Textos arquivados em ''

Uma Estrada Sem Fim

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar”, item 55: Isso é porque ele atinge as Luzes e graus de sua alma, chamada NRNHY, de acordo com a medida da pureza de seu desejo de receber. E a cada grau que ele atinge, as Luzes desse grau o ajudam em sua purificação. Assim, ele sobe em graus até que atinje os deleites do objetivo final no Pensamento da Criação.

Pergunta: O nível de “receber a fim de doar” é destinado a cada alma?

Resposta: Sim e não. Ele também pode ser atingido indiretamente pela incorporação, já que estamos falando de um sistema analógico que é perfeito e integral onde todos estão conectados a todos os outros e o padrão geral está em todos como numa imagem holográfica.

A questão toda é que o meu papel nesse quadro é: Será que eu sou parte da “perna”, da “cabeça”, do “coração” ou de outro órgão do “corpo” geral? Com certeza eu vou conseguir tudo, mas eu atinjo ativamente a minha parte no sistema, agindo de forma independente.

Eu tenho minha própria deficiência e também a deficiência que adquiro de todos os outros. Existe eu, que decorre do meu elemento, e há todos os outros. Portanto, a nossa realização não é idêntica. Todos atingem todo o sistema como um todo e estão em Ein Sof (Infinito), mas ao mesmo tempo todos “invejam” os outros, pois todos têm um ponto de partida diferente. Isso também requer trabalho e correção.

Então, nós ascendemos a um nível tal, sobre o qual não sabemos nada. O desenvolvimento continua e desaparece em algum lugar. Os vasos terão que crescer e se transformar em algo que não sabemos…

Pergunta: Por que a pessoa tem que atingir o pensamento da criação?

Resposta: Porque este é o desejo da parte superior, do Criador, já que o pensamento da criação é o Criador.

Nossas palavras são imprecisas, mas temos que usá-las. Diz-se que existe uma realidade inatingível chamada de Criador. Ele é inatingível, mas há o pensamento da criação, o que significa Sua atitude em relação a nós.

Como resultado de Seu pensamento sobre nós, algo foi feito. Ele criou um desejo de receber e fez coisas diferentes com ele. Mas a questão não é que devemos ficar neste desejo de receber. O desejo e a Luz são os dois únicos atributos, de recepção e doação, que Ele escolheu para nos elevar acima de ambos.

Isto significa que nós subimos não só acima da recepção, mas também acima da doação, porque um não será capaz de existir sem o outro. Nós temos que entender Seu pensamento da criação e subir ainda, sobre o qual não podemos falar hoje porque não sabemos o que é.

Esta é a forma de realização que nos leva a um fim desconhecido. Em nossos desejos, não podemos sequer alcançar algo maior que eles, pois estamos falado de algo que está além do Gmar Tikkun (o fim da correção). Ainda temos que entender que é aqui que se estão os objetivos que realmente se combinam com o Criador. Ao esclarecer o processo que atravessamos, temos que dizer que Sua atitude em relação a nós não se encontra abaixo do nível onde Ele se encontra e sobre o qual não sabemos nada, pois mesmo as raízes de nossos ramos não derivam dele.

Portanto, sabendo isso, devemos também entender onde estamos hoje.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 01/08/12, “Introdução ao Livro do Zohar

A Era Da Última Geração

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar”, p. 57: Se os adoradores do Criador tivessem pelo menos se engajado na internalidade da Torá e estendido a completa Luz de Ein Sof, toda a geração os teria acompanhado. E todos teriam a certeza de seu caminho, de que não cairiam. Mas se mesmo os servos do Criador se distanciaram dessa sabedoria, não é de admirar que toda a geração esteja falhando por causa deles. E por causa da minha grande tristeza, não posso acrescentar detalhes a isso!

Se as massas que estudam a Torá entendessem o que é o verdadeiro ensinamento… É assim que elas chamam a sabedoria da Cabalá, mas elas não querem aprender. Além disso, se elas tivessem tomado essa ciência, é claro, poderíamos ter feito grandes correções, tanto quantitativas como qualitativas. Então, hoje a nossa situação seria diferente.

