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O Mundo Numa Jangada Apodrecida

Dr. Michael LaitmanA unidade detém o maior valor. Se alcançarmos a unidade, nós resolveremos todos os problemas. Se não alcançarmos, nenhuma ação vai nos ajudar a corrigir os problemas.

Em essência, este é um princípio muito simples. Mas ele não é diretamente percebido e aceito pelas pessoas; ele é absorvido indiretamente através de exercícios e jogos. A principal coisa é deixar a Luz agir de modo que ela possa dizer à pessoa através dessas sensações que despertam dentro dela.

Então, as pessoas vão entender que este é realmente o caso. Alguém poderia perguntar: por que mudou de idéia tão de repente? Mas ele começou a sentir internamente que era exatamente assim que tudo pode ser disposto.

Veja quão louco o mundo se comporta lutando para manter os velhos sistemas que já estão em ruínas. Tudo está desmoronando. O estado é mil vezes pior que o apresentado à pessoa comum e ainda pior do que é sentido por aqueles que estão informados e no poder.

É como se estivéssemos numa jangada totalmente apodrecida, no meio do oceano. E nós não sabemos disso! Nós estamos cercados por tubarões, as cordas que prendem a jangada estão prestes a romper a qualquer momento, e nós vamos nos encontrar nas profundezas do mar.

Tal sentimento surge quando você olha para o mundo de hoje. Mas as pessoas não podem fazer nada. Eles não conseguem entender que só podem resolver os problemas através da unidade, porque este já é um princípio superior, espiritual. É por isso que estamos tentando trazê-lo por meio de workshops, debates, jogos e por tudo o que fazemos.

Da “Conversa sobre Questões Gerais” 29/06/12

Um Cabalista E O Mundo

Dr. Michael LaitmanPergunta: Podemos dizer que só a minha atitude separa meu estado atual do próximo estado?

Resposta: A atitude determina tudo, ou em outras palavras, a intenção. Quando você muda sua intenção, você muda os mundos na sua percepção. A diferença entre este mundo e o mundo de Ein Sof (Infinito) está na intenção. Todos os estados diferem apenas de acordo com sua atitude, a sua intenção. Na verdade não há nada, exceto o estado de Ein Sof. Tudo o resto é uma imagem que retrata a nossa intenção.

Pergunta: Hoje eu odeio e não gosto das pessoas com que entro em contato durante o dia. Por outro lado, se eu as respeitasse, qualquer contato com elas poderia me trazer prazer e eu ficaria feliz em ajudá-las durante todo o dia. É uma boa conexão que eu preciso ou é a força que será revelada o fator importante aqui?

Resposta: É a coisa principal. A questão não é ser “bom” ou “suave”. Você tem que se unir com os outros, porque na união você descobrir o Criador. Na Cabalá, isso é chamado de Mitzva (mandamento): você está cumprindo um mandamento.

No geral, o propósito de todas as nossas ações é tal que nós vamos nos tornar iguais a Ele, como um hóspede que se torna igual ao anfitrião. Em outras palavras, para dar alegria ao Criador, assim como Ele nos dá. Assim, a atitude correta para com os outros deve ser destinada a alcançar uma boa atitude para com o Criador. Sem isso, por que eu preciso ter boas relações com os que me rodeiam? Para o meu próprio bem? Isto é absolutamente contrário ao que é esperado de mim.

Então, diz-se: “O final da ação está no pensamento inicial”, e “Israel, a Torá e o Criador são um”; é sobre este princípio que devemos estabelecer tudo.

Um Cabalista usa qualquer contato com outras pessoas apenas para avançar. Ele faz ações físicas necessárias, a fim de ganhar a vida, mas ele sempre calcula que energia, que atenção é exigida dele, a fim de realizar ações espirituais e, assim, dar alegria ao Criador. Assim, o Cabalista usa o mundo para agradar o Criador.

Pergunta: Será que ele gosta de fazer isso?

Resposta: Sim, não para desfrutar, mas para executar as ações necessárias. O prazer não é mais a razão para suas ações.

