Uma Grande Aldeia

Dr. Michael LaitmanPrimeiro de tudo, nós precisamos de uma educação integral onde, baseado em muitos fatos – na opinião de cientistas, pesquisadores e cientistas políticos – nós descrevemos e mostramos claramente às pessoas onde realmente estamos.

A pessoa não sabe nada sobre a vida fora de seu trabalho, futebol, cerveja, e todas essas coisas parecem uma coisa natural. Ela não pode sequer imaginar que, se um dia a conexão entre nós de repente quebrasse, tudo isso não existiria: não o que vemos à nossa volta, não o que temos em casa! Isto é, sem o comércio internacional, o intercâmbio político, cultural ou militar, não importa em que níveis, nada existiria.

Primeiro, a educação integral fala do caminho que atravessamos na evolução, e no qual estamos presos. Hoje, nós não somos capazes de explorá-lo. Pelo contrário, a evolução continua; a cada dia, nações e todos os tipos de civilizações estão amarrados, cada vez mais apertadas, e a única coisa que podemos fazer é aprender a existir de uma forma integral.

Mas torna-se evidente que os países não sabem como fazer isso. Nós vemos isso em exemplos do mercado comum, bancos internacionais, etc. Então, o que pode ser dito sobre simples organizações de mulheres e crianças, e mesmo instituições de ensino, onde todos puxam o “cobertor” para si? Acontece que nestas organizações culturais e educacionais, não é possível chegar a algo comum. Cada um puxa para si, e cada um pensa que é maior, melhor, e que os outros devem ouvi-lo.

E o mais importante é que o sistema está avançando e se fechando, juntando, e apertando cada uma das engrenagens, mesmo a menor delas. Assim, todos dependem do outro.

Se hoje você se aproxima de um simples agricultor da China, Rússia, Europa, ou do EUA, que cultiva arroz ou batatas, ou produz leite ou carne, etc., ele lhe diria que é preciso fazer isso ou aquilo, porque no mundo certas coisas ocorrem: a Argentina produz carne, a China outra coisa, e assim por diante.

Eu muitas vezes me deparei com isso. Não muito tempo atrás eu estava na América do Sul e do Norte e falei com pessoas que estão envolvidas na agricultura. Elas têm uma enorme consciência sobre o que está acontecendo no mundo neste campo e não apenas em sua área, mas em áreas afins.

Hoje, um agricultor que planta, digamos pimentas vermelhas, sabe todas as novidades científicas que são relevantes para o cultivo de pimentas vermelhas e está plenamente consciente do que está acontecendo no mundo neste campo. Acontece que a pessoa está constantemente fechada e dependente dos outros. Ela sabe que se algo acontecer em algum lugar ou se a sua cultura se perdesse, porque ninguém precisa dela, então, no final, ela mesmo se tornará pobre.

Isso significa que o sentimento geral de dependência atinge mesmo as menores fazendas, e nos próximos anos vai chegar até as pessoas comuns. 

Da “Discussão sobre Formação Integral” 29/05/12