Quem está mais consciente desta diferença entre o desejado e a realidade do que Baal HaSulam, quando ao invés da internalidade estamos preocupados com a externalidade? O final do século XIX, quando o retorno à terra de Israel foi permitido, foi o marco mais recente. Em geral, este período dura desde o tempo do Ari, o Messias, filho de José.
O rabino Abraham Ben Mordechai Azulai escreve na “Introdução ao livro, Ohr HaChama [Luz do Sol]” 81:

A proibição de Cima para abster-se do estudo aberto da sabedoria da verdade foi por um período limitado, até o final de 1490. Posteriormente, considera-se a última geração, onde a proibição foi levantada e a permissão foi concedida de se ocupar com O Livro do Zohar. E desde o ano de 1540, tem sido uma grande Mitzva (mandamento) para as massas estudar, jovens e velhos. E já que o Messias é obrigado a vir como conseqüência, e não por outra razão, é inapropriado ser negligente.

Disso, nós podemos entender pelo menos um pouco o quanto perdemos, porque ainda negligenciamos a ciência da Cabalá, e que mal isso transmitiu às pessoas até este dia. Em essência, nós fazemos uma grande ofensa.

Pergunta: Baal HaSulam escreve que: “A geração inteira teria nos seguido”. Isso significa que todos devem aprender a sabedoria da Cabalá?

Resposta: Ele não está habituado a falar no modo subjuntivo, e ainda: se as pessoas religiosas nessas gerações estudassem a Cabalá e acrescentassem a parte oculta – os escritos do Ari e o ensinamento do Baal Shem Tov – à parte explícita, ao longo do tempo nós teríamos corrigido nós mesmos. Primeiro de tudo, nós teríamos sentido a realidade corretamente. As pessoas não teriam abandonado a religião; o tempo da “Haskalah” (Idade do Iluminismo), causado pela separação da direção certa no desenvolvimento humano, não teria chegado.

Depois de completar o período de exílio espiritual, no século XV, o povo judeu continuou em direção à salvação e ascensão.

Foi a partir desse momento que “a era da última geração” começou. Mesmo assim nós tivemos que nos empenhar na Cabalá, isto é, o método de correção que leva a Luz que Corrige a todos, e a todos nós juntos. Então, as nações do mundo receberiam a iluminação através de nós, o que teria mudado sua atitude.

No entanto, não nos empenhamos na parte interna da Torá, a ciência da Cabalá, e, portanto, não temos a conexão com a Luz. Isso nos afetou à sua maneira, de acordo com a nova época, e isso tornou o nosso caminho mais difícil. Em vez da Luz, o mundo ficou escuro porque não fomos capazes de aceitá-La. A escuridão é a mesma Luz que não conseguimos discernir em nossos desejos corrompidos. Se tivéssemos corrigido nós mesmos, teríamos sentido Sua abordagem como algo desejável. No entanto, tudo foi ao contrário; nós não queremos a Luz, e Ela se transforma em escuridão para nós, um sofrimento terrível.

Esse é o problema: Até agora, as pessoas empenhavam-se na Torá apenas externamente, nos estudos. “Externamente” significa não para corrigir a alma. O exílio em que nós estamos foi causado pelo fato de que não nos corrigimos, mas estudamos sem avançar. Antes, nós tínhamos que agir dessa maneira, mas este período cronologicamente terminou no século XV. Nós estamos 500 anos atrasados.

Pergunta: Hoje, verifica-se que a parte secular (laica) da população está mais próxima da Cabalá.

Resposta: Certo. Vamos torcer para que essa situação mude. Entretanto, a parte religiosa está passando pela fase da consciência do mal em si e nos eventos contemporâneos. Pouco a pouco, de diferentes formas, ela começa a perceber isso. E isso vai acontecer em um par de anos.

De qualquer forma, nós não vamos corrigir ninguém, exceto nós mesmos. Quem quiser participar do processo de correção é bem-vindo. No sistema geral, nós estamos todos interligados; por isso, vamos esperar que isso afete a todos.

Se o público religioso começasse a estudar Cabalá, obviamente teríamos chegado rapidamente à correção geral. No entanto, tais são as condições, as propriedades inerentes ao desejo de receber.

Além disso, nós devemos entender que o que enfrentamos é uma consequência da quebra e do exílio. Esta parte das pessoas deve se comportar dessa maneira. Na verdade, nós somos todos levados pela natureza, e não há nada além do seu alcance. Durante o exílio, a pessoa está na natureza do desejo de receber; ela não sente a sua conexão com o Criador.

Luz superior e o Criador não são revelados a ela e não há nenhuma conexão. Por outro lado, ela se contenta com o estudo da Torá e dos Mandamentos na sua forma atual. É por isso que, amarrada pela linha esquerda, ela simplesmente não consegue sair deste estado.