Tal atitude muda tudo e graças a ela você vê o mundo espiritual. Afinal, suas relações com os outros e com o Criador se tornam mais claras e você descobre a rede de forças, a rede de relações, a rede de pensamentos, a rede de intenções, e a rede de operações. Isto é o que realmente existe. Então, o nosso mundo gradualmente se torna menos importante para nós, assim como sua forma, à medida que ele “evapora” nesta rede, uma vez que ela se torna sem sentido.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 01/07/12, Introdução ao Livro do Zohar”

Procurando O Verdadeiro Sabor Da Doação

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é a evidência de que estamos fazendo um esforço verdadeiro no trabalho?

Resposta: A pessoa faz um esforço verdadeiro quando trabalha em conjunto com os outros o máximo possível, a fim de compreender com o coração. Todo o entendimento vem ao coração quando a Luz de Hochma, chamada entendimento, é revelada no coração, em Bina, o vaso de doação, como está escrito: “É o coração que entende”.

No início do seu trabalho espiritual com a finalidade de corrigir a si e tornar-se um detector da revelação do Criador (a Luz de Hochma), a pessoa precisa atingir uma convicção interior de que todas essas noções: a luz de Hochma e seu vaso, a Luz de Hassadim, recepção e doação, devem se manifestar nela, em seu desejo, suas sensações.

Ela precisa tentar se livrar das diferentes opiniões, sentimentos e impressões que são agora percebidos mais próximos ao seu corpo, a fim de preencher este espaço com impressões espirituais. Ela precisa se esfoçar em sentir o verdadeiro sabor de todas essas noções: Hochma, Hassadim, recepção, doação, conexão, proximidade e distância.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/06/12, Shamati # 145

Três Passos Para O Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando falamos de diferentes Luzes e sobre como elas trabalham juntas, nós nos referimos à direção do vaso que determina as sombras da Luz que está num estado de repouso absoluto?

Resposta: A Luz é o nível de doação que se revela na criatura. O nível de doação que é revelado durante a restrição do desejo de receber é chamado de Luz de Hassadim. O nível de doação que é revelado quando o desejo de receber participa do processo é chamado de Luz de Hochma.

Não há nada novo aqui, nós sempre desenhamos três níveis: o tempo de preparação, o nível de Bina e o nível de Hochma ou Keter, e todos eles trabalham acima da correção do desejo de receber.

Isto significa que não há nada, exceto doar em vez de receber. Quando você restringe os seus desejos, isso significa que você doa, embora na verdade você não doe, mas com isso você só quer se equivaler de alguma forma ao atributo de doação. Portanto, quanto mais você pode permite que o atributo de doação se vista em você, mais você está no nível de Hassadim, o nível de Bina.

Se você pode doar enquanto revela o vaso para a Luz de Hochma com o seu desejo de receber, isso significa que você atinge o nível de Hochma.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 28/06/12, O Zohar

Mesa Redonda Barcelona 22/06/12

Dia 22 de junho, a primeira reunião de mesa redonda entre os representantes do movimento “Juntos Nos Movemos” e os representantes da mídia local foi realizado num dos centros urbanos centrais de Barcelona (Espanha). O tema do encontro foi “Os meios de comunicação: um mecanismo de mudança social”. O debate foi transmitido no modo interativo no site do movimento “Juntos Nos Movemos”. (houve 217 conexões em todo o país).

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Os participantes da mesa-redonda incluíram: Robin Greer (jornalista irlandesa, do jornal de Belfast Ulster News Letter, Barcelona), Enrique Ordeisch (diretor acadêmico da Escola de Comunicação Estratégica Global de Jornalismo e Comunicação, Universidade privada de Barcelona), Elena Garcia (professora numa Escola de Espanhol, Madrid), Edna Ofegante Crespo (Escritor hondurenho vivendo em Barcelona), Rosa Bales (representante do movimento JNM, Barcelona), Carlos Pourrat (moderador da mesa redonda, representante do movimento JNM, Huesca).

As partes falaram sobre o papel e a influência da mídia sobre a mudança de valores sociais da população e a necessidade urgente da colaboração aberta e estreita entre a mídia e a sociedade. A discussão ocorreu numa atmosfera calorosa e sincera com muitas ideias interessantes. Deve-se notar que houve uma conversa construtiva e cordial, sem declarações políticas e reivindicações mútuas dos representantes de diferentes países, trabalhando e vivendo agora na Espanha, que estão realmente preocupados com o futuro do país.

