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E O Que Você Faria No Palácio Do Rei?

Dr. Michael LaitmanA fim de levar a pessoa à realização da verdadeira realidade que está fora dos limites da sua percepção, compreensão e sentimentos comuns, o Criador nos coloca num processo gradual de desenvolvimento. Portanto, nós temos a oportunidade, enquanto vivemos neste mundo, de nos prepararmos para a percepção da verdadeira realidade. Se nos prepararmos, então, de acordo com o plano da criação que age em nós, que nos traz cada vez mais perto desta verdadeira realidade, nós finalmente a descobrimos, o que significa que alcançamos a revelação do Criador à Suas criaturas.

Mas se não nos preparamos corretamente e não usamos a nossa vida a fim de corrigir nossa percepção, mas tentamos aproveitá-la diretamente no nosso ego, nós sentimos a dor assim que Criador se aproxima de nós. Onde quer que operemos usando o nosso ego, nós sentimos a crise geral mundial e diferentes problemas em todas as áreas da vida.

Sempre que usamos o nosso ego, que não está pronto para a correção e para uma mudança, sentimos uma crise: na educação, na cultura, na economia, nas finanças, na ecologia, na dissolução da família, no terrorismo e no abuso de drogas. Se examinarmos os pontos dolorosos no retrato imaginário do nosso mundo e tentarmos descobrir de onde vem o sentimento de crise e dor, ou seja, o gosto amargo das bebidas na mesa do Rei, nós vemos que toda a amargura brota do nosso ego crescente.

Em qualquer lugar que o nosso ego (que deveria ser corrigido, mas não estava preparado para isso) está envolvido, nós nos deparamos com uma crise e todos os problemas que estão sendo revelados no mundo agora. Portanto, a conclusão é que temos que nos preparar com a ajuda de todas as oportunidades que temos.

Se trabalharmos seriamente no grupo, no estudo e na disseminação, usando todos os meios que foram dados a nós pelo Criador, vamos sentir um gosto bom e doce por nos aproximarmos da revelação do Criador, e não da amargura. Tudo depende unicamente da nossa preparação, do trabalho que é aparentemente o nosso livre arbítrio.

Você foi trazido para o estudo, para o grupo e foram dadas todas as explicações sobre o que você deve fazer; agora decida! Você é livre para fazer o que considera adequado no palácio do Rei, mas se você se esquecer que chegou lá para se preparar para a refeição festiva, você vai sentir um gosto horrível quando chegar, pois você não está preparado para isso. Então, tudo está em suas mãos e tudo depende da preparação.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/7/12, Escritos do Baal HaSulam

Unidade Real

Dr. Michael LaitmanPergunta: Eu estou fazendo o curso online da Academia Internacional de Cabalá. Quão importante é para os alunos virtuais ir à convenção na Cracóvia, Ucrânia? Nós podemos participar virtualmente como fazemos nas nossas aulas?

Resposta: De jeito nenhum! Você nunca irá substituir a interação direta. Você pode continuar fazendo os cursos online da Academia de Cabalá e obter conhecimento. No entanto, sem a unidade real é impossível unir e se conectar a fim de sentir o Criador em nossa conexão. Afinal, a revelação do Criador é o nosso principal problema. Esta é precisamente a razão de nossa existência, da existência deste mundo inteiro, e dos nossos cursos.

Da Lição Virtual 08/07/12, “Cracóvia 2012”

Dennis Meadows: No Futuro

Dr. Michael LaitmanOpinião (Dennis Meadows, cientista norte-americano e Professor Emérito de Sistemas de Gestão, co-autor de Os Limites do Crescimento): “É difícil quebrar a dependência dos ‘sonhos pessoais’ do crescimento do PIB. Tanta atenção do mundo está focada no crescimento do PIB e bem-estar pessoal porque o negócio precisa dar lucro no curto prazo. As empresas não lucram quando você estuda, se comunica com amigos, lê, ou ama. Elas lucram quando você compra algo. É por isso que amizade não é anunciada, mas muitos produtos são anunciados. É por isso que a maioria cria uma visão pessoal em termos de consumo. …

