As Duas Possibilidades De Saída Da Crise
Opinião (Paul Krugman, Prémio Nobel de Economia em 2008, Professor de Economia e Assuntos Internacionais na Universidade de Princeton): “Numa entrevista exclusiva, Paul Krugman – que acabou de publicar um novo livro titulado End This Depression Now! – conta-nos como a crise do Euro irá acabar.
“Ele basicamente vê dois resultados possíveis, sendo ambos ‘impossíveis’.
“Uma possibilidade é que o BCE compre agressivamente a dívida periférica e limite os custos dos empréstimos da Espanha e Itália, enquanto simultaneamente torna claro que eles vão promover “políticas monetárias expansionistas” que impulsionem a inflação na Alemanha e ajude a recuperar a competitividade entre a Alemanha e a periferia.
“‘Isso não pode funcionar… ainda vai ser extremamente doloroso’, diz ele.
“‘Qualquer solução virá de Berlim e Frankfurt… Frankfurt fará o verdadeiro levantamento, mas tem de ter a autorização de Berlim’.
“Mas irá Berlim realmente assinar uma monetarização da dívida baseada no BCE, pro-esquema inflacionário? Isso é muito não-Alemão.
“Isso leva-nos à outra possibilidade de Krugman… Basicamente, no final o BCE para de sustentar todos os bancos (como eles estão agora), e você obtém bancos executados, férias bancárias, e redenominações monetárias. Isso resultaria no fim do sistema do euro, que traria então efeitos “cataclísmicos”, tanto económicos como legais.
“Você olha para um cenário, diz Krugman, e parece impossível que os Alemães deixem o projeto inteiro desintegrar assim.
“Então o que acontece?
“‘Eu digo que é 50/50… Ou os Alemães têm de aceitar algo que eles consideram inaceitável, ou eles têm de aceitar algo, a quebra do euro, que eles consideram como algo inaceitável”.
Meu Comentário: O futuro nunca pareceu tão ameaçador, mas como pensam os economistas, o caminho para a recuperação jaz apenas no agravamento da doença. Mas a questão é que a recuperação não se seguirá porque a doença é um indicador de desordem não na economia, mas nas pessoas, e o que deve ser tratado é a relação entre as pessoas em vez do sistema económico, que é a sua consequência.