Quem Vai Nos Tirar Da Sarjeta?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Agora, a maioria das pessoas, de trabalhadores até cientistas, não pode executar as mais simples ações, e, em essência, todos os dias tornam-se cada vez mais difíceis. Acontece que em poucos anos, o único sistema de trabalho será o sistema de interação integral. Por que então nós estamos falando sobre isso tão calmamente? Por que não estamos desenvolvendo-o de forma mais ativa?

Resposta: Infelizmente, não podemos gritar. No entanto, nós observamos este fenômeno mesmo nas pessoas que estão fazendo os cursos de formação integral com a gente.

Quando eles estão interagindo entre si, eles sentem uma subida.

Quando eles se afastam temporariamente da interação mútua, sentem uma descida, na qual sentem um vazio e uma ausência de toda energia de movimento, energia interna, pensamento.

No entanto, na integração com os outros, uma subida imediatamente acontece neles, um influxo de novas forças, oportunidades aparecem para a análise do que está acontecendo. Vemos isso claramente.

Infelizmente, nós nos deparamos com uma atitude apática das pessoas em toda parte com o que está acontecendo. Elas enviam uma pessoa que está num estado de depressão para os psicólogos e dão-lhe algum tipo de medicamento, antidepressivo e assim por diante. Isto é, elas acreditam que é preciso lutar contra isso, sem compreender que você não pode lutar contra a natureza. Esta tendência continua a se desenvolver. Isso já está sendo claramente percebido pela geração jovem, sem mencionar a geração adulta.

Como é que vamos sair para os amplos círculos da sociedade, através dos escalões superiores ou inferiores? Como é que vamos abordar a classe média sem transmitir informações através dos meios de comunicação ou de atraentes elementos de convicção, e expressar os nossos métodos? Não é simples. Nós estamos tentando nos mover em direções diferentes, mas ainda não podemos dizer que fomos bem sucedidos em grande escala.

Tudo repousa no fato de que as pessoas não querem essas mudanças. É muito difícil para elas fazer a transição do seu egoísmo linear para o egoísmo fechado, público.

A pessoa vai se deitar no sofá e não será capaz de se levantar, mesmo que tenham dito que amanhã haverá uma guerra. Deixe a guerra acontecer, eu vou apenas me deitar aqui.

Nós precisamos convencê-la que se ela fizer um pequeno movimento para frente, vai se sentar num círculo com os outros, vai entrar num novo método de socialização. Assim, ela receberá desejos totalmente diferentes, pensamentos totalmente diferentes de uma nova ordem; ela vai começar a voar em comparação ao seu estado anterior.

Mas para ela esta transição é puramente psicológica. Nós não podemos fazer isso por ela, e ela não é capaz de fazê-lo. Isso tem que acontecer como uma espécie de mudança interna. No sentido exato, ela deve ser “atacada” pelo grupo, que vai agitá-la, vai levá-la à força para o coletivo, e vai transmitir a sua nova inspiração a ela. Alguma coisa deve acontecer, porque o homem não pode sair da sarjeta sozinho.

Da “Discussão sobre formação Integral”, 24/05/12

Não Por Controle, Orgulho E Respeito

Dr. Michael LaitmanPergunta: Corporações bem conhecidas como a Sony e IBM têm implantado a muito tempo grupos de motivação de diferentes maneiras. A cultura corporativa é construída sob o conceito de “Nós somos um todo”, mas elas estão fazendo tudo isso para lucrar.

Como a nossa organização social integral difere de tais corporações?

Resposta: Eu não gostaria de salientar as diferenças, mas sim chegar a elas com o nosso método integral e convidá-las a usá-lo: “Vamos tentar. Nós vamos mostrar-lhes como a nossa formação e nossos workshops elevam o ânimo das pessoas”.

Elas podem perguntar: “E qual é a diferença entre seus workshops e o que estamos fazendo?”. Afinal de contas, talvez elas tenham muitos métodos diferentes.