“Mas, no longo prazo, a catástrofe não pode ser evitada. Catástrofe não é um ano especial, mas um processo, que pode durar séculos. …

“Eu acho que é possível se preparar para esse período e atenuar as consequências. Neste caso, a eficiência e a mudança dos “sonhos pessoais” pode ajudar. …

“Os principais problemas hoje não estão na ciência, mas na sociedade. Na ciência, eu gostaria de destacar alguns pontos básicos que precisam ser abordados. A primeira é a acumulação de energia. …

“A segunda é encontrar novas fontes alternativas de energia. …

“O terceiro é inventar as formas de produção, entrega e armazenamento de alimentos, que serão resistentes a uma escassez de combustíveis fósseis, à medida que a agricultura existente usa intensivamente hidrocarbonetos. Além disso, novos caminhos devem ser resistentes às mudanças climáticas, especialmente as mudanças na precipitação e um aumento em temperaturas extremas. …

“No século XXI, as circunstâncias serão tais de modo que a ciência terá que desenvolver e implementar o conceito de “estabilidade e flexibilidade”, mas não em termos de “desenvolvimento sustentável”, mas em termos de “resiliência do sistema”. Além disso, essa resistência não deve ser apenas tecnológica, mas também social. Nós enfrentamos muitos desafios; a ciência não só terá que abrir novos horizontes, mas resolver problemas. …

“O sistema monetário deve ser mudado: …o conceito existente de dinheiro é baseado no conceito de crescimento contínuo. Se não houver nenhum crescimento, não haverá nenhuma base para a existência do sistema monetário atual. …

“A educação hoje é uma preparação para a vida nos próximos 50 anos. O período histórico atual é baseado em recursos fósseis baratos e terminará nas próximas décadas. O que aquelas pessoas que estudaram para ser economista, banqueiro financiador, ou advogado farão?

“Nos EUA, em 2008, nós vimos essa situação quando um grande número de advogados e banqueiros de investimento, que tinham realizado o mesmo trabalho desnecessário, de repente tornou-se redundante e acabou na rua. …Eu acredito que se você escolhe a ciência e tem uma boa educação em ciência ou engenharia, então você sabe como e por que funcionam as obras da natureza, tecnologia e qualquer coisa… Quando as circunstâncias mudarem, você será muito procurado!”.

Meu comentário: O autor não sugere uma solução. Ele acredita que permaneceremos neste limbo por muito tempo e sobreviveremos conservando energia e alimentos. O limite do crescimento do egoísmo foi alcançado; já não se desenvolve mais, e é por isso que não necessita de “combustível” por si mesmo. Ele se tornou fechado, global e integral e, portanto, requer correção, para ser levado à forma onde será capaz de existir, isto é, não se retraindo, mas tornando-se incluído nos outros. Ele obriga a si mesmo a ser corrigido, como o Faraó, que levou as pessoas para fora do Egito através da opressão.

Homem De Família Modelo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Muitos membros da família desses amigos que já se incluíram no sistema integral começaram a reclamar que os amigos se tornaram mais preguiçosos e pararam de tomar conta de algumas necessidades. Qual é a maneira correta de lidar com isso? Afinal, a pessoa não deve se esforçar e cumprir as suas obrigações familiares, assim como todos os outros?

Resposta: Todos devem atualizar sua necessária participação nas questões familiares, e isso deve ser feito como parte do esforço em seu progresso espiritual. Você deve atender às necessidades da sua família. Isso está funcionando com o mesmo egoísmo, não só com o egoísmo pessoal, mas também com o egoísmo da família. Este trabalho contribui para o seu avanço.

Comentário: Para os vizinhos, esta pessoa deve parecer totalmente normal, cuidando de sua família, ganhando dinheiro, se esforçando para resolver os problemas corporais, etc.

Resposta: Até certo ponto. No entanto, ela não deve se esforçar para ganhar mais do que aquilo que é necessário para as necessidades básicas. Tudo o que ela ganha em excesso, ela está pronto para desistir, com o propósito de unir o mundo em todos os esforços e eventos. É assim que ela age.

