras páginas ligando-se a elas. As mais importantes, Page e Brin justificaram, devem ser aquelas que atraem links de muitas outras páginas, especialmente de outras realmente importantes.

“Se esta definição parece circular, realmente é. Ela também captura uma realidade autêntica, razão pela qual respeitá-la gera resultados muito superiores. …

“O que isso tem a ver com as finanças? Muito. O risco sistêmico que transformou a crise de empréstimos subprime nos EUA num desastre global também é circular. Nós não podemos identificá-lo simplesmente buscando bancos com a maioria dos ativos ou os maiores portfólios de empréstimos de risco. O que importa é quantos links um banco tem com outras instituições, quão fortes são esses links e quão arriscados são os outros bancos, não menos porque também tenham links com outros bancos de risco.

Algo como o PageRank pode ser apenas a coisa certa para encurtar o caminho. Esse é o argumento, pelo menos, feito por uma equipe de físicos europeus e economistas economistas num novo estudo. Seu algoritmo, o DebtRank, procura medir o valor econômico total que seria destruído se um banco ficasse em apuros ou entrasse em falência. Ele faz isso indo de um banco para fora através da rede de links no sistema financeiro, para estimar todas as consequências que poderiam advir de um fracasso. Bancos conectados a mais bancos com escores elevados do DebtRank teriam naturalmente maior pontuação no escore do DebtRank.

“Como demonstração, os pesquisadores calcularam o DebtRank com base na conhecida rede de investimentos de capital entre as instituições – praticamente o melhor que podem fazer com os dados disponíveis publicamente. Se o Banco A possui ações do Banco B, os dois estão ligados. Esta rede, é claro, reflete apenas um subconjunto dos muitos links criados por derivativos e outros instrumentos, de modo que o cálculo é um pouco como desenvolver a melhor rota de condução de Nova York a Los Angeles, ignorando dois terços de todas as estradas. No entanto, é útil demonstrar o que pode ser possível com dados mais completos. …

“Um algoritmo sozinho não pode salvar o mundo, e esta não é a palavra final sobre a melhor maneira de medir o risco sistêmico. No entanto, a aparente superioridade da abordagem DebtRank ressalta como a nossa capacidade de monitorar o sistema financeiro depende inteiramente da disponibilidade de dados. Atualmente, a maior parte da informação que seria necessária para calcular o DebtRank ou qualquer outra medida similar é simplesmente não pública. …

“Imagine um mundo em que os bancos e outras instituições financeiras fossem legalmente obrigados a divulgar absolutamente todos os seus ativos e passivos dos bancos centrais, que por sua vez tornaria pública essa informação num site. Os reguladores – na verdade, qualquer um – seriam capazes de ver toda a rede e avaliar a situação de um banco com total clareza. Qualquer pessoa disposta poderia calcular medidas como o DebtRank e avaliar o quanto um banco particular está contribuindo para uma potencial instabilidade financeira”.

Meu comentário: Isto irá mostrar somente a seqüência de falências, mas não vai eliminar a sua inevitabilidade, porque não vai reestruturar o sistema de crédito financeiro. Até que a sociedade chegue a um completo equilíbrio interno igual ao nível de existência, a pressão no sentido de correção não vai parar.