A diferença está no fato de que em nossas ações, nós estamos tentando criar uma sensação de um mundo totalmente novo. Nós as elevamos acima de si mesmas num novo estado, mas não de acordo com o princípio de “nós somos um grupo”, como jogadores de futebol, cujas ações são, em geral, a soma direta de seus esforços. Claro, o espírito e o sentimento os ajudam e os faz sentir que são parte de um grande mecanismo e ter o apoio de uma forte organização traz à empresa certos lucros. Aqui, no entanto, nós estamos tentando elevá-las espiritualmente.

O que significa “espiritualmente”? Em primeiro lugar, isso não se trata de sucesso material, nem orgulho, controle ou respeito. Nós estamos tentando elevar as pessoas acima de nossa natureza a fim de não usá-la, mas estar acima dela. Neste caso, o grupo se reúne a fim de subir acima do “eu” egoísta do grupo e sentir que ele está em outro nível de existência.

Isto é conseguido através de um método muito simples. O trabalho do grupo é gerido de acordo com um determinado método: quando eu subo acima dos outros, desço abaixo deles, e me torno igual a eles, eu alcanço a garantia mútua; eu tento construir um relacionamento com os outros acima do meu ego, o que significa que eu não atuo egoisticamente como eles fazem. Nas corporações de hoje, os egoístas, que estão tentando desenvolver o seu próprio ego à custa dos outros, se reúnem com base na concorrência, respeito, inveja, conhecimentos e outras qualidades que só os humanos têm. Eles tentam se estimular lucrando e ficando rico dentro do mesmo ego.

Por outro lado, nós não fazemos isso. Primeiro nós tentamos a subir acima do nosso ego. Nós queremos alcançar o atributo oposto, o atributo de doação, acima do ego. Aqui não são todas as tentativas egoístas que se juntam, como no caso dos membros da IBM e da Sony, mas as tentativas em alcançar o atributo de doação. Este é um método totalmente diferente.

No final, nós obtemos um resultado totalmente diferente, uma criação diferente. Nós damos nascimento à força coletiva de doação, a força do amor, não a força egoísta, mas dela. Isso é exatamente o que chamamos de “atributo de doação”.

Dentro do mesmo atributo de doação nós começamos a sentir o que significa realmente uma sociedade integral, o que é a garantia mútua, o que é a vida fora de nós.

“Fora de nós mesmos” significa fora do ego, acima dele, num novo nível, numa nova dimensão, onde eu meço tudo de acordo com o atributo de doação, de acordo com as novas relações entre nós, onde eu não me levo em conta, mas apenas a nova existência, que é a minha vida. Não sou eu que estou incluído nela, mas é o meu “eu”. Meu corpo existe ao lado dela como um apêndice corporal.

É difícil explicar isso para as pessoas comuns, mas elas serão capazes de entender isso, mesmo depois de uma aula prática.

Comentário: Mas as pessoas não querem apenas se sentir bem, elas também querem ter uma produção mais eficiente.

Resposta: Este será certamente o resultado. A produção não só será efetiva, mas acima da produção eficiente, cada um vai ver novas oportunidades em seu trabalho que não via antes, quando usava sua perspectiva egoísta. Ele vai ver objetivos totalmente diferentes, relações e possíveis soluções; não há dúvida disso.

As ações de uma pessoa se tornarão muito mais produtivas. A pessoa será muito mais sábia, lúcida e astuta. Cada um irá irradiar uma energia superior totalmente diferente, especialmente aqueles que lidam com alta tecnologia e diferentes profissões criativas. E hoje eles são a maioria. Além disso, todas estas formas especiais são necessárias até mesmo para aqueles que lidam com o marketing – o resultado será sentido imediatamente.

Da “Discussão sobre Formação Integral” 24/05/12

Fique Firme Diante Da Grandeza

Dr. Michael LaitmanPergunta: Quando eu recebo para doar, a abundância flui através de mim. Eu posso desfrutá-la?

