Psicologia Como Espelho Que Reflete O Desenvolvimento Do Ego

Dr. Michael LaitmanA evolução humana ocorre como resultado do desenvolvimento do ego. Existindo na natureza inanimada, vegetal e animal, uma pessoa se desenvolve constante e dinamicamente sob a influência dos desejos egoístas que ultrapassam os simples desejos primitivos e tornam-se cada vez mais complexos.

Os desejos estão divididos em físicos para comida, sexo e família e em humanos para riqueza, respeito, controle e conhecimento, e necessidades espirituais.

Se dividirmos o eixo do tempo no qual a humanidade se desenvolve em secções, então desde cerca do século V A.C. até ao século V D.C. as pessoas aspiravam por riqueza. Claro, o tempo exacto é discutível uma vez que tudo depende para que civilizações olhamos.

Desde o século V até ao século XV, o desejo por poder e respeito cresceu. A Idade Média não é apenas um período de tempo no qual a humanidade congelou, mas um período de desenvolvimento interno profundo que é caracterizado por muitos eventos sérios, tais como as Cruzadas, etc.

A etapa seguinte no desenvolvimento do desejo acontece desde o século XV até ao século XX e é caracterizada pela ânsia pelo conhecimento.

Depois disso, tudo começou a decair e desde o começo do século XX começamos uma nova era, a era da necessidade consciente de alcançar o significado da vida.

Embora tenhamos atravessado as primeiras buscas psicológicas nos hieróglifos do Egipto antigo, Platão, e nos Gregos antigos, tudo ocorreu num nível que não tocava ainda a essência interior do homem, uma vez que ainda não havia sido revelada por pessoas simples e tampouco em grandes personalidades que pudessem ser estudadas.

Só depois de satisfazer os desejos físicos e humanos entrámos na área das necessidades espirituais que pertencem à alma de uma pessoa, o que significa não a forma como a pessoa vive, o que inventa, e como gere na vida, mas a essência da sua existência, a sua personalidade, e o significado do seu desenvolvimento. Então, o sério questionamento em relação ao conhecimento apareceu. Nesta altura nasceu a psicologia. Isso aconteceu no fim do século XIX e o início do século XX, mas no seu todo tudo leva aos nossos tempos.

Depois da primeira fase de desenvolvimento da psicologia, o seu declínio gradual e a frustração nas suas habilidades começaram. A mudança da pesquisa e novas descobertas para um mero trabalho psicológico fez as pessoas sentirem-se tranquilas em vez de lhes mostrar o processo do seu desenvolvimento, elevá-las e desenvolvê-las.

Pela compreensão do quanto não entendemos este processo, pela percepção do quanto não entendemos o objectivo do nosso desenvolvimento, a psicologia parece ter-se tornado uma área prática limitada, encolhendo e limitando-se a si própria às aplicações práticas, limitada pelo treino de diferentes peritos, publicando diferentes artigos, e acalmando as pessoas usando diferentes métodos. O resultado foi que os psicólogos começaram a servir as pessoas em vez de tomá-las e elevá-las ao nível seguinte de desenvolvimento, que era na verdade o que se esperava da psicologia.

Da “Discussão sobre Formação Integral” 24/5/12