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No Sistema Analógico, “Quase” Não Conta

Dr. Michael LaitmanPergunta: Os Cabalistas dizem que, como está escrito, “Como o mundo é julgado por sua maioria, e o indivíduo é julgado pela maioria, se ele realiza uma Mitzva, feliz é ele, pois sentenciou a si mesmo e o mundo inteiro a uma escala de mérito”. Como isso é possível?

Resposta: Num sistema global, o individual e o geral são iguais. Nós não entendemos isso, porque sempre somos operados por dados quantitativos, mas no sistema analógico integral, mesmo a menor parte é crucial.

Se ela quebrar, todo o sistema quebra. Ele não pode operar na metade do seu poder ou em 99% dele. Enquanto existe um único defeito, todo o sistema está desativado.

Estas são as leis da conexão mútua entre as almas, que juntas criam um desejo. A condição para a conexão decorre do seguinte: “Como um homem em um só coração”, quando todos transcendem acima do ego, “acima da razão”.

Claro que nós avançamos para isso gradualmente, passando por 125 níveis no caminho para conexão total, mas, mesmo no processo, o princípio da igualdade do individual e do geral afeta as coisas, de modo que quando um grama de mim é adicionado ao sistema geral circular, isso lhe permite subir ao nível certo. Nós devemos usar este princípio, o que significa ver como importante até mesmo a menor ação realizada por cada indivíduo.

Pergunta: Isso significa que as minhas corrupções também são transferidas para o sistema?

Resposta: Sim, e o Baal HaSulam escreve sobre isso, mas a questão é que o nosso sistema já está quase totalmente corrompido. Nós começamos a subida de baixo, desde o pior estado, e primeiro corrigimos os desejos mais puros, os vasos mais leves.

Pergunta: Será que esta lei integral age em todos ou somente naqueles que estão conscientes disso?

Resposta: Em primeiro lugar, à medida que o grupo é revelado, a pessoa entra neste sistema e participa de seu trabalho. Além disso, do lado de fora, há o sistema de todos os de Israel e, em seguida, o de todas as nações do mundo. Cada parte pertence ao sistema de acordo com o seu peso.

A unidade em si está oculta, e o que é revelado no momento é apenas a sua crosta, que é a parte mais fácil de corrigir. É aqui que age o mecanismo que permite que cada um de nós julgue o mundo a uma escala de mérito.

Isto porque, por enquanto, este é o nosso mundo, a parte que é revelada hoje e é dada a nós para que possamos trabalhar nela. Nós ainda não entramos em Malchut de Ein Sof de forma plena. Nós descobrimos uma fina camada dela a cada vez, para que possamos trabalhar com ela.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 16/08/12, “A Arvut (Garantia Mútua)”

Bem-Vindo À Câmara Do Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa falar com o Criador através do grupo?

Resposta: É como se você estivesse falando para si mesmo e fizesse esclarecimentos. No entanto, não pode ser simplesmente um diálogo interno com você mesmo. Tem que ser um diálogo com o Criador. Isso pode acontecer com a condição de que você realize este diálogo através do vaso geral (Shechiná) onde o Criador habita.

Por exemplo, se você quisesse falar com uma pessoa importante, você teria que enviar uma carta através de seu secretário e seguir certos requisitos. Você tem que fazer o mesmo com o Criador e conduzir o seu diálogo com Ele através do grupo, isto é, através de sua atitude para com os amigos e companheiros, através da doação, na medida em que você consegue imaginá-la.

Caso contrário, este recurso não será dirigido ao Criador. O grupo e toda a realidade é um lugar onde o Criador habita. Se você pode se conectar à sua sala de recepção, então você pode se conectar com Ele. Ele gradualmente se revelará na medida de sua prontidão em se conectar corretamente a este lugar, onde você e Ele devem supostamente se conhecer. Este lugar é como Sua câmara.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 12/08/12, Shamati # 35

A Condição Necessária Para A Ascensão

Dr. Michael LaitmanPergunta: É possível designar um dos workshops na Convenção para discutir os obstáculos que nos impedem de unir? Por um lado, é um obstáculo, mas, por outro lado, precisamos dele, pois temos que estar contentes por abrir caminho entre nós.

Resposta: De maneira nenhuma devemos falar sobre os obstáculos como empecilho para nos unir. Nós os chamamos de obstáculos porque eles parecem ser assim em nosso egoísmo. No entanto, nós os aceitamos como condição necessária para a subida. É impossível subir sem eles.

