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Estar Diante Da Revelação

Dr. Michael LaitmanNa ocultação, eu tenho apenas uma escolha: imaginar a grandeza do superior que me dirige e determina todos os meus estados. O superior deliberadamente finge ser pequeno a fim de dar ao inferior a oportunidade de trabalhar.

Se o Criador, a força superior que domina tudo, se revelar, então não haverá nenhum lugar para a minha fé, a doação, porque eu verei que tudo está em Suas mãos, e não tenho nada com que trabalhar. É por isso que peço pela ocultação.

Eu começo a apreciar a ocultação, pois vivo na Sua ocultação. Eu vou desaparecer se Ele for revelado. Se o Criador é revelado, eu me transformo num zero completo, sentindo que Ele controla e determina tudo, e que eu não tenho nada a fazer, como se eu não existisse.

Se o Criador estiver oculto, eu tenho uma chance de me esforçar, trabalhar, buscar forças. É claro que eu recebo força Dele, mas sinto que existo devido à minha superação da ocultação e construo algo sozinho. Este é o primeiro passo.

Uma vez que posso construir a mim mesmo nesta forma de ocultação, que pedi para mim mesmo, e me elevo ao Partzuf espiritual completo, eu chego a Galgalta veEynaim, os desejos completos de doação. Então eu posso pedir ao Criador para começar a ser revelado.

Mesmo se Ele for revelado, eu não desaparecerei, porque já existo no mundo espiritual e posso adicionar à Sua revelação a partir de mim mesmo, como se Ele continuasse a se ocultar. Eu mostro minha independência apesar de Sua revelação. Agora, Sua revelação não me perturba; ao contrário, me dá oportunidades adicionais de trabalho. Afinal, apesar do fato de que o Criador é revelado, eu consigo suportar e não me anular diante Dele. Isso é chamado “receber para doar”, o grau do amor.

Da 2ª parte Lição Diária de Cabalá 29/08/12, Escritos do Rabash

Passar Para O Mundo Infinito

Dr. Michael LaitmanA soma de nossa gratidão pelo passado nos dá o vaso (Kli) completo para a revelação do Criador, toda a sensibilidade, energia, intensidade, sofrimento e movimento para avançar. Por que a gratidão é tão importante? Porque desta forma a pessoa já tem uma atitude positiva para com o Criador, para com a Luz; ela vê a Luz positivamente, e a Luz brilha sobre ela à medida que ela está pronta para irradiar a Luz.

Quando agradecermos pelo passado, e todos se esforçarem em se conectar com os amigos no grupo para obter a força para se relacionar corretamente com o passado, então vamos nos unir e formar o desejo comum de compreender e revelar o Criador. Isto é por um lado.

Por outro lado, este desejo é preenchido com gratidão, consciência e apreço pelo passado, porque nós começamos a sentir que ele foi totalmente necessário para chegarmos a esse estado atual onde começamos a entrar no mundo superior. Por que este estado que alcançamos ao anular o passado negativo significa um meio para revelar o Criador? Porque ele nos dá confiança absoluta de que o mundo é governado por uma única força positiva. Assim, nós podemos nos sentir como um bebê nos braços de sua mãe. Nada mais é necessário; tudo está em completa ordem. O bebê pode cheirar sua mãe e se sente seguro em seus braços.

Depois de alcançarmos este estado de segurança e confiança, o mundo torna-se infinito; ele simplesmente se revela. A pessoa sente que é ilimitada. Nada nos restringe; não estamos sob nenhuma autoridade, pressão ou restrição, nem consciente nem inconsciente! E é por isso que o mundo superior é revelado, o universo total e verdadeiro em que vivemos que foi comprimido ao nível, ao tamanho deste mundo por nossa constante e alarmante apreensão de algo desagradável, e por falta da característica adequada do Criador, que governa e domina tudo. Assim, a revelação ocorre. É possível alcançar a revelação plena da governança superior apenas trabalhando em si mesmo, em seu passado, presente e futuro. Através disso, nós podemos eliminar completamente o tempo, o fator mais limitante do nosso mundo. Completamente! Se eu penso que estou numa força constante que controla tudo e mantém tudo num estado totalmente positivo, então não existe o tempo. O que muda? Não há nenhum movimento, topo, fundo, coordenadas: apenas um espaço simples, o mundo do Infinito.