Este é o resultado do caminho que temos percorrido, e não podemos acusar ninguém de nada. Nós olhamos para estes eventos sociais como pesquisadores, objetivamente, lembrando que “não há outro além Dele”. Portanto, isso tinha que acontecer.

Quanto às correções práticas, nós precisamos entender que agora tudo depende de nós. Nós não exigimos nada de ninguém além de nós mesmos. Esta é a nossa abordagem para cada parte da sociedade humana e para todos: nós temos que dar-lhes a melhor explicação, e esta a sua livre escolha.

Da 4ª parte da Lição Diária dé Cabalá 01/08/12, “Introdução ao Livro do Zohar

Todos Têm A Ponta Da Corda

Dr. Michael LaitmanNós só recebemos o reconhecimento do mal do Criador; na verdade, Ele criou apenas o desejo de receber. A Luz, o meio que nos ajuda a corrigir o nosso estado, nós temos que encontrar dentro do ambiente.

A questão é que a ação do lado do Criador é nos dar o reconhecimento do mal, e a ação do lado da criatura é pedirpela correção depois de alcançar o reconhecimento do mal. Este é o trabalho.

Eu não preciso de nada do Criador, só que Ele me revele que eu existo dentro do mal. Mas é só no verdadeiro mal, “na qualidade”, que eu preciso entender que não me falta o atributo de doação e me sentir mal por causa disso. Todo o resto vai passar por si só: claro que eu vou correr para buscar ajuda, eu vou chorar, pedir e exigir, até que eu o force a me corrigir.

Assim, a tarefa do Criador é revelar o mal, e minha tarefa é exigir que Ele transforme o mal em bem.

Pergunta: Como é possível aumentar a intensidade do meu pedido ao Criador?

Resposta: A intensidade depende de como você se sente mal em seus atributos egoístas. Tudo se move somente após o sentimento; o intelecto é inútil aqui. Assim, eu preciso traduzir a situação para o sentimento: eu me sinto mal por existir no desejo de receber.

Por exemplo, eu sinto vergonha quando as pessoas ao meu redor me olham com desprezo. Eu simplesmente só posso pensar: “Como posso ir em frente? Na verdade, amanhã, vou precisar vê-los novamente”. Então, quando eu me sinto mal, eu procuro uma saída.

Mas se você se sentisse bem e não sentisse nenhuma vergonha, você não seria capaz de se aproximar da correção. O ego é certamente previsto e a fala de alguém lá fora não me diz respeito.

Palavras em si mesmas são impotentes. Eu preciso transferi-las para esse nível interno, onde elas vão causar uma resposta de mofo que eu realmente me sinta mal sobre o modo como se relacionam comigo. A influência do ambiente precisa controlar meu próprio poder de auto-persuasão. Em suma, eu preciso sentir vergonha. Isso me traz a “restrição”, um pedido, tudo o que virá depois.

Pergunta: Como a pessoa pode ampliar essa vergonha?

Resposta: Através do poder do pensamento.

Pergunta: Como a pessoa pode ampliar o pensamento?

Resposta: Pelo poder da persistência, usando a perseverança.

Pergunta: Como a pessoa pode aumentar a persistência?

Resposta: Peça aos amigos para ajudar a lembrar a pensar nisso e na consciência da importância.

Pergunta: E se eu me esquecer de pedir isso a eles?

Resposta: Escreva um e-mail com antecedência para que eles o apoiem.

Pergunta: E se eu me esquecer de escrever o e-mail?

Resposta: Não pode ser que a pessoa receba uma oportunidade e não lhe seja dado o fim da corta. Ela é sempre capaz e precisa começar seu caminho a partir de alguma coisa.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/07/12, “Introdução ao Livro do Zohar

“O Mundo No Limite”

Dr. Michael LaitmanOpinião (Lester R. Brown, presidente do Earth Policy Institute, Washington, Mundo no Limite: Como Evitar O Colapso Ambiental e Econômico ): “No verão de 2010, altas temperaturas recordes queimaram Moscou do final de Junho até meados de agosto. … O calor recorde encolheu colheita de grãos da Rússia de cerca de 100 milhões de toneladas para 60 milhões de toneladas. Esta queda de 40 por cento, associada à proibição de exportação de grãos, ajudou a elevar os preços do trigo mundial em até 60 por cento em dois meses, elevando os preços do pão em todo o mundo. …

“Se a temperatura de Julho em Chicago estivesse em média 14 graus acima do normal, como aconteceu em Moscou, seria o caos nos mercados mundiais de grãos. Os preços dos cereais subiriam rapidamente às alturas. Os preços dos alimentos disparariam em todo o mundo. Muitos países exportadores de grãos, tentando segurar para baixo os preços dos alimentos domésticos, restringiriam ou mesmo proibiriam as exportações, como fizeram em 2007-08.