Nós devemos aceitá-los naturalmente, com felicidade, uma vez que este é o único propósito para sua existência. Se a pessoa está incluída em nossa formação e educação, independentemente de quais os obstáculos ela enfrenta, ela tem uma reação correta a eles, e certamente está subindo com a sua ajuda. Isto é muito importante, porque a técnica de subir acima dos obstáculos é a mais útil. Não há outro jeito aqui de subir.

Da Lição Virtual 12/08/12

Conselho De Família: Uma Discussão À Luz De Velas

Dr. Michael LaitmanPergunta: A pessoa deve compartilhar seus sentimentos sobre a vida familiar com o seu cônjuge?

Resposta: Sim, pois não deve haver divisão interna entre o marido e a esposa. Às vezes, nós ficamos envergonhados, e às vezes sequer queremos admitir algo para nós mesmos. No entanto, devemos falar uns com os outros como psicólogos. Nós ficamos completamente despidos e ficamos diante um do outro como a natureza nos fez.

Todos devem olhar para si e seu parceiro de lado. Como numa bancada de laboratório, nós revelamos o nosso mundo interior e discutimos tudo até o fim sem nenhum pudor, sem pensar no passado ou no futuro.

Afinal, nós queremos transformar tudo em unidade. Então, vamos colocar todos os problemas sobre a mesa:

  • O que há de ruim em nós? Que qualidades não queremos usar em sua forma atual? Nós fazemos uma análise crítica mútua.
  • O que há de bom em nós? O que queremos compartilhar com o outro? O que queremos desenvolver?

Juntos, vamos descobrir o que está errado com a nossa natureza feia, e, ao mesmo tempo, mostramos que estamos preparados para superar isso, e nos unimos de uma vez por todas. Nós nos odiamos quando se trata de crítica mútua, e mal conseguimos conviver com o outro devido à falta de esperança. Nós estamos em poder das crianças, dívidas e responsabilidades, e toleramos a vida familiar. No entanto, ao mesmo tempo, procuramos uma forma de melhorá-la.

Quando falamos, temos que entender a natureza humana, desejos por comida, sexo e família, assim como dinheiro, respeito, poder e conhecimento. Devemos entender que todos têm inveja e cobiça, assim como ambição e amor pelo poder ardendo dentro deles.

Nós discutimos o mundo interno de ambos, e depois o nosso mundo mútuo e compartilhado que devemos construir entre nós. Primeiro nós falamos sobre a natureza humana como um todo, de forma psicológica. Depois, vamos examinar quais dessas coisas comuns são inerentes a cada um de nós.

Nós falamos sobre nossas qualidades, desconfianças, impulsos, paixões, hábitos e outras coisas, sem vergonha ou medo. Eu nem sequer percebo que tenho algumas dessas qualidades, mas devo saber sobre elas. Eu preciso ao menos saber como elas se parecem aos olhos do meu parceiro de vida.

Então, eu digo tudo em voz alta: como não concordo com as coisas que existem dentro de mim, quais são as coisas que me faltam, e o que eu gostaria de esconder em vez de exibir. É como se eu estivesse numa bancada de laboratório, quando falo de mim mesmo, e junto com meu parceiro, examinamos as minhas qualidades e discutimos o parceiro da mesma maneira.

Isto permite que possamos nos abrir, sem permanecer confinados aos nossos limites. Nós nem exaltamos nem culpamos. Afirmamos fatos objetivamente como um médico faz, sem realizar avaliações estéticas durante um exame. Ele define um problema e o resolve. Grosso modo, ele me considera como um “pedaço de carne” que precisa ser corrigido, e também de forma imparcial, nota qualidades boas e más um no outro sem ser pessoal.

Por exemplo, minha esposa me diz: “Você é tão econômico. Eu não sabia que estava me casando com um pão-duro. Isso realmente me incomoda. Você pediu uma salada para nós dois quando comemoramos meu aniversário no restaurante. Passou-se dez anos desde então, e você não me levou mais a um restaurante. Você me acorda toda vez que sai da cama à noite, mesmo podendo ser mais cuidadoso. De manhã, você se levanta cinco minutos antes de sair de casa, e eu tenho que juntar todas as suas coisas em cinco minutos”.

Nós discutimos os problemas. Minha esposa me ajuda a perceber as coisas que são ruins em mim, e isso é uma grande coisa. No entanto, esta conversa não ocorre na forma de bate boca ou  exigências prejudiciais. É objetiva. É feita com amor ou, pelo menos, do ponto de vista de um médico que analisa um paciente.