Claro, nós precisamos nos desenvolver até este estado. Eu também não sei ainda o que ele é. Mas pelo menos a expansão da esfera na qual existimos, ao obter garantias, segurança, o sentimento de si mesmo na misericórdia da qualidade de doação, nos dá esse movimento para fora para a expansão da esfera.

Convenção na Carcóvia “Unindo para Ascender” 19/08/12, Workshop 7

Não Perca A Oportunidade!

Dr. Michael LaitmanAproximar-se do Criador é o bem e distanciar-se Dele é o mal. Portanto, nós temos que nos sintonizar e perceber tudo apenas dessa maneira. Através desse sistema de coordenadas (bem, mal), nos aproximando ou nos distanciando do Criador, nós percebemos a vida. E você vai ver o quão rápido você chega a um quadro completamente diferente de sentimentos, uma avaliação diferente dos valores, como de uma linguagem para outra.

Portanto, não importa o que aconteça, você deve avaliar tudo em termos de mais perto ou mais longe do Criador. Após a sua avaliação, você controla a si mesmo; aproximando-se do Criador, você se sente bem; se distanciando você se sente mal, ou não totalmente.

Convenção na Carcóvia “Unindo para Ascender” 19/08/12, Workshop 7

“Por Que O Socialismo?”

Albert Einstein (Revista Mensal Maio 1949)

“É aconselhável para quem não é especialista em questões econômicas e sociais expressar opiniões sobre o tema do socialismo? Eu acredito por uma série de razões que é”.

“Vamos primeiro considerar a questão do ponto de vista do conhecimento científico. Pode parecer que não há diferenças metodológicas essenciais entre a astronomia e a economia: os cientistas em ambos os campos tentam descobrir leis de aceitação geral para um grupo circunscrito de fenômenos de forma a tornar a interligação destes fenômenos tão claramente compreensível quanto possível. Mas, na realidade, estas diferenças metodológicas existem. A descoberta de leis gerais no campo da economia é dificultada pela circunstância de que os fenômenos econômicos observados são frequentemente afetados por vários fatores que são muito difíceis de avaliar separadamente. Além disso, a experiência que se acumulou desde o início do chamado período civilizado da história humana — como é conhecido — foi largamente influenciada e limitada por causas que não são de forma alguma exclusivamente de natureza econômica. Por exemplo, a maioria dos principais estados da história deve a sua existência à conquista. Os povos conquistadores se estabeleceram, jurídica e economicamente, como a classe privilegiada do país conquistado. Eles tomaram para si o monopólio de propriedade de terra e nomearam um sacerdócio entre suas próprias fileiras. Os sacerdotes, no controle da educação, fizeram a divisão de classe da sociedade uma instituição permanente e criaram um sistema de valores pelos quais as pessoas, dali em diante, fossem guiadas, em grande parte inconscientemente, em seu comportamento social”.

“Mas a tradição histórica é, por assim dizer, de ontem; em nenhum lugar nós realmente superamos o que Thorstein Veblen chamou ‘a fase predatória’ do desenvolvimento humano. Os fatos econômicos observáveis pertencem a esta fase e até mesmo essas leis que podem derivar deles não são aplicáveis a outras fases. Uma vez que o propósito real do socialismo é precisamente ultrapassar e avançar além da fase predatória do desenvolvimento humano, a ciência econômica em seu estado atual pode lançar pouca luz sobre a sociedade socialista do futuro”.

“Em segundo lugar, o socialismo é dirigido a um fim social e ético. A ciência, no entanto, não pode criar fins e, menos ainda, incuti-los nos seres humanos; no máximo, a ciência pode fornecer os meios para atingir certos fins. Mas os fins em si são concebidos por personalidades com ideais éticos elevados e — se esses fins não são natimortos, mas vitais e vigorosos — são aprovados e transferidos pelos próprios seres humanos que, meio inconscientemente, determinam a evolução lenta da sociedade”.

“Por estas razões, nós devemos estar vigilantes para não superestimar a ciência e os métodos científicos quando se trata de problemas humanos; e não devemos pressupor que os peritos são os únicos que têm o direito de se expressar sobre questões que afetam a organização da sociedade”.

