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Um Véu Sobre A Face Do Infinito

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Introdução ao Livro do Zohar“, Item 42: Nós agora explicamos os cinco mundos que incluem toda a realidade espiritual que se estende de Ein Sof até este mundo. No entanto, eles são incluídos um no outro, e em cada um dos mundos há os cinco mundos.

Por que os mundos são necessários? O mundo de Ein Sof (Infinito) não basta? Afinal, ele desce de seu nível espiritual que é totalmente “a fim de doar” para níveis gradualmente inferiores de doação chamados mundos de Adam Kadmon, Atzilut, Beria, Yetzira e Assiya.

No conjunto, trata-se da mesma unidade, a mesma doação mútua, mas num nível inferior. Há as mesmas características e elas se conectam da mesma maneira, mas a intensidade de sua conexão diminui e é transmitida mais fracamente através da rede geral. Assim, os “mundos” são as ocultações de Ein Sof, que cobrem a intensidade de sua unidade e conexão.

De qualquer forma, nós estamos falando apenas de uma realidade. Mais tarde, quando as almas são criadas, quando uma pessoa quer atingir o atributo de doação, ela vai ver e sentir este sistema de acordo com seu estado atual.

E além das cinco Sefirot KHBTM em cada mundo, há quatro categorias espirituais: inanimado, vegetal, animal e falante.

Não há nada além de Luzes e vasos. À medida que os vasos mutuamente se conectam com as Luzes, eles as sentem de forma diferente. Na linguagem dos ramos, nós atribuímos essas maneiras aos níveis inanimado, vegetal, animal e falante, e lhes damos nomes diferentes. Agora, todos eles são descridos para nós como este mundo.

Por outro lado, não existem “imagens” idênticas no mundo espiritual, onde sentimos os níveis da nossa conexão mútua. Todos os conceitos Cabalísticos pertencem à força espiritual que age dentro de nós. Portanto, nós não temos ilusões em forma de “imagens tridimensionais” que ocupam espaço, têm peso, e assim por diante.

Na espiritualidade, tudo é esclarecido dentro de nós na forma verdadeira, ou seja, na forma de forças. No entanto, a fim de sermos capazes de falar sobre estas forças e sobre os estados do desejo, nós lhes damos nomes e definições tomadas da sabedoria da Cabalá e de reflexões compatíveis em nosso mundo.

De uma forma ou de outra, Ein Sof mesmo está distorcido à medida que a criatura que o observa é corrupta, como está escrito, “a pessoa que desqualifica, desqualifica de acordo com suas próprias falhas”. A percepção da criatura é descrita como 125 graus, embora, de fato, não há nada, exceto Ein Sof. Quando nós falamos dos mundos, do que acontece neles, sempre nos referimos à pessoa que está nesse nível. Quando ela subir para outro nível, ela verá uma imagem diferente.

Assim, nós vemos que tudo é relativo. Há um sistema onde nós estamos e que nós alcançamos. Os mundos não existem realmente, e sua ordem depende da pessoa que a alcança.

Você constantemente determina o seu estado em relação ao mundo de Ein Sof. Ao perceber vinte por cento dele, por exemplo, você determina suas percepções do mundo de Assia. Se você perceber quarenta por cento de Ein Sof, você está no mundo de Yetsirah.

Os mundos também são divididos em graus, mas no geral, você determina o seu estado atual com relação ao mundo de Ein Sof. Só ele existe, e você dirige a sua percepção em direção a ele e descobre a si mesmo num mundo ou outro, em certo nível de ocultação de Ein Sof.

Agora, seus desejos são totalmente corruptos e opostos a ele. Por isso ele é retratado para você na forma deste mundo. Na verdade, agora você também está em Ein Sof, mas inconscientemente, e nesse período de inconsciência as imagens corporais são descritas para você. É por isso que o nosso mundo é chamado de “mundo imaginário”.

O “Povo Escolhido” Têm Uma Responsabilidade Perante O Mundo. Quem Está Disposto?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Da minha experiência durante as viagens ao exterior, posso dizer que em relação ao conceito de “povo escolhido”, os outros invejam os judeus e perguntam: “Por que eles, e não nós?”.

Resposta: Quais as vantagens que as pessoas veem em ser o “povo escolhido”? Mais dinheiro? Os judeus são recompensados com um tratamento especial, além do antissemitismo e ódio geral? Alguém gostaria de tomar o seu lugar? Se você olhar do ponto de vista do senso comum, então é melhor não ser judeu.

Só se eu aceito a minha responsabilidade, se sinto que posso realizar uma tarefa especial no mundo, então faz sentido ser um judeu. Caso contrário, qual o motivo?

Deste modo, existe a assimilação, uma incapacidade em aceitar o judaísmo da pessoa, e semelhantes. Se várias organizações judaicas em todo o mundo começassem a falar de forma afetuosa sobre o papel do povo de Israel, levando-os à unidade através do amor, não haveria assimilação em sua escala atual. A pessoa sentiria que uma parte especial que precisa ser percebida é inata nela, que ela é única na história, em toda a realidade, no universo.