Da “Discussão sobre Educação Integral” 30/05/12

A Questão Das Salas

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como podemos cumprir as recomendações da educação integral no cotidiano familiar, nas relações mútuas entre marido e esposa?

Resposta: Eu não vejo nenhum problema aqui. Nas palestras para casais, nós ensinamos o capítulo chamado “livre arbítrio”. Ele fornece informações sobre a natureza e a sociedade, de onde concluímos que a pessoa é um produto do ambiente. Então, se ela quiser mudar, ela só precisa escolher o ambiente que irá mudá-la. Isso depende da decisão da pessoa, e a realização está nas mãos do ambiente.

Suponha que há várias salas diante de você e em cada uma há um ambiente especial. Uma sala vai transformá-lo num criminoso, na outra sala você vai se tornar um intelectual, na terceira sala você será perfeito, na quarta sala você vai saber como tomar as decisões certas e na quinta sala você vai se tornar um perfeito homem de família. Você escolhe uma sala, atravessa-a, e sai na outra porta completamente formado, um graduando em Oxford ou um ladrão, um gigolô ou um homem de negócios, etc. Tudo depende das “quatro paredes”.

Esta é a razão de ser tão fácil; tudo que você precisa é ensinar a pessoa este princípio e preparar o ambiente certo para ela. Então, ele irá, sem dúvida, ter sucesso. Assim, o problema que estamos enfrentando é dividido em duas partes:

  • Ajudar a pessoa a decidir, de modo que ela vai escolher o “quarto” correto, ou seja, o ambiente correto.
  • Preparar este ambiente para ela.

Assim, nós lhe damos tudo o que ela precisa.

Aos poucos as pessoas vão aderir ao novo ambiente, expandi-lo em quantidade e reforçá-lo em qualidade. À medida que ele se tornar mais atraente, será mais fácil para as pessoas escolhê-lo e todos terão a chance de ser corrigidos. Não é difícil, tudo que a pessoa tem a fazer é tornar-se parte desta sociedade, e ela a influenciárá.

Claro, o processo de incorporação e melhoria tem de ser acompanhado pelas ferramentas certas, mas no todo ele é muito simples: a pessoa não tem que mudar a si mesma, ela só precisa estabelecer a conexão correta com o ambiente direito.

Da “Discussão sobre Formação Integral” 11/07/12

O Precioso Sentido Da Vergonha

Dr. Michael LaitmanPergunta: Suponha que alguma coisa aconteceu comigo e eu sinto tal sentimento de vergonha de que estou pronto para desaparecer. O que devo pensar neste momento? Devo pensar na meta?

Resposta: Isso não ajuda. O que significa: “Eu deveria pensar” ou não? Você deve estar preparado com antecedência para todos os tipos de influências do ambiente, dos livros, dos amigos, do grupo, e de outras coisas, que são o efeito de um campo comum em você, de modo que você se lembre da meta. Ou seja, você criar um “lembrete” externo para si mesmo, caso contrário você não vai se lembrar. Você começa a associar a meta com o que aconteceu com você. Isso é o principal. Isso significa que você já sabe que o que aconteceu foi intencional e aconteceu por uma razão.

Onde é que eu sinto a dor e a vergonha? Em meu egoísmo. Então, eu tenho que subir acima dele. Ou, por outro lado, deixe-me ficar com o sentimento de vergonha, porque ele me dirige à meta. Então, eu estou pronto para experimentar isso o tempo todo em mim mesmo, para não esquecer a meta, para estar associado a ela, e para me mover em direção a ela. Deixe o meu sentimento de vergonha ser cada vez mais forte, para que eu possa avançar em direção à meta e ela ficará cada vez mais perto.

É aqui que começamos a lidar com a reavaliação dos valores e, assim, subir. A partir de agora o que vai dominar o movimento, as realizações, e a obtenção dos estados mais elevados de amor e doação, acima do sentimento do egoísmo como o mal e tudo o que há nele, é basicamente a vergonha.

Pergunta: O mecanismo que você descreveu é adequado para os 99% da população?

Resposta: Não só para os 99%, mas para todos, porque o desejo de receber é a única matéria.

