Por Que A Ética É Irrelevante

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar, “Item 28: … Então embarcarmos num novo tipo de trabalho: inserir todo aquele excessivo desejo de receber na forma de doação. Daí, ele está curado, porque agora obteve equivalência de forma. …. Só que, ao mesmo tempo, ele tem sido dado às Klipot para a purificação. Mas no final, não deve ser um corpo diferente.

Há um desejo de receber que foi criado pelo Criador. Não é o desejo que todos temos para sustentar nosso corpo animal, mas um desejo que está fora deste mundo que nos foi dado para corrigi-lo, para corrigir nossa atitude para com os outros.

Tudo que está fora da atitude para com os outros não conta. Nossa parte “animal” é caracterizada por desejos por comida, sexo, família, dinheiro, respeito e conhecimento. Não importa a forma que eles tomam, pois eles não contam.

Educação, cultura, ética e outros valores só fazem parte do nosso mundo porque nós pensamos em como corrigir a atitude de uma pessoa com essas coisas, atribuindo alguma importância a elas. Mas nós inicialmente recebemos certa instrução clara: “Ama o teu próximo como a ti mesmo”. Este é um princípio abrangente, universal. Esta é a única coisa que temos que corrigir e a única direção que devemos visar, independentemente de todos os outros desejos. É na atitude para com os outros que a “quebra dos vasos” ocorreu, e é aí que descobrimos a Luz superior, a adesão, através da correção.

Os Cabalistas dizem que nós temos que descobrir o desejo egoísta nas relações recíprocas com os outros e reconhecer o fato de que tudo é para o nosso próprio benefício, em vez do benefício para os outros. Tudo é medido em relação aos outros, e é de acordo com este critério que chamamos de desejo de receber de “inclinação ao mal”, como os Cabalistas o definem.

Se minha força destina-se ao meu próprio benefício e não em benefício dos outros, ela é chamada de “inclinação ao mal”. Agora eu preciso transformá-la numa inclinação ao bem, de modo que a mesma força, o mesmo desejo, não será para meu próprio benefício, mas para o benefício dos outros. Por que isso? Porque com isso eu dou alegria ao Criador.

Se eu trabalho dessa forma, eu atraio a Luz que Reforma, a força que me corrige através de subidas e descidas. Agora eu considero minha boa atitude para com os outros como uma “subida”, enquanto que numa “descida” eu vejo que ainda sou contra a doação aos outros.

Eu continuo estes esclarecimentos até que todo o meu desejo de receber esteja realmente “morto” e seja  incapaz de qualquer coisa. Então, a partir do estado de morte, eu o revivo e alcanço a “ressurreição dos mortos”, e assim alcanço o Gmar Tikkun (a correção final).

Portanto, tudo ocorre dentro do meu desejo de receber que é destinado a outros: individualmente e em relação ao ambiente e, geralmente, em relação ao Criador. Nós devemos estar cientes disso, de uma maneira forte e clara.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 09/07/12, “Introdução ao Livro do Zohar