Por exemplo, um psicólogo lhe escuta enquanto toma uma xícara de café com bolo, e depois, de forma semelhante, ele lhe explica as coisas que são ruins em você. Você o deixa com o coração partido, enquanto ele faz os comentários finais num caderno e derrama uma xícara de café por si mesmo. Isso é objetividade. Eu subo acima dos interesses pessoais e simplesmente digo ao meu parceiro o que vejo nele.

Eu vou dar o seguinte exemplo para compreendermos melhor esta abordagem. Eu estou começando uma nova posição onde tenho um estágio probatório de uma semana. Eu estou muito preocupado com este período de teste, porque dele depende a conquista do emprego, e agora a minha esposa, que me conhece por dentro e por fora, me fala sobre todas as minhas falhas, que eu tenho que tomar cuidado no trabalho, com amor e sem ofensa pessoal.

Mesmo que eu não goste de ouvir isso ou de vê-la listando os fatos, eu superarei meu ego e aceitarei seriamente suas palavras. Eu não as ignoro. Eu sou grato à minha esposa por esta preparação, à medida que compreendo minhas faltas.

Minha esposa me diz: “Não se esqueça de jogar fora o saco vazio quando fizer café. Não assue o nariz ruidosamente. Não peça esclarecimentos…”. Todos os pontos do seu “diagnóstico” me beneficiam. Ela é mais do que um médico; ela participa de meus problemas com amor e carinho.

No final, nós dois queremos alcançar a unidade, e é por isso que fazemos uma noite de diagnóstico. Por exemplo, quando eu voltar para casa do trabalho, abriremos uma garrafa de vinho e colocaremos algumas torradas e minha salada grega com queijo feta favorito na mesa. Nós até acenderemos uma vela para ambiente e teremos uma discussão pacífica

Da “Discussão sobre Nova Vida” 12/07/12

União Dentro do Uno

Dr. Michael LaitmanComentário: A primeira lição da Convenção da Carcóvia é chamada de “União Dentro do Uno”, isto é, uma lição sobre a felicidade da união, sobre o grupo que está unido por um objetivo, para se tornar semelhante ao Criador, sobre como podemos sentir isto agora e estar confiantes de que seremos bem sucedidos.

Resposta: O problema é que começamos a sentir todos nós existindo juntos numa única esfera externa da natureza. Essa esfera é chamada de Criador ou Natureza. Ela envolve a todos nós, e nós estamos sob suas leis.

Portanto, no final, se chegarmos a equivalência com esta esfera através de nossas qualidades vamos revelar nossa unidade, nossa união. Depois, será a união dentro do Uno.

Da Lição Virtual 12/08/12

A Oração Que O Criador Vai Ouvir

Dr. Michael LaitmanPergunta: O tema de uma das lições da Convenção é “A Oração Coletiva”. Esta lição é sobre como alguém chega a oração não para si, mas para a sociedade.

Resposta: A oração coletiva é um pedido para corrigir o vaso quebrado, a alma comum partida. Se nós formamos este pedido corretamente, nós definitivamente obtemos uma resposta, porque o pedido que passa através do vaso comum adquire as qualidades, o formato, que é percebido pela Luz. Assim, nós temos que aprender como nos conectar uns com os outros de tal forma que, através deste modelo, através do grupo, o pedido de todos atinja o Criador corretamente.

Da Lição Virtual 12/08/12

A Paciência É A Chave

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que caracteriza a paciência, que é necessária no nosso trabalho?

Resposta: Mostrar paciência significa ir obstinadamente em direção à meta. Como se diz: “Faça qualquer coisa, mas simplesmente não saia!”.

É dito sobre como o Rabi Akiva foi o único a sobreviver a um naufrágio e a não se afogar no mar turbulento. Ele se agarrou numa prancha de madeira e abaixou a cabeça diante de cada onda que se aproximava, e assim chegou à terra.

Nós precisamos fazer a mesma coisa. Aconteça o que acontecer, eu vou continuar o meu caminho. Eu posso estar sofrendo e preocupado, talvez nem consiga fazer nada, mas eu continuo indo às aulas, ouvindo e participando dos trabalhos. Eu posso não estar estimulado e inspirado agora, pois o momento pode ser diferente, mas estou fazendo tudo que posso. O mais importante é desejar avançar. Essa é uma qualidade muito importante.