Da “Discussão sobre Formação Integral” 30/05/12

Roteiro Para O Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: Como eu posso me relacionar com o Criador, se Ele é a qualidade de doação?

Resposta: Realmente, o que significa a “qualidade” de qualquer maneira? É uma força física? Eu posso realmente amar ou odiar a gravidade? Por exemplo, eu posso gostar dela na condição de que ela faça algo bom para mim. Mas isso não significa que eu a amo ou odeio. Eu percebo que é algo inanimado e, portanto, me relaciono com ela de acordo com meu sentimento, de acordo com os benefícios que recebo dela.

Eu gosto do sol. Mas, eu realmente o “amo”? Como nós podemos amar o sol comparado a amar uma planta, um animal ou uma pessoa?

Então, como me relacionar com o Criador? Primeiro de tudo, é dito sobre ele: “Eu HaVaYaH não mudo”. A Luz superior está em repouso absoluto; é o “Bom que faz o bem para o bom e o mau”; o Criador nos trata com amor absoluto.

Por outro lado, o Criador é chamado o Grande, o Terrível, e assim por diante. Todo o mal vem Dele; todo o bem é originário Dele. Tudo é tão contraditório que eu fico confuso.

Se algo é imutável, é ruim. Por que eles nos dizem que o Criador não muda?

Baal HaSulam explica em sua carta número dois, que se um pai se relaciona com seu filho com amor absoluto, ele faz o filho odiá-lo, em vez de amá-lo. Afinal, se não há reação alguma em nome do pai, o filho vê que não importa como ele trata o seu pai; de qualquer forma, o pai lhe responde com amor absoluto. Ele impede que o filho desenvolva amor, e não permite que ele mude, veja a conexão e fique em contato. É como se ele estivesse diante de um objeto inanimado. As plantas têm certo nível de reação, os animais respondem mais fortemente, sem mencionar o ser humano. Em seguida, as reações positivas e negativas penetram umas nas outras e criam uma nova conexão, uma inclusão mútua.

Mas se o Criador não muda, e ao mesmo tempo, Ele é tão bondoso e amoroso, então o que eu sinto por Ele? Não há como eu possa levá-Lo em consideração. Além disso, se eu não posso considerá-Lo, eu O deixo fora de cena, como se Ele não existisse. Por que eu consideraria alguém que nunca muda?

É uma noção muito profunda, que foi explorada não só pelos Cabalistas. No entanto, os Cabalistas se esforçaram em demonstrar que em todos os momentos o Criador significa “Venha e veja” (Bo-reh, em hebraico); assim eu O revelo. Eu não consigo revelar Ele mesmo, Sua essência, mas apenas Sua forma que está vestida na matéria. É por isso que quando nós O alcançamos em Sua totalidade, revelamos Sua forma final e perfeita e realmente O vemos como Absoluto, Perfeito, Eterno, o Bom que faz o bem.

Em todos os outros estados, nós consideramos o bem ou o mal que vem Dele dependendo do nível da nossa própria corrupção, como é dito: “Todo mundo julga de acordo com suas próprias falhas”. Assim, nós temos a oportunidade de nos relacionar com Ele de acordo com nossas próprias deficiências e correções, e vê-Lo como bom ou ruim.

Além disso, nós temos que acreditar no que disseram os grandes Cabalistas que O revelaram em Sua verdadeira forma, que Ele é totalmente bom e doador.

Portanto, nós temos que relacionar isso com os nossos desejos (Kelim): neste momento, nós vemos o Criador de acordo com a exatidão ou corrupção dos nossos desejos, mas quando nós o alcançamos no final da escada, vamos revelá-Lo como o Bom que faz o bem.

Assim, todas as contradições terão desaparecido, e nós receberemos um “roteiro do progresso”, que é dimensionado conforme nossa atitude para com o Criador. Ele nos permite ver como nós mudamos e, consequentemente, como o Criador muda aos nossos olhos.

Nós expressamos nossa gratidão ao Criador por nos dar a escada da ocultação; com a sua ajuda podemos alcançar a conexão com Ele. Caso contrário, não seremos capazes de nos conectar com perfeição.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 09/07/12, “O Livro do Zohar”