“Inúmeras vozes têm afirmado há algum tempo que a sociedade humana está passando por uma crise, que sua estabilidade tem sido gravemente abalada. É característico de tal situação que os indivíduos se sintam indiferentes ou mesmo hostis em relação ao grupo, pequeno ou grande, a que pertencem. Para ilustrar minha definição, permitam-me registrar aqui uma experiência pessoal. Discuti recentemente com um homem inteligente e bem intencionado a ameaça de outra guerra, que, na minha opinião ameaçaria seriamente a existência da humanidade, e comentei que só uma organização supranacional ofereceria proteção contra esse risco. Então, meu visitante, muito calma e friamente, disse-me: ‘Por que você se opõe tão profundamente ao desaparecimento da raça humana?'”.

“Estou certo de que há um século ninguém teria tão levianamente feito uma declaração deste tipo. É a declaração de um homem que tem lutado em vão atingir um equilíbrio dentro de si mesmo e mais ou menos perdeu a esperança de sucesso. É a expressão de uma dolorosa solidão e isolamento que muitas pessoas estão sofrendo nestes dias. Qual é a causa? Há uma saída?”.

“É fácil levantar tais questões, mas difícil responder-lhes com qualquer grau de segurança. No entanto, eu devo tentar o melhor que posso, apesar de que estou muito consciente do fato de que nossos sentimentos e buscas são muitas vezes contraditórios e obscuros, e que eles não podem ser expressos em fórmulas fáceis e simples”.

“Ao mesmo temo, o homem é um ser solitário e social. Como um ser solitário, ele tenta proteger sua própria existência e a existência daqueles que estão mais próximos a ele, para satisfazer seus desejos pessoais e desenvolver suas capacidades inatas. Como um ser social, ele pretende obter o reconhecimento e o carinho de seus semelhantes, para compartilhar seus prazeres, confortá-los em suas tristezas e melhorar as suas condições de vida. Apenas a existência destes esforços variados, e frequentemente conflitantes, conta para o carácter especial de um homem, e sua combinação específica determina o quanto um indivíduo pode atingir um equilíbrio interior e contribuir para o bem-estar da sociedade. É bem possível que a força relativa desses dois impulsos seja, na maior parte, fixada por herança. Mas a personalidade que finalmente emerge é largamente formada pelo ambiente onde o homem se encontra durante o seu desenvolvimento, pela estrutura da sociedade em que ele cresce, pela tradição dessa sociedade e pela apreciação de determinados tipos de comportamento. Para o ser humano, o conceito abstrato de ‘sociedade’ significa a soma total de suas relações diretas e indiretas com seus contemporâneos e com todas as pessoas de gerações anteriores. O indivíduo é capaz de pensar, sentir, lutar e trabalhar sozinho; mas ele depende tanto da sociedade — em sua existência física, intelectual e emocional — que é impossível pensar nele, ou compreendê-lo, fora do âmbito da sociedade. É a ‘sociedade’ que provê o homem com alimentos, roupas, uma casa, as ferramentas de trabalho, língua, as formas de pensamento e a maioria do conteúdo do pensamento; sua vida torna-se possível através do trabalho e das realizações dos milhares de milhões passados e presentes que estão todos escondidos atrás da pequena palavra ‘sociedade'”.

“É evidente, portanto, que a dependência do indivíduo em relação à sociedade é um fato da natureza que não pode ser abolido — tal como no caso das formigas e abelhas. No entanto, enquanto o processo de toda a vida das formigas e abelhas é fixo até no mais ínfimo pormenor por instintos hereditários e rígidos, o padrão social e as inter-relações dos seres humanos são muito variáveis e susceptíveis de alteração. A memória, a capacidade de fazer novas combinações, o dom da comunicação oral, tornaram possíveis desenvolvimentos entre seres humanos que não são ditados por necessidades biológicas. Estes desenvolvimentos manifestam-se em tradições, instituições e organizações, na literatura, em realizações científicas e de engenharia, em obras de arte. Isso explica como pode, em certo sentido, o homem influenciar a sua vida através de sua própria conduta e que neste processo consciente o pensamento e o desejo possam desempenhar um papel”.

“Ao nascer, o homem adquire, através da hereditariedade, uma constituição biológica que devemos considerar fixa e inalterável, incluindo os impulsos naturais que são característicos da espécie humana. Além disso, durante sua vida, adquire uma constituição cultural que adota da sociedade através de comunicação e muitos outros tipos de influências. É esta constituição cultural que, com o passar do tempo, está sujeita a alterações e que determina, em grande medida, a relação entre o indivíduo e a sociedade. A antropologia moderna tem-nos ensinado, através da investigação comparativa das chamadas culturas primitivas, que o comportamento social dos seres humanos pode variar muito, dependendo de padrões culturais predominantes e os tipos de organização que predominam na sociedade. É sobre isto que aqueles que estão se esforçando para melhorar a situação do homem podem fundamentar suas esperanças: os seres humanos não estão condenados, devido à sua constituição biológica, a aniquilar uns aos outros ou ficar à mercê de um destino cruel e auto infligido”.