Pergunta: Não há o pretexto do orgulho?

Resposta: Há um lugar para a responsabilidade e preocupação pelos outros, mas não para orgulho. Estando profundamente familiarizado com a metodologia, pessoalmente, eu não sinto nenhuma arrogância; eu estou apenas preocupado com a realização de nossa missão.

Diz-se: “O Criador escolheu você”, mas Ele escolheu você para fins de correção. Você tem que trabalhar, você deve cuidar de todo o mundo. E depois de concluir sua tarefa, e todas as pessoas unidas no amor se tornarem uma única entidade, não haverá diferença entre nós. As pessoas vão se unir integralmente numa “esfera” comum que não tem direita ou esquerda, nem superior ou inferior, nem grande ou pequeno. Todo mundo se unirá, semelhante à força superior.

Da “Discussão na Convenção” 05/06/12

Sorvete Para Todos

Dr. Michael LaitmanNós temos que parar de lidar diretamente com o nosso desejo, tentando preenchê-lo através dos diferentes sistemas que criamos. Isso simplesmente não funciona. Funcionou parcialmente por um tempo, ou seja, intencionalmente, a fim de nos deixar alcançar a quebra e o pleno reconhecimento de nossa maldade. Mas agora nós chegamos a um estado em que podemos concluir que não conseguimos mais avançar desta maneira. Nós temos que superar a antiga abordagem, acima das tentativas de preencher a nós mesmos e de gerenciar nossas vidas egoisticamente. Nós nunca teremos sucesso desta maneira e por isso temos que subir para o nível da doação.

Se não subirmos do atributo de recepção para o atributo de doação, não seremos capazes de chegar à sua plenitude. Nós devemos entender que não podemos continuar com a velha forma. A nova abordagem é a seguinte: somente a conexão de todos, não de algum à custa dos outros. Nós só podemos nos satisfazer se nos unirmos.

É como se a Natureza estivesse nos confrontando com uma condição, uma nova lei egoísta que diz: “Vocês podem ter uma vida maravilhosa, todos vão receber satisfação e ser felizes, mas só se vocês forem iguais”. É como uma mãe que diz para seus filhos, “Vocês querem sorvete? Vocês só irão buscá-lo se estiverem conectados e não lutarem. Se não, ninguém vai receber nada”.

É assim que a Natureza nos convida a avançar para a igualdade, para que dentro da igualdade, sejamos capazes de descobrir uma oportunidade ainda maior. O ponto principal não é o sorvete que vocês vão ter quando chegar à igualdade; vocês estão sendo atraídos ao sorvete de modo que alcançarão a igualdade e sentirão que ela é o valor mais alto. Quando vocês comem o sorvete, já o apreciam desde um estado de igualdade e conexão. De repente vocês descobrem que o sorvete que é comido junto quando vocês estão conectados é mil vezes mais saboroso do que o sorvete que vocês comem sozinhos.

Então, o que a Natureza quer? Ela quer que vocês sintam que receberam um vaso novo, um novo desejo que lhes permite descobrir um gosto que é mil vezes maior, NRNHY em vez de Nefesh. Vocês se tornam livre das limitações da vida e da morte e começam a existir num espaço infinito. Vocês alcançam uma nova perspectiva, uma sensação de liberdade ilimitada, livre das limitações que o ego impôs a vocês.

Vocês sentem como é maravilhoso se conectar com os outros. O sorvete era apenas uma desculpa, um gatilho que trouxe as mudanças, a descoberta do novo desejo integral. Este é o processo pelo qual o mundo inteiro tem que passar agora.

Nós estamos passando por este processo de forma consciente, pois entendemos para onde estamos indo. Portanto, nós temos que ajudar o resto do mundo, explicando-lhes que eles não devem mais tentar chegar à conexão da forma antiga. Eles falharam. Vamos tentar uma nova abordagem, uma abordagem muito simples: se nos unirmos, seremos bem sucedidos.

Para outros, será um simples objetivo egoísta: unir para atingir o sucesso. Mas como nós organizamos isso e estamos juntos, através de nós eles receberão outro preenchimento. Os desejos do mundo são “redondos” e os nossos desejos são “em linha reta”. Então, quando eles se conectarem a nós, eles também receberão essa forma reta, como um instrumento musical que preenche seu saco. Afinal, o “círculo” já contém a forma em linha reta que tem a Masach (tela) e trabalha com a Luz. Então, todo mundo vai começar a sentir que é esta forma integral, que dá o preenchimento especial, NRNHY, e graças à nossa conexão, o mundo vai avançar.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 02/07/12, O Estudo das Dez Sefirot

Não Existem Contas No Amor

Dr. Michael LaitmanDentro de cada nação, se esconde uma força interna que a une. No entanto, os filhos de Israel, como Baal HaSulam explica, não são como o resto das nações que possui essa interligação natural. Se não há amor entre eles, eles se dispersam facilmente. Só o ódio das outras nações os une e os protege da completa assimilação.