Resposta: Você não desfruta a abundância que passa por você. É um tipo completamente diferente de abundância, não como a satisfação egoísta. Você, como um convidado, quer provar um delicioso bolo para fazer um favor ao anfitrião que o preparou. Aparentemente o bolo deveria ter o mesmo sabor, mas não tem.

Pergunta: Mas, quando eu amo alguém de todo o coração, esquecendo-me de mim mesmo, esse sentimento, no entanto, surge em mim. O amor é direcionado para o outro, mas sou eu que o sente.

Resposta: Sim, o sentimento surge dentro de você; no entanto, ele consiste de vários parâmetros. Afinal, você recebe o prazer de querer dar à pessoa amada.

Imagine isso. Há o desejo de receber do Criador e o desejo de receber da criação, que é o que você é. Você deve senti-Lo recebendo o desejo, sentir como Ele quer doar a você,  assimilar esse desejo de receber dentro de si mesmo e agradá-Lo.

E o principal, você está experimentando prazer na “cabeça”, ou seja, no desejo que você recebeu Dele. Assim, verifica-se que lá, dentro do desejo Dele, você faz o cálculo: “Como posso satisfazê-Lo?” – pelo menos na medida do quanto você vai envolver a sua recepção do desejo. Em outras palavras, em seu desejo você sente o quanto está satisfazendo-O, e esta já é a vestimenta da Luz de Hassadim.

Como resultado, nós estamos falando sobre o prazer de um tipo muito diferente.

Stand Fast In Front Of Greatness

Pergunta: Então, como é que a separação emerge se tudo está dentro de mim?

Resposta: A intenção estabelece a diferença entre um e outro. Quando o desejo de doar ao Criador reina em sua “cabeça”, os prazeres também se tornam diferentes.

Pergunta: Nós podemos comparar isto com o amor para com o nosso próprio filho? Eu lhe dou um bolo sem sequer ter provado?

Resposta: Não, o prazer passa por você, mas agora tudo é definido pelo desejo Dele, não o seu.

Pergunta: Como eu posso fazer essa diferenciação interna entre eu e Ele?

Resposta: Na primeira etapa, nós subimos acima do nosso próprio desejo e só na segunda fase somos capazes de perceber algo estranho, tornando-o nosso.

Para agradar o Anfitrião, eu devo sentir Seus prazeres, sentir o quanto Ele gosta de doar para mim e que prazer eu devo receber Dele. Eu devo sentir que este prazer veio Dele e é dotado de amor, e não razão.

Por meio deste amor, Ele me transmite o sentimento de vergonha, que agora me ajuda a lidar com a situação e a compreender isto a fim de construir uma relação diferente. Eu aproveito Seus prazeres, eu os recebo para Ele, mas eu não faço o cálculo pelo “bolo”, mas especificamente para esta doação. O “bolo” é o nível mais baixo, Nefesh de Nefesh, e o prazer, que eu dou para Ele, é todo o NRNHY.

Aqui é onde a pessoa deve tomar cuidado para não considerar a si mesma: “Visto que estou dando prazer ao próprio Criador! Basta olhar como Ele gosta de mim!”. É aqui que se encontra o cálculo principal, e não no “bolo” em si, que lhe foi dado simplesmente como um meio, que lhe permite construir a conexão com todos os mundos. O cálculo na cabeça do Patzuf é voltado para as relações com o Criador.

É por isso que você precisa saber quem é o Criador, como Ele age e como agradá-Lo, já que Seus vasos, desejos, são infinitos. Então, como proteger a si mesmo em tal situação? Comparado a isto, os prazeres diretos não são mais do que uma centelha que criou o desejo, enquanto todo o resto é condicionado pela grandeza do Doador.

Da 4a parte da  Lição Diária de Cabalá 27/06/12, “Introdução ao Livro do Zohar”

A Ciência Do Nascimento Para A Luz

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam , Carta nº 13: Isto veio até vocês devido à sua negligência com minha solicitação em se esforçar no amor de amigos, pois eu lhes expliquei de todas as maneiras possíveis que este remédio é suficiente para compensar cada uma de suas deficiências. E se vocês não podem subir ao céu, eu lhes dei caminhos na terra. Por que vocês não se inseriram neste trabalho, afinal?”.