“Se nos perguntarmos como a estrutura da sociedade e a atitude cultural do homem devem ser alteradas a fim de tornar a vida humana tão satisfatória quanto possível, devemos constantemente estar conscientes do fato de que há determinadas condições que não podemos modificar. Como mencionado anteriormente, a natureza biológica do homem não está, para todos os efeitos práticos, sujeita a alterações. Além disso, os desenvolvimentos tecnológicos e demográficos dos últimos séculos criaram condições que estão aqui para ficar. Em populações relativamente densas, com os bens que são indispensáveis para sua existência, uma extrema divisão de trabalho e um aparelho produtivo altamente centralizado são absolutamente necessários. O tempo — que, olhando para trás, parece tão idílico — se foi para sempre, quando indivíduos ou grupos relativamente pequenos podiam ser completamente autossuficientes. É um exagero dizer que a humanidade constitui, mesmo agora, uma comunidade planetária de produção e consumo.

“Eu cheguei agora ao ponto onde posso indicar resumidamente o que para mim constitui a essência da crise do nosso tempo. Ela se refere à relação do indivíduo com a sociedade. O indivíduo tornou-se mais consciente do que nunca da sua dependência da sociedade. Mas ele não sente esta dependência como um bem positivo, como um laço orgânico, como uma força protetora, mas sim como uma ameaça a seus direitos naturais, ou mesmo a sua existência econômica. Além disso, sua posição na sociedade é tal que as unidades egoístas da sua composição estão constantemente sendo acentuadas, enquanto os seus impulsos sociais, que por natureza são mais fracos, se deterioram progressivamente. Todo ser humano, qualquer que seja sua posição na sociedade, sofre este processo de deterioração. Inconscientemente prisioneiro do seu próprio egotismo, sente-se inseguro, solitário e privado do gozo simples e não sofisticado da vida. O homem só consegue encontrar significado na vida, curta e perigosa como ela é, ao se dedicar à sociedade”.

“A anarquia econômica da sociedade capitalista como a que existe hoje é, em minha opinião, a verdadeira fonte do mal. Vemos diante de nós uma enorme comunidade de produtores cujos membros lutam incessantemente para privar os outros dos frutos do seu trabalho coletivo — não a força, mas em geral no cumprimento fiel das regras legalmente estabelecidas. A este respeito, é importante perceber que os meios de produção — isto é, toda capacidade produtiva que é necessária para a produção de bens de consumo assim como bens de capital adicional — podem legalmente ser, e na maior parte são, propriedade privada dos indivíduos”.

“Por razões de simplicidade, na discussão a seguir chamarei de ‘trabalhadores’ todos aqueles que não partilham a posse dos meios de produção — embora isso não corresponda à utilização habitual do termo. O proprietário dos meios de produção está em posição de comprar a força de trabalho do trabalhador. Ao usar os meios de produção, o trabalhador produz novos bens que passam a ser propriedade do capitalista. A questão essencial neste processo é a relação entre o que o trabalhador produz e o com o que ele é pago, ambos medidos em termos de valor real. Na medida em que o contrato de trabalho é ‘livre’, o que o trabalhador recebe é determinado não pelo valor real dos bens que produz, mas pelas suas necessidades mínimas e pelas exigências dos capitalistas da força de trabalho em relação ao número de trabalhadores competindo por empregos. É importante compreender que, mesmo em teoria, o pagamento do trabalhador não é determinado pelo valor do seu produto”.