“Países exportadores de petróleo tentariam trocar óleo por grão. Importadores de grãos de baixa renda perderiam. Em vez de ser dominado por cenas de fumaça e fogo em Moscou, o noticiário da TV passaria imagens ao vivo de distúrbios alimentares em países de baixa renda importadores de grãos, reportagens da fome se espalhando, governos caindo e estados fracassando. Com os governos em colapso e com a confiança no mercado mundial de grãos quebrada, a economia mundial poderia começar a desalinhar”.

Meu comentário: A Natureza nos força para o canto, e ela vai fazer isso até que percebamos que temos que mudar a nós mesmos ao invés do mundo.

Mudar Uma Pessoa

Dr. Michael LaitmanHoje, muitos já estão dizendo que nós chegamos a um estado, em que precisamos mudar o próprio homem e não o mundo que nos rodeia. O homem sempre ficou no meio e mudou a sociedade, a indústria, a tecnologia e tudo ao redor. Não é assim agora. Agora, tudo isso está saindo do nosso controle.

Nós devemos primeiro mudar o homem, e depois seremos capazes de criar um novo ambiente ao seu redor, novas relações sociais, políticas, econômicas, etc. Somente depois disso é que vamos entender como mudar o mundo.

É por isso que hoje ninguém tem qualquer tipo de metodologia, nem “ferramentas” para mudar nada. Muitos reconhecem isso hoje. O que as pessoas só começaram a sentir antes, 20 a 30 anos atrás, a perceber levemente dez anos atrás, hoje está sendo falado. Ainda não nos meios de comunicação, mas eles já estão falando e entendendo que o mundo, tendo atravessado o estado pós-industrial, o estado pós-moderno, deve agora entrar num estado novo.

E o próximo estado do mundo é a mudança do ser humano. Nós devemos acelerar ao novo nível em que nos tornaremos fundamentalmente diferentes, e nele vamos construir um mundo completamente novo. Isto não é ficção, nós vamos ver isso. É aconselhável falar sobre isso, desejável continuar tentando, pois dessa forma, nós diminuímos o sofrimento e os golpes no caminho.
Eu acho que dentro do próximo semestre isso vai ser sentido numa escala maior.

Da Lição Virtual 15/07/12

Contra A Parede

Dr. Michael LaitmanPergunta: Será que devemos falar sobre a metodologia integral apenas para aquelas pessoas que têm problemas?

Resposta: Eu acho que nós precisamos simplesmente disseminar o conhecimento sobre a existência de uma metodologia integral. Gradualmente, num curto espaço de tempo, as pessoas vão começar a “iluminar-se”, a entender e sentir que a única possibilidade de sobreviver é exatamente essa.

Nós estamos diante de problemas tão graves jamais enfretados pela humanidade. O homem entrou numa oposição com a natureza. Ele nunca chegou a esta fronteira antes. Agora ele chegou a ela e está enfrentando uma parede que não o está deixando avanar. Isto é, por um lado.

Por outro lado, a força de desenvolvimento está sendo empurrada contra nós, pressionando-nos contra a parede diante de nós. E nós teremos que fazer algo sobre isso.

É por isso que é necessário dar às pessoas o conhecimento, dados e informação, pelo menos a cerca do fato de que a metodologia integral existe, que agora estamos sofrendo este tipo de um desenvolvimento, e que não há nenhuma outra maneira. Ao mesmo tempo, nós precisamos ensinar, tendo os dados científicos mais recentes como a nossa base.

Da Lição Virtual 15/07/12

Uma Estrada Coberta Por Uma Sombra De Doação

Dr. Michael LaitmanA dificuldade do nosso trabalho é resultado da oposição dos estados, entre os quais temos que nos equilibrar – o que é chamado de “linha do meio”. Por um lado, você deve estar orgulhoso de estar seguindo esse caminho. Caso contrário, você vai cair sob a influência do mundo ao seu redor e se tornará infectado por seu “vírus”: você vai começar a lidar com dinheiro, respeito, conhecimento, controle e muitas outras metas vazias das quais o mundo está cheio.