Baal HaSulam usa o exemplo de um saco de nozes. Elas estão tão dispostas a se unir que ainda sacodem e batem umas contra as outras, mas o “saco”, ou seja, o antissemitismo, não as deixa cair. No entanto, isso não é amor nem unidade. Então, quanto tempo elas durarão?

É por isso que agora chegou o momento para eles se unirem entre si e não devido à “bolsa” que os envolve, mas baseado no amor e interligação. Então, a pressão externa não será necessária e cessará. De repente, os primos árabes mudarão a sua relação e realmente serão como irmãos para eles. Isso porque o ponto não está na outra pessoa, mas é assim que a governança superior influencia o povo judeu.

Se a nação se fundir, o “saco” deixará de ser necessário, e, desta forma, todas as forças negativas no mundo serão eliminadas, apenas por meio da unidade. Percebendo esta metodologia, as pessoas vão sentir algo que está incutido em sua alma e esquecido há muito tempo.

A semente já foi plantada, e é por isso que o Baal HaSulam escreve que a nação judaica precisa despertar novamente o amor dentro dela, enquanto que, é claro, precisa estar aberta a todos. Quem sabe para onde teriam ido as dez tribos que caíram fora durante o período do Primeiro Templo? Quem sabe onde os seus descendentes estão hoje e quantos são.

De qualquer forma, se o mundo inteiro tem que chegar à mesma unidade, obviamente, a nação judaica está pronta para aceitar todos que a querem. Não existem contas no amor. Aqueles que desejam o mesmo, juntem-se!

Da “Conversa em 06/05/12”

Quando Uma Mulher Resmunga

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que nós fazemos se as mulheres, cujos maridos já estão trabalhando com educação integral, fazem reivindicações, tais como, “Você vai lá. Você está salvando o mundo enquanto nós estamos vegetando aqui?”.

Resposta: Isso significa que a mulher não recebeu educação integral suficiente. Ela não sente que através de seu sacrifício pessoal, já que o marido não está em casa, pois está estudando, e que tudo repousa sobre seus ombros, ela dá uma contribuição enorme, acima de tudo, para si e para seus filhos. Ela não entende o impacto superior, espiritual, que chega até eles.

Aqui, é importante explicar para a pessoa e dar-lhe a oportunidade de sentir um pouco que a eternidade, a perfeição em que estamos entrando no próximo nível, está inserida na Natureza. Todo mundo fala sobre isso hoje.

Nós precisamos deixar que as mulheres sintam que aqui se encontra a maior recompensa, torná-las participantes daquilo que seus maridos estão fazendo, mas em círculos diferentes, com os filhos, entre as mulheres, e assim por diante. Isso tudo é possível.

Nós estamos em tal transição onde estamos desenvolvendo a metodologia a partir de várias direções. Diante de nós, o mundo inteiro jaz como um espaço inexplorado. Este é o nosso século, a nossa geração; isso é o que ainda temos para fazer.

Psicólogos, ecologistas, economistas e cientistas políticos devem desempenhar o seu papel, todas as pessoas que representam a classe média e acima, que entendem, percebem e sentir as razões por trás do que está acontecendo; em contraste, as pessoas comuns, que não sentem o que está acontecendo, as causas e as raízes, são, portanto, incapazes de fazer algo. Aqui, os intelectuais têm que desempenhar seu papel.

Da “Discussão sobre Educação Integral” 28/05/12

Como Você Explica Para Uma Mulher Que Seu Marido Está Salvando O Mundo?

Dr. Michael LaitmanPergunta: É possível dizer que, quando um homem estuda o método integral, ele está salvando o mundo?

Resposta: Claro que é a salvação do mundo, pois senão estaríamos nos dirigindo para um desastre. Acredito que todos entendem isso.

Pergunta: Como pode um homem expressar a importância deste trabalho para a sua família?

Resposta: Eu não acho que um homem hoje possa influenciar uma mulher, sua esposa, e explicar-lhe que o que ele faz é importante. Ela não vai aceitar isso através dele, mas vai percebê-lo através de outros homens. Se seus amigos vão até ela, não aqueles com quem ele costumava tomar uma cerveja, mas seus novos amigos, se falarem com ela ou se ela for a uma palestra ou um curso para mulheres ou algo assim, os outros vão convencê-la, mas eu duvido que o marido possa fazê-lo.

Afinal, ela vê através dos seus olhos. De parte dela, ele tem que sofrer mudanças muito graves em seu comportamento, em sua abertura e na sua atitude para com ela. Se ele falou com ela de uma maneira completamente diferente, olhando em seus olhos e se livrando de todas as armadilhas externas que estavam entre eles, se ele colocar sua arrogância de lado e todas as distorções e hábitos, então ele pode ser capaz de fazer isso. Mas, para isso, o marido tem de estar livre da dominação de sua sociedade “promíscua”. Esta é, naturalmente, um grande problema, já que a pessoa é escrava de seu ambiente.

Da “Discussão sobre Educação Integral” 28/05/12