“O capital privado tende a tornar-se concentrado nas mãos de poucos, em parte por causa da concorrência entre os capitalistas, e em parte porque o desenvolvimento tecnológico e a crescente divisão do trabalho incentivam a formação de unidades maiores de produção em detrimento das menores. O resultado destes desenvolvimentos é uma oligarquia de capital privado, cujo enorme poder não pode ser efetivamente verificado até mesmo por uma sociedade política democraticamente organizada. Isso é verdade, já que os membros dos órgãos legislativos são escolhidos pelos partidos políticos, largamente financiados ou, por outro lado, influenciados pelos capitalistas privados que, para todos os efeitos práticos, separam o eleitorado da legislatura. A consequência é que os representantes do povo não protegem suficientemente os interesses das camadas carentes da população. Além disso, nas condições existentes, os capitalistas privados inevitavelmente controlam, direta ou indiretamente, as principais fontes de informação (imprensa, rádio, educação). Assim, é extremamente difícil, e na verdade na maioria dos casos completamente impossível, para o cidadão individual chegar a conclusões objetivas e fazer uso inteligente de seus direitos políticos”.

“Portanto, a situação que prevalece numa economia baseada na propriedade privada do capital caracteriza-se em dois princípios: primeiro, os meios de produção (capital) são de propriedade privada e os proprietários dispõem deles como quiserem; em segundo lugar, o contrato de trabalho é livre. Claro, não há nada de sociedade capitalista pura neste sentido. Em especial, deve-se notar que os trabalhadores, através de longas e amargas lutas políticas, conseguiram garantir uma forma um pouco melhorada de ‘contrato de trabalho livre’ para determinadas categorias de trabalhadores. Mas, tomado como um todo, a economia de hoje não difere muito do capitalismo ‘puro'”.

“A produção visa o lucro, não o uso. Não existe nenhuma disposição de que todos aqueles capazes e dispostos a trabalhar estarão sempre em posição de encontrar emprego; quase sempre existe um exército de desempregados. O trabalhador está constantemente com medo de perder o emprego. Já que os trabalhadores desempregados e mal pagos não fornecem um mercado rentável, a produção de bens de consumo é restrita, resultando em grandes dificuldades. O progresso tecnológico resulta frequentemente em mais desemprego em vez de uma flexibilização da carga de trabalho para todos. O lucro, junto com a concorrência entre os capitalistas, é responsável por uma instabilidade na acumulação e utilização do capital que conduz a depressões cada vez mais graves. A concorrência ilimitada leva a um enorme desperdício de mão de obra e a essa deformação na consciência social dos indivíduos que mencionei antes”.

“Eu considero esta deformação de indivíduos o pior mal do capitalismo. Todo nosso sistema educativo sofre deste mal. Uma atitude competitiva exagerada é incutida no aluno, que é treinado para adorar o êxito aquisitivo como preparação para sua futura carreira”.

“Eu estou convencido que há apenas uma maneira de eliminar esses males graves, especialmente através do estabelecimento de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educacional que seja orientado para objetivos sociais. Em tal economia, os meios de produção são possuídos pela própria sociedade e utilizados de forma planejada. Uma economia planificada, que ajusta a produção às necessidades da comunidade, distribuiria o trabalho a ser feito entre todos aqueles capazes de trabalhar e garantiria o sustento a cada homem, mulher e criança. A educação do indivíduo, além de promover suas próprias capacidades inatas, tentaria desenvolver nele um sentido de responsabilidade por seus semelhantes, em lugar da glorificação do poder e do sucesso na nossa sociedade atual”.

“No entanto, é necessário lembrar que uma economia planificada não é ainda socialismo. Uma economia planificada desta forma pode ser acompanhada pela completa escravização do indivíduo. A realização do socialismo exige a solução de alguns problemas sócio-políticos extremamente difíceis: como é possível, tendo em vista a profunda centralização do poder político e econômico, evitar a burocracia de se tornar todo-poderoso e arrogante? Como proteger os direitos do indivíduo e, com isso, assegurar um contrapeso democrático ao poder da burocracia?”.

“A clareza sobre os objetivos e os problemas do socialismo é da maior importância em nossa época de transição. Uma vez que, nas atuais circunstâncias, a discussão livre e sem impedimentos desses problemas tem sido objeto de um tabu poderoso, eu considero que a fundação desta revista seja um importante serviço público”.

O Trabalho Perfeito Se Passa Em Dois Planos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Há certa discrepância: por um lado, quando recebo uma perturbação, eu não deveria pedir ao Criador para removê-la. No entanto, por outro lado, neste plano material, eu tenho que aplicar todos os esforços possíveis para resolvê-la. Por que é assim?

Resposta: Não é fácil de entender. Há um trabalho interno que corrige a pessoa; ele se refere às sensações internas. Ao mesmo tempo, a pessoa é obrigada a agir externamente para corrigir seus problemas que devem emergir no mundo externo.