Por outro lado, o trabalho interno exige modéstia e humildade com o grupo e o Criador, de modo que eles vão passar a você os valores corretos. Se a pessoa sempre realiza tal esclarecimento correto – com o que ela deve ser impressionada e o que deve ignorar, com quem ela deve estar em contato e de quem deve manter distância -, ela escolhe o ambiente correto. Ela constrói esse ambiente, uma vez que ele não é apenas um grupo ao qual ela chegou e onde ela existe.

Ela determina o que é importante e o que não é importante em cada sociedade em que se encontra, e assim constrói o seu ambiente, como se diz, “a pessoa escolhe um bom ambiente”. O ambiente não existe de forma pronta. Cada um de nós tem que esclarecer este conceito e construir um ambiente para si mesmo.

Este trabalho é permanente, não um evento único onde basta tomar uma decisão uma vez e deixar por isso mesmo. Eu tenho que tomar novas decisões a cada momento, e percebo que esta é a única oportunidade que tenho de livre arbítrio. É a única maneira que eu posso acelerar meu progresso enquanto tudo o resto já são os resultados, que eu nem sequer toco.

Eu não posso mudar nada e se eu me esforçar só vou estragar o meu avanço. Não só eu não vou avançar nem corrigir a única coisa que precisa ser corrigida, como também vou estragar a minha atitude em relação a outras coisas que deveriam ser o resultado do meu bom livre arbítrio, à medida que as tratava como a primeira ferramenta principal.

Além disso, eu tenho que esclarecer a minha atitude em relação ao prazer e o sofrimento, pois, se o Criador é bom e benevolente, por que Ele me envia sofrimentos? Eu sinto esses sofrimentos por causa da minha corrupção ou é o Criador que me trata tão cruelmente? O que eu posso atribuir a ele, se é que posso?

A pessoa esclarece essas coisas até chegar à conclusão de que seu objetivo é alcançar a força de doação, a força da fé, que no final se transforma na força do amor. O amor é a força da conexão pela qual a pessoa recebe a imagem do Criador e se torna semelhante a Ele, que é chamado de tornar-se Adam (ser humano, em hebraico).

O Criador se veste na pessoa e dá ao seu desejo de receber a forma de doação. Se é isso que a pessoa exige, ela chega à oração simples e pede a misericórdia simples.

Mas todas essas ações são reveladas junto com uma grande confusão e mudanças de diferentes estados opostos até que finalmente a pessoa termina um esclarecimento e fica claro que não há nada, exceto a Luz superior simples.

O atributo de doação começa a dominá-la e determina a realidade que só ela sabe agora. Todos os estados opostos e conflitantes foram dados a ela apenas para que ela pudesse sentir e compreender em sua mente e coração, tendo provado prazer e sofrimentos, e alcançado a verdade e a mentira de que não há nada neste mundo e nada controla-la, exceto o atributo de doação.

Todos os atributos que a pessoa sentiu ao longo do caminho, que são o oposto do atributo de doação, eram apenas a sombra do atributo de doação que a ajudou a aprender, compreender e adquiri-lo. No final, ela alcança a misericórdia simples, que é o puro atributo de doação.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 27/07/12, Shamati # 113

Superar As Diferenças Na Família

Dr. Michael LaitmanEm primeiro lugar, uma família integral é uma família onde os dois entendem que tem que ser um todo unificado. Eles têm que superar suas diferenças naturais.

Todos nós somos diferentes uns dos outros, e sequer percebemos o quanto. Quando os nossos egoísmos explodem em chamas e nós existimos em estado de choque, irritação, medo ou no estado de felicidade e euforia, nós experimentamos o surgimento de tais inclinações dentro de nós que, possivelmente, nem sequer suspeitávamos que existissem.

Resulta que todos nós temos que chegar a alguma interação integral, apesar de todas as nossas diferenças. O que é isso? De forma alguma vamos quebrar uma pessoa ou mudá-la. Nós apenas a ajudamos a interagir com os outros, como num quebra-cabeça, onde a protuberância e concavidade de diferentes partes da imagem permitem criar uma conexão, uma imagem única entre elas.

Certamente, aqui a pessoa precisa ter algumas noções básicas de psicologia, do trabalho consigo mesma e com os outros, e compreender a si e aos outros. Se dermos tudo isso às pessoas, elas serão realmente diferentes.

Da “Discussão sobre Formação Integral” 08/07/12