Nós somos aqueles que descrevem a imagem deste mundo em nossas qualidades. Na verdade, nós distinguimos dois tipos de impacto que o nosso desejo de receber sente:

  • bom e confortável
  • mau e perigoso

A nossa “matéria” é o desejo de receber, que se divide em cinco (5) níveis: zero a quatro. Em todos esses níveis, temos múltiplas qualidades que, em geral, podem ser reduzidas a como receber prazer.

A nossa percepção da realidade nos permite diferenciar os limites da Luz do Infinito, que pode nos trazer prazer ou prejudicar. Tudo o que fazemos é retratá-los em nossa percepção; toda a imagem da nossa realidade é tecida deles.

Esta imagem é muito pequena e limitada; os Cabalistas têm nos falado sobre este fato há milhares de anos. Ultimamente, também estudiosos constataram que nós captamos apenas uma fração da realidade.

Existe uma maneira de observar a verdadeira realidade, diferente dessa em que nascemos, vivemos e morremos, onde nos sentimos insignificantes, infelizes e incompletos?

Os Cabalistas dizem que só podemos perceber a verdadeira realidade e sentir a Luz do Infinito em que estamos constantemente habitando com uma condição: se conseguirmos ampliar nossas ferramentas de percepção.

É por isso que a ciência que estudamos é chamada de “sabedoria da recepção”. Com a ajuda deste método, nós conseguimos ampliar nossos sentidos além dos atuais cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato) e damos um passo acima para a obtenção de cinco sentidos adicionais.

Para fazer isso, nós temos que mudar nosso desejo de receber, de modo a não perceber somente o que é importante para nós num sentido positivo ou negativo, mas também perceber as coisas que estão fora do nosso desejo, considerando-as numa forma positiva ou negativa. Como nós fazemos isso?

Eu preciso me vestir em alguém, em alguém que seja externo a mim, para subir acima de minhas próprias sensações, tanto positivas quanto negativas, para a percepção do que é bom ou ruim para o outro. Se eu conseguir captar as sensações da outra pessoa, pelo menos a sua percepção, eu saio de mim e começo a identificar o mundo como ele realmente é, numa medida inicial e pequena. Então, a pessoa pode continuar trabalhando em expandir minhas saídas de mim mesmo, uma e outra vez, até eu começar a sentir a realidade completamente independente de mim. Isso é chamado de “percepção além da razão, acima do desejo de receber”.

Até agora, nós estivemos por um bom no processo de desenvolvimento desta qualidade. A matéria da qual o desejo é construído variou desde o nível inanimado até o vegetal, depois para o animal, e este tem sido o desenvolvimento da percepção pessoal dos desejos de receber. O desejo de receber continuou ampliando desde dentro sua capacidade de sentir diversos impactos externos, até que esgotou esta opção até o fim. Não há mais espaço para crescer nesta direção por mais tempo; por isso, o desejo de receber agora reconhece suas limitações.

Aqui está o que a geração de hoje está passando: nós não temos interesse na vida, somos indiferentes a um maior crescimento e ao que fazemos neste mundo. Nós não conseguimos como antes controlar a nós mesmos e o mundo à nossa volta. Nosso desejo egoísta se esgotou; nós concluímos essa fase da evolução.

No futuro, o nosso desejo de receber vai nos empurrar para o próximo estágio de desenvolvimento. Diz-se que através da criação da aflição e apuros, o Faraó forçou os filhos de Israel a sair do Egito. Da mesma forma que eles, nós também nos sentimos sem esperança na vida. O egoísmo que está nos governando, demonstra que é incapaz de nos satisfazer por mais tempo. Nós fazemos um esforço especial para encontrar razões para viver, buscar prazeres adicionais e subsistência; no entanto, todos eles levam a descidas ainda mais profundas. Quanto mais tentamos viver melhor, pior se tornam nossas vidas.

Mesmo aqueles que têm tudo não sentem qualquer alegria ou felicidade. Além disso, nossa vida material fica cada vez mais difícil. Nós certamente continuamos a cair.