Por isso ela faz a correção externa. E como o mundo em geral não existe, ele representa os próprios desejos da pessoa. A pessoa deve perceber que, se as dificuldades se revelam externamente, supõe-se que ela cuide delas com toda sua habilidade. Ao mesmo tempo, ela deve trabalhar internamente e continuar a corrigir o seu relacionamento com o Criador.

Quanto à influência dos obstáculos externos sobre a pessoa, é preciso elevar-se acima deles, aplicando a “fé acima da razão”. Uma vez que isso chega à pessoa desde o mundo exterior e causa alguns danos, ela é obrigada a corrigir os problemas materiais, aplicando métodos terrenos que estão disponíveis a ela.

Portanto, é preciso agir simultaneamente em ambos os planos, interna e externamente. Isso é chamado de “trabalho perfeito”.

Da 1a parte da  Lição Diária de Cabalá 23/08/12, Escritos do Baal HaSulam

De Acordo Com A Minha Humilde Opinião

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que os grandes Cabalistas escrevem seus artigos “De acordo com a minha humilde opinião”?

Resposta: Isso é o que se diz até alcançarmos o Gmar Tikun (a correção final). Diz-se: “Não acredite em si mesmo até o dia da sua morte”. Isso significa que até que todo seu desejo egoísta finalmente morra, é proibido acreditar em si mesmo.

É impossível saber o que o amanhã trará. Assim é como se parece todo o processo espiritual. Um mundo totalmente novo se revela a você a cada vez. Tudo o que você viu anteriormente no seu desejo de receber, mesmo que parcialmente corrigido, pode se transformar no dia seguinte em algo completamente diferente, e assim descobrimos novos e diferentes horizontes e conexões.

Portanto, cada novo nível é revelado somente na “fé acima da razão”, na doação. A pessoa precisa se anular e ser incluída no nível superior como um embrião no ventre da mãe. É só assim que ela é capaz de descobri-lo. Isso significa estar pronto para qualquer coisa ao se anular completamente.

Assim, os Cabalistas escrevem: “como a mim me parece”, ou “de acordo com a minha humilde opinião”. Afinal, nenhuma criatura alcançou o Gmar Tikkun completo, quando para ela o mundo inteiro precisa ser corrigido. E mesmo que uma pessoa alcance seu Gmar Tikun particular, isso ainda não determina o nível geral e ninguém sabe o que pode ser revelado nele.

A partir da 1ª parte da Cabala diária lição 26/08/12, “600.000 Almas”

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 26/08/12, “600000 Almas”

Um Momento Decisivo Na História

Dr. Michael LaitmanOs tempos estão mudando cada vez mais rápido e a cada dia apontam mais e mais para a meta. O mundo está começando a perceber a situação em questão, que consideramos ser uma transição de um nível para outro, de um degrau da escada para outro no nosso desenvolvimento.

Baal HaSulam escreve em seu artigo “A Paz” que cada vez, com a subida para o próximo nível, a humanidade precisa descobrir a vaidade e nocividade do estado atual, a incapacidade tanto de avançar como de permanecer no local. Quando o mundo inteiro, assim como o homem, grupo ou país, sofre nas atuais circunstâncias, isso se torna o combustível, a motivação, para a transferência ao próximo nível. As pessoas estão prontas a abrir mão do estado atual, que anteriormente parecia bom para elas, mas agora veem o mal nele. Enquanto que o próximo nível, que anteriormente parecia ser irreal e mau, elas estão prontas para aceitar como bom.

Isso é como o desenvolvimento prossegue. O homem muda, seus desejos mudam, e, em seguida, expondo o passado, o presente e o futuro à reavaliação, ele passa à próxima fase. Forçando o seu próprio desenvolvimento, avaliando seus estados mais corretamente, o homem poupa tempo e também internamente se identifica com a tendência, graças à qual o processo passa por ele mais facilmente, suave e positivamente. Isso é porque ele entende as razões do que está acontecendo e age conscientemente, olhando para frente com antecedência.

É assim que o homem ajuda as forças da natureza que o estão influenciando. Elas são convocadas pela negatividade para empurrá-lo ao longo do caminho, mas ele está tentando passar para o próximo nível, por si mesmo, usando a atração pela frente e não o impulso por trás.

Hoje, nós entramos na última fase do período atual de desenvolvimento. Os Cabalistas começam sua contagem regressiva a partir do século XV, desde os tempos do Ari. Nós entendemos que o processo flui lentamente, fase por fase, passando pelos os cinco níveis de HaVaYaH, desde a fase da raiz até a quarta fase. Baal HaSulam, o último grande Cabalista, preparou a metodologia de correção para nós. Ele também queria acelerar o tempo e foi relativamente bem sucedido. Quem sabe como nós iríamos avançar sem suas revelações.

Sobre a situação atual, ela é especial no modo como o mundo em si, mesmo sem as várias explicações, começa a perceber que está agora numa importante fase de transição. Claro, nem todo mundo entende isso. Há sempre pessoas que não percebem a questão principal, ou se fazem de surdas à chamada do tempo.

Há razões para isso, já que aqueles que basicamente provocaram a atual crise econômico-financeira ainda estão escondendo a verdadeira situação, preferindo viver em euforia, em suas fantasias. No entanto, a cada dia, eles compreendem mais claramente que a situação é crítica e não há nada que possa ser feito. Independentemente das somas gigantescas de dólares e euros lançadas na economia, não há dinheiro para pagar as contas e não há nenhum meio que permita pagar a dívida de alguma forma.

Hoje, voltando para a caixa registadora, eles percebem que ela não está simplesmente vazia, mas chegou a um valor negativo sem esperança. Por isso, tudo o que está sendo feito hoje não se destina a corrigir a situação, mas atrasar o fim inevitável por mais alguns meses. Finalmente, torna-se claro que um enorme “tsunami” está esperando por nós, um golpe que o mundo não será capaz de suportar. A sociedade ainda não está ciente do que está acontecendo, mas é simplesmente uma questão de tempo.

Como consequência, as elites estão planejando várias etapas e desenhando cenários para o desenvolvimento de eventos globais e locais. Quais as opções que elas têm? Claro, seria melhor para elas cancelar tudo e recomeçar o jogo. Mas como podemos fazer isso? A partir daí, o padrão de vida das pessoas irá diminuir em 50% ou mais. Os mecanismos sociais e econômicos anteriores deixarão de funcionar. Quem costumava se sentar no alto vai cair. Não haverá nada para os bancos, que costumavam ficar por trás deste jogo. No final, uma grave incerteza encontra-se à nossa frente.

Como regra em tais situações, sob a pressão das circunstâncias, não vendo outra saída, a humanidade começará guerras e rebeliões. Possivelmente, tempos difíceis nos esperam.

Isto é especialmente verdadeiro para o povo Judeu, uma vez que, como Baal HaSulam escreve no final da “Introdução ao Livro do Zohar” e em outros lugares, toda a correção é colocada sobre Israel. Os eventos que estão acontecendo nos bancos europeus e em outras organizações econômico-financeiras são certamente direcionados pelo Criador, que, por esses meios, nos conduz à realização do mal no mundo egoísta e nos obriga duramente a nos livrar da abordagem atual que se destina somente ao benefício material. Ele nos conduz à realização de que é necessário alterar os valores. De agora em diante, o espiritual deve se tornar a meta para nós e o material deve se tornar o meio.

É impossível imaginar quanto sofrimento é necessário para alterar os valores de cada um separadamente e da humanidade como um todo. Isto é porque o homem não está pronto, não entende e não sente o que é exigido dele. Quanto mais a pressão deve aumentar? Que terrível sentimento de desamparo e confusão deve haver para enlouquecê-lo? Que problemas e sofrimento ele deve experimentar e ainda continuar vivo? Em toda essa loucura, como alguém pode perceber que só uma coisa é necessária, sustentar aquele pouquinho que é necessário para o corpo e dar o resto para a alma?

O que está sendo falado aqui é da mudança dos grandes valores egoístas em toda a humanidade, a fim de elevá-la do estado atual para onde ela vai desejar apenas uma coisa: viver em doação. No entanto, não é pela força que o homem vai desejar isso por si mesmo, percebendo, compreendendo, e sentindo que eis a grande meta desejada por todos, elevando-se acima da vida e da morte, acima de tudo.

Portanto, como o homem pode chegar à doação e união? Como pode sair do egoísmo, do próprio corpo e se conectar aos outros? Como pode se juntar aos outros completamente, de modo a sentir o mundo inteiro como seu e com o desejo de cuidar de todos, sentir tudo isso em vez das atuais relações e valores? Nós estamos falando de uma transformação radical, de um extremo ao outro da escala. Nós não entendemos como tal coisa pode acontecer. A humanidade preferiria acabar com sua vida suicidando-se.