Isso é exatamente o que deve estar acontecendo. Em algum momento, os filhos de Israel fugiram do Egito porque passaram por uma situação semelhante. Eles gostariam de ficar lá, mas foram atingidos por enormes golpes e sofrimentos que não deixaram outra escolha senão fugir.

Quando um Cabalista começa a sua correção, ele age como se ele se esforçasse para entrar num belo mundo espiritual cheio de luz, num futuro brilhante que abrirá todos os horizontes para ele. No entanto, em seu caminho, ele descobre uma imagem bem diferente: uma vida interna dura e intensos fardos que o pressionam imensamente. Esta pressão é causada pelo fato de que ele não está avançando da maneira habitual egoísta. Em vez disso, através de desespero e infelizes circunstâncias, ele deve passar por todas as fases do nascimento espiritual, ou seja, para sair do Egito, subir acima do seu egoísmo, sair de si mesmo e sentir como é estar fora de seu corpo; isto é, ele vive através da sensação dos desejos dos outros.

Neste mundo, o processo de nascimento é também acompanhado de dores de parto (Tzirim em hebraico), em outras palavras por problemas (Tzarot), sofrimentos de pressão. Em particular, esses sentimentos são dados àqueles que estudam a sabedoria da Cabalá para ajudá-los a avançar, empurrando-os para frente da mesma maneira que o útero de uma mãe pressiona o feto para que ele nasça.

No entanto, a sabedoria da Cabalá não está apenas nos falando sobre o nascimento de uma nova percepção e a aquisição da transição da absorção para libertação, da recepção para a doação. Esse não é um estudo teórico do processo, não se trata de uma filosofia. A Cabalá nos ajuda a perceber isso através de um processo de nascimento espiritual.

Afinal, como um feto no ventre da mãe, nós temos que nos sentir apertados, no escuro, com sufocamento e sensação de aperto, e a necessidade ajuda este processo por conta própria. É uma sensação muito desagradável. É por isso que nos é dada a sabedoria da Cabalá, para começarmos a perceber e reconhecer o processo, a fim de torna-lo mais fácil e rápido.

Graças a Cabalá nós sabemos o que esperar; nós percebemos que temos que sair de nossas sensações internas para o mundo exterior, a fim de evitar ver a realidade somente através das limitações dos nossos cinco sentidos. Nós devemos ver o mundo que está fora de nós, fora do útero. Nós temos que alcançar esse estado de alguma forma. Como?

Aqui, nós precisamos de um “obstetra”. Nós temos que nascer não como resultado de dolorosas contrações de parto que nos empurram por trás, mas sim devido à força externa que nos puxa para frente. Neste caso, o processo de nascimento será muito fácil, com as “águas”, com a qualidade da Misericórdia.

Para isso, precisamos do apoio externo, que deve ser fornecido pelo grupo, que provoca a força externa. Diz-se: “O homem deve ajudar o próximo”. O grupo pode nos levar deste mundo de escuridão para a luz brilhante; ele nos ajudará a elevar a nossa percepção da realidade para o próximo nível, para que ela não esteja mais limitada por cinco sentidos; pelo contrário, nós começamos a ver tudo ao nosso redor na Luz refletida, sem absorver qualquer coisa dentro de nós mesmos, mas sim nos virando para fora.

Assim, os termos “doação”, “amor” e “misericórdia”, falam da percepção da realidade numa qualidade diferente, em trocar os desejos pessoais pelo desejo do amigo. Se a pessoa consegue transferir a sua principal preocupação por si mesma para o seu grupo de amigos, é como se fosse retirada do útero, deste mundo, e fosse além deste mundo material para o mundo da exterioridade. Neste caso, nossos esforços desencadeiam a resposta da força superior, que nos ajuda a passar por isso e nascer.

Este é o primeiro passo que temos que percorrer; ele é extremamente difícil. Da mesma forma em nosso mundo, apesar de todos os esforços para facilitar o processo de nascimento, para torna-lo mais fácil e seguro, ele sempre parece ser um milagre semelhante ao “milagre da saída do Egito”. Nesta fase de desenvolvimento encontra-se algo novo e extraordinário, e ainda mais quando se trata do nascimento espiritual.

Da Convenção em Miami 23/06/12, Lição 1