É exatamente aqui que a força superior é revelada: a Luz que Reforma, que implementa sua ação de uma maneira boa ou ruim. No entanto, é necessário um grande sofrimento para isso, quando as pessoas realmente sentem, e não apenas dizem, que a morte é melhor do que esta vida. Somente quando o homem se eleva acima do limite da vida e da morte, é que a força superior é revelada e controla a ação. Um breve choque não será suficiente aqui; esses estados devem ser sentidos profundamente até a morte, o que não é a própria vida, mas sua base atual, o desejo egoísta.

Estágios críticos estão agora diante de nós, que irão se desenvolver exatamente desta forma, se não os adoçarmos com a metodologia da correção, a ciência da Cabalá. Hoje é a primeira vez na história que ela está se revelando diante de todos em várias formas, para mostrar à humanidade, e primeiro para toda a nação de Israel, a possibilidade de passar do caminho do sofrimento para o caminho da Torá.

Para que isso aconteça, nós explicamos às pessoas sobre a evolução movida pelo desenvolvimento do egoísmo, a transferência entre os níveis, o livre-arbítrio que já está acessível a nós e nos ajuda a medir o caráter da transformação de um estado para outro. Um momento decisivo na história está chegando. O egoísmo tem se desenvolvido por centenas de anos, mas hoje chegamos ao estado do mal comum e devemos perceber o bem comum. Isso já é uma nova etapa da humanidade: a vida em doação em vez de recepção.

Se não adoçarmos os estados de transição através da ciência da Cabalá, com as explicações que ajudarão a compreender, percebendo o desenvolvimento e cooperando com ele, se não atrairmos a Luz que Reforma e passá-la à humanidade, tornado-se “Luz para as Nações”, então a transição para o próximo estado será muito difícil.

Nós já vimos a crise econômica e a ameaça de uma guerra. Muitas coisas ainda estão para ser reveladas a nós no futuro. E tudo isso não vai acontecer em algum momento no futuro, em algum lugar além do horizonte, mas aqui e agora, e mais adiante no cronograma. Claro, os problemas só vão continuar a crescer e o mundo inteiro vai se render à luta e à guerra. Apesar de levar o mundo ao fracasso econômico seja feito pela vontade do Criador, as organizações simplesmente não veem outra saída. É impossível liquidar as dívidas atuais. É por isso que todos os meios conhecidos, tais como a guerra, o protecionismo e o fascismo, estão se armando e parecem ser a solução para os problemas.

Nestas circunstâncias, uma poderosa campanha de disseminação é exigida de nós, não uma explosão de curto prazo, mas uma onda interminável, movendo-se como uma parede e desmoronando em todo o mundo. Esta é nossa tarefa exata: organizar a pressão por meio da explicação, e até mesmo por meio da propaganda sobre o que a metodologia de correção oferece.

Chegou a hora de começar. Precisamos nos preparar o mais rápido possível para criar vários tipos de cobertura: ampla, afiada, decisiva, sem esconder nada, e ativá-los primeiro em Israel, no lugar mais importante do mundo, de onde a notícia irá fluir para toda a humanidade em todos os canais. Além disso, precisamos disseminá-los através de nossos grupos ao redor do mundo.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 11/08/12, Escritos do Baal HaSulam “A Nação”

Por Quem Orar: Por Cada Um Ou Por Todos?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu atuo corretamente ao orar por todo mundo e querendo que cada um também peça ao Criador a Luz para todos? Eu quero que todos se encontrem nesta sociedade, nesta Luz, e que o Criador ajude cada um de nós a adquiri-la.

Resposta: Por que para “cada um de nós” e não “todos nós”? Não é melhor se for todos juntos?

Por que falamos sobre unificação, sobre aspirar à união? Porque na espiritualidade não há nenhum estado tal como “eu”, “ele,” “você”, e assim por diante. É melhor pedir em nome de “nós”.

Tente e você vai ver que a vida instantaneamente ficará mais clara, melhor para todos. Neste “nós”, você vai descobrir o único estado que existe. E o estado atual irá se afastar gradualmente de você e certamente será sentido como ilusório — é somente porque nós não tínhamos sido dirigidos assim antes.

Convenção na Carcóvia “Unindo para Ascender” 18/